quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Contraponto 13.223 - "A cubana Ramona diz que está sendo perseguida pelo Brasil e pede asilo no Brasil?"


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05/02/2014

A cubana Ramona diz que está sendo perseguida pelo Brasil e pede asilo no Brasil?

Tijolaço - 5 de fevereiro de 2014 | 12:32 Autor: Fernando Brito
ramona
Vai ser uma “onda” enorme, mas a história não se sustenta.


por Fernando Brito 

A Dra. Ramona Rodriguez, que abandonou o “Mais Médicos” e está alojada com o Deputado Ronaldo Caiado, o ruralista, conta uma história que não tem pé nem cabeça.

Diz que vai ser pedir asilo ao Brasil porque está sendo “perseguida”.

Por quem?

Pela polícia federal brasileira!

Já imaginaram alguém pedir asilo na Rússia por estar sendo perseguido pela KGB?

Bem, neste momento ela está na Câmara, na Embaixada da UDR, digo, na liderança do DEM de Caiado.

Dona Ramona disse que se sentiu “enganada” pela remuneração paga por Cuba, embora tenha assinado o que ela exibiu como contrato. E disse que “achou o salário bom”, mas foi surpreendida pelo custo de vida brasileiro.

A Dra. Ramona tinha a casa e a comida pagas pela prefeitura de Pacajás, a 350 km de Belém, para onde fora mandada.

Estranho que a Dra. Ramona, que diz ter trabalhado numa missão médica cubana na Bolívia por mais de dois anos tenha subitamente “descoberto” que estava sendo ludibriada.

Fala que tinha de comunicar seus deslocamentos a um supervisor. Nada de estranho, pois ela tem um trabalho onde deve comparecer e não está de férias. Nem é possível imaginar que, lá de Pacajás, a seis ou sete horas de Belém, ela fosse “dar um pulinho” para passar o final de semana em outra parte, salvo se de licença.

Ou nas férias contratuais, quando tem direito a viajar para onde quiser, além de Cuba, para onde tem transporte gratuito.

O trabalho é duro, ninguém nega. A cidade, segundo matéria do próprio UOL, publicada tempos atrás, oferece até 40 mil reais de salário a médicos (brasileiros) e não consegue quem queira trabalhar.

Duvido muito, porque a cidade abriu um concurso para médicos oferecendo R$ 6.100 de remuneração. Em sem moradia e alimentação.

Menos do que foi oferecido aos médicos brasileiros, que a rebarbaram.

A Dra. Ramona, com certeza, pode ficar no Brasil, como asilada, se mostrar como e por quem está sendo perseguida.

Se não, fica a sombra de algo como aqueles boxeadores cubanos que estavam sendo perseguidos, mas por um “manager” alemão picareta, que lhes prometeu mundos e fundos.

Nada de mais que entre 7.400 médicos cubanos uma  - ou dois, ou três, ou dez –  arranjem uma história complicada destas.

A oportunidade que ela usou está aberta a todos.

Agora, se é só porque quer emigrar para o Brasil, a Dra. Ramona tem que seguir as regras da imigração e da revalidação do diploma.

Porque ela foi recebida em condições especiais dentro de um contrato do Brasil com a Organização Mundial de Saúde e de um convênio entre esta e Cuba.

Se não quer, basta se demitir, sair do país e pedir entrada como imigrante, como qualquer cidadão de qualquer país do mundo tem de fazer.

Não arranjar uma história meio doida de “perseguição pela PF” brasileira.



PS. Um passarinho me contou que vão surgir notícias muito interessantes sobre a Dra. Ramona.


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PITACO DO ContrapontoPIG 

Veja 

 http://www.brasil247.com/pt/247/saudeebemestar/112703/O-que-voc%C3%AA-precisa-saber-sobre-m%C3%A9dicos-cubanos.htm :


- O governo dos Estados Unidos tem um programa especial para atrair médicos cubanos que trabalham no exterior. Eles são procurados por funcionários estadunidenses e lhes são oferecidas inúmeras vantagens para “desertar”, como visto de entrada, passagem gratuita, permissão de trabalho e dispensa de formalidades para exercer a atividade. Os que atuam na América Latina são os mais procurados e uma condição para serem aceitos no programa é que critiquem o sistema político cubano e digam que os médicos no exterior são oprimidos e mantidos quase como escravos. Os que aceitam as ofertas dos Estados Unidos, os que emigram para outros países ou ficam no país que os recebe depois de terminado o contrato representam cerca de 3% dos efetivos.

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