quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Contraponto 6962 - "Clarim é independente. De quem?"

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08/11/2011

Clarim é independente. De quem?

Do Blogo do Miro - 8/12/2011

Por Renata Mielli, no blog Janela sobre a palavra:

Surpreendente o artigo da jornalista Sylvia Colombo, correspondente da Folha em Buenos Aires, publicado nesta terça-feira (06) - "Cristina e a vergonha de ser jornalista". Ela relata a “perseguição” (aspas minhas) que os jornalistas estão sofrendo pela presidenta Cristina Kirchner e pelos argentinos. Segundo ela, os jornalistas se tornaram personas non gratas em Buenos Aires. Ela conta alguns causos nos quais colegas foram constrangidos a mentir a profissão para não serem alvo de preconceito. Disse que foi questionada se, no Brasil, os jornalistas também são mentirosos. Será que ela respondeu a verdade?



Para Sylvia, essa situação de caça aos jornalistas foi estimulada pelas ações políticas da presidente, cujo principal emblema é a Ley de Medios. Ela acusa a presidente de incentivar o “jornalismo militante” (aspas dela) e de atacar a imprensa independente. Segundo Sylvia, os expoentes da imprensa independente são os jornais Clarín e La Nácion.

Independentes de quem?

Mais uma vez o jogo de palavras tenta conduzir o leitor no sentido de reforçar a ideia de que regulação da mídia é uma medida autoritária, realizada por governos ditatoriais como o de Hugo Chávez.

Desde quando o grupo Clarín pode ser alçado à categoria de jornalismo independente???? Só se for independente de compromissos com o desenvolvimento econômico da Argentina, com políticas sociais de cunho democratizante. Seria o mesmo que dizer que Estadão e Folha são jornais independentes. Era só o que faltava.

A colunista ainda usa sua “autoridade” (aspas minhas), para alertar a presidenta Cristina que ela deve se afastar da influência de Chávez e se aproximar do exemplo da colega brasileira Dilma Rousseff e, para isso, a presidenta da Argentina deveria “baixar o tom contra a imprensa independente”.

Se a moda pega por aqui, corremos o risco de os monopólios de comunicação reivindicarem o direito de serem beneficiados com as políticas de incentivo à produção independente. Já pensou?
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