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12/02/2014

As consequências da morte do cinegrafista

 

A morte do cinegrafista Santiago Andrade, à qual se somam mortes frequentes de torcedores de futebol, indica que é hora de uma atuação mais severa em relação às manifestações populares violentas, de Black Blocs e de torcidas organizadas.

As manifestações de junho passado foram respiros de cidadania, um mal estar difuso indicando o esgotamento do modelo institucional atual - tanto dos poderes públicos quanto da representação midiática. Foi um aviso relevante, devidamente captado por todos os setores responsáveis do país.
Infelizmente, não geraram ainda políticas continuadas de atendimento das demandas e de discussão de novos modelos.

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Houve tentativas iniciais de instrumentalizar as manifestações. Todas fracassaram, de partidos políticos a veículos de mídia.

Passada a primeira etapa, difusa, as manifestações foram apossadas por grupos violentos, propondo quebradeira.

Em um primeiro momento, criaram impasses. Depois de abusos iniciais, as polícias estaduais não souberam mais separar manifestantes de vândalos, não sabiam quando agir com dureza, quando permitir o protesto.

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Do lado da opinião pública, observou-se a aliança improvável entre grupos de ultraesquerda e setores da grande mídia, empenhados na batalha inglória de desmoralizar a Copa do Mundo.
Intelectuais irresponsáveis trataram de colocar lenha na fogueira, legitimando a violência sem colocar-se na reta, iludindo jovens seguidores e comprometendo sua vida adulta - com a possível criminalização de seus atos.

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Agora, chega-se ao impasse.

O movimento Black Bloc chegou no limite da guerrilha urbana; as torcidas organizadas, no limite das organizações criminosas. Enquanto apenas limítrofes, continuarão a arregimentar jovens que não vêem diferença entre filmes de aventuras, a romatização da violência e as consequências na vida real. Entram na guerra como se fosse um game online.

Daí a necessidade de um corte, prévio, anunciado mas que defina de  vez o que é manifestação popular e o que é crime. Ir para manifestações com rojões e armas de combate é crime. Quebrar lojas e aparelhos públicos é crime. E traz consequências.

Tem que ficar claro para os rapazes e para seus pais. Quem persistir na violência, está devidamente informado das consequências e será responsável por seus atos.

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Que a morte de Santiago traga bom senso às manifestações sobre a Copa. As críticas aos gastos, às prioridades devem ficar no âmbito das instituições - Congresso, Ministério Público, mídia, organizações sociais.

A morte de Santiago traz um novo olhar da opinião pública sobre as tentativas de transformar as críticas em manifestações violentas de rua.

Nos últimos dias há uma troca incessante de acusações sobre as causas da morte de Santiago, se da mídia, se das redes sociais, se da animosidade entre jornalistas e blogueiros. Pouco importa. O mal está feito e vale o que acontecer daqui para diante.

Quem teimar em promover os conflitos responderá perante a opinião pública pelos novos Santiagos que quedarem vítimas dessa insânia.
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