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17/05/2013
Transplantes
Ceará lidera transplantes de fígado e de pâncreas
Do Jornal O Povo - 17/05/2013
O Estado é líder em transplantes de fígado e pâncreas no Brasil. Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) se destaca como o maior transplantador hepático do País
O Ceará lidera a lista de transplantes de fígado e pâncreas no País no primeiro trimestre de 2013. Com 43 transplantes de fígado realizados nos três primeiros meses, o Estado atinge a marca de 20,4 transplantes por grupo de um milhão de habitantes. Isso representa um aumento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) é um dos responsáveis pelo bom momento vivido pelo transplante hepático no Ceará. A unidade realizou 31 dos 43 procedimentos. Pela primeira vez, o hospital lidera a lista de transplantes de fígado no Brasil, ultrapassando o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, que realizou 28 transplantes hepáticos.
“Esse é o mais complexo procedimento cirúrgico que existe. (Atingir essa marca) era inacreditável há cinco anos”, disse o chefe do Serviço de Transplante Hepático do HUWC, Huygens Garcia. Ele informa que a taxa de sobrevida dos transplantados no hospital é de 88%, um número considerado “excelente e comparável ao de grandes centros internacionais”.
Em relação ao pâncreas, foram realizados sete transplantes no trimestre, o que corresponde a 3,3 transplantes/milhão - crescimento de 75% em relação ao ano passado.
O Ceará também aparece como o terceiro estado do País em número de doadores de órgãos, com 20,4 doações/milhão. Em números absolutos, foram 43 doadores nos três primeiros meses de 2013.
A coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Régia, afirma que a tendência é de continuidade no aumento de transplantes. Segundo ela, o Estado tem investido na capacitação dos profissionais, na compra de equipamentos e na conscientização da população para que mais órgãos possam ser captados. “Temos capacidade para realizar mais transplantes”, garante a coordenadora.
Recomeço
Por trás dos números, há o sentimento de alegria para quem teve a oportunidade de recomeçar a vida. Como o caso do presidente da Associação Cearense dos pacientes Hepáticos e Transplantados, Wilter Ibiapina, 63. Ele fez um transplante de fígado há 10 anos. A data da operação não sai da memória dele: 9 de janeiro de 2003.
Wilter sofreu cirrose hepática provocada pelo vírus da hepatite C. “Foi um momento difícil e decepcionante”, diz. Ele teve de deixar o futebol por causa da doença. Depois foram sete meses na “fila da agonia”, como é chamada a lista de espera do fígado e do coração. “Não tem outro método para substituir a função desses órgãos. Dependendo da gravidade, com certeza o paciente vai morrer (se o transplante demorar)”, explica Eliana Régia.
Wilter se emociona, perde a voz e chora ao relembrar o momento em que foi informado de que a operação para o transplante daria certo. “Era tudo ou nada”, recorda. Hoje, ele garante “levar uma vida normal”.
Saiba mais
Importância de doar
A resistência de muitas famílias em autorizar a doação dos órgãos de parentes que sofreram morte cerebral ainda é um gargalo que impede um crescimento maior no número de transplantes. No Ceará, por exemplo, de 84 entrevistas realizadas, em 38 houve recusa da doação. O índice equivale a 45%.
Número considerado ainda muito alto, mas que é semelhante à média nacional (44%).
Atualmente, 1.051 pessoas estão na fila de espera por transplantes no Ceará.
Serviço
Central de Transplantes do Ceará
Telefone: (85) 3101 5223Para mais informações sobre transplantes, acesse o site:
http://bit.ly/vZ47aT
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