quinta-feira, 29 de março de 2012

Contraponto 7714 - "Vídeo: Brics manifestaram preocupação com a crise internacional e defendem diágolo com o Irã"

29/03/2012

Vídeo: Brics manifestaram preocupação com a crise internacional e defendem diágolo com o Irã

Do http://blog.planalto.gov.br/video-brics-manifestam-preocupacao-com-crise-internacional-e-defendem-dialogo-com-ira/ - Quinta-feira, 29 de março de 2012 às 17:03




Artigos elacionados

Contraponto 7713 - "Caso Policarpo-Cachoeira:será pior que Murdoch?

29/03/2012

Caso Policarpo-Cachoeira:será pior que Murdoch?

Do Brasil 247 - 29 de Março de 2012 às 13:32

Caso Policarpo-Cachoeira: será pior que Murdoch? Foto: Montagem/247

Silêncio de Veja, que ainda não se manifestou sobre as duzentas ligações grampeadas pela Polícia Federal entre o editor-chefe Policarpo Jr. e o contraventor Carlinhos Cachoeira, que está preso, desperta dúvidas; o Brasil assiste a um escândalo de tipo semelhante ao que levou ao fechamento do The News of the World, de Rupert Murdoch? Será possível encobri-lo?

247 – Relações incestuosas e, portanto, desvirtuadas entre jornalistas e fontes já causaram prisões e fecharam uma publicação secular. Na Inglaterra, ano passado. Diretora executiva da News Corp., o conglomerado de mídia do magnata Ruppert Murdoch, a jornalista Rebekah Brooks chegou a ser presa pela polícia inglesa, interrogada por 12 horas e libertada sob fiança somente após contar o que sabia a respeito do trabalho de apuração que incluía escutas ilegais sobre personalidades do país e aquisição de informações com policiais mediante pagamentos em dinheiro.

O jornal The News of the World, que veiculava o material obtido na maior parte das vezes por aqueles métodos, teve de ser fechado por Murdoch, depois de mais de cem anos de publicação, por força dos protestos dos leitores e do público em geral. Eles se sentiram ultrajados com o, digamos, jeitinho que a redação agia para obter seus furos. Os patrões Ruppert e seu filho James precisaram dar explicações formais ao Parlamento Britânico sobre as práticas obscuras. Ali, foram humilhados até mesmo por um banho de espuma a contragosto.

No Brasil, neste exato momento, a revista impressa de maior circulação do país está com seus métodos de apuração igualmente colocados em xeque. Afinal, o caso das duzentas ligações telefônicas grampeadas pela Polícia Federal, nas investigações da Operação Monte Carlo, envolve num circuito fechado, e privilegiado, um contraventor especializado em se infiltrar em grandes estruturas do establishment e o atual número dois da revista. O jornalista Policarpo Jr., que acumula o cargo de diretor da sucursal de Brasília, pode até ser visto como o número três ou quatro na hierarquia interna, à medida em que, em seu último arranjo de poder, o diretor de redação Eurípedes Alcântara estabeleceu o singular modelo de ter três editores-chefe na publicação. Mas com pelo menos quinze anos de serviços prestados à revista no coração do poder, Policarpo, reconhece-se, é “o cara”. Ele foi repórter especial e seu estilo agressivo de atuar influenciou a atual geração de profissionais de Veja. Eles são temidos por sua capacidade de levantar escândalos, promover julgamentos morais e decretar o destino de reputações. A revista, a cada semana, se coloca como uma espécie de certificadora da moral e dos bons costumes no País, sempre pronta a baixar a marreta sobre o que julga fora dos seus padrões.

O problema, para Veja, é que o jogo de mão entre Policarpo Jr. e Carlinhos Cachoeira pode ter sido pesado, apesar de ainda não estar claro. O silêncio da revista a respeito não contribui em nada para o seu esclarecimento. A aparente relação de intimidade pessoal entre editor-chefe e o contraventor não apenas não é um fato como outro qualquer, como pode ser a ponta do maior escândalo de mídia já visto no Brasil. A não publicação, na edição de Veja que está nas bancas, da surpreendente descoberta de ligações perigosas entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) – que na terça-feira 26, sob intensa pressão, renunciou ao posto de líder do partido no Senado – e Cachoeira acentuou a percepção generalizada de que o bicheiro e o jornalista tinham um ou alguns pactos de proteção e ajuda. Será?

O ex-governador José Serra, recentemente, foi apontado pelo ex-ministro em plena queda Wagner Rossi como um dos pauteiros (aquele que define os assuntos a serem abordados) de Veja. Pode ter sido um efeito de retórica do Rossi flagrado pela revista como dono de uma mansão incompatível com seu histórico de homem público. Mas jamais, como agora, houve a suspeita real de que um contraventor pudesse exercer o mesmo papel de, digamos, pauteiro externo da revista. A interrogação é procedente à medida em que, especialmente em Brasília, circulam rumores de que Policarpo comentaria abertamente com Cachoeira os assuntos que seriam abordados em edições futuras da revista e as angulações editoriais das reportagens.

Para qualquer um que trabalhe com informação, conhecer por antecipação o conteúdo de Veja é uma grande vantagem competitiva. Um assessor de imprensa, por exemplo. A posse desse tipo de ativo pode representar a diferença entre um bom contrato e nenhum contrato. Se se abre o espaço para a indicação de assuntos, então, ai o lobista entra no paraíso, passando a ter condições de posicionar seus interesses em espaços nobres que vão da capa à última folha do papel tipo bíblia de Veja, passando pela prestigiada sessão de entrevistas, as páginas amarelas. Será?

Na Inglaterra, em meio às primeiras informações sobre o real modo de agir dos jornalistas do The News of the World, a primeira reação da casa foi também a de silêncio. Em seguida, negativas. Mas os desdobramentos do caso, que incluíram o suicídio de um ex-alto funcionário do governo britânico, levantaram o véu da farsa e a verdade, finalmente, mostrou sua face. Na versão tupi, a suspeita é de que tenha ocorrido, entre Policarpo e Cachoeira, bem mais do que acontece num relacionamento normal entre jornalista e fonte de informação. Cachoeira, via Policarpo, talvez tenha se tornado um observador privilegiado da construção semanal da pauta política da revista, especialmente durante a eclosão do escândalo do mensalão, como afirmou ao 247 o ex-prefeito de Anápolis, Ernani de Paula.

Em nome de ter a notícia em primeira mão, é admissível, do ponto de vista ético, ao profissional da mídia manter relacionamentos privilegiados com quem ele considerar importante para este fim. Mas quase nunca é aceitável fazer com que esses relacionamentos derivem para a não publicação de notícias ou a divulgação parcial dos fatos.

Normalmente, o mundo político espera uma edição da revista Veja para conhecer o conteúdo que ela apresenta sobre os outros. Neste final de semana, o que se quer saber é o que Veja falará dela mesma.

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Contraponto 7712 - "Classe C, a nova paixão da Globo

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29/03/2012
Classe C, a nova paixão da Globo



Do Direto da Redação - Publicado em 29/03/2012

*Leila Cordeiro

Agora a moda nas colunas especializadas é dizer que a “a Globo está voltando os olhos para a classe C”, daí ter colocado em horário nobre uma novela com o nome de “Avenida Brasil”, a rodovia que já foi o símbolo da ligação entre as zonas Sul e Norte da cidade do Rio de Janeiro.

Aliás, desde a festa de lançamento da novela o elenco já começou a fazer um verdadeiro workshop, vivendo “a vida como ela é” das comunidades mais carentes e dizem, durante o coquetel, num galpão comunitário, regado a salgadinhos e drinques mais populares, as baratas voavam entre as celebridades e o calor do ambiente era insuportável, amenizado parcamente por ventiladores tradicionais.

Tudo em nome de chegar com uma mensagem mais “pé no chão” até a classe C. Mas alguém pode explicar direitinho o que ela realmente representa? Quem faz parte dela e quais as suas preferências? Seria a tal classe C o chamado “povão’, a massa que realmente conta nos pontinhos da audiência da TV aberta, já que não tem dinheiro para pagar TV a cabo ou comprar um computador?

Na verdade, a tal classe C nunca teve muito espaço na telinha global , a não ser em tragédias, pois vive em regiões perigosas e fáceis de serem destruídas pelas intempéries da natureza ou na violência do dia a dia em favelas ou áreas consideradas perigosas.

Vale relembrar, especialmente para os mais jovens, que essa classe C, hoje tão cobiçada pela Globo, há tempos teve um certo prestígio na emissora, quando criaram um espaço comunitário chamado Globo Cidade, do qual participei como repórter. Eram flashes que entravam nos intervalos da programação vespertina mostrando problemas dos bairros pobres e desafiando as autoridades a resolvê-los.

Naquela época, nos idos dos anos 80, o sucesso do programa foi tão grande que a Globo conseguiu derrotar o popular “Povo na TV” de Silvio Santos e foi obrigada a criar o CAT, Centro de Atendimento ao Telespectador, tantos eram os telefonemas de moradores dos bairros carentes pedindo a visita da reportagem do Globo Cidade para denunciar as condições precárias em que viviam.

Mas como tudo que é bom dura pouco, problemas políticos interromperam a carreira de sucesso do Globo Cidade. Explico. O programa em forma de flashes, como disse acima, começou em 1981. Ocorre que, em 1983, tomou posse no governo do Estado do Rio um dos maiores desafetos da família Marinho, Leonel Brizola. O novo governador viu no Globo Cidade uma maneira de se aproximar do povão, colocando sua administração a serviço das comunidades via reportagens do GC.

Ao descobrir que Brizola estava faturando politicamente às custas do seu jornalismo, a alta direção da emissora foi esvaziando pouco a pouco o Globo Cidade, que se transformou em boletins de notícias até ser retirado da programação. E a classe C perdeu o pouco de espaço e voz que conquistara.

Mas eis que trinta anos depois a Globo, hoje sem Brizola ou alguém que lhe aperte o calo, resolveu dar atenção novamente ao povão da classe C, colocando toda a sua máquina a favor dos mais necessitados, com suas estrelas sabadeiras e domingueiras distribuindo afagos e condescendentes prêmios aos carentes. Sua novela entra nessa linha, com atores e atrizes que representam seus personagens em meio a falsos lixões ou cenários imitando a verdadeira pobreza.

Tudo “fake’, mas tudo em nome de agradar a classe C. AH! E por falar nisso. Já colocaram uma via de ônibus que possa levar os populares de seus bairros da periferia direto até a praia de Geribá, no sofisticado balneário de Búzios?


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*Leila Cordeiro. Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Pembroke Pines, na Flórida.
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Contraponto 7711 - "Brasil lançará satélite para levar banda larga a todo país, diz ministro"

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29/03/2012

Brasil lançará satélite para levar banda larga a todo país, diz ministro

Do Esquerdopata 29/03/2012

O Brasil prepara o lançamento de um satélite geoestacionário de comunicação para oferecer banda larga a todos os municípios do país, anunciou nesta quarta-feira (28) em Nova Déli o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp.

O país busca na Índia uma cooperação técnica para o satélite, cuja construção e lançamento, sob responsabilidade da Telebras e da Embraer, tem um custo avaliado de R$ 750 milhões (cerca de US$ 412 milhões). Apenas o lançamento custará cerca de R$ 145,5 milhões.

"Vamos fazer um concurso internacional que abre a possibilidade a uma cooperação tecnológica importante", disse o ministro.

O satélite de comunicação dará opção a todos os municípios brasileiros de acessarem a banda larga para os serviços de internet e telefonia móvel 3G.

Brasil, Índia e África do Sul - três integrantes do grupo dos emergentes Brics, ao lado de China e Rússia - também discutirão nos próximos dias o lançamento de outro satélite para a observação do clima no Atlântico Sul, o que permitirá fazer as medições necessárias para "entender as anomalias com o campo magnético terrestre que deixam passar as radiações ultravioletas".

Com a China, o Brasil prevê o lançamento de um satélite este ano e outro em 2014, informou o ministro, que considera "estratégica" a cooperação Sul-Sul. O Brasil mantém uma intensa cooperação desde os anos 80 com a China, com o lançamento conjunto de três satélites.
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Contraponto 7710 - "A mídia e o golpe militar "

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29/03/2012

A mídia e o golpe militar

Por Altamiro Borges


Domingo, 1º de abril, marca os 48 anos do fatídico golpe civil-militar de 1964. Na época, o imperialismo estadunidense, os latifundiários e parte da burguesia nativa derrubaram o governo democraticamente eleito de João Goulart. Naquela época, a imprensa teve papel destacado nos preparativos do golpe. Na sequência, muitos jornalões continuaram apoiando a ditadura, as suas torturas e assassinatos. Outros engoliram o seu próprio veneno, sofrendo censura e perseguições.


Nesta triste data da história brasileira, vale à pena recordar os editoriais dos jornais burgueses – que clamaram pelo golpe, aplaudiram a instalação da ditadura militar e elogiaram a sua violência contra os democratas. No passado, os militares foram acionados para defender os saqueadores da nação. Hoje, esse papel é desempenhado pela mídia privada, que continua orquestrando golpes contra a democracia. Daí a importância de relembrar sempre os seus editorais da época:

O golpismo do jornal O Globo

“Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos. Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”. O Globo, 2 de abril de 1964.

“Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada..., atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... As Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal. O Globo, 2 de abril de 1964.

“Ressurge a democracia! Vive a nação dias gloriosos... Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada”. O Globo, 4 de abril de 1964.

“A revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista”. O Globo, 5 de abril de 1964.

Conluio dos jornais golpistas

“Minas desta vez está conosco... Dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições”. O Estado de S.Paulo, 1º de abril de 1964.

“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”. Tribuna da Imprensa, 2 de abril de 1964.

“Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”. Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964.

“Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”. Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964.

“Pontes de Miranda diz que Forças Armadas violaram a Constituição para poder salvá-la”. Jornal do Brasil, 6 de abril de 1964.

“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade. Ovacionados o governador do estado e chefes militares. O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade”. O Estado de Minas, 2 de abril de 1964.

“A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”. O Dia, 2 de abril de 1964.

“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”. O Povo, 3 de abril de 1964.

“Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República... O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”. Correio Braziliense, 16 de abril de 1964.

Apoio à ditadura sanguinária

“Um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social – realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama”. Folha de S.Paulo, 22 de setembro de 1971.

“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o país, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”. Jornal do Brasil, 31 de março de 1973.

“Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. Editorial de Roberto Marinho, O Globo, 7 de outubro de 1984.
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Contraponto 7709 - "Chávez segue favorito, apesar da doença"

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29/03/2012

Chávez segue favorito, apesar da doença


Oposição tenta se livrar da fama de golpista, adquirida durante a desastrada tentativa de tomada do poder em 2002. Governo conta com inéditas taxas de aprovação, apesar da crise econômica. Processo venezuelano ainda não gerou lideranças alternativas. Oposição teve, no início do ano, uma grande exposição midiática, por conta das primárias. Mesmo assim, índices de intenção de voto apontam favoritismo oficial. O artigo é de Gilberto Maringoni.

As eleições presidenciais de 7 de outubro na Venezuela despontam como as mais dramáticas desde que Hugo Chávez elegeu-se pela primeira vez, em dezembro de 1998. A principal tensão diz respeito à saúde do mandatário.

Não se sabe exatamente a gravidade da doença. Embora as pesquisas indiquem claro favoritismo do presidente, o governo vacila em dar informações sobre a extensão do câncer revelado em 2011. Notícias pouco claras dão margem a um sem número de boatos. Chegou-se a dizer, há alguns meses, que o dirigente não viveria até a data do pleito. As constantes viagens a Cuba para tratamento atiçam a fogueira das desinformações.

Oposicionista jovem
O candidato oposicionista, escolhido num processo de eleições primárias finalizado em fevereiro, é Henrique Carpilles Radonski. Com 39 anos, jovem, boa pinta e dono de uma carreira de sucessos, ele é ex-prefeito do município de Baruta e atual governador do estado de Miranda.

Pesa sobre Radonski o fato de ter sido um dos articuladores do golpe de 2002 e de ter tentado invadir a embaixada cubana em Caracas. Apoiadores do governo exploram à larga esse lado de sua biografia.

A oposição teve, ao longo dos dois primeiros meses do ano, uma grande exposição nos meios de comunicação, por conta do processo de primárias. Mesmo assim, os índices de intenção de voto se cristalizaram num amplo favoritismo oficial. Se as eleições fossem hoje, os institutos de pesquisa indicam o seguinte quadro, entre Chávez e Radonski, respectivamente:

Hinterlaces: 52% a 34%.

GIS: 55% a 22,2%

Ivad: 56,5% a 26,6%

Consultores 3011: 57,5% a 26,6%

Uma quinta verificação, realizada pelo instituto Consultores 21 não foi publicada. Seus resultados foram comentados por Saul Cabrera, presidente da empresa (http://noticiasvenezuela.org/?p=101043). Ela aponta um equilíbrio de 46% para Chávez e 45% para Radonski.

Índices de aprovação
Com todos os desgastes que já enfrentou – que vão de uma tentativa de golpe de Estado a duas quedas sérias do PIB – Chávez mantém surpreendentes índices de aprovação, após 14 anos de governo. Os números variam, mas situam-se sempre em patamares acima de dois terços da população. Para o Instituto Hinterlaces, o presidente conta com 66% de aprovação. Segundo o Grupo de Investigación Social XXI (GIS), a percentagem alcança 63% e de acordo com o Instituto Venezuelano de Análise de Dados (Ivad) o índice é de 78%.

O presidente do Instituto Datanálisis, que nada tem de governista, chega a criar uma teoria para explicar a popularidade presidencial: ela acontece graças “ao uso que o presidente faz de sua doença que gerou empatia na sociedade”.

A enfermidade de Chávez, além de ser um drama pessoal, tem sem dúvida, grande impacto político na cena venezuelana. É difícil, no entanto, medir objetivamente as conseqüências dela para sua popularidade.

Folgada vantagem
Chavez entra na disputa com folgada vantagem. Depois de enfrentar três eleições presidenciais (1998, 2000, 2006), oito pleitos (legislativos, para prefeitos e governadores) e quatro plebiscitos, o quadro lhe é francamente favorável. A única derrota aconteceu no referendo sobre o a possibilidade de se candidatar seguidas vezes à presidência, realizado em 2007.

Ao tomar posse pela primeira vez, Chávez encontrou as instituições em tamanho descrédito, que o país teve de ser reconstitucionalizado, através de uma nova Carta Magna, aprovada em 2000. A situação resultava de um levante popular em 1989, da virtual quebra do país no início dos anos 1990, do impeachment de um presidente em 1992 e de uma espiral descendente na economia ao longo daquela década.

O governo conta a seu favor com uma expressiva expansão do PIB num período longo de tempo. De US$ 95 bilhões em 1998, o total da produção econômica saltou para US$ 330 bilhões (estimados) em 2012.

No entanto, o aumento de mais de 200% do PIB nesse intervalo não foi linear. A crise de 2008 derrubou o mercado internacional de commodities, acarretando quedas nos preços do petróleo e retrações na economia local da ordem de 3,3% em 2009 e 1,9% em 2010. Aliado a isso, falhas de abastecimento de gêneros de primeira necessidade e aumento nos índices de violência nas grandes cidades levaram a acentuadas quedas na aprovação governamental. Os problemas no abastecimento têm origem elevação do consumo e num quadro de desorganização na produção e na distribuição de mercadorias.

Oportunidade da oposição
A oposição viu no desgaste governamental de 2008-2010 uma janela de oportunidade para emplacar um candidato competitivo na disputa presidencial. Seus problemas em todos os enfrentamentos anteriores se concentraram na tentativa de se livrar da pecha de golpista. A fama não aconteceu à toa. Tendo articulado a tentativa de retirar Chávez do governo em 2002, com o apoio da embaixada dos EUA, do empresariado e da cúpula da Igreja Católica, tais setores enfrentam um desgaste prolongado.

Houve tentativas de criação de novos partidos e de se buscar novas lideranças – como as oriundas das mobilizações estudantis de 2007-2008, época em que Chávez foi derrotado no plebiscito. A diretriz não prosperou. Sem novos rostos, a oposição aposta na idéia de que a imagem do golpe já teria se esvaído da memória popular.

Liderança alternativa
Do lado governamental, o grande problema tem sido a incapacidade de se criar uma liderança alternativa. O Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) é uma agremiação surgida de cima para baixo, a partir do Estado, e sem vida orgânica independente. A predominância do presidente na vida nacional acaba por inibir o surgimento de figuras capazes de substituí-lo.

Não se trata apenas de um problema de Chávez ou de sua facção política. Trata-se de insuficiências no próprio funcionamento da democracia venezuelana e da crise institucional que abateu o país nos anos 1980-90. Ela ceifou e desmoralizou várias personalidades e desorganizou o movimento político e social do país. A reconstrução de uma institucionalidade democrática na Venezuela vem acontecendo, a despeito das críticas que Chávez recebe.

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Contraponto 7708 - "O STJ e a jurisprudência pró-pedofilia"

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29
/03/2012

O STJ e a jurisprudência pró-pedofilia

Do Tijolaço - 28
/03/2012



Estarrecedora a nova decisão do Superior Tribunal de Justiça confirmando a absolvição de outro homem processado por abuso sexual contra meninas de 12 anos.

Infelizmente, não é a primeira vez que isso ocorre.

O argumento para a absolvição é inacreditável: o fato de que as meninas já praticavam a prostituição e que, portanto, não caberia a “presunção de violência”.

Ora, com crianças desta idade a própria prostituição é uma inequívoca violência e quem dela participa é seu cúmplice.

Não é verossímil que meninas de 12 anos – e três! – pudessem aparentar serem maiores de idade, o que legitimaria uma relação sexual, ainda que por prostituição.

Ou melhor, mais ainda por prostituição, porque não se poderia ter este rigor se o caso fosse entre namorados precoces.

O réu absolvido pelo STJ certamente percebeu que praticava prostituição com menores e o que a corte fez foi dizer apenas que a sua conduta foi apenas “imoral e reprovável”, porque as meninas “estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo”.

Ou seja: segundo o STF, embora imoral e reprovável esta conduta, qualquer um está livre para servir-se da prostituição infantil sem incorrer em pena!

O pior é que a relatora desta inconcebível decisão foi uma mulher, a ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Agarrou-se ao fato de que uma mudança na legislação, em 2009, eliminou a idade de 14 anos como definidora do estupro de menor e substituiu-a por “estrupo de vulnerável”.

Ou seja, no fato de ter sido criada uma brecha legal para não criminalizar uma relação consensual de dois jovens amadurecidos precocemente do ponto de vista sexual para escapar-se ao óbvio que a prostituição infantil – este é o nome, senhora Ministra – é a maior das vulnerabilidades a que se pode relegar uma criança!

Uma menina de 12 anos que se prostitui não o faz porque está exposta à mais completa vulnerabilidade social e/ou psicológica, pela pobreza, pelo abandono familiar, pela sexualização precoce e mercantil que o ambiente social promove?

Ninguém está pregando moralismos ou cegueira à realidade de uma antecipação da vida sexual na sociedade moderna.

Mas, alto lá, prostituição aos 12 anos não pode autorizar ninguém esclarecido e responsável, ministro de uma alta corte, a afirmar que não há violência, “haja vista constar dos autos que as menores já se prostituíam havia algum tempo”.

É dever de toda a sociedade – e de cada indivíduo – proteger a infância. Não adianta dizer apenas que a família falhou ou que o Estado falhou. Em última instância, cada cidadão deve saber que lhe compete respeitar este princípio e não violá-lo mesmo que uma criança, evidentemente vulnerável, ofereça-se ao sexo por dinheiro.

O tribunal, de forma deplorável, atirou fora seu papel exemplar, didático e está ensinando que qualquer um é livre para se associar, praticando sexo, à prostituição infantil.

Continua reduzindo a criança, mulher, à condição de vítima culpada: “ah, ela era prostituta, então pode”.

É a versão jurisconsulta do “estupra, mas não mata”.

Que vergonha para a Justiça brasileira.

Postado por Fernando Brito

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Contraponto 7707 - "Lula lá. Haddad cá. Ali Kamel não quer"

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29/03/2012

Lula lá. Haddad cá.
Ali Kamel não quer

Amigo navegante recomenda analisar como o jornal nacional do Ali Kamel tratou o retorno de Lula à vida política (e à campanha para derrotar o Cerra em São Paulo).

(Clique aqui para ver vídeo emocionante, “Lula volta à luta politica”).

Para o jornal nacional, ao anunciar a vitória sobre o mau agouro da Folha (*) – clique aqui para votar em trepidante enquete “por que a Folha agourou o câncer do Lula” – Lula só agradeceu aos médicos, aos funcionários e à família.

E não agradeceu a Deus nem ao povo brasileiro.

Não deixou Lula ser o que é: um líder do povão, que entra no coração da galera.

O Lula corintiano foi censurado.

Virou um Lula tucano, do Fasano.

O jornal nacional do Ali Kamel desidratou o Lula – transformou-o num político medíocre, previsível, desses tucanos que o Ali Kamel e o “Entre Caspas” valorizam.

Vejam o Lula do Ali Kamel:

Tumor na laringe de Lula desapareceu, anunciam médicos


Assim que recebeu a notícia do Dr. Roberto Kalil Filho, coordenador da equipe médica, o ex-presidente chorou. Foram cinco meses de um tratamento intensivo que incluiu três ciclos de quimioterapia e 33 sessões de radioterapia. A partir de maio, o ex-presidente vai fazer avaliações trimestrais.


Nesta quarta, depois de sair do hospital, Lula gravou, em vídeo, um agradecimento. Ele se dirigiu especialmente aos médicos e funcionários do hospital e à família.


“Em nome da minha família, agradecer a dedicação da Marisa, que sem ela possivelmente também eu não tivesse o tratamento e a disciplina que tive”, diz Lula no vídeo
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O jornal nacional do Ali Kamel destaca mais o Dr Roberto Kalil Filho do que Deus.

Destaca “especialmente”.

A Folha vai morrer de inveja.

(E os outros médicos do Sírio, também – clique aqui para ver o que aconteceria ao Sírio “se fosse um hospital na França”.)

Em tempo: depois de breve intervalo, para deixar o amigo navegante se recuperar do impacto, voltaremos a publicar a Antologia da Treva, com a seleção de artigos de autoria do Ali Kamel, hoje sepultados num longínquo ponto da blogosfera. Clique aqui para ler: “FHC fez o Apagão da Energia para salvar as criancinhas”.




Paulo Henrique Amorim

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quarta-feira, 28 de março de 2012

Contraponto 7706 - Lula está de volta e manda mensagem ao Brasil

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28/03/2012

Lula está de volta e manda mensagem ao Brasil





Contraponto 7705 - "Lula chorou ao receber notícia de que exames não apontam tumor"

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28/03/2012

Lula chorou ao receber notícia de que exames não apontam tumor

Do G1 - 28/03/2012 14h06 - Atualizado em 28/03/2012 14h41

Ex-presidente fez cinco meses de tratamento contra câncer na laringe.
Mas, para médicos, só se pode falar em cura após período de cinco anos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chorou ao receber do coordenador da equipe médica, Roberto Kalil, a notícia de que o tumor na laringe desapareceu.

Nesta quarta (28), o Hospital Sírio-Libanês informou nesta quarta-feira (28) (veja nota ao final deste texto) que os exames realizados por Lula mostram "ausência de tumor visível". O ex-presidente teve câncer de laringe diagnosticado em outubro do ano passado.

A partir de maio, o ex-presidente se submeterá a avaliações trimestrais. Os médicos dizem que ainda não se pode falar em cura - isso só será possível após cinco anos de resultados negativos dos exames. O ex-presidente fez tratamento durante cinco meses, que consistiu em três ciclos de quimioterapia e 33 sessões de radioterapia.

Conforme nota do hospital, foram realizados exames de ressonância nuclear magnética e laringoscopia, que revelaram "apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia". O ex-presidente seguirá, segundo o hospital, com sessões de fonoaudiologia.

O ex-presidente nesta quarta na sede do Instituto
Lula, em foto divulgada pela entidade, após receber
a notícia de que exames não constataram mais
sinais de tumor (Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação
/ Instituto Lula)

A assessoria de Lula informou que ele esteve no hospial entre 8h e 10h desta quarta. Segundo a assessoria, a equipe médica aponta que houve “remissão completa do câncer”.

Segundo a assessoria de imprensa da Presidência da Câmara dos Deputados, após realizar os exames, Lula ligou para o presidente da República em exercício, Marco Maia, e deu a notícia, segundo divulgou a assessoria de Maia.

"O presidente da República em exercício, Marco Maia, recebeu nesta amanhã a notícia que todos os brasileiros gostariam de ouvir. O ex-presidente Lula ligou para Marco Maia para avisar que saíram os resultados finais de seus exames. Depois de um tratamento para combater um câncer na laringe, Lula está curado!", diz nota divulgada pela Presidência da Câmara.

Presidente da Câmara, Marco Maia está no exercício da Presidência da República em razão de viagem da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer.

A nota diz que Lula pediu a Maia para dar a noticia aos líderes no Cogresso. "Lula incumbiu Maia de divulgar a boa nova para os líderes partidários e a todos que torceram pela recuperação do ex-presidente do Brasil. Pelo telefone, Maia disse a Lula: 'Estou emocionado de tanta felicidade. Esta é a melhor notícia que poderíamos receber'", afirma a nota.

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Contraponto 7704 - "Exames mostram que Lula não tem mais tumor na laringe"

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28/03/2012


Exames mostram que Lula não tem mais tumor na laringe


Ótima notícia nesta quarta feira (28).O tumor na laringe do ex-Lula desapareceu.


Do Amigos do Presidende Lula - 28/3/2012

Os exames feitos nesta manhã - de ressonância magnética e diagnósticos detalhados na garganta - mostram que não há mais resquícios do câncer.

Lula já havia feito exames em fevereiro, que não detectaram a presença do tumor. Mas, eles não eram considerados conclusivos porque a radioterapia ainda tinha efeito sobre o corpo de Lula.
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Contraponto 7703 - "Cachoeira, Demóstenes, Veja, Mensação e STF: faca no pescoço de quem?"

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28/03/2012

Cachoeira, Demóstenes, Veja, Mensação e STF: faca no pescoço de quem?

Do Escrivinhador - publicada quarta-feira, 28/03/2012 às 11:53 e atualizada quarta-feira, 28/03/2012 às 11:34

O texto que reproduzimos abaixo merece ser lido com muita atenção. A informação é de que Carlinhos Cachoeira (aquele que a Folha, com deferência, chama de “empresário do jogo”) teria tramado o Mensalão em parceria com Demóstenes Torres (DEM-GO) – o grande tribuno da moral e dos bons costumes. E mais: a Veja pode ter participado da trama.

Hum…

Agora algumas coisas começam a ficar claras. Repararam que nas últimas semanas a Folha e O Globo entraram de cabeça no “lobby” para que o julgamento do Mensalão aconteça em maio? Marcaram ate data pra sessão – dia 18.

Folha, Globo e Veja sabem que o caso Cachoeira embaralha tudo.

Querem que o STF julgue o Mensalão “com a faca no pescoço“, como já disse um ministro. O objetivo é claro: esmagar Zé Dirceu e encurralar o PT.

O processo traz, sim, muitas provas de que o PT de fato praticou Caixa 2. Delúbio, aliás, confessa isso tudo (como se precisasse!). Mas não há nos autos nada que prove a tese do Mensalão! Pouco importa. O carimbo de “chefe da quadrilha” para Dirceu é tudo o que Veja, Folha e Globo querem. Não estão preocupados com interesse público. Se não, como explicar que tratem o caso Cachoeira com tanta “discrição”?

Mais que isso. PH Amorim já deu a notícia recebida de uma fonte quentíssima, de que Lula quer as CPIs da Privataria e do Cachoeira.

Agora, eu dou outra informação. A avaliação no PT é de que a CPI do Cachoeira tem mais chance de ser instalada e pode causar mais danos no PIG e na oposição.

Confiram abaixo a notícia que dá pistas do que está em jogo (com perdão do mau trocadilho) nesse episódio. (Rodrigo Vianna)

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Denúncia: Mensalão teria sido “armado” pela dupla Torres e Cachoeira
Por Daniela Novais, no Portal Câmara em Pauta

De acordo com o empresário Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, o contraventor Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) são os responsáveis pelo o maior escândalo político dos últimos anos, o do Mensalão, que está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF) e pode ser julgado ainda neste ano.

Ernani afirmou ao site Brasil 247 que a fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal foi gravada pelo araponga Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, que seria ligado a Cachoeira (veja matéria). “Estou convicto que Cachoeira e Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito.

Quase nenhuma novidade, não fosse o fato de que no início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar Secretário Nacional de Segurança Pública e para isso, deveria mudar do DEM para o PMDB, o que inclusive está em uma das gravações feitas com autorização da justiça, em conversa entre Cachoeira e a esposa de Demóstenes, Flávia.

Segundo Ernani, o interesse dele próprio na manobra estava no fato de que a ex-mulher dele se tornaria senadora da República, pois era suplente de Torres. Já Cachoeira pretendia nacionalizar o jogo no País e com Torres na Segurança Pública, isso seriam favas contadas.

Jogaram água
Ernani contou ainda que houve veto à indicação de Demóstenes e que teria partido do então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Depois disso, Cachoeira e Demóstenes passaram a articular uma retaliação. Segundo Ernani, a primeira ação teria sido a fita, gravada por Cachoeira e que derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu. O segundo passo, preponderante para desencadear o escândalo do mensalão, teria sido a reportagem de Veja, assinada por Policarpo, com a fita dos Correios em 2005.

Quem te viu quem te Veja – Sete anos e uma operação da Polícia Federal depois, o diretor de Veja em Brasília aparece na gravação de 200 conversas com Cachoeira, onde os dois trocam informações sobre as matérias publicadas que traziam as denúncias mais importantes e que foram derrubando muitos políticos pouco a pouco. A Veja ainda não falou sobre o assunto.

Fato é que as declarações de Ernani de Paula corroboram para confirmar a versão de que o famoso Mensalão pode ter sido mais um joguete do mestre Cachoeira. Vamos aguardar os próximos movimentos até o xeque mate.

Com informações do Brasil 247.

Leia outros textos de Plenos Poderes

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Contraponto 7702 - Da Carta Maior

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28/03/2012

Da Carta Maior

SOBRE A DESFAÇATEZ, OU SOBRE DEMÓSTENES


"...O que começou pequeno, com o Bloco da Mentira, foi ganhando corpo até se transformar na Escola de Samba Unidos da Desfaçatez.(...) De nada adianta se fantasiar de ovelha se, quando abre a boca, mostra as presas de lobo (...)Exige-se apenas a verdade, não precisa mutilar suas ideias, sacrificar-se intimamente (...) Não representa desvio de caráter defender diante das câmeras o que professa entre quatro paredes - o defeito é mentir" . Os trechos são de autoria do ex-líder dos demos no Senado, Demóstenes Torres, em artigo publicado originalmente no "blog do Noblat", em 22-02--2012. Nessa data, o Savonarola-mór da oposição demotucana, um dos mais aguerridos acusadores do governo no episódio convencionado como 'mensalão', já havia trocado 298 telefonemas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em aparelho blindado presenteado pelo próprio, e cerca de 200 ligações com alta direção da revista Veja. Esta, por razões que o tempo dirá, resolveu fritá-lo por antecipação, como quem frita um arquivo, em consonância com o que tem feito também o jornal 'O Globo'. Contra centurião, agora jogado ao mar por seus pares afoitos, pesa, ademais, a suspeita de abiscoitar 30% dos lucros do bicheiro mencionado, de quem ganhou mimos no casamento e a cuja carteira recorria até para despesas de pequenos deslocamentos aéreos. Em seu blog, Demóstenes apresenta-se como ' presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), " a mais importante do Senado", e da Comissão que está reescrevendo o Código de Processo Penal; e sentencia altaneiro: "Demóstenes participou de diversas CPIs e não deixou acabar em pizza as que foi relator (...) Demóstenes é o parlamentar que mais combate a corrupção no Brasil". No arremate, o carrilhão autobiográfico badala: "No último mês de dezembro, a Revista Época divulgou uma lista em que o senador Demóstenes Torres foi apontado como uma das 100 personalidades mais influentes do país" (Leia mais sobre o assunto nesta pág. e no Blog das Frases: "Demóstenes: o importante é a causa; e a causa é Serra derrotar o PT em SP'). "

(Carta Maior; 4ª feira/28/03/ 2012)

Contraponto 7701- "O Golpe, a ditadura e a direita brasileira"

28/03/2012

O Golpe, a ditadura e a direita brasileira

Do Blog do Emir - 28/03/2012

Emir Sader*

O golpe e a ditadura foram a desembocadura natural da direita brasileira – partidos e órgãos da mídia, além de entidades empresariais e religiosas. A direita brasileira aderiu, em bloco, ao campo norteamericano durante a guerra fria, adotando a visão de que o conflito central no mundo se dava entre “democracia”(a liberal, naturalmente) e o comunismo (sob a categoria geral de “totalitarismo”, para tentar fazer com que aparecesse como da mesma família do nazismo e do fascismo).

Com esse arsenal, se diabolizava todo o campo popular: as políticas de desenvolvimento econômico, de distribuição de renda (centradas nos aumentos do salário mínimo), de reforma agrária, de limitação do envio dos lucros das grandes empresas transnacionais para o exterior, como políticas “comunizantes”, que atentavam contra “ a liberdade”, juntando liberdades individuais com as liberdades das empresas para fazer circular seus capitais como bem entendessem.

A direita brasileira nunca – até hoje – se refez da derrota sofrida com a vitória de Getúlio em 1930, com a construção do Estado nacional, o projeto de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, o fortalecimento do movimento sindical e da ideologia nacional e popular que acompanhou essas iniciativas. Foi uma direita sempre anti-getulista, anti-estatal, anti-sindical, anti-nacional e anti-popular.

Getúlio era o seu diabo – assim como agora Lula ocupa esse papel -, quem representava a derrota da burguesia paulista, da economia exportadora, das oligarquias que haviam governado o país excluindo o povo durante décadas. A direita foi golpista desde 1930, começando pelo movimento – chamado por Lula de golpista, de contrarrevolução – de 1932, que até hoje norteia a direita paulista, com seu racismo, seu separatismo, seu sentimento profundamente antipopular.

A direita caracterizou-se pelo chamado aos quarteis quando perdiam eleições -e perderam sempre, em 1945, em 1950, em 1955, ganharam e perderam com o Jânio em 1960 – pedindo para “salvar a democracia”, intervindo militarmente com golpes. Seu ídolo era o golpista Carlos Lacerda. Esse era o tom da mídia –Globo, Folha, Estadão, etc., etc.

Era normal então que a direita apoiasse, de forma totalmente unificada, o golpe militar. Vale a pena dar uma olhada no tom dos editoriais e da cobertura desses órgãos no período prévio ao golpe a forma como saudaram a vitória dos militares. Cantavam tudo como um “movimento democrático”, que resgatava a liberdade contra as ameaças do “comunismo” e da “subversão”.

Aplaudiram as intervenções nos sindicatos, nas entidades estudantis, no Parlamento, no Judiciário, foram coniventes com as versões mentirosas da ditadura e seus órgãos repressivos sobre como se davam as mortes dos militantes da resistência democrática.

Por isso a cada primeiro de abril a mídia não tem coragem de recordar suas manchetes, seus editoriais, sua participação na campanha que desembocou no golpe. Porque esse mesmo espírito segue orientando a direita brasileira – e seus órgãos da mídia -, quando veem que a massa do povo apoia o governo (O desespero da UDN chegou a levar que ela propusesse o voto qualitativo, em que o voto de um engenheiro valesse muito mais do que o voto de um operário.). Desenvolvem a tese de que os direitos sociais reconhecidos pelo governo são formas de “comprar” a consciência do povo com “migalhas”.

Prega a ruptura democrática, quando se dá conta que as forças progressistas têm maioria no país. Não elegem presidentes do Brasil desde 1998, isto é, há 14 anos e tem pouca esperança de que possam vir a eleger seus candidatos no futuro. Por isso buscam enfraquecer o Estado, o governo, as forças do campo popular, a ideologia nacional, democrática e popular.

É uma direita herdeira e viúva de Washington Luis (e do seu continuador FHC, ambos cariocas de nascimento adotados pela burguesia paulista) e inimiga feroz do Getúlio e do Lula. (Como recordou Lula em São Paulo não ha nenhum espaço público importante com o nome do maior estadista brasileiro do século passado, o Getúlio, e tantos lugares importantes com o nome do Washington Luis e do 9 de julho).

É uma direita golpista, elitista, racista, que assume a continuidade da velha república, de 1932, do golpe de 1964 e do neoliberalismo de FHC.


*Emir Sader. Sociólogo e cientista político

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Contrapnto 7700 - "Dilma diz que sua gestão está acima de interesses partidários"

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28/03/2012


Dilma diz que sua gestão está acima de interesses partidários

Do Vermelho - 28 de Março de 2012 - 10h15

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça (27) que gosta de governar com “alma de prefeita” e que sua gestão está acima de interesses partidários, regionais e livre de limitações políticas. A declaração foi feita em mensagem gravada para a abertura do 1º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável.

“Gosto de governar com a alma de prefeita, tocando os problemas com as minhas próprias mãos, e conversando com as pessoas nas praças públicas. Recolhendo no contato direto com a nossa gente a energia para seguir em frente, removendo obstáculos, vencendo incompreensões, e assim, reunir forças para fazer bom combate”.

Dilma está na Índia, onde participará do 4ª Reunião do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). No vídeo de cerca de cinco minutos, a presidente defendeu o fortalecimento da relação entre a União e os municípios em temas como educação, saúde e infraestrutura urbana. “Esse novo Brasil vem acelerando cada vez mais, porque decidimos governar em parceria direta com os prefeitos e as prefeitas. Governar acima de qualquer interesse partidário ou regional. Governar livre de formalismos burocráticos ou limitações políticas”.




Dilma disse que até o fim de seu mandato, em 2014, pretende transferir R$ 16,3 bilhões aos municípios para investimentos em saneamento e contenção de encostas e R$ 73 bilhões para construção de moradias do Minha Casa, Minha Vida.

A presidente convocou os prefeitos a fortalecerem parcerias com o governo federal para executar programas do Rede Cegonha e no combate ao crack. Também pediu ajuda aos gestores municipais para ampliar as ações do Brasil sem Miséria e garantir que o Brasil tenha bons resultados na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que o Brasil vai sediar em junho.

“O Brasil só poderá sair fortalecido da Rio+20 se mostrar que o conjunto da Federação brasileira está verdadeiramente comprometido com o desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável significa crescer favorecendo e defendendo todos os seres vivos sem exceção, defendendo a nossa extraordinária biodiversidade, preservando a nossa floresta e biomas, lutando sem tréguas contra o desmatamento”.


Fonte: Agência Brasil
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