10/06/2012
O desespero do PSDB com Perillo
Por Altamiro Borges
Saiu ontem no blog de Gerson Camorotti, no portal G1:
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Perillo deixa PSDB em alerta máximo
A cúpula do PSDB está em alerta máximo com a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo. Nos bastidores, integrantes do comando tucano falam abertamente que já não acreditam mais nas explicações de Perillo. Mas reconhecem que, neste momento, o PSDB não tem o que fazer.
Essa constatação cresceu principalmente com as várias versões para a venda da casa do próprio Perillo. Foi nesta casa – vendida no ano passado – que o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi preso pela Polícia Federal no último dia 29 de fevereiro.
O discurso oficial do PSDB será o de dizer que confia em Perillo. Mas se em algum momento ele não conseguir mais explicar as várias contradições, o PSDB já tem um argumento pronto: o de que o partido foi surpreendido pelos acontecimentos.
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O desgaste eleitoral dos tucanos
Gerson Camarotti, que também é colunista da Globo News, tem bom trânsito no ninho tucano. O seu relato confirma que bateu o desespero na cúpula do PSDB, que teme pelo desgaste da legenda nas eleições deste ano. E, pelo jeito, a coisa só tende a piorar para o governador de Goiás. Segundo o jornalista, "Perillo tem dito que em relação ao seu governo, não aparecerá nada de comprometedor. Mas ele já teria admitido internamente que não tinha segurança em relação à condução da sua campanha".
Há fortes indícios do uso de caixa dois na eleição do tucano em 2010. O repórter Luis Carlos Bordoni, que comandou campanha de rádio de Perillo, já afirmou que recebeu parte do pagamento de empresas ligadas ao grupo de Carlinhos Cachoeira. O mafioso também teria financiado outras campanhas em Goiás - como a do ex-demo Demóstenes Torres, o "mosqueteiro da ética" da revista Veja. Com isso, o crime organizado passou a dominar o estado. Há até quem ironize que Marconi Perillo seria o vice do governador Cachoeira!
Governador escapará da Justiça?
"Para parlamentares do PSDB que estão acompanhando de perto esse episódio envolvendo Perillo na CPI, a aposta é de que ele sairá muito fragilizado do episódio... Tucanos ouvidos pelo blog reconhecem que Perillo tem condições – até o momento – de escapar na Justiça. Mas já consideram a situação política dele extremamente delicada, principalmente no plano nacional", conclui Camarotti.
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10/06/2012
Por Altamiro Borges
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10/06/2012
Mídia excitada com o mensalão
Por Altamiro Borges
A mídia demotucana fez de tudo para que o julgamento do “mensalão do PT” ocorresse na véspera das eleições municipais deste ano. Para os ingênuos que ainda acreditam em neutralidade da imprensa, vale lembrar que ela não fez o mínimo esforço para apressar o julgamento do “mensalão mineiro”, que envolve os caciques do PSDB e é muito mais antigo. Ela também evita tratar da privataria tucana – até escondeu o livro de Amaury Ribeiro que desnuda a roubalheira – ou da famosa “Lista de Furnas”. (Grifo do ContrapontoPIG)
Agora, a mídia demotucana comemora como histórica vitória o resultado da sua pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu “julgar” o mensalão petista a partir de agosto. Alguns “calunistas” nem escondem a alegria com o fato de que as sessões do STF serão transmitidas ao vivo e que ocuparão espaços nobres nas telinhas da tevê e no noticiário da imprensa. Apostam que o pirotécnico julgamento, como um circo romano, ajudará a definir o resultado das urnas em outubro próximo.
Folha e Estadão confessam
Dois editoriais neste feriadão prolongado confirmam a excitação da mídia. No sábado (9), a Folha comemorou a “data marcada”. Para a famiglia Frias, que nunca escondeu suas relações íntimas com o alto tucanato, a decisão do STF “é uma boa notícia para as instituições... E as instituições terão dado mais uma vez mostra de que funcionam como estipula a Constituição, mesmo contra as conveniências de um político popular e do partido que controla o poder federal”. A Folha não esconde o seu ódio contra Lula e PT.
Já o Estadão, um dia antes (8), também soltou rojões em seu editorial – “Finalmente, o julgamento”. Para a famiglia Mesquita, que nas eleições de 2010 deu apoio explícito ao tucano José Serra, o mensalão é o “maior escândalo político do Brasil contemporâneo”. O Estadão até afirma que os seus interesses não são eleitorais, mas sim estratégicos. “É detalhe se o julgamento influirá ou não nas eleições municipais... O que interessa ao país é que o vale-tudo pela hegemonia política estará no banco dos réus”.
Dirceu no congresso da UJS
Os dois editoriais confirmam que o julgamento no STF não será encarado como uma questão jurídica, mas sim como uma batalha política decisiva – com interesses imediatos e futuros. Neste sentido, o ex-ministro José Dirceu acertou ao afirmar neste final de semana, durante o 16º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), que “essa batalha deve ser travada também nas ruas porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas. É a voz do monopólio da mídia”.
A mídia hoje tenta desqualificar e ridicularizar o discurso “juvenil do chefe da quadrilha”. Mas ele acertou na mosca. Daí a irritação dos barões da mídia. “Estamos travando uma batalha contra quem? Contra a oposição? Não. São partidos que foram derrotados em duas eleições presidenciais. Estamos enfrentando o poder da mídia, do monopólio dos veículos de comunicação”, fustigou José Dirceu. Pena que a presidenta Dilma Rousseff não tenha entendido ainda a dimensão desta batalha e mantenha o “namorico com a mídia”.
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