08/09/2017
Ou Geddel entrega o chefe da quadrilha ou vai mofar na cadeia
Brasil 247 - 8 de Setembro de 2017
Alex Solnik
Não foi uma boa ideia guardar 51 milhões num apê.
Somente muita ingenuidade, burrice ou certeza de impunidade explicam alguém imaginar que, num prédio residencial, onde a fofoca rola solta, em Salvador, onde as pessoas costumam falar mais que a boca, ninguém desconfiaria de um apartamento permanentemente fechado, onde de vez em quando alguém chega com malas ou caixas e vai embora.
Este é um país estranho, em que delatores se auto-grampeiam e corruptos tidos como profissionais não sabem guardar seu botim.
Nada disso aconteceria se Geddel tivesse escondido a bufunfa numa casa térrea, por exemplo. Ou tivesse feito como Pablo Escobar, que preferia enterrar no quintal.
Mas ele falhou nessa parte, suas digitais foram descobertas e agora voltou para a cadeia.
A julgar por sua primeira experiência em que a sua choradeira ao juiz lembrou a de Tiago Silva nos 7 a 1 ele não vai aguentar muito tempo sem abrir o bico.
Eu, os procuradores, toda a PF, o diretor atual e o futuro sabem que ninguém é corrupto sozinho, a corrupção é um crime no qual só se obtém sucesso do tamanho que ele obteve trabalhando em quadrilha.
Ele vai ter que explicar direitinho não só quem faz parte da sua quadrilha – se é que precisa - mas quem é o chefe se não quiser mofar na cadeia.
E Temer pensou que seu inferno astral tinha terminado depois do autogrampo de Joesley.
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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