segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Contraponto 719 - "Imprensa partidária reclama da internet"


16/09/2009
Imprensa partidária reclama da internet


Para fechar a semana eu gostaria de saber a opinião de vocês sobre o editorial do Jornal Folha de São Paulo desse domingo.

A Folha de São Paulo publicou editorial neste domingo criticando "práticas desleais na internet" que estariam "colocando em risco as bases que permitem o exercício do jornalismo no país". A Folha, no caso, se apresenta como porta-voz deste jornalismo independente. Para o jornalista Luís Nassif, (Aqui na carta Maior)o editorial aponta o objetivo final do processo que explica o comportamento da mídia a partir de 2005: "a politização descabida, as tentativas sucessivas de golpes políticos, os assassinatos de reputação de políticos, juízes, jornalistas".Leia a seguir o texto completo, ou aqui para quem assina


Direito à informação

Práticas desleais na internet colocam em risco as bases que permitem o exercício do jornalismo independente no país

DEMOCRACIAS tradicionais aprenderam a defender-se de duas fontes de poder que ameaçam o direito à informação.

Contra a tendência de todo governo de manipular fatos a seu favor, desenvolveram-se mecanismos de controle civil -caso dos veículos de comunicação com independência, financeira e editorial, em relação ao Estado. Contra o risco de que interesses empresariais cruzados ou monopólios bloqueiem o acesso a certas informações, criaram-se dispositivos para limitar o poder de grupos econômicos na mídia.Essas salvaguardas tradicionais se veem desafiadas pelo avanço da internet e da convergência tecnológica nas comunicações -paradoxalmente, pois esse mesmo processo abre um campo novo ao jornalismo.

Apesar da revolução tecnológica e do advento de plataformas cooperativas, a produção de conteúdo informativo de interesse público continua, majoritariamente, a cargo de organizações empresariais especializadas. O acesso sistemático a informações exclusivas, relevantes, bem apuradas e editadas sempre implica a atuação de grandes equipes de profissionais dedicados apenas a isso. Essas equipes precisam ser remuneradas -ou o elo se rompe.

Quando um serviço de internet que visa ao lucro toma, sem pagar por isso, informações produzidas por empresas jornalísticas, as edita e as difunde a seu modo, não só fere as leis que resguardam os direitos autorais. Solapa os pilares financeiros que têm sustentado o jornalismo profissional independente.

Quando um país como o Brasil admite um oligopólio irrestrito na banda larga -a via para a qual converge a transmissão de múltiplos conteúdos, como os de TVs, revistas e jornais-, alimenta um Leviatã capaz de bloquear ou dificultar a passagem de dados e atores que não lhe sejam convenientes. A tendência a discriminar concorrentes se acentua no caso brasileiro, pois os mandarins da banda larga são, eles próprios, produtores de algum conteúdo jornalístico.

Quando autoridades se eximem de aplicar a portais de notícias o limite constitucional de 30% de participação de capital estrangeiro, abonam um grave desequilíbrio nas regras de competição. Veículos nacionais, que respeitam a lei, têm de concorrer com conglomerados estrangeiros que acessam fontes colossais e baratas de capital. Tal permissividade ameaça o espírito da norma, comum nas grandes democracias do planeta, de proteger a cultura nacional.
Contra esse triplo assédio, produtores de conteúdo jornalístico e de entretenimento no Brasil começam a protestar.

Exigem a aplicação, na internet, das leis que protegem o direito autoral. Pressionam as autoridades para que, como ocorre nos EUA, regulamentem a banda larga de modo a impedir as práticas discriminatórias e ampliar a competição. Requerem ao Ministério Público ação decisiva para que empresas produtoras de jornalismo e entretenimento na internet se ajustem à exigência, expressa no artigo 222 da Carta, de que 70% do controle do capital esteja com brasileiros.

A Folha se associa ao movimento não apenas no intuito de defender as balizas empresariais do jornalismo independente, apartidário e crítico que postula e pratica. Empunha a bandeira porque está em jogo o direito do cidadão de conhecer a verdade, de não ser ludibriado por governos ou grupos econômicos que ficaram poderosos demais.


O que já sabíamos está sendo escancarado, que horror, que vergonha, essa é a imprensa imparcial que adora gritar pela "liberdade de imprensa"?

O editor da Folha acaba de escancarar o jogo! Admite sem rebuços que a imprensa brasileira partidariza porque o PT, segundo ele, também partidariza as verbas de publicidade! Não se dá ao trabalho de explicar quem deu o pontapé inicial nesse jogo insólito, mesquinho e extremamente prejudicial aos interesses do povo brasileiro. Não justifica como uma verba que era distribuída entre 500, e que passou a ser distribuído entre mais de 2500, possa implicar num protecionismo maior do que havia na sistemática anterior, nem tampouco se deu ao trabalho de dizerr que a imprensa golpista, na verdade, tentou é fazer o governo Lula de refém, como que dizendo a ele: DIRECIONE AS VERBAS DE PUBLICIDADE MASSIVAMENTE PARA O MEU JORNAL QUE EU ALIVIO A CRÍTICA PARA O SEU LADO, prática, alías, descaradamente adotada durante todo o governo FHC (inclusive com a manutenção de Mirian Dutra em Barcelona sob as expensas da Globo, fato sabido e ocultado por toda imprensa, mas nem tanto pelo jornalista Palmério Dória, na revista Caros Amigos), e repetida no Estado de São Paulo especialmente nos governos Alkimin/Serra. Melhor assim, às escancaras. Afinal, aqui em casa o único que gosta da Folha é o cachorro. Basta forrar a área de serviço com o jornalão que ele não se faz de rogado…

Carmen Fusquine - Opinião da leitora - via email
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