25/07/2016
Repressão na Funarte foi aperitivo
Brasil 247 - 25/07/2016
por Tereza Cruvinel
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Governos autoritários não escapam de duas tentações: calar as divergências e reprimir as insurgências.
Na interinidade, Temer interveio na EBC e investiu contra blogs e sites alternativos cortando seus patrocínios. Até aqui, tolerou as manifestações contra o golpe e contra seu governo, até porque ainda podem ocorrer manifestações pró-impeachment. Até para usar o método dos “dois pesos, duas medidas”, é preciso algum cuidado. Mas depois de agosto, se o golpe prevalecer, não há dúvida. Haverá repressão.
E nem será por impulso irrefreável ao sadismo social. Será uma imposição das circunstâncias. As reformas neoliberais que o governo proporá vão gerar protestos, greves e manifestações, único recurso para tentar evitar a perda de direitos e conquistas. As centrais sindicais podem responder até com a greve geral à reforma trabalhista anunciada. A da previdência terá que mobilizar os jovens, pois eles, mais que os idosos de hoje, é que terão o futuro afetado pelas mudanças. O desmonte de políticas públicas dos anos recentes vai se acelerar, engrossando os protestos. E aí, será inevitável para o governo, por sua natureza autoritária e seus compromissos conservadores, o recurso à repressão.
Os que frequentam as ruas podem começar a recordar as técnicas de enfrentamento do gás lacrimogêneo e outras técnicas policiais de repressão a protestos.
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