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. 04/09/2013
Os objetivos de uma intervenção militar na Síria
Enviado por luisnassif, qua, 04/09/2013 - 10:07
Sugerido por Assis Ribeiro
Da Carta Maior
Sobre a intervenção na Síria
O regime sírio estava restabelecendo lentamente seu controle sobre o país, contra a oposição armada pelo ocidente e seus Estados subordinados na região (Arábia Saudita e Qatar) - uma situação exigia um corretivo urgente. Essa é a explicação para o eminente ataque ocidental sobre a Síria.
Tariq Ali
O objetivo da "guerra limitada", conforme foi
colocado pelos Estados Unidos e seus vassalos europeus, é simples. O
regime sírio estava restabelecendo lentamente seu controle sobre o país,
contra a oposição armada pelo ocidente e seus Estados subordinados na
região (Arábia Saudita e Qatar). Essa situação exigia um corretivo. A
oposição, nessa deprimente guerra civil, precisava ser fortalecida
militar e psicologicamente.
Visto que Obama disse serem as armas químicas a
"linha vermelha", elas foram obrigadas a entrar em jogo. ‘Cui
prodest?’, como os romanos costumavam perguntar. Quem lucra? Certamente,
não o regime sírio.
Algumas semanas atrás, dois jornalistas do ‘Le
Monde’ já haviam descoberto as armas químicas. A questão é a seguinte:
se elas foram usadas, quem as utilizou? O governo Obama e seus
simpatizantes gostariam que acreditássemos que Assad permitiu a entrada
dos inspetores de armas químicas da ONU na Síria, e, em seguida, marcou
sua chegada com um ataque químico contra mulheres e crianças, a cerca de
15 km de distância do hotel onde os inspetores estavam hospedados. Isso
simplesmente não faz sentido. Quem realizou essa atrocidade?
No Iraque, sabemos que os EUA utilizaram
fósforo branco em Fallujah, em 2004 (lá não havia linhas vermelhas,
exceto aquelas feitas com o sangue iraquiano); portanto, a justificativa
permanece tão obscura como nas guerras anteriores.
Desde a guerra e a ocupação do Iraque, o mundo
árabe está dividido entre sunitas e xiitas. Apoiando as ameaças à Síria
estão dois velhos amigos: Arábia Saudita e Israel. Ambos querem que o
regime iraniano seja destruído. Os sauditas, por razões de facção, e os
israelenses, porque estão desesperados para exterminar o Hezbollah. Esse
é o fim de jogo que eles têm em vista e que Washington, depois de
resistir um pouco, voltou a jogar. Bombardear a Síria é o primeiro
passo.
É tolice se preocupar muito com a Grã-Bretanha.
Trata-se de um Estado vassalo, governado de fato por um governo
nacional que inclui o trabalhismo parlamentar. Seus partidos políticos
vêm aceitando situar-se permanentemente no "quintal da Casa Branca".
Cameron empolgou-se com a guerra há alguns meses. Quando os EUA aderiram
friamente à ideia, a Downing Street calou-se. Agora, está de volta à
ação, com o pequeno Ed dizendo que apóia a guerra "relutantemente", a
mais patética das posições. Parlamentares conservadores estão
articulando uma resistência mais dura. Será que mais conservadores do
que trabalhistas se posicionarão contrariamente? Veremos.
Os iranianos reagiram com força e ameaçaram
levar a cabo uma retaliação apropriada. Isso pode até ser um blefe, mas
revela que, mesmo com um novo e "moderado" líder, elogiado pelos meios
de comunicação ocidentais, essa postura não difere da de Ahmadinejad. O
Teerã entende bem o que está em jogo e por quê. Cada intervenção
ocidental no mundo árabe e em seus arredores piorou as condições. Os
ataques planejados pelo Pentágono e seus parceiros da OTAN parecem
propensos a seguir o mesmo caminho.
Enquanto isso, no Egito, um Pinochet árabe está
restaurando a "ordem" tradicionalmente, com o apoio um tanto
envergonhado dos líderes do conglomerado EUA/UE.
Fonte: ZNet (http://www.zcommunications.org/znet)
Fonte: ZNet (http://www.zcommunications.org/znet)
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