segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Contraponto 13.033 - "A Copa do Mundo e os desejos já não secretos da oposição"

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06/01/2014

A Copa do Mundo e os desejos já não secretos da oposição


Do Sul 21  - 6/1/2014

FHC resumiu neste domingo as propostas estratégicas da oposição para o Brasil: mudar o foco da política externa, abrir mais a economia e acelerar as privatizações. Segundo ele, oposição deve aproveitar "grito parado no ar
FHC resumiu neste domingo as propostas estratégicas da oposição para o Brasil: mudar o foco da política externa, abrir mais a economia e acelerar as privatizações. Segundo ele, oposição deve aproveitar “grito parado no ar


Marco Weissheimer

Nos primeiros dias do ano, vai ficando claro qual será uma das principais apostas da oposição para a campanha eleitoral presidencial: criar um clima caótico em torno da Copa do Mundo. Os alinhamentos entre discursos de lideranças políticas, colunistas de opinião na mídia e campanhas nas redes sociais começam a tomar forma. A lógica é simples e já funcionou no passado: em se tratando de Copa, quanto pior melhor. Os protestos de rua de junho de 2013 foram a única coisa capaz de derrubar Dilma Rousseff nas pesquisas. Repita-se a dose, então. Essa é a ideia.


Um dos trunfos que a oposição acredita ter na manga é o disfarce proporcionado pelo suposto anonimato da convocação de novos protestos de rua. Há vários grupos que se apresentam como anônimos (ou anonymus) nas redes sociais e que, supostamente, não tem paternidade ou relações políticas e sociais. É um cenário interessante para quem deseja uma repetição, em 2014, do tombo que Dilma levou em 2013, com a novidade que isso ocorreria há alguns meses das eleições.


A agenda que impulsiona essa tática foi resumida neste domingo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em um artigo intitulado “Mudar o rumo”, publicado no Estadão. No texto, FHC elenca o receituário do PSDB e seus aliados para o Brasil. Os três eixos centrais são os seguintes:
- A política externa brasileira precisará mudar de foco, abrir-se ao Pacífico, estreitar relações com os EUA e a Europa, fazer múltiplos acordos comerciais, não ficar isolado na América do Sul, hesitantes quanto ao bolivarianismo, abraçados às irracionalidades da política argentina.


- É hora de abrir mais a economia e acelerar o processo de privatizações, fazer com competência o que o governo petista paralisou nos últimos dez anos. Mordido pelo DNA antiprivatista e estatizante, persiste o governo atual nos erros cometidos na definição do modelo de exploração do pré-sal.


- É preciso redesenhar a rota do país. Dois terços dos entrevistados em recentes pesquisas dizem desejar mudanças no governo. Há um grito parado no ar, um sentimento difuso, mas que está presente. Cabe às oposições expressá-lo e dar-lhe consequências políticas.


Outra perna dessa tática é alimentar um noticiário negativo em relação à situação da economia, acenando, por exemplo, com o retorno do fantasma da inflação. Pouco importa que a realidade aponte o contrário. Em relação à inflação especificamente, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, encerrou o ano de 2013 em alta de 3,88%, ante uma elevação de 5,10%, em 2012.
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