segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Contraponto 17.979 - "Cunha e a imprensa 'de conveniência', por Nílson Lage"

 

19/10/2015 

 

Cunha e a imprensa “de conveniência”, por Nílson Lage

 

viravira


Nilson Lage

Primeiro, Cunha era um homem honesto.

Como foi impossível sustentar tal proposição, passou a ser o mal necessário para salvar o Brasil via golpe de estado.

O governo queria derrubá-lo, mas não conseguia dada a força da poderosa maioria parlamentar que o apoiava.

O golpe emperrou.

Vieram os documentos suíços provando mutretas de Cunha (única parte verdadeira do noticiário, admitida com muita relutância).

Quando a situação de Cunha era insustentável, de repente, surge a surpreendente informação de que Lula quereria manter Eduardo Cunha no cargo (isso porque a mídia quer desconstruir a imagem de Lula, apresentando-o como político safado e sem caráter – isso, acham, beneficia a candidatura de Marina, trunfo americano para 2018).


Agora, o governo “tem pressa” de derrubar o Cunha.


É um jornalismo inventado, que não apura nada, não tem fontes, não tem respeito pelo público nem pelo país.


É o jornalismo que se pratica na grande imprensa brasileira.


* Nilson Lage é professor aposentado de Jornalismo da UFRJ e da UFSC e jornalista desde o final dos 50.
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