quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Contraponto 569 - "Petrobras: há asfalto para o mercado"


28/10/2009
Petrobras: há asfalto para o mercado

Blog da Petrobras - 27 de outubro de 2009 / 16:03

Com relação às notícias veiculadas (na Fossa de São Paulo *) nesta terça-feira (27/10) sobre uma suposta falta de cimento asfáltico de petróleo (CAP) para obras do PAC no Nordeste, a Petrobras esclarece que não está faltando produto em suas refinarias para as distribuidoras.

A capacidade de produção da Petrobras é de 3 milhões de toneladas/ano enquanto a demanda total prevista para as obras do PAC é de 2 milhões e 400 mil ton/ano. Além disso, a Petrobras, aproveitando o aquecimento da demanda, está realizando um teste piloto de importação de CAP visando maior tranquilidade operacional. A primeira carga de 7 mil toneladas chega no final do mês e a segunda, de 9 mil toneladas em novembro, ambas destinadas à Lubnor, unidade de refino da empresa no Ceará.

A Lubnor está no limite de sua capacidade de produção de CAP. Como as retiradas do produto pelas distribuidoras na unidade são maiores do que a produção, além da complementação da refinaria da Bahia (Rlam), a Petrobras disponibilizou mais CAP em suas refinarias do Rio de Janeiro (Reduc), Minas Gerais (Regap) e São Paulo (Revap). Para que as distribuidoras não tenham aumento no custo em função do frete, a Petrobras está dando o desconto proporcional no preço do produto.

É importante ressaltar que em função das intensas chuvas na região Nordeste, a demanda por CAP nas obras comandadas pelo DNIT aumentou em 518% em um mês e meio.

Este aumento, não previsto, reduziu os estoques da Lubnor. Além do DNIT, outros órgãos rodoviários estaduais ampliaram o consumo pelo produto, onde a Lubnor, em setembro, comercializou 30.193 toneladas de CAP contra 9.160 toneladas em abril desse ano. A Lubnor teve de vender todo o seu estoque e produção para atender a esta alta demanda no mês de agosto e setembro.

Além de ter uma capacidade de produção maior do que a demanda, de estar importando para ter maior tranqüilidade operacional e de descontar o preço do frete para retirada do produto em refinarias do sudeste, o que garante a disponibilidade de CAP, a Petrobras está participando de reuniões semanais com o DNIT e distribuidoras de modo a garantir uma maior previsibilidade na demanda, de forma a disponibilizar a quantidade de produto necessária para as diversas regiões do País.

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PITACO DO ContrapontoPIG

*os grifos e comentários em verde escuro são do editor deste Blog

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Contraponto 568 - Beneficiários do Bolsa família com conta bancária


28/10/2009
Beneficiários do Bolsa Família terão direito a conta bancária

Da Agência Brasil


Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, anunciam hoje (28) às 9h, em solenidade no Palácio Itamaraty, a inclusão bancária dos beneficiários do programa Bolsa Família. A idéia é que os beneficiários abram contas simplificadas na Caixa Econômica Federal.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, 1,95 milhão de beneficiários já têm conta bancária. O objetivo é ampliar este número para 4 milhões ainda em 2009.
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Contraponto 567 - Biocombustível e agricultura familiar no Ceará


28/10/2009
Petrobras Biocombustível mobiliza agricultores familiares no Ceará

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Petrobras Biocombustível e o Ministério do Desenvolvimento Agrário promovem hoje (28) em Quixadá (CE) o Encontro de Mobilização para a Safra 2009/2010. O objetivo é incentivar os agricultores familiares das regiões de atuação da empresa a produzir oleaginosas, como a mamona e o girassol, no âmbito do programa de suprimento de matéria-prima para a produção de biodiesel.


Este é o quarto encontro de uma série. O primeiro foi realizado em Montes Claros (MG) e reuniu 300 produtores de oleaginosas. O segundo ocorreu em Irecê (BA), com a participação de 550 agricultores familiares, e o terceiro no município de São Raimundo Nonato (PI) para 107 agricultores.

A Petrobras Biocombustível tem, no Ceará, contratos com 22.356 agricultores familiares, mas a meta é chegar a 30.700 famílias. Para isso, a empresa desenvolve um programa destinado a estimular o mercado agrícola regional, que vai desde a prestação de assistência técnica ao fornecimento de sementes certificadas, passando pela viabilização da logística para o transporte da produção.

Além de firmar contratos com prazo de cinco anos, negociados com as entidades de classes dos agricultores familiares, a Petrobras Biocombustível garante a compra da produção, sempre a preço de mercado ou pelos valores estabelecidos no Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF), caso se apresentem mais vantajosos ao produtor.

Paralelamente ao incentivo à produção, a empresa iniciou a compra de grãos produzidos pelos agricultores na última safra. Foram adquiridos até agora 67.581 quilos, de 281 produtores de oleaginosas em Quixadá.

A cerimônia na cidade cearense terá a presença do presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, e do representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário Marco Antônio Leite, coordenador de Biocombustíveis da Secretaria da Agricultura Familiar.
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Contraponto 566 - FHC: "esqueceram de mim..."


28/10/2009
JN "ESQUECE" FHC

Cloaca News quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Após alguns dias flanando pelos campos de Piratininga, enquanto recuperávanos de um vírus inoculado por José Serra em um pastel de palmito comido pelo titular deste Cloaca News no bairro paulistano da Liberdade, assistíamos à edição desta quarta-feira do Jornal Nacional. Eis que, a certa altura, a Sra. Simpson anuncia o seguinte:
"Na Nicarágua, dirigentes, políticos e empresários classificaram como golpe de estado a decisão da Suprema Corte de permitir que o presidente Daniel Ortega tente a reeleição no ano que vem".
A notícia tratava da rejeição pelos juízes - todos "aliados do presidente" - de um artigo na constituição daquele país que proibia dois mandatos seguidos. Logo em seguida, a reporcagem fez referência a "outros presidentes da América Latina que já mudaram a constituição para conseguir a reeleição".
Veja e ouça abaixo, com seus próprios olhos e ouvidos, a tremenda injustiça que o jornalismo assinado pelo garanhão daquele solar cometeu com o maior sociólogo de todos os tempos.
Fonte credenciada na emissora nos garante, porém, que, minutos depois da exibição da matéria, chegava àquela redação mensagem endereçada ao capo, assinada por um príncipe, com o seguinte teor: "Assim não pode, assim não dá! Corrija isso, e boto 200 paus na sua conta amanhã mesmo".
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Contraponto 565 - Venezuela no Mercosul


28/10/2009

Adversário de Chávez não satisfaz oposição no Senado

Vermelho - Márcia Xavier Da sucursal de Brasília27 de Outubro de 2009 - 17h45

Todos querem a Venezuela no Mercosul. Até o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da matéria na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que apresentou parecer contrário à proposta, disse que pode mudar de opinião. O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, opositor do presidente Hugo Chavéz, que foi trazido pela oposição para falar sobre o assunto em audiência pública realizada nesta terça-feira (27), defendeu a aprovação do ingresso do seu País ao bloco econômico.
Ao contrário do que esperava a oposição, o prefeito de Caracas falou “diplomaticamente” contra Chavéz, como destacou, decepcionado, o senador do DEM, Heráclito Fortes (PI). Os até então opositores da proposta – senadores do PSDB e DEM – tiverem que rever sua posição e concordaram com o venezuelano.

Mas vão tentar, a partir da proposta de Ledezma, adiar mais uma vez a decisão. Os senadores querem aprovar um requerimento de formação de uma comissão para visitar a Venezuela e verificar “in loco” se é verdade as denúncias do Prefeito de Caracas sobre violação dos direitos humanos e ameaça à democracia por parte do governo de Hugo Chavéz.

A concordância sobre a importância comercial e a necessidade de fortalecer a integração da América do Sul com a adesão da Venezuela ao Mercosul não foi suficiente para evitar que a oposição tentasse, junto com o opositor de Chavéz, criticar o presidente venezuelano.

A tentativa não surtiu efeito. Ledezma, que foi citado diversas vezes por sua moderação, disse, enfaticamente, que é integracionista e que sua posição independe da ideologia política, porque está convencido de que a união da América Latina é importante para garantir o desenvolvimento da região.

Manobra protelatória

O embaixador Régis Arslanian, representante permanente do Brasil junto à Associação Latino-americana de Desenvolvimento e Integração (Aladi), que também participou da audiência, rebateu os argumentos apresentados pela oposição. Ele disse que, ao assinar o Termo de Adesão, a Venezuela se compromete automaticamente a cumprir todos as normativas do Mercousl.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também afastou a necessidade de visita de comitiva brasileira à Venezuela. Segundo ele, a visita deveria ser feita por uma comitiva com membros do Mercosul e apenas no caso de haver comprovação de descumprimento de normas econômicas e políticas do bloco econômico pela Venezuela.

Apesar da negativa do senador Artur Virgílio (PSDB-AM), de que a proposta da visita não é uma medida procrastinatória, a visita surge como mais uma manobra protelatória da oposição. A audiência pública com o Prefeito de Caracas foi realizada após a apresentação do relatório. Em tese, a leitura do voto do relator encerra as audiências públicas, abrindo espaço para a discussão e votação da matéria pelos senadores. Virgílio admitiu que não tem pressa para votar a proposta.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) manifestou admiração com a discussão do assunto. “Temos feito uma discussão quase que ‘sui generis’ em relação a um tratado. É a primeira vez que um tratado é tão discutido em uma comissão”, disse, enfatizando que o mais importante para essas nações é fortalecer o Mercosul, mesmo que hajam diferenças substanciais.

De acordo com o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Eduardo Azeredo (PMDB-MG), o parecer do senador Tasso Jereissati será votado no dia 29. Os governistas trabalham pela aprovação do voto em separado a favor da adesão que será apresentado pelo líder Romero Jucá (PMDB-RR).
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Contraponto 564 - Míriam baixa diretiva: "mais oposição"


28/10/2009

A 'cacique do PIG' Miriam Leitão baixa diretiva: 'Mais oposição'

Portal Vermelho - 27 de Outubro de 2009 - 19h06

"O Brasil tem governo demais e oposição de menos", sentencia Miriam Leitão em sua coluna desta terça-feira (27), no jornal O Globo. Como um fürher de saias, a versátil e intrépida jornalista espinafra sem piedade o PSDB, o DEM e adjacências, deixando claro quem está no comando na coligação entre o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e a oposição convencional. Pergunta a Miriam: e o PIG, está com essa bola toda?

Por Bernardo Joffily


Miriam Leitão: "A oposição tem medo"
"O presidente Lula fala e faz o que bem entende sem um contraponto. A oposição tem medo da popularidade do presidente e acha melhor não apontar suas falhas sequenciais", denuncia a colunista de jornal, comentarista de TV e rádio, blogueira de língua afiada.


Ela dá nome aos bois: o PSDB, omisso; o DEM, temático; e sobra até para os oposicionistas em legendas da base do governo. Só escapa, por um tris, o PV, que segundo Miriam "começa a desenhar uma alternativa".

Miriam Leitão: "A oposição tem medo"
Partido de Bush virou exemplo

Miriam invoca o exemplo da oposição republicana nos Estados Unidos – essa mesma, de George W. Bush, inimiga da saúde pública. Louva-a por ter sabatinado durante uma semana a juíza Sonia Sotomayor. Enquanto "aqui, bastou meia dúzia de perguntas dos partidos de oposição, durante uma tarde", e José Antonio Toffoli foi aprovado para o Supremo.

A coluna é, à primeira vista, uma proposta de plataforma tática que Miriam Leitão recrimina a oposição convencional por não abraçar e levar adiante. Porém uma segunda leitura traz à tona o tom agastado, colérico até, e prepotente, de uma superiora a comunicar ukases.

Não sobra pedra sobre pedra, nem da ação do governo Lula, nem muito menos da ação oposicionista. O pré-sal, o PAC, a transposição do Rio São Francisco, o funcionamento colegiado dos órgãos de controle das obras do governo, o Programa Bolsa Família...

A oposição tem medo, o PIG não

"A oposição sabe a lista de absurdos encontrados nas obras do PAC ou fora dele?", admoesta a colunista. E, linhas abaixo: "A oposição tem medo de criticar".

Miriam Leitão, está visto, não tem medo de criticar. As Organizações Globo, que pagam seu salário (ou serão vários, um para cada multifunção? e de quanto?) não tem medo de criticar. O PIG não tem medo de criticar. E cobra igual intrepidez de seus aliados da oposição convencional.

Ocorre que os desgraçados oposicionistas do mundo político real terão de pedir votos para continuarem à tona nas eleições daqui a 11 meses. É compreensível que não tenham toda a bravura que Miriam exige deles, para sair à liça numa ofensiva geral de denúncias do execrável governo Lula. Não enquanto o execrável for aprovado por 82% dos eleitores, nas próprias pesquisas tucanas.

O PIG não teme porque não depende do eleitorado. Responde única e exclusivamente à vontade dos seus editores, diretores, 'publishers', dos seus donos. Os seus segredos de alcova, esses ninguém desvenda.

Mensagem final de confiança no PIG

Alguém bem podia replicar a Miriam Leitão, interpelando o PIG e seus caciques (e 'cacicas') sobre o desempenho que anda tendo. O último escândalo nacional, no Senado, não alcançou seu objetivo. Pior: esgotou-se faz cinco meses, e ainda não há outro na praça. A denúncia contra a ANP (agência Nacional de Petróleo), revelada pela mídia, terminou se revelando uma fraude forjada por um ex-araponga nomeado pelo genro do ex-presidente Fernando Henrique.

O fato é que o PIG tampouco está dando no couro. Vive à cata de alguma pegadinha como a infeliz metáfora de Lula sobre o Brasil, Jesus e Judas. Não anda fazendo justiça aos gloriosos idos de 2005, quando conquistou o galardão da bela sigla.

Porém o autor destas linhas confia. O PIG não há de nos desapontar. Mais dia, menos dia, a sequência dos escândalos há de ser retomada. O Brasil tem oposição de menos, mas, yes, nós temos PIG, PIG para dar e vender. E de que vale a opinião pública estar com Lula, se a opinião publicada estíver contra?!

Para o deleite do amigo internauta, publico abaixo, na íntegra, a coluna da colega Miriam Leitão:

"O papel da oposição" "O Brasil tem governo demais e oposição de menos. O presidente Lula fala e faz o que bem entende sem um contraponto. A oposição tem medo da popularidade do presidente e acha melhor não apontar suas falhas sequenciais. O PSDB se omite em questões importantes, o DEM é temático, o PSB é oficialmente da base, o PV começa a desenhar uma alternativa, o PMDB é governo e sempre será. O novo ministro do Supremo José Antonio Toffoli não foi escolhido por seu currículo, mas por sua extensa folha de serviços prestados ao PT. Nos Estados Unidos, a juíza Sonia Sotomayor foi sabatinada por uma semana pelo Senado, e os republicanos quiserem saber o sentido de cada ato e declaração dela antes de aprová-la. Aqui, bastou meia dúzia de perguntas dos partidos de oposição, durante uma tarde, e ele foi aprovado. Na posse de Toffoli, lá estava na primeira fila batendo palmas para ele o governador José Serra, que é o nome da oposição que está na frente em todas as pesquisas de intenção de votos. O anúncio do pré-sal foi montado como um palanque para a candidata Dilma Rousseff, e o projeto de regulação tem uma sucessão de erros, mas lá estava Serra no lançamento, reclamando apenas dos royalties. Cabe à oposição, de qualquer partido, mostrar os equívocos do caminho escolhido que favorece uma empresa de capital aberto, tira transparência do processo de escolha de investidores e não pesa o custo ambiental da exploração. O PAC das cidades históricas é uma versão empobrecida de um projeto do governo passado, mas lá estava batendo palmas o governador de Minas, Aécio Neves, outro pré-candidato do PSDB. O presidente deu uma entrevista em que nem Cristo foi poupado. Tudo o que Serra disse foi uma ironia de pouco alcance: Quando Lula ficou três dias num carnaval fora de hora, em cima de um palanque, com dinheiro público, alegando fiscalizar uma obra, Serra falou algo sobre irrigação nas terras ribeirinhas, e há um movimento de se saber o custo da viagem. Mas a transposição do Rio São Francisco deve ser discutida também por uma série de outros motivos. Teve licença ambiental condicionada a exigências até agora não cumpridas. O rio sofre com assoreamento, esgoto sanitário de inúmeras cidades ribeirinhas, e destruição da mata ciliar. A população não pode ficar na situação de apenas se queixar ao bispo. O presidente Lula tem atacado o TCU sucessivamente e avisa que vai apresentar uma lista de absurdos que pararam obras importantes. A oposição sabe a lista de absurdos encontrados nas obras do PAC ou fora dele? É melhor que saiba porque o governo informa que está pensando em criar um conselho para que as obras contestadas sejam liberadas em rito sumário. O governo atrasa a restituição de Imposto de Renda às pessoas físicas; desmoraliza, por erros gerenciais e falta de controle, o programa de avaliação do ensino médio; planeja construir dezenas de termoelétricas a combustível fóssil nos próximos anos; permite que o setor elétrico se transforme em feudo familiar de um aliado; faz ameaças públicas a uma empresa privada; o Rio afunda numa angustiante crise de segurança. Isso para citar alguns eventos recentes sobre os quais os políticos de oposição ou fazem protesto débil ou frases de efeito. O Bolsa Família é um programa que distribui renda para quem precisa e tem o direito de receber. Mas um dos seus méritos iniciais, quando nasceu como Bolsa Escola em experiências municipais, era não ser uma concessão assistencialista. Está perdendo essa virtude. Seu maior desafio como política pública era ter uma porta de saída, ser uma alavanca para a mobilidade social. O governo não formatou essa porta de saída e o programa começa a perder qualidade. A oposição tem medo de criticar o que está errado no projeto, tem medo de desmascarar o uso político-eleitoral do programa, e de propor avanços. Toda política pública é uma ferramenta. O Bolsa Família pode e deve ser aperfeiçoado, sem ser abandonado."

Com informações dO Globo
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Contraponto 563 - Desespero Demo-tucano


28/10/2009
Bateu o desespero nas fileiras demo-tucanas
Ainda que encoberta pelo silêncio da mídia...

Zé Dirceu 27/10/2009 14:28

Ainda que encoberta pelo silêncio da mídia, é feia a crise nas hostes - como diziam antigos cronistas políticos - da oposição, entre os demo-tucanos. Os sinais estão aí. O primeiro e principal deles é que não querem deixar o presidente Lula governar.

Procuram, se possível até com auxílio da justiça eleitoral, impedí-lo de viajar pelo país com sua ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Dizem que ele não transfere voto e não temer isso, mas suas práticas desmentem o que afirmam e indicam pânico entre eles.

O Democratas (ex-PFL-agora DEM) simplesmente decidiu proibir um de seus mais tradicionais aliados, o governador paulista José Serra, de aparecer em sua propaganda no horário gratuito de rádio e TV no final do ano.

Os indícios são de que o DEM não quer Serra como candidato a presidente da República (leia o post abaixo).

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28/10/2009

Rejeição à candidatura Serra é aberta
Falei de sinais, mas não são indícios...

Zé Dirceu 27/10/2009 14:21

Falei de sinais, mas não são indícios não (nota acima), a rejeição demo à candidatura José Serra virou pública e ostensiva. O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), não só declara abertamente isso, como defende que o candidato da parceria DEM-PSDB, seja o rival de Serra, o governador de Minas, Aécio Neves.

Já Aécio não aceita ser candidato a vice-presidente numa chapa de Serra e nem o adiamento das prévias. A pergunta que mais se ouve, e se faz entre os tucanos, principalmente os serristas, é: e se ele vencer?

Em São Paulo, os demos não se entendem com os tucanos - ou, se entendem, e o fato é que não querem, em hipótese alguma, o ex-governador Geraldo Alckmin (na frente nas pesquisas) como candidato da coligação DEM-PSDB a governador.

Serra também não quer Alckmin

Serra também não e trabalha 24h para fazer candidato ao posto, seu chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho. Como imbróglio pequeno é bobagem, Serra cai nas pesquisas e sua rejeição aumenta, apesar do malabarismo de levantamentos de opinião pública encomendados e das análises políticas pré-fabricadas.

Os fatos estão aí: crise no tucanato, na seara demo e na candidatura Serra, falta de discurso, propostas, comando e decisão. Enquanto isso, Dilma e o PT avançam nas alianças e vão muito bem.
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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Contraponto 562 - "Uma hora a mais de aula tem impacto ensino"


27/10/2008
Uma hora a mais de aula tem impacto no ensino

Blog do Anselmo Raposo - segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Uma carga horária maior em disciplinas como matemática, ciências ou leitura melhora a aprendizagem.

O economista e professor Victor Lavy, da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Londres, analisou resultados de 50 países e constatou que uma hora a mais de aula por semana aumenta a nota dos estudantes.

Ele apresentou os resultados da pesquisa hoje, no Rio, em seminário promovido pela Fundação Itaú Social.

Em média, segundo Lavy, uma hora a mais de aula de ciências, cinco vezes por semana, permitiria que a Espanha desbancasse a Finlândia, saltando do 31.º para o 1.º lugar no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa 2006), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Brasil subiria da 52.ª posição para, no mínimo, a 44.ª, à frente da Turquia e atrás do Uruguai.

O estudo conclui que uma hora a mais de aula por semana representa um acréscimo de cerca de 15 pontos na nota do Pisa, entre as nações da OCDE. Já nos países em desenvolvimento, o impacto é metade disso.

Participam do exame jovens de 15 anos, independentemente da série em que estejam matriculados.

"Tais evidências podem ser muito importantes para a política (educacional), porque é relativamente fácil aumentar as horas-aula, desde que haja recursos disponíveis", escreveu Lavy.

Ele destaca, porém, que não basta ampliar a carga horária, já que o impacto está ligado diretamente à qualidade da escola. O raciocínio é simples: estudar mais tempo com um bom professor será muito mais proveitoso do que com um profissional despreparado.

Não é à toa que os estudantes no Primeiro Mundo dedicam praticamente o mesmo tempo às aulas de matemática do que seus colegas de nações em desenvolvimento - em média 3,3 horas por semana contra 3,1. Mas atingem média de 506,5 pontos no Pisa, na escala até 850, ante 398,5 dos países em desenvolvimento.

Em média, as três disciplinas somam 9,2 horas semanais nas nações da OCDE contra 8,6 nos países em desenvolvimento.

A nota média geral da OCDE nas três disciplinas é de 504,3 ante 399,7 dos países em desenvolvimento. A pesquisa levou em conta ainda avaliações em Israel.

No Brasil, o número médio de horas-aula de matemática por semana, em 2006, era de 2,7; ciências, 2; e leitura (o equivalente a língua portuguesa), 2,6, totalizando 7,3 horas semanais para as três disciplinas. A pesquisa cita dados informados ao Pisa pelo governo brasileiro.

O levantamento considerou 49 dos 57 países avaliados pelo Pisa em 2006. Eles foram divididos em três grupos: OCDE, com 22 países; leste europeu (14); e nações em desenvolvimento (13). O benefício do aumento da carga horária foi medido dentro de cada grupo, já que as diferentes realidades socioeconômicas impedem comparações gerais.

Para Lavy, o êxito de uma escola requer: 1) autonomia para contratar e demitir professores; 2) autonomia orçamentária, com liberdade para decidir se é melhor criar um programa de bônus para professores ou reformar o ginásio de esportes; e 3) total transparência na divulgação de avaliações externas (Prova Brasil) que mostrem o nível de aprendizagem dos estudantes.

Embora seu estudo revele que a ampliação da carga horária produz bons resultados, o economista ressalva que cabe a cada gestor decidir onde aplicar os recursos da educação. Indagado se seria melhor aumentar o número de horas-aula ou instituir um programa de bônus para professores, atrelado ao desempenho profissional e à aprendizagem dos alunos, Lavy respondeu:

- É uma pergunta difícil. Este estudo mostra o quanto é importante uma hora adicional de aula. Ainda não calculei a relação custo-benefício.

(Matéria publicada hoje no GLOBO)
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Contraponto 561 - "Crises e história"


27/10/2009
Crises e história

Carta Capital Delfim Netto 23/10/2009 13:41:18

O criador da sigla BRIC, Jim O’Neill, sabia bem o que estava dizendo quando fez rasgados elogios à conduta do governo brasileiro no enfrentamento da crise que abalou os mercados financeiros a partir de setembro de 2008. Ele anda pelo mundo como chefe de pesquisa econômica global do Goldman Sachs. Esteve em São Paulo recentemente para palestras aos clientes do banco e falou da capacidade que a equipe dirigente do País revelou no auge da crise. Sua referência ao papel desempenhado pelo chefe da nação brasileira foi superlativa: “Dá para argumentar que o presidente Lula é o melhor e mais bem-sucedido gestor político desta década em um grande país”.

Muitos brasileiros concordam. De outra parte, é natural que a oposição reaja amuada diante dos “exageros” de O’Neill, mas quem conhece um pouco da história econômica deve reconhecer que a atitude dos dirigentes políticos é sempre decisiva para enfrentar os momentos de pânico. É impossível negar que o exercício de liderança do presidente Lula foi fundamental para a adesão de empresários e trabalhadores aos estímulos de uma política que conservou empregos, manteve salários e sustentou níveis de consumo, possibilitando uma razoável normalidade à atividade econômica.

Ele foi às fábricas e sindicatos, convocou os empresários a Brasília e os convenceu a manter a produção na indústria. Recentemente, comentei o quanto foi decisiva essa conciliação entre empregados e patrões, diferentemente do que aconteceu nos Estados Unidos. O Brasil tem coisas extraordinárias e nem sempre estão no governo. Peguem o exemplo de como reagiram quatro grandes empresas internacionais e quatro grandes empresas brasileiras logo nas primeiras semanas do apagão financeiro. Os chefões americanos chamaram a rapaziada e disseram: “Procurem o seguro-desemprego e passem bem...” Aqui, as turmas se reuniram, tomaram uns chopes e acertaram a vida por alguns meses até as coisas melhorarem. Houve um mínimo de demissões e logo recomeçaram as contratações.

Quem leu alguns livros sobre as crises econômicas aprendeu que as reações dos governos podem ser catastróficas (a maioria) ou virtuosas. A maior recessão mundial dos tempos modernos, que começou com o crash da Bolsa de Nova York, em outubro de 1929, foi pródiga em decisões equivocadas de chefes de governo, das autoridades econômicas, dos gestores financeiros privados (em algumas praças eram as mesmas cabeças) e até dos parlamentos. As lições dessa crise servem até hoje e ajudam a evitar a reedição de alguns (não todos) erros dramáticos. Por exemplo:

Em 17 de junho de 1930, quando parecia que a crise ia arrefecer, o presidente Hoover sancionou a lei Smoot-Hawley, aprovada no Congresso dos EUA, elevando fortemente as tarifas comerciais, “em defesa da autossuficiência americana”. Produziu o efeito de generalizar as práticas protecionistas, o que paralisou o comércio entre as nações e aprofundou e deu longa vida à recessão em toda a economia mundial.

Pressionado pela oposição conservadora e pela “city londrina”, o gabinete trabalhista inglês elaborou um orçamento para 1931 com drástica redução nas despesas do governo, inclusive cortes importantes nos salários do funcionalismo civil e militar e até mesmo no auxílio-desemprego! O equilíbrio orçamentário manteria a valorização da libra esterlina, vinculada ao padrão-ouro. A estabilidade financeira era exigência dos bancos, da grande imprensa conservadora e das entidades representativas da própria indústria britânica.

Como todos sabem, a história é plena de acidentes. Num ancoradouro naval escocês, marinheiros da esquadra imperial, descontentes com a profundidade dos cortes salariais, se recusaram a obedecer ordens dos oficiais para zarpar, no que ficou conhecido como o Motim de Invergordon. Pior que a desobediência, fato raro que implicava severas punições, desandaram a entoar The Red Flag, o que foi interpretado como uma ameaça revolucionária, à semelhança dos motins de 1917 da marinha russa em São Petersburgo.

O susto produziu as consequências indesejadas: os mercados financeiros desabaram, a libra passou a flutuar, a Grã-Bretanha abandonou o padrão-ouro (e na sequência os demais países). O contágio da recessão não poupou nenhum país. Medidas protecionistas ampliadas afundaram as economias num longo período de depressão. A esperança de milhões de trabalhadores de recuperar seus empregos hibernou em todo o mundo pelo período de uma geração, a geração perdida.
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Contraponto 560 - "Comissão da Petro-sal já tem relatório"


27/10/2009

Comissão da Petro-sal já tem relatório


Brizola Neto terça-feira, 27 outubro, 2009 às 15:57

Acabei há pouco de presidir a reunião da comissão especial que analisa a criação da Petrosal na Câmara. O relator, Luiz Fernando Faria (PP-MG), apresentou algumas emendas ao textro original que, ao que parece, não terão dificuldade em obter, senão o consenso, ampla maioria. Em resumo, limita a recondução dos dirigentes da empresa - com mandato de quatro anos - a uma única vez, obriga a publicação das contas na internet, define apenas um escritório para e empresa, no Rio, junto da Petrobras e próximo à sua área de atuação no pré-sal, ficando a sede administrativa em Brasilia. A questão do nome Petro-sal - empresa é oficialmente Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S/A -seria de propriedade de um empresário do Rio Grande do Norte, vamos deixar que o Ministério das Minas e Energia negocie a marca. Se necessário, altera-se quando o projeto estiver no Senado. Foi feito um pedido de vistas coletivo para o relatório, que será votado na terça-feira. No máximo na quarta, se houver muita polêmica, a votação estará encerrada e teremos cumprido o prazo para que, como acordado com todos os partidos, possa ir a plenário a partir de 10 de novembro.
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Contraponto 559 - As ameaças e as entranhas da Globo


27/20/2009

O "excolegaglobo"

Luiz Carlos Azenha - Viomundo Publicado em 26 de outubro de 2009 às 21:50
Atualizado em 26 de outubro de 2009 às 22:03

Há um ser que se intitula assim e que tem enviado mensagens ameaçadoras aos jornalistas Rodrigo Vianna e Marco Aurélio Mello.

Ele usa o endereço "excolegaglobo@hotmail.com".

Convido você, caro leitor, a mandar uma mensagem resposta a ele. E a me ajudar a procurá-lo no mundo digital. Da mesma forma que o Nassif achou o assessor da Soninha -- e o levou aos tribunais --, quero achar esse cara.

Uma mensagem "light" dele, na tentativa de intimidar o Marco Aurélio:

segura o rojão. ouvi aqui dentro que sua situação jurídica é muito frágil. vc sofrerá uma avalanche de processos, e todos apostam aqui que vão ganhar. e você terá de ter muitos recursos para se defender. a Record vai bancar vc? Mesmo que seu constitucionalista lhe garanta que está tudo bem, vc terá de responder ás iniciais. Isso dá um trabalhão. Se cuida.

Vá ao Escrevinhador, do Rodrigo Vianna

Acompanhe a imperdível série do Marco Aurélio sobre os bastidores da "poderosa"

Comece a ver abaixo

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27/20/2009



Marco Aurélio Mello - DoLaDoDeLá 26.10.09

A hegemonia das organizações, até recentemente, era construída assim: O comitê formulava a tese e os diretores espalhavam as 'verdades'. O que saía nos jornais virava notícia imediatamente no país inteiro (uma onda). A rede de emissoras de rádio, colunistas e jornais associados tratavam de replicar o conteúdo. A esse 'fenomeno' Franklin Martins deu o nome de 'efeito pedra no lago'. Mas de 2004 em diante alguma coisa começou a dar errado nessa estrutura de 'difusão da verdade'. Conforme a economia era irrigada - agora sem políticas clientelistas - as pessoas passaram a adquirir certa autonomia. Pouca, é verdade, mas alguma. A informática e a internet contribuiram muito para criar 'os fiscais' dos 'fiscais convencionais', que é como a mídia tradicional se arvora em chamar-se. Em 2006 o plano foi posto à prova. Eles estavam convictos de que conseguiriam impor seu candidato. Para isso, o projeto político começou um ano antes. Os parlamentares da oposição 'faziam o governo sangrar'. Os colunistas foram orientados e encontrar um 'viés' negativo no noticiário. Por exemplo: Se o país estava vendendo muito computador, era um risco, porque o endividamento da população poderia levar a um enorme calote, o que servia, em contrapartida, para justificar o 'spreed' bancário, que aumenta significativamente os ganhos dos bancos que assim, podem patrocinar os eventos televisivos. Mas o mundo mudou e o plano não deu certo. Para quem sempre teve tudo o quis, perder é difícil. Só que perder faz parte da vida. Simples assim!
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PITACO DO ContrapontoPIG


Numa série de posts, com a necessária cautela, Marco Aurélio Mello de Blog DoLaDoDeLá mostra as entranhas da Globo.
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Contraponto 558 - Nassif acertou na "mosca"


27/10/2009

A oposição abandonou o barco da mídia

Luiz Nassif 27/10/2009 - 09:34
Luiz Nassif

Um dos fenômenos mais ridículos dessa longa noite de insanidade política dos últimos anos, foi a terceirização da política pelo PSDB (clique aqui para ler post sobre o tema).

Aqui analisei esse fenômeno, que é facilmente explicável:

José Serra assumiu a herança de FHC. Juntos, vieram colunistas políticos e econômicos adeptos da internacionalização, do suposto papel civilizatória dos mercados, do racionalismo vesgo contra qualquer forma de gastos sociais, tendo como tacape um iPod que repetia mantras, slogans e refrões. Jamais conseguiram entender o pais como um todo, composto de mercados eficientes, sim, mas também de políticas públicas, políticas sociais, indústria, agricultura, movimentos sociais.

As idéias de Serra não batiam com o reducionismo deles. Em vez de cumprir o papel de líder, convencendo-os de que os tempos mudaram, de que esse neoliberalismo exacerbado era coisa velha até para os mercadistas empedernidos, que política e política econômica são feitas com pragmatismo e não com ideologização de porta de banco de investimento, o neo-Serra decidiu não entrar em nenhuma dividida. E se eximiu da função básica de qualquer candidato a líder: fornecer o fio condutor das idéias capaz de organizar o discurso de seus liderados.

Com o campo das idéias em aberto, sem ninguém para os coordenar, a comitiva midiática desembestou. Imersos em um ataque continuado de megalomania, colunistas se viram como os novos heróis da civilização cristã ocidental, que fez com que as meninas daqui, colunistas culturais e de variedades dali, colunistas políticos e econômicos, até cronistas de costumes, poetas e produtores musicais do eixo Paulista-Ipanema se transmudassem em condutores de povos. Disseminando o quê? Slogans, preconceitos e fel.

Imagino meus amigos colunistas políticos e econômicos em um palanque lavando as mãos com álcool depois de cumprimentar qualquer um do “povo” – aliás, único ponto em comum com Serra. Só o fato de se lembrarem que um dia foram povo já os deixa com crises existenciais profundas. E foram eles que passaram a “ensinar” ao PSDB como falar para o povo e como falar para a elite.

No continente, todas as políticas neoliberais geraram derrotas políticas estrondosas e o advento de governos populares (como Lula), ou populistas (como Chávez). No campo popular, essa insensibilidade sepultou partidos e governantes. No campo dos conceitos, o neoliberalismo virou pó com a eclosão da crise. E nossos condutores de povos, conhecendo apenas o ambiente restrito e auto-referenciado de suas fontes, pretendendo orientar a oposição sobre como se comunicar com o Brasil. Mal conhecendo a Avenida Paulista e o Itaim, queriam expelir regras para o país. O Brasil se tornou o museu da cera desse neoliberalismo de orelha de livro.

Agora, caiu a ficha da oposição. E as meninas, impossíveis, passam a puxar a orelha de todo mundo, do governador A, que teve um gesto de gentileza aqui; do B, que compareceu a uma cerimônia com Lula ali; do C, que não xingou o Judas do presidente acolá.

A oposição abandonou os condutores de slogans. Porém, tarde demais para reconstruir seu discurso político.

O grande desafio, daqui para frente, será a construção de uma nova oposição, provavelmente de centro-direita – elemento fundamental para o aprimoramento das instituições nacionais. A atual, morreu. Ou melhor, suicidou-se.
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Contraponto 557 - Filha do DNOCS


27/20/2009
Sou filha do Dnocs

O POVO on line

Adísia Sá* - 27 Out 2009 - 02h14min


Só sabe o que é a seca, quem viveu o seu drama em plena vigência da estiagem. Nós nordestinos, das velha e média gerações de cearenses, sabemos muito bem o que seja . Não apenas pela ótica de nossos escritores & todos conscientes da tragédia, muitos a vivenciando - como famílias , como a minha, sobreviventes graças à ação do Governo central, na atuação do Dnocs. Sou da geração da Inspetoria , placenta do que hoje se comemora centenariamente falando.

A seca de 32 marcou a minha família diretamente. Moradores de Cariré & minha terra natal - fomos tangidos para Sobral no infernal flagelo. Mas , não fora o Dnocs , não estaria eu contando esta história.

Meu pai foi apontador em açudes construídos pela Inspetoria e foi graças a esse trabalho que a família conseguiu se manter suficientemente para que esta tragédia fosse agora contada. O sertão não virou mar: terra estorricada, pasto inexistente, fome campeando pelo sertão faminto, família se desintegrando com a saída obrigatória e urgente dos homens para a Amazônia e, mesmo, para o sul maravilha, ficando os seus lares sob a responsabilidade de extraordinárias mulheres, como a minha mãe & loba gigante na defesa da prole: quatro filhos & Orestes, Maria Olívia, Arlindo e eu.

Meu pai, alfabetizado, se alistou e foi servir, já disse, como apontador em açudes do Departamento. Dali saia o dinheiro para a comida de nossa mesa. Sou filha, então, do Dnocs. E disto me honro e isto proclamo onde minha voz se faça ouvida..

Hoje, aos 100 anos celebrados ainda sem a projeção devida, o Dnocs contempla os rebentos das famílias que salvou da catástrofe de 32. Disse isto em palestra na sede do Departamento, aqui em Fortaleza. Na oportunidade, muitos braços se levantaram e , numa só voz, dissemos: ``Somos filhos dos Dnocs.`` Ouvimos choros sufocados, lágrimas contidas. Num abraço fraterno, nos reunimos ao redor de uma mesa de confraternização...

Não, jamais vou esquecer este encontro de irmãos: filhos do Dnocs...

Adísia Sá* - Jornalista e escritora
adisia@opovo.com.br
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Contraponto 556 - Há uma curva no caminho de Serra


27/10/2009

A curva que assusta


Carta Capital 23/10/2009 16:00:58

Mauricio Dias


Há uma curva no caminho da pré-candidatura do tucano José Serra. Ela talvez seja um dos maiores fatores da imobilização política do governador paulista em relação à eleição presidencial de 2010, que tem levado seus aliados a certo desespero.

A curva mostra o comportamento longitudinal do eleitor em relação às candidaturas de José Serra e Dilma Rousseff.

“Esse comportamento em relação ao governador Serra apresenta uma base de 35% e, ao longo do tempo, sofreu uma variação positiva até o início de 2009. A partir daí, há uma tendência constante de queda”, aponta Marcus Figueiredo, responsável pelo trabalho.

Em junho de 2008, Serra alcançou 38,2% pela Sensus. Chegou a 42,8% no fim de janeiro de 2009 em sondagem de opinião feita pelo mesmo instituto.

A curva similar, em relação à candidatura da ministra Dilma Rousseff, aponta uma tendência sempre crescente.

Ser (candidato) ou não ser (candidato)? Eis a questão de Serra.

Essa curva era, até então, conhecida por poucos. Ela foi mapeada por Figueiredo, um especialista em pesquisas eleitorais. Professor do Iuperj, da Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro, foi utilizada por ele uma metodologia, usada nos Estados Unidos, chamada Poll of Polls (Pesquisa das Pesquisas).

Figueiredo tomou como base o resultado das pesquisas pré-eleitorais que representam a opinião da sociedade em momentos variados. Figueiredo usou dados das pesquisas do Ibope e dos institutos Sensus e Datafolha, realizadas entre fevereiro de 2008 e setembro de 2009. A representatividade das amostras é compatível e o objeto da pergunta é semelhante (“Se a eleição fosse hoje, em quem o senhor votaria?”).

Segundo ele, a ideia de fazer a “pesquisa das pesquisas” tem, exatamente, o objetivo de pegar as diferenças apontadas entre as pesquisas rotineiras, que, como retratos, mostram o presente. A tendência dilui essas diferenças episódicas captadas pelos porcentuais de uma mesma pesquisa ou, eventualmente, de pesquisas de diferentes institutos feitas quase no mesmo momento.

A tendência no tempo longo livra as candidaturas de circunstâncias episódicas.

Serra teme a derrapagem projetada por essa curva. Certamente, o deputado Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM, se preocupa muito com ela. Aliado principal do PSDB, Maia não esconde do eleitor suas angústias e tem forçado uma definição rápida. “A oposição está sem discurso, sem candidato. Estamos no pior dos mundos”, lamentou recentemente.

O gráfico da “pesquisa das pesquisas” aponta uma tendência, mas não assegura que a situação seja imutável. Marcus Figueiredo acredita, no entanto, que, “se o governador José Serra continuar escondido”, a tendência da curva continuará declinante e, em breve, poderá ser ultrapassado pela curva ascendente de Dilma Rousseff.
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Contraponto 555 - Serra fez governo ainda pior que o de Alckmin


27/10/2009


Diagnóstico desmascara o propalado "choque de gestão" dos tucanos

Serra, Alckmin, Aécio

Vermelho - 26 de Outubro de 2009 - 19h41

Diagnóstico desmascara o propalado "choque de gestão" dos tucanos
Estudo mostra que Serra fez governo ainda pior que o de Alckmin
O governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo não deixou nenhuma saudade. Tímida, burocrática e marcada pelo abandono das questões sociais, sua gestão apenas empurrou com a barriga os problemas mais graves do Estado. Mas a atual gestão de seu sucessor, José Serra, consegue ser ainda pior. É o que mostra um estudo feito pela liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A administração do governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra (PSDB), revela a marca de um programa próprio de aceleração do "crescimento". Iniciado em janeiro de 2007, o Governo Serra acelerou o crescimento da carga tributária cobrada dos contribuintes; das vendas de bens públicos ao setor privado; da terceirização de serviços públicos; da tolerância com os grandes devedores e do calote aos credores de precatórios. Ao mesmo tempo, reduziu a participação dos gastos com Educação, Saúde e Segurança no orçamento estadual.

Um amplo diagnóstico financeiro e orçamentário dos sucessivos governos tucanos em São Paulo, concluído na semana passada pela liderança do PT na Assembleia Legislativa, não apenas reafirma o modelo das administrações do PSDB. O estudo também evidencia que o governador Serra, que ambiciona suceder o presidente Lula, comanda um governo menos atento aos problemas da população do que o de seu antecessor e companheiro de partido Geraldo Alckmin. A participação dos gastos em Educação, Saúde e Segurança, por exemplo, no orçamento estadual, era maior no Governo Alckmin do que tem sido no Governo Serra.

O diagnóstico começa apontando a fúria arrecadatória dos governos do PSDB. A carga de tributos aumentou continuamente desde 2002. Em valores corrigidos pelo IPCA, o peso dos impostos sobre cada contribuinte subiu de R$ 1.732,89, em 2002, para R$ 2.268,75. Só escaparam dessa fúria os grandes devedores do Estado. A dívida deles quase triplicou – de R$ 37,2 bilhões, em 1997, para R$ 92,6 bilhões, no ano passado.

Ao longo dos governos tucanos cresceram, além da carga tributária, os gastos com terceirizações de serviços públicos – de R$ 6,74 bilhões, no ano 2000, para R$ 10,1 bilhões no ano passado.

A venda de patrimônio público teve ritmo e volume variados nas sucessivas administrações do PSDB, que privatizaram as empresas de energia – CPFL, Eletropaulo e CESP, os bancos Banespa e Nossa Caixa, mais a Comgás, a Fepasa e outras estatais e ainda as rodovias, concedidas depois de duplicadas.

O primeiro governo do PSDB em São Paulo (1995/98), comandado por Mário Covas, vendeu R$ 46,1 bilhões. O próprio Covas, no segundo mandato, e seu sucessor, Geraldo Alckmin, desaceleraram as vendas. Elas caíram para R$ 18,4 bilhões, entre 1999 e 2002, e para R$ 4,3 bilhões, entre 2003 e 2006. No Governo Serra as privatizações voltaram a crescer. Ao fim de 2010 as vendas deverão chegar a R$ 10,4 bilhões – valor quase 150% superior ao da última gestão de Alckmin.

Para fazer caixa e garantir superávits primários artificiais, os governantes do PSDB fizeram crescer a cada ano o calote aos credores de precatórios. A dívida para com esses credores aumentou de R$ 10,7 bilhões, em 2002, para R$ 19,6 bilhões neste ano.

Toda a dívida pública cresceu sob os governos tucanos. Em 1997 somava R$ 130 bilhões; em 2008 chegou ao ápice: R$ 168 bilhões.

Ao mesmo tempo, entre 1998 e 2008, os gastos com Educação, Saúde e Segurança perderam participação no orçamento estadual.

Em 1998 o Governo Covas gastou 14,45% em Educação; Alckmin, em 2003, gastou 16,40%; e Serra, em 2008, gastou menos de 13%.

Na Segurança, o governo de São Paulo gastou em 2002, sob o comando de Alckmin devido à morte de Covas, 10,59% do orçamento. No ano passado, sob Serra, os gastos foram inferiores a 8%.

Algo próximo se repetiu na área da Saúde. Os gastos do Governo Alckmin em 2004 chegaram a 10,42% do orçamento estadual. No ano passado, o segundo do Governo Serra, ficaram abaixo de 9%.

Na área da Habitação, os governos tucanos sequer cumpriram a lei estadual que manda destinar 1% da arrecadação do ICMS para a construção de moradias. Os investimentos previstos no período 2001 e 2008 somavam R$ 8,3 bilhões, mas foram aplicados somente R$ 5,2 bilhões. Ou seja: R$ 3,1 bilhões foram esquecidos.

Já os gastos com propaganda só aumentaram. Em 2000, somaram R$ 88 milhões; em 2008, R$ 180 milhões.

Pelos cálculos do PT, Serra está longe de cumprir algumas das metas com que se comprometeu. O governador disse que criaria 50.000 vagas para o ensino médio, mas até agora criou pouco mais da metade. Serra prometeu também atender 31.650 famílias com obras e serviços de urbanização de favelas. Até agora atendeu menos de 12 mil.

Carga tributária
Em 2002, cada contribuinte paulista pagou R$ 1.732,89 em impostos estaduais. No ano passado, pagou R$ 2.268,75.

Privatizações
O Governo Serra acelerou o crescimento do programa de privatizações. A venda de patrimônio público, que alcançou R$ 4,3 bilhões no período 2003 e 2006, somará R$ 10,4 bilhões ao fim do período 2007/2010.

Gastos com terceirizações
As despesas com serviços terceirizados aumentaram de R$ 6,74 bilhões em 2000 para R$ 10,1 bilhões no ano passado.

Aumento da dívida pública
A dívida do Estado de São Paulo aumentou de R$ 130 bilhões, em 1997, para R$ 168 bilhões, em 2008.

Tolerância com grandes devedores
Os valores devidos pelos grandes contribuintes cresceram 150% – de R$ 37,2 bilhões, em 1997, para R$ 92,6 bilhões, em 2008.

Calote nos precatórios
O calote aos precatórios cresceu de R$ 10,7 bilhões, em 2002, para R$ 19,6 bilhões em 2009.

Redução de investimentos
Os governos tucanos previram a aplicação de R$ 8,3 bilhões na construção de moradias, no período 2001 a 2008. Aplicaram R$ 5,2 bilhões – R$ 3,1 bilhões a menos.
Os gastos com educação, que representavam 16,40% do orçamento em 2003, passaram a representar 12,69% do orçamento em 2008.

A participação dos gastos em Segurança no orçamento paulista caiu de 10,59% em 2002 para 7,67% em 2008 – mesmo nível de 10 anos antes.
A participação dos gastos com Saúde caiu de 10,42%, em 2004, para 8,98% em 2008.

Investimento em propaganda
As despesas com publicidade do governo aumentaram de R$ 88 milhões, no ano 2000, para R$ 180 milhões no ano passado.

Promessas
Serra prometeu criar 50.000 vagas para o ensino médio. Criou 26.900.
Prometeu atender 31.650 famílias com urbanização de favelas. Até agora atendeu 11.935
Prometeu construir 40 unidades para a Polícia Técnica entre 2008 e 2010. Construiu 13.

Fonte: Brasília Confidencial

Clique no link abaixo para acessar a íntegra do relatório (Apresentação PPT :: 662Kb)

Download Diagnóstico dos governos tucanos em SP

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