quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Contraponto 9088 - "Um passo estratégico do governo Dilma"

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29/08/2012

Um passo estratégico do governo Dilma

Do Blog do Miro - 29/08/2012

Por Wladimir Pomar, no sítio Correio da Cidadania:


O governo Dilma, finalmente, deu um passo estratégico ao lançar um programa de investimentos para reimplantar a rede ferroviária, chegando a 10 mil km, ampliar a rede rodoviária em mais 7,5 mil km, e criar a EPL - Empresa de Planejamento e Logística. Esse programa, assim como os demais que serão anunciados, são sinais de que o governo se deu conta de que os atuais problemas conjunturais de nossa economia só podem ser resolvidos com mudanças estruturais, sob o comando do Estado.


A rigor, o governo está recuperando parte da experiência histórica brasileira, que teve em grupos de trabalho, grupos executivos e empresas estatais de planejamento e execução os principais instrumentos de implantação das políticas de desenvolvimento industrial, nas quais a infraestrutura foi parte essencial. Por outro lado, é preciso também considerar a experiência histórica e evitar alguns dos erros e barbaridades cometidos anteriormente, um dos quais foi acreditar que o empresariado brasileiro seria capaz de se mobilizar amplamente para realizar tal desenvolvimento.

Na época Vargas, o empresariado que existia teve que ser subsidiado o tempo todo, nem sempre obtendo o resultado esperado, principalmente quando o retorno do investimento era de longo prazo. O que obrigou o governo a constituir empresas estatais para assumir a construção e operação desses empreendimentos. Na época JK, ocorreu algo idêntico, mas numa conjuntura internacional em que já havia excedentes de capitais nos países avançados. Assim, para superar o pequeno empreendedorismo do empresariado brasileiro, JK realizou o desenvolvimento industrial principalmente tendo por base os capitais privados estrangeiros e, meio a contragosto, os capitais estatais nacionais.

Algo idêntico ocorreu no período da ditadura militar, quando esta teve que criar inúmeras estatais para dar conta dos investimentos em infraestrutura. Em todos esses períodos históricos, o grande empresariado privado brasileiro cresceu na marola dos capitais estatais e dos capitais estrangeiros, enquanto sufocava os pequenos e médios empresários, e passou, rapidamente, a imitar o sistema de monopólio das multinacionais estrangeiras. Esse mesmo grande empresariado se rebelou contra as estatais e contra o apoio dos governos ditatoriais a elas, a partir de 1974, mas não deu um pio sequer contra a destruição e o esgarçamento de grande parte do parque produtivo do Brasil, promovido pelos governos neoliberais dos anos 1990. Para ele, pouco importou a intensificação da oligopolização e da desnacionalização da economia brasileira.

Por outro lado, a maior parte dos grandes empresários brasileiros não tem vontade empresarial, nem financeira, para tocar as obras do PAC, nem para realizar os empreendimentos previstos nos programas estratégicos que a presidenta Dilma começou a anunciar, mesmo que o BNDES financie 80%. Essa parte do grande empresariado se acostumou a não se submeter aos riscos do capitalismo. Sua prática tem sido a de formação de cartéis, seja para fixar preços de monopólio, seja para pressionar o adiamento de licitações e obras, de modo que possam terminar as que estão construindo e tenham condições de obter as novas, impedindo que outras empresas, fora do cartel, participem do processo.

Não é por acaso que há atrasos e problemas em várias obras dos projetos do governo, desde as de baixa complexidade, como a da integração de bacias do São Francisco, até as de maior complexidade, como as das usinas dos rios Madeira e Xingu, das linhas de alta voltagem, e mesmo das ferrovias já em construção. Tais atrasos e problemas se devem, em grande medida, àquela falta de vontade de grandes empresas oligopolistas, falta de vontade que não é técnica, mas sim da natureza do sistema de monopólio.

Nessas condições, não basta ter programas e projetos, nem organizar as licitações com rapidez. É imprescindível que o governo também assuma a tarefa de reordenar as distorções do passado, como a submissão de nossa infraestrutura ao oligopólio automobilístico, que criou uma malha de transporte frankeinstein de altíssimo custo, com predominância das rodovias, desmontagem das ferrovias e portos, e destruição da marinha mercante brasileira. Além disso, é indispensável realizar uma verdadeira engenharia empresarial na formação de empresas de propósito específico, nas quais sejam integradas não só empresas estatais e grandes empresas brasileiras e estrangeiras, mas também médias e pequenas empresas nacionais. Em outras palavras, o governo precisa aproveitar sua capacidade de investimento e de planejamento e execução para reforçar a participação estatal e democratizar o capital, abrindo brechas no sistema oligopólico que domina a economia brasileira.

Além disso, as forças sociais e políticas democráticas e populares deveriam ser informadas sobre os diversos problemas técnicos que envolvem os programas e projetos anunciados e em processo de apresentação. Por exemplo, as novas ferrovias devem contemplar uma parcela de linhas eletrificadas e pisos de velocidade mais elevados do que os atuais. Se continuarmos com tetos de velocidade de 60 km/h, isso pouco vai agregar para baixar os custos logísticos e elevar a competitividade brasileira. O mesmo será verdade se a maior parte das linhas for de via única, ao invés de dupla via, e se não forem instalados centros modais de interligação com sistemas rodoviários, fluviais e aéreos.

Afora isso, a construção da infraestrutura é estratégica, mas não resolve por si só o problema da reindustrialização. Ela precisa ser complementada, no exemplo ferroviário, não só pela obrigação das siderúrgicas implantadas no Brasil fabricarem trilhos tecnicamente adequados às densidades de carga e às novas velocidades dos trens, mas também pela instalação de fábricas de locomotivas, carros de passageiros, vagões de cargas de diferentes modalidades, trucks, rodeiros e outros componentes, de modo a fortalecer estruturalmente a capacidade produtiva do país e, tão importante quanto, criar grande número de empregos permanentes.

Finalmente, mesmo reafirmando o caráter estratégico do passo dado pelo governo, não custa relembrar que os investimentos anunciados representam um pequeno percentual dos investimentos totais que o Brasil precisa para alavancar sua economia. Por isso, talvez seja de suma importância que as discussões em torno dos diversos programas pretendidos pelo governo devam se estender além do âmbito das equipes executivas, ministérios, governadores e grande empresariado, e incluam as diversas forças que apoiam o governo, em especial as forças democráticas populares. Mesmo porque, pensando conservadoramente, o Brasil só alcançará uma taxa anual de investimentos superior a 25% do PIB se investir cerca de um trilhão de reais, ou 500 bilhões de dólares, na pior das hipóteses a rtir de 2013. Um montante que exige um apoio social e político mais consistente.
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Contraponto 9087 - "Dilma assina lei de cotas sociais. Chora, Kamel"

29/08/2012
Dilma assina lei de cotas sociais. Chora, Kamel

Do Conversa Afiada - Publicado em 29/08/2012

“Dados da edição 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostram que a média dos 150 mil melhores estudantes da rede pública foi superior à média dos estudantes do setor privado.”


Presidenta Dilma Rousseff durante sanção da Lei de Cotas Sociais, no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Saiu no Blog do Planalto:

Presidenta Dilma sanciona Lei de Cotas Sociais


A presidenta Dilma Rousseff sancionou hoje (29) a Lei de Cotas Sociais, que destina 50% das vagas em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas. Ao sancionar a lei, a presidenta disse que o governo tem o desafio de democratizar a universidade e manter a qualidade do ensino.

“A importância desse projeto e o fato de nós sairmos da regra e fazermos uma sanção especial tem a ver com um duplo desafio. Primeiro é a democratização do acesso às universidades e, segundo, o desafio de fazer isso mantendo um alto nível de ensino e a meritocracia. O Brasil precisa de fazer face a esses dois desafios, não apenas a um. Nada adianta eu manter uma universidade fechada e manter a população afastada em nome da meritocracia. Também de nada adianta eu abrir universidade e não preservar a meritocracia”, afirmou.

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a Lei de Cotas Sociais vai ajudar os melhores alunos da rede pública a ingressar nas universidades federais. Ele afirmou que os dados da edição 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostram que a média dos 150 mil melhores estudantes da rede pública foi superior à média dos estudantes do setor privado.
(Grifo do ContrapontoPIG)

“Estamos abrindo uma oportunidade para que esses bons alunos, os melhores alunos da rede pública, tenham uma melhor oportunidade de acesso às universidades federais (…) Agora, não podemos deixar de reconhecer que é um desafio, que é melhorar cada vez mais o ensino público, especialmente o ensino médio, e essas cotas vão motivar os alunos a estudarem cada vez mais”, disse.
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Contraponto 9086 - "Datafolha: Rejeição a José Serra salta para 43%"

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29/07/2012

Datafolha: Rejeição a José Serra salta para 43%

Do Viomundo - publicado em 29 de agosto de 2012 às 18:55

por Luiz Carlos Azenha

A primeira pesquisa Vox Populi sobre a eleição municipal em São Paulo, que será divulgada esta noite pela Band, dá vantagem ao candidato do PRB, Celso Russomano.

Num dos cenários, ele aparece com 31%, contra 21% de José Serra e 14% de Fernando Haddad.

Por ser a primeira da série, não é possível estabelecer relação com dados anteriores, mas os números confirmam tendências registradas nas pesquisas diárias feitas pelas próprias campanhas: Russomano e Haddad sobem, Serra cai.

Uma pesquisa interna do PT mostra que Haddad está crescendo um ponto por dia de campanha.

Outra, sobre o programa eleitoral, mostra que aquele em que Haddad contou a história da família foi muito bem avaliada pelos telespectadores.

Na pesquisa Datafolha divulgada pelo SPTV, José Serra caiu de 27% para 22%. Celso Russomano manteve os 31% e Haddad saltou de 8% para 14%.

A mesma pesquisa mostra que a rejeição do candidato tucano saltou de 38% para 43%.

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Contraponto 9085 - "Relação 'intima' com Delta em SP foi de quase R$ 1 bi!"

28/08/2012

Relação 'intima' com Delta em SP foi de quase R$ 1 bi

Relação “ínfima” de Delta em SP foi de quase R$ 1 bi
Foto: Edição/247


Entre 2002 e 2011, governos paulistas assinaram contratos de R$ 943 milhões com empreiteira que está no centro da CPI do Cachoeira; Geraldo Alckmin chamou relação de "ínfima"; José Serra, citado pelo contraventor em grampo da PF, fica quietinho; ex-diretor do Dersa Paulo Preto fala nesta quarta à Comissão; empreiteira fez desembolsos pesados às vésperas da campanha presidencial de Serra, em 2010; novo rumo?


247 – Ao longo desta terça-feira 28, 247 procurou o setor de comunicação da campanha do candidato a prefeito de São Paulo José Serra, do PSDB, para conhecer a reação dele à revelação, com exclusividade, dos diálogos entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e o então senador Demóstenes Torres, travados a partir de 14 de maio de 2009, com articulações para a marcação de uma audiência com o próprio Serra, então governador do Estado (ouça).

A julgar pela não resposta a dois e-mails e dois telefonemas, feitos a partir das 13 horas, Serra preferiu ficar quietinho. Em abril deste ano, quando estourou o escândalo do tráfico de influência praticado por Cachoeira e Demóstenes e vieram à tona as estreitas relações deles com a empreiteira Delta, do empresário Fernando Cavendish, o governador Geraldo Alckmin reagiu de maneira diversa a perguntas sobre a presença, no Estado, da construtora repleta de contratos suspeitos. "Nem sei se tem (contratos), se tem são ínfimos", disse ele ao jornal Folha de S. Paulo.

Na mesma medida em que o silêncio de Serra não contribui com a apuração da verdade, a frase de Alckmin, à luz de pesquisas feitas pelo site Transparência SP, soa, agora, como um despite ingênuo – e bastante constrangendor para um governador que se diz organizado e conhecedor dos assuntos de Estado.

O fato é que, desde o primeiro mandato de Alckmin e até o ano passado, quando entre os governos de Alckmin e Alckmin houve a administração José Serra-Alberto Goldman (Serra renunciou ao mandato para concorrer à Presidência da República, deixando o vice, igualmente tucano, em seu lugar), a relação considerada "ínfima" da administração pública paulista com a Delta somou, em valores corrigidos, nada menos que R$ 943 milhões. Ou seja, quase R$ 1 bilhão. A empreiteira de Fernando Cavendish, cujo lobby era feito nos bastidores por Cachoeira e quase publicamente por Demóstenes, operou nada menos que 27 contratos nesse período, travando relacionamento formal com gigantes estatais como a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (DERSA), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e aUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Ínfimo?

Desse total de R$ 943 milhões em contratos, R$ 178,5 milhões foram assinados e faturados entre 2002 e 2006, no primeiro governo de Alckmin, e a partir de janeiro de 2011, quando ele assumiu novo mandato. É, com efeito, um relacionamento menor do que a empreiteira teve com o governo de São Paulo na gestão de José Serra: R$ 764,8 entre janeiro de 2007 e abril de 2010. Mesmo assim, não dá para chamar mais de R$ 175 milhões em contratos de algo "ínfimo". E, no contexto da CPI, os mais de R$ 760 milhões contratados pelo governo Serra à Delta merecem apuração.

É por isso que, nesta quarta-feira 29, o ex-diretor do Dersa, Paulo Vieira de Souza, chamado por seus amigos tucanos de Paulo Preto, irá sentar-se diante da Comissão na condição de testemunha. Entre o reducionismo de Alckmin e a quietude de Serra, ele, necessariamente, terá muito a acrescentar.

Em Brasília, a jornalista Andressa Anholete, de 247, apurou que entre os meses de agosto de 2009 e abril de 2010, às vésperas de Serra renunciar ao governo para tentar seu segundo voo em direção à Presidência da República, a Delta obteve R$ 143,1 milhões por seu quinhão no consórcio Nova Tietê, formado entre empreiteiras para realizar obras viárias nas avenidas marginais da capital paulista. Mais precisamente, R$ 143.145.816, 44.

Em relatórios de caixa da Delta obtidos com exclusividade por 247, o que se vê é que, além de faturar, a empreiteira também fez desembolsos pesados entre os meses de dezembro de 2010 e janeiro, fevereiro, março e abril de 2011. Apenas um dos débitos na conta da companhia feitos nessa fase alcançou R$ 6.628.559,15. Os valores começaram a cair depois de maio. Em abril, o então governado José Serra deixou o governo de São Paulo para ser presidenciável. Os pagamentos à Delta, assim como a administração dos contratos da Nova Tietê, eram feito pela Dersa, cujo então diretor, o Paulo Preto, irá à CPI do Cachoeira na condição de testemunha.

A depender do teor das perguntas dos parlamentares e, especialmente, da respostas, a inquirição a Paulo Preto tem tudo para ser um dos momentos mais emocionantes da CPI até aqui.

Abaixo, notícia publicada pelo portal Democracia Política sobre o relacionamento nada ínfimo entre a Delta e os governos tucanos de São Paulo:

CPI: COMPLICA A SITUAÇÃO DE JOSÉ SERRA E "PAULO PRETO"

São Paulo fez contratos de quase um bilhão com a Delta; Paulo Preto assinou o maior deles, no governo Serra

Por Conceição Lemes

"Nesta semana, começam efetivamente os trabalhos da CPI que investigará as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, autoridades e empresários. Um dos alvos, a 'Delta Construções', de Fernando Cavendish, suspeita, com base em informações da 'Operação Monte Carlo', realizada pela Polícia Federal (PF), do envolvimento da empresa com Cachoeira.

No dia da instalação da CPI do Cachoeira, 19 de abril, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao ser questionado sobre os contratos da "Delta" com o Estado de São Paulo, disse não estar preocupado com eles, segundo a "Folha de S. Paulo": "Nem sei se tem [contratos],se tem são ínfimos ".

A verdade é outra. Levantamento feito pelo blog "Transparência SP"revela que, de 2002 a 2011, a "Delta" fechou, pelo menos, 27 contratos (incluindo participação em consórcios) com empresas e órgãos públicos do governo do Estado de São Paulo.

Na lista de contratantes, Desenvolvimento Rodoviário S.A. (DERSA), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Somam cerca de R$ 800 milhões em valores nominais. Em valores corrigidos (considerando a inflação do período) chegam a R$ 943,2 milhões.

Desses R$ 943,2 milhões, R$ 178, 5 milhões foram celebrados nasgestões Alckmin (2002 a março de 2006 e de janeiro de 2011 em diante) e R$ 764,8 milhões no governo de José Serra (janeiro de 2007 a abril de 2010).

DERSA CONTRATOU DELTA PARA A NOVA MARGINAL DO TIETÊ POR R$ 415.078.940,59

O maior contrato da "Delta" com órgãos e empresas do governo do Estado de São Paulo foi com a DERSA para executar a ampliação da marginal do rio Tietê: R$ 415.078.940,59 (valores corrigidos)

Apesar de condenada por ambientalistas, geólogos e urbanistas, a "Nova Marginal do Tietê" foi anunciada em 4 de junho de 2009, com bumbos e fanfarras, pelo então governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (hoje PSD, na época DEM).

Na época, o portal do governo do Estado de São Paulo informou:"Investimento de R$ 1,3 bilhão prevê, além de novas pontes e viadutos, plantio de cerca de 83 mil árvores e implantação de ciclovia".

"irá reduzir o tempo das viagens em cerca de 35%; "tráfego para as rodovias Castelo Branco, Ayrton Senna, Dutra, Fernão Dias, Anhanguera e Bandeirantes terá fluxo mais rápido"; junto com o Rodoanel e o Complexo Anhanguera, a Nova Marginal pretende aliviar o trânsito nas principais interligações de bairros de São Paulo e evitar o trânsito de veículos de passagem por bairros e o centro da cidade".

Serra ainda afirmou:

"É uma obra que é financiada com recursos do Tesouro e com dinheiro público das concessionárias, que é dinheiro do pedágio, segundo projeto e orientação do próprio Governo".

"é uma obra que está tendo todo o cuidado ecológico, o que não é tradição em São Paulo, pois as obras e a devastação andavam de mãos dadas, mas isso acabou nos tempos atuais".

A obra tinha dois lotes: 1 e 2. A concorrência do chamado lote 2 foi vencido pelo consórcio "Nova Tietê", liderado pela "Delta" (participação de 75% a 80%).

Extrato do contrato assinado em 13 de maio de 2009 e publicado no dia seguinte no "Diário Oficial Empresarial" revela o valor da obra: R$ 287.224.552,79.

PAULO PRETO E DELSON AMADOR ASSINAM O CONTRATO PELA DERSA COM A DELTA

O consórcio da "Delta" venceu a licitação para o lote 2 da "Nova Marginal do Tietê" com uma diferença de R$ 2,4 milhões em relação ao segundo colocado, o "Consórcio Desenvolvimento Viário" (EIT – "Empresa Industrial Técnica S/A" — e "Egesa Engenharia"), que, por sinal, ganhou o lote 1.

Curiosamente 1: 1 ano 4 meses depois, o consórcio da "Delta" conseguiu um "aditamentozinho" de R$ 71.622.948,47 no contrato.

Curiosamente 2: Na época da licitação, Paulo Vieira de Souza era diretor de Engenharia da DERSA, e seu presidente Delson José Amador, que acumulava a superintendência do DER.

Paulo Vieira de Souza é o "Paulo Preto", ou "Negão", como é mais conhecido. Até abril de 2010, foi diretor da DERSA. Com extensa folha de serviços prestados ao PSDB, foi apontado como arrecadador do partido e acusado pelos próprios tucanos de sumir com R$ 4 milhões que seriam destinados à campanha do então presidencial José Serra. O dinheiro teria sido levantado principalmente junto a empreiteiras com as quais ele possuía relações estreitas.

O nome de Paulo Preto apareceu, ainda, na investigação feita pela Polícia Federal que resultou na "Operação Castelo de Areia". Na ação, executivos da construtora Camargo Corrêa são acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas.

Delson Amador também apareceu na "Operação Castelo de Areia". Assim como Paulo Preto, seu nome constava da apreendida pela Polícia Federal na Camargo Corrêa.

Em 1997, durante a presidência de Andrea Matarazzo, Amador virou diretor da CESP. Aí, foi responsável pela fiscalização de obras tocadas pela Camargo Corrêa, como a Usina de Porto Primavera, e a Ponte Pauliceia, construída sobre o Rio Paraná para ligar os municípios de Pauliceia, em São Paulo, e Brasilândia, em Mato Grosso do Sul. Amador foi ainda chefe de gabinete de Matarazzo na subprefeitura da Sé.

HERALDO, O FORAGIDO, É QUEM ASSINOU PELA DELTA O CONTRATO DA NOVA MARGINAL

Curiosamente 3: Certidão emitida pela Junta Comercial de São Paulo mostra que o representante legal do Consórcio "Nova Tietê" éHeraldo Puccini Neto, diretor da "Delta Construções" para São Paulo e Sul do Brasil.

Escutas realizadas com autorização judicial revelam que é um dos interlocutores mais próximos de Cachoeira. Documentos disponibilizados na internet referentes ao processo contra Carlinhos Cahoeira no Supremo Tribunal Federal (STF) mostram a proximidade de Heraldo com o bicheiro e como a quadrilha preparava editais para ganhar licitações.

É possível que esse mesmo modus operandi tenha sido aplicado pela "Delta" em várias licitações como as feitas pelo governo do Estado de São Paulo.

Heraldo teve a prisão decretada pela Justiça Federal na semana passada. Foi a partir de investigações realizadas no âmbito da "Operação Saint Michel", braço da "Monte Carlo".

Um grupo de policiais civis de Brasília chegou às 6 horas da última quarta-feira 25 ao apartamento dele, no Morumbi, em São Paulo. Heraldo não estava nem foi localizado pela polícia. É considerado foragido da Justiça.

Curiosamente 4: Num despacho de setembro de 2011 do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) referente ao contrato da 'Nova Marginal", aparecem juntos Paulo Preto, Delson Amador e Heraldo Puccini Neto. Os dois primeiros como contratantes. O último como contratado.

DEPUTADOS PEDEM AO MP QUE APURE INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES

A essa altura algumas perguntas são inevitáveis:

1. Considerando que o senador Demóstenes Torres é sócio oculto da "Delta" e apoiou José Serra em 2010, será que dinheiro da "Nova Marginal do Tietê" irrigou a campanha do tucano à presidência?

2. Entre os R$ 4 milhões que teriam sido arrecadados por Paulo Preto e não entregues ao PSDB, haveria alguma contribuição da Delta?

3. Paulo Preto ou Delson Amador teve algum contato direto com Cachoeira?

Na sexta-feira 27 jun, parlamentares paulistas protocolaram representação no Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) para que investigue indícios de irregularidades, ilegalidades e improbidades nos contratos formalizados pela DERSA com empresas e consórcios, entre os quais o Consórcio "Nova Tietê", capitaneado pela Delta.

Encabeçada pelo deputado estadual João Paulo Rillo e assinada por Adriano Diogo, ambos do PT-SP, a representação pede que o MP apure possíveis atos de improbidade administrativa praticados por José Serra, Paulo Preto e Delson Amador, diante de sinais de superfaturamento das obras de ampliação da Marginal Tietê.

A propósito. Lembram-se que, em 2009, durante o lançamento da "Nova Tietê", José Serra disse: "é uma obra que está tendo todo o cuidado ecológico, o que não é tradição em São Paulo, pois as obras e a devastação andavam de mãos dadas, mas isso acabou nos tempos atuais"?

Na ocasião, a propaganda do governo estadual indicava que as pistas seriam cercadas por frondosas árvores e arbustos. E a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena (atualmente preside a SABESP), ressaltou a importância de recuperar o espaço das margens do Tietê com uma via parque, uma ciclovia e o plantio de 65 mil mudas.

Pois bem, dois anos após o término das obras, a "marginal Tietê" ainda está à espera das 65 mil mudas que deveriam ter sido plantadas pelo governo paulista como compensação ambiental, em 2010. Ainda, árvores morreram ou não se desenvolveram no solo árido das margens do rio. A falta de árvores foi constatada em perícia realizada pelo Sindicato dos Arquitetos. A entidade move ação civil pública contra a DERSA, que, como responsável pela obra, é obrigada a repor cerca de 30% dos espécimes.

Será que a "Nova Marginal do Tietê", além de mãos dadas com a devastação, também se banhou na cachoeira preta?"

FONTE: reportagem de Conceição Lemes publicada no portal do jornalista Luiz Carlos Azenha (http://www.viomundo.com.br/denuncias/sao-paulo-fez-contratos-de-quase-um-bi-com-a-delta-paulo-preto-assinou-o-maior-deles-no-governo-serra.html).

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Contraponto 9084 - "Em entrevista ao SBT, Haddad explica o bilhete mensal que existe em varias capitais do mundo desenvolvido"

28/08/2012

Em entrevista ao SBT, Haddad explica o bilhete mensal que existe em várias capitais do mundo desenvolvido


Do Blog do Saraiva - 28/07/2012

Da página Somos Haddad no Facebook
“Já viu a entrevista de Fernando Haddad ao SBT, hoje? Lá, ele explica melhor o Bilhete Único Mensal: – Custaria em torno de R$140 reais; – Não substitui o Bilhete Único atual, que continua valendo. O Bilhete Único Mensal é uma modalidade a mais; – Quem acha que não trará vantagem, basta não usar; – Pode ser usado não só para o trabalho, mas para lazer e cultura, em dias de semana e aos finais de semana, férias e feriados. Não adianta a oposição distorcer a proposta de Haddad, nós estamos de olho e sabemos que é uma ótima proposta!”
Fonte do vídeo SBT

Leia também:


Contraponto 9083 - " O ódio contra a democracia "

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28/08/2012

O ódio contra a democracia

Do Cafezinho - 28/07/2012

Miguel do Rosário

Segundo Luiz Garcia, colunista do Globo, o julgamento do mensalão é um “programão”. O texto de Garcia, admitindo a torcida midiática pela condenação, chega a ser naïf. O jornalista conclui, por fim:


Por enquanto, a plateia parece ter feito do relator o seu herói, e do revisor, o vilão da novela. Há exagero nisso, mas não me parece que ela tenha errado: como todo mudo sabe, a plateia costuma ter razão. E, pela televisão, com todo o respeito, o relator tem mais cara de mocinho do que o revisor.

No Segundo Caderno (e no Estadão), Jabor despeja todo seu preconceito contra a democracia:

Já começou o circo da propaganda eleitoral, o desfile de horrores da política brasileira. Será um trem fantasma de caras e bocas e bochechas que traçam um quadro sinistro do Brasil, fragmentado em mil pedaços – o despreparo, a comédia das frases, dos gestos, da juras de amor ao povo, da ostentação de dignidades mancas.

Os candidatos equilibram bolas no nariz como focas amestradas, dão “puns” de talco, dão cambalhotas no ar como babuínos de bunda vermelha, voando em trapézios para a macacada se impressionar e votar neles. Os candidatos têm de comer pastéis de vento, de carne, de palmito, buchada de bode e dizer que gostou, têm de beber cerveja com bicheiros e vagabundos, têm de abraçar gordos fedorentos e aguentar velhinhas sem dente, beijar criancinhas mijadas, têm de ostentar atenção forçada aos papos com idiotas, têm de gargalhar e dar passinhos de “rebolation” quando gostariam de chorar no meio-fio – palhaços de um teatrinho absurdo num país virtual, num grande pagode onde a verdade é mentira e vice versa.

Pois é, Jabor. Políticos tem de se misturar ao povo. Beber cerveja com vagabundos, abraçar gordos fedorentos e velhinhas sem dentes. Assim é o povo brasileiro.

Na ditadura, os políticos viviam situação bem mais confortável. Não tinham que fazer campanha política, nem na TV nem na rua. Reuniam-se no apartamento de algum general e, entre um uisquinho e outro, decidiam quem seriam os manda-chuvas em cada cidade, estado e região brasileira.

Outro trecho do Jabor que merece alguns comentários:

Durante o mandato, o próprio governo FHC cometeu seu erro máximo que até hoje repercute – não explicou didaticamente para a população a revolução estrutural que realizava: estabilização da economia, lei de responsabilidade fiscal, privatizações essenciais, consolidação da dívida interna, saneamento bancário que nos salvou da crise de hoje, telefonia, tudo aquilo que, depois, Lula surripiou como obra sua. Foi arrepiante ver a mentira com 80 por cento de Ibope.

Não é verdade, Jabor. A mídia em peso explicava diuturnamente ao povo o mérito dessas políticas. Tanto é que FHC se reelegeu em 2008. O problema é que foi ficando difícil ao povo continuar confiando no governo enquanto o desemprego disparava, a miséria aumentava, os custos de vida (por causa da privatização) explodiam, e os juros inviabilizavam a economia brasileira. Fui micro-empresário na era tucana, caro Jabor, e lhe digo: foi barra. O cheque especial do Itaú comia o dinheiro da empresa, e não havia ninguém no governo ou na mídia para protestar contra o spread bancário. No máximo, justificavam os juros altos. A desregulamentação dos Correios fez o custo desse subir 2.000% em pouco tempo, o que prejudicou severamente empresas que usavam o serviço. O custo de telefonia explodiu também. O Brasil, de uma hora para outra, passou a ser um dos país mais caros em custos de telefone e internet.

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Enquanto isso, vemos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), no afã de condenar os réus do mensalão, flexibilizarem a presunção da inocência. Os argumentos de Rosa Weber para condenar João Paulo Cunha são estarrecedores. Seguindo Gurgel, ela também alega que a própria ausência de provas condenatórias seria um sinal do crime.

Luiz Fux vai mais fundo, e diz que ônus da prova vai para quem é acusado.

Como não há “ato de ofício”, que seria a ação pela qual se suborna um servidor público, os ministros então decidiram inovar e inventam a tese de que crimes de corrupção passiva independem de ato de ofício.

A inovação é absurda e produzirá uma instabilidade tremenda na justiça brasileira. Um político desonesto manda um laranja seu depositar R$ 10 mil na conta de seu adversário, e pronto, o sujeito está condenado. Este é só um exemplo de milhares de situação.

Os ministros estão esquecendo que a democracia brasileira inscreve-se num regime fortemente capitalista e o nosso sistema eleitoral é fortemente competitivo e concorrencial.

Ou seja, todo mundo tece grandes elogios à democracia, a seus valores, etc, mas quando seus mecanismos internos são desvelados, todo mundo vira o rosto e começa a xingar? É incoerência. O amor pela democracia deve se estender às suas facetas mais complexas. Os partidos precisam de recursos para fazer campanhas políticas. Não entender isso, e ao mesmo tempo se autodenominar um defensor dos valores democrático, é ser hipócrita. Num cidadão comum, isso é pernicioso, triste. Num juiz, é uma tragédia republicana. É contaminar o judiciário com o vírus do lacerdismo.

Segundo Rosa Weber, o simples fato de “poder praticar atos de ofício” já seria uma prova de culpabilidade. Isso é evidentemente um monstro jurídico, uma peça quase fascista. Ela criminaliza o poder, o qual, numa democracia, emana do povo. Ela criminaliza, portanto, a democracia, a política e o povo.

Luiz Fux afirma que “a verdade é uma quimera, é o que se infere. Se trabalha com a verdade suficiente”. Ou seja, o ministro instaura um novo procedimento: como não se pode provar o crime de um réu, e como a pressão midiática é muito forte, então deve-se condená-lo apenas em função da “verdade suficiente”, ou seja, de uma tese.

Daí a ministra junta três notas, vê que números de série são seguidos e interpreta aquilo como “estranho”. Não importa que este fato sequer tenha sido mencionado pelo Ministério Público. Weber, no desespero de trazer algum resquício de argumento para condenar, assume o papel de um investigador meia tigela.

Para condenar um político inimigo da “opinião publicada” não é necessário mais provas, nem atos de ofício, nem testemunhas, nada. Basta coletar alguns artigos de jornais e decretar a sentença. No dia seguinte, os jornais virão com aplausos e o ministro será festejado quando for visto caminhando em Ipanema.

De fato, existem algumas regras constitucionais que são realmente enfadonhas. É chato, né, ter que arrumar provas para condenar um réu. Bom mesmo era na ditadura, onde um inimigo político era condenado sem que se precisasse reunir documentos, testemunhas, contra a sua pessoa.

O ódio contra a democracia na mídia é cada vez latente e perturbador.

Contraponto 9082 - "Exclusivo: Serra entre os diálogos de Cachoeira"

28/08/2012

Exclusivo: Serra entre os diálogos de Cachoeira

Do Brasil247 - 28 de Agosto de 2012 às 14:33

Exclusivo: Serra entre os diálogos de Cachoeira
Foto: Edição/247

Pela primeira vez, o nome do ex-governador de São Paulo e candidato à Prefeitura, José Serra, aparece na boca do contraventor Carlos Cachoeira, numa conversa com o já cassado Demóstenes Torres. "Ocê vai tá com o Serra aí hoje?", pergunta o bicheiro. "Marca uma audiência com ele", insiste. "Vou marcar com ele e venho aqui", atende o ex-senador. Negócios da Delta com São Paulo são o próximo alvo da CPI

28 de Agosto de 2012 às 14:33

247 – 14 de maio de 2009. José Serra era governador de São Paulo. Executava, no Estado, obras bilionárias, como a construção do trecho Sul Rodoanel e as ampliações das marginais – algumas, com a participação da construtora Delta, de Fernando Cavendish. Amanhã, o empreiteiro estará na CPI, que investiga as atividades do bicheiro Carlos Cachoeira. Assim como Cavendish, também irá depor o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que era o homem forte da Dersa, empresa de desenvolvimento rodoviário de São Paulo, e já disse que Serra era sua "bússola" na estatal.

Um diálogo, obtido com exclusividade pelo Brasil 247, aponta agora, pela primeira vez, o nome de José Serra nas conversas de Cachoeira. É num telefonema dele ao ex-senador Demóstenes Torres. Cachoeira quer uma audiência do governador para um personagem chamado Dino. E Demóstenes promete marcá-la.

"Ocê vai tá com o Serra aí hoje?", pergunta Cachoeira. Com naturalidade, Demóstenes diz que não. Afirma ter estado na Companhia Siderúrgica Nacional, do empresário Benjamin Steinbruch. Cachoeira faz então uma brincadeira dizendo que quem gosta muito de Steinbruch é o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

E, depois, insiste para que Demóstenes, que foi cassado por ser uma espécie de despachante de luxo do bicheiro, marque uma audiência com Serra. "Vou marcar com ele e venho aqui", atende o ex-senador.
Escute aqui o primeiro diálogo entre Demóstenes e Cachoeira.

Numa outra conversa, de 26 de abril de 2009, Cachoeira também liga a Demóstenes para tratar de negócios em São Paulo. O ex-senador estava no apartamento 1.105 do Hotel Meliá, no bairro do Itaim-Bibi de São Paulo. O bicheiro, que representava interesses da Delta em São Paulo, pede para o senador se encontrar com um espanhol chamado Carlos Sanchez. Trata-se do chefe do Departamento de Engenharia do Metrô de Madri – o modelo usado é o mesmo usado em São Paulo.
Escute aqui o segundo diálogo entre Cachoeira e Demóstenes.

Na terceira conversa, Cachoeira fala com o próprio Sanchez sobre o encontro no Hotel Meliá. Onde? Na rua João Cachoeira, em São Paulo.
Escute aqui o diálogo entre Cachoeira e Sanchez

Neste diálogo, Cachoeira sugere a Sanchez que entre na página da internet do Senado para reconhecer a face de Demóstenes Torres. O espanhol, pelo tom de voz, já festeja um negócio que será "muy bueno".

Há ainda um último diálogo em que um homem não identificado conversa com um certo Geovane, ligado ao grupo de Cachoeira, sobre um encontro com Serra.

Brasil 247 entrou em contato, via telefone e e-mail, com o assessor de imprensa da campanha de José Serra à Prefeitura para conhecer a opinião do candidato sobre as revelações. Ele tem memória sobre a audiência que o senador Demóstenes Torres iria pedir? Ocorreu? O que foi tratado? Sem dúvida, a palavra de Serra sobre o assunto pode ser esclarecedora. Até 14h..., o retorno ainda não havia ocorrido.

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Contraponto 9081 - "A cambaleante candidatura de Aécio"

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28/08/2012

A cambaleante candidatura de Aécio



Do Blog do Miro - 28/08/2012


Por Altamiro Borges



O vídeo acima causou furor ontem à noite nas redes sociais. Os internautas garantem que a cambaleante figura que entra num bar do Rio de Janeiro e dá gorjeta aos garçons é Aécio Neves. As imagens estão com péssima resolução. Também não se sabe ao certo a data do fato. Mas que parece o tucano mineiro parece. Até agora, a assessoria do senador não se pronunciou sobre a cena constrangedora. A mídia privada, que adora ridicularizar políticos, também não falou nada sobre o caso. Imaginem se fosse um político “inimigo”!

Anselmo Gois e Brasil-247

O jornalista Anselmo Gois, em seu blog hospedado no jornal O Globo, apenas registrou ontem à tarde que “Aécio Neves participou, na madrugada de sexta para sábado, no Cervantes, comitê central da boemia em Copacabana, de uma celebração do PC - Partido... do Chope. Rodeado de amigos, simpático, o senador tucano, segundo testemunhas, por volta de 4h da manhã, socializou sua renda - deu uma nota de R$ 100 para cada um dos dois camaradas garçons que o serviram”.

Já o sítio Brasil-247 não vacila em garantir que a estrela do vídeo é mesmo o presidenciável do PSDB. “É melhor a oposição começar a buscar outros candidatos, se estiver mesmo disposta a se apresentar como um eventual polo de poder no Brasil. Ontem, circularam na internet imagens do senador mineiro Aécio Neves embriagado na madrugada do Rio de Janeiro. Aécio, trocando os passos, dirige-se aos garçons do bar Cervantes, point de fim de noite em Copacabana, com a barriga à mostra, e distribui gordas gorjetas. O vídeo, publicado em primeira mão pelo 247, chegou a ser retirado do ar, mas depois voltou a ser postado”.

O "fogo amigo" no ninho tucano

É certo que ninguém tem nada a ver com as festanças de Aécio Neves, que até faz marketing da sua vida boemia. Desta vez, ao menos, o senador mineiro não estava dirigindo embriagado e nem se recusou a usar o bafômetro, como ocorreu no ano passado, quando foi barrado pela polícia do Rio de Janeiro. Neste caso, ele não colocou em risco a vida de ninguém nem abusou da sua “autoridade”. Mas é certo também o vídeo que circula nas redes sociais deverá abalar ainda mais a sua cambaleante candidatura à presidente em 2014.

No conflagrado ninho tucano, a cena alimentará ainda mais o “fogo amigo”. José Serra, que nunca desistiu do seu sonho presidencial e é famoso pelo jogo sujo, deve ter dado risadas na sua madrugada do notívago. Já o governador Geraldo Alckmin, que recentemente também colocou seu nome à disposição do PSDB, ganha mais alguns pontos na encarniçada disputa interna. O senador mineiro, que já era visto como um político fraco, imaturo, e não contava com a simpatia da seção paulista do partido, deve estar de ressaca!

O tombo do projeto "Aécio 2014"

Nos últimos dias, Aécio Neves até se esforçou para fazer decolar a sua candidatura. Deu a largada na sua campanha num jantar promovido pelas madames do “Cansei”, em Curitiba. Ele também jantou no Rio de Janeiro com três economistas neoliberais do governo FHC: Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Edmar Bacha, ex-secretário de Política Econômica. O jantar visou “construir a agenda com a qual o pré-candidato tucano rodará o país”, informou a Folha tucana.

Ciceroneado por FHC, o senador ainda participou na semana passada, em São Paulo, de conversas com os banqueiros Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, e Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, do Itaú-Unibanco, segundo a coluna Radar, da Veja. Também esteve com os empresários Joesley Batista, do JBS Friboi, e Paulo Skaf, da Fiesp. Conforme a mídia demotucana, o presidenciável do PSDB estava bem animado com o projeto “Aécio 2014”. Mas será que a sua cambaleante candidatura vai vingar?

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PITACO DO ContrapontoPIG

Está difícil para o PSDB escolher um candidado para 2014.
Por enquanto tem que optar entre um bebum e um ladrão (privata) público !
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Contraponto 9080 - "Realidade da Educação"


28/08/2012

Realidade da Educação


Da Carta Maior - 28/08/2012

O esforço de transformação do sistema educacional deverá ser acompanhado, para ter êxito, por uma política intensa de geração de empregos e de promoção de investimentos. Fazer crer que a educação isoladamente é o maior desafio da sociedade brasileira sem associar a educação à necessidade de aumento da capacidade instalada e do emprego contribui para evitar o debate sobre a concentração de renda e de riqueza, e a urgência cada vez maior de promover sua desconcentração. O artigo é de Samuel Pinheiro Guimarães.


Samuel Pinheiro Guimarães

“Com a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB ficou provado que o ensino médio público no país não evoluiu em aspecto algum mantendo a mesma nota obtida em 2009, 3,4 numa escala de zero a 10”. Correio Braziliense, 19/8/12, pag. 12

“Mas a proporção dos que atingem um nível pleno de habilidades de leitura, escrita e matemática manteve-se praticamente inalterada entre 2001 e 2011, em torno de apenas 25%. No ensino médio, só 35% dos alunos são plenamente alfabetizados. Maria Alice Setubal, Folha de São Paulo, 15/8/12, pag. A3

“A nossa prioridade é levar a educação integral para as famílias e as regiões mais pobres”. Dilma Rousseff, 20/8/12

1. A educação é extremamente importante do ponto de vista do indivíduo, da sociedade e do Estado. Sua própria existência e seus resultados diferenciam o ser humano dos demais seres vivos.

2. A educação é o conjunto de processos pelos quais se formam o cidadão, o trabalhador, o ser humano.

3. A formação do cidadão se dá pela transmissão dos valores sociais de nacionalidade, de democracia, de igualdade racial e de gênero, de tolerância religiosa, de família e comunidade, de liberdade de expressão.

4. A formação dos trabalhadores se verifica pela transmissão de conhecimento científico e técnico que habilita o indivíduo a desempenhar tarefas produtivas desde aquelas de grande complexidade, tais como a pesquisa científica, até aquelas mais simples que o trabalhador não qualificado executa.

5. A formação do ser humano se faz pela transmissão e assimilação de conhecimentos culturais, de capacidade de apreciação das artes, das manifestações culturais, da filosofia.

6. Na sociedade brasileira, vários são os veículos pelos quais se verifica o processo de educação de crianças, jovens e adultos: a escola, a família, as igrejas, a televisão, a Internet e a rua.

7. A escola se encontra em situação extremamente difícil. A qualificação média dos professores é insuficiente e precária, sendo que há uma enorme maioria de professores “leigos”, isto é, sem formação profissional adequada. Os níveis salariais dos professores são em extremo baixos o que não permite atrair para esta missão indivíduos mais qualificados e submete os professores a jornadas de trabalho estafantes. As instalações escolares se encontram muitas vezes depredadas e o ambiente de convívio nas escolas pode ser desrespeitoso, conflituoso e até violento entre alunos e professores, em decorrência, em parte, da desvalorização social dos professores. Naturalmente, esta não é a situação das escolas de classe média, mas sim das escolas que frequenta a enorme maioria das crianças e jovens brasileiros.

8. A família no Brasil tem poucas condições de transmitir às crianças e aos jovens valores sociais e informações técnicas e culturais. Cerca de 35% das famílias, 22 milhões de lares, são chefiadas por mulheres em geral de baixa renda, de escassa formação educacional e cultural e que tem de trabalhar para manter sua prole, o que as mantém afastadas de suas residências a maior parte do dia. As crianças e os jovens muitas vezes não conhecem seus pais e vivem em ambientes em que predominam habitações precárias, sem saneamento básico, com nutrição e hábitos de higiene inadequados, de grande violência familiar e até de abuso sexual, com as consequências psíquicas daí resultantes.

9. As igrejas de diferentes denominações, com honrosas exceções, difundem e perpetuam preconceitos sociais e sexuais e a desinformação científica como, por exemplo, teorias criacionistas e, às vezes, chegam a estimular o antagonismo religioso, em especial contra as religiões de origem africana. Em alguns casos, pela sua ênfase na exaltação do sucesso, simbolizado pela aquisição de riqueza, contribuem para o enraizamento do individualismo enquanto outras, com sua ênfase na salvação eterna e na aceitação da situação social de desigualdade, são essencialmente conservadoras em uma sociedade que, por suas características, requer grandes transformações.

10. A televisão, como veículo do processo educacional em seu sentido mais amplo, pode ser classificada em TV aberta e TV por assinatura. A principal questão relativa à televisão é a posição hegemônica da TV Globo e de sua rede de repetidoras.

11. A TV aberta é, acima de tudo, uma máquina de propaganda de consumo. Os programas são, em realidade, apenas os intervalos em um fluxo de propaganda que almejaria ser contínuo. Em grande parte, esta propaganda se refere a automóveis, a supermercados, a cosméticos, a bancos e a cerveja. A propaganda é altamente individualista, procurando uma nítida associação do produto ao sucesso sexual e afetivo. Os programas podem ser classificados em programas de auditório, transmissão de eventos esportivos, noticiários, novelas, filmes. Os programas de auditório exibem raridades humanas, comportamentos esdrúxulos, ridicularização de indivíduos, concursos de prêmios. A transmissão de eventos esportivos, do futebol às artes marciais, corresponde ao que os romanos designavam de circo. Os programas de noticiário dão ênfase a crimes, a casos de corrupção, a eventos esportivos.

O noticiário internacional é normalmente pautado pelas agências de notícias estrangeiras, reproduzindo seu material. O patrocínio dos noticiários é feito maciçamente por instituições financeiras o que garante razoável “proteção” contra críticas, em especial nessa época de crise e crimes financeiros. As novelas são o que há de melhor na TV aberta, garantindo um contraponto à maciça divulgação de filmes de baixa qualidade, seriados e programas estrangeiros, esmagadoramente americanos.

12. Na TV por assinatura, a que tem acesso cerca de 50 milhões de brasileiros, a programação é maciçamente de filmes americanos, com alguns canais de noticiário, entre eles a GloboNews, com todo o seu efeito sobre a formação do imaginário e a transmissão de valores e de comportamentos.

13. O brasileiro em média dedica à televisão cerca de cinco horas por dia. Há que fazer duas qualificações. Há aparelhos de televisão que ficam ligados sem que os programas estejam sendo assistidos e há pessoas que assistem efetivamente a mais de cinco horas diárias de TV. 60% das crianças e de jovens até 17 anos, antes ou ao voltar da escola, se dedicam a assistir televisão e sua média efetiva de assistência é de mais de três horas por dia.

14. A Internet, saudada em seu início como um extraordinário avanço nas comunicações, tem efeitos contraditórios, do ponto de vista educacional. De um lado, certamente propicia acesso rápido a informações as mais variadas. De outro lado, se tornou campo de atividades criminosas como a pedofilia, a xenofobia, o racismo, o antissemitismo, o tráfico de drogas etc. Além disto, do ponto de vista das crianças e dos jovens, a Internet ocupa um espaço extraordinário em seu tempo fora da escola devido a sua sedução narcísica pelas redes sociais tais como Facebook, Orkut e outras.

15. Finalmente, a rua. Nela, onde as crianças e os jovens, principalmente os mais pobres, em ambientes física e culturalmente degradados, adquirem hábitos de violência, de criminalidade, de tráfico e consumo de drogas etc. A violência na rua é a regra e ali se transmitem “valores”, que certamente não são os melhores, tais como a esperteza, a malandragem, a força, mas nenhuma informação positiva sobre cidadania, trabalho ou cultura.

16. Na concorrência com a rua, a Internet e a televisão, a escola certamente perde pela dificuldade natural do processo de aprendizado, pela atração do entretenimento fácil da TV, e do narcisismo individualista da Internet e pela desconexão entre o que se ensina na escola e a percepção de sua utilidade pelos alunos.

17. Como não há mesmo no médio prazo possibilidade razoável de modificar o padrão dos programas de televisão, o conteúdo veiculado pela Internet e o nível cultural das famílias a solução para o aperfeiçoamento do processo educativo é a adoção gradual do ensino em tempo integral.

18. A escola em tempo integral permitiria afastar a criança e o jovem da televisão, da Internet e da rua. Em segundo lugar, a própria produtividade seria afetada, pois as mães trabalhadoras estariam mais tranquilas quanto ao que ocorre com seus filhos enquanto elas trabalham. As crianças e os jovens poderiam fazer seus trabalhos escolares, adquirir a disciplina necessária ao estudo e ter na própria escola aulas de recuperação, de suporte e de reforço. Não se trata de implantar regime de horário integral apenas para as crianças e jovens fazerem esportes, ainda que isto seja importante, mas sim para algo essencial: para estudar e aprender.

19. A escola em horário integral não pode ser implementada de uma só vez em todo o Brasil devido ao seu custo e à necessidade de aperfeiçoamento e treinamento dos professores. Seria necessária a organização dessas escolas gradualmente e definir um programa de implantação com acesso democrático a todos as crianças e jovens, com preferência, mas não exclusivamente, para aqueles de menor renda, os afrodescendentes e as mulheres.

20. Naturalmente, enquanto não for definida a carreira de professor com salários correspondentes à importância de sua atividade, a escola de boa qualidade, em horário integral ou não, continuará a ser um privilégio dos brasileiros abastados.

21. O programa do Ministério da Educação de escolas em tempo integral, de sete horas por dia denominado Mais Educação, atende a um total de três milhões de alunos do ensino fundamental, isto é, do 1º ao 9º ano. Há um longo caminho a percorrer, em quantidade e qualidade, pois são 51 milhões de crianças e jovens que se encontram matriculados no ensino fundamental e médio.

22. A educação é extremamente importante para cada indivíduo e para a sociedade. O esforço de transformação do sistema educacional deverá ser acompanhado, para ter êxito, por uma política intensa de geração de empregos e, portanto, de promoção de investimentos. Cada indivíduo certamente poderá melhorar seu nível de renda caso venha a habilitar-se, venha a se educar. Para o conjunto da população, para a população como um todo, a educação isoladamente não leva à melhoria do seu nível de renda médio.

23. O nível de renda médio depende do aumento da produção; o aumento da produção depende do aumento da capacidade instalada, isto é, do número de fábricas, da extensão da área cultivada, do número de empresas de serviços etc.

24. Esta expansão de capacidade produtiva, o que acarretaria em princípio o aumento do emprego, é necessária para que as pessoas que se educam isto é, que se capacitam, venham a encontrar oportunidades de emprego, isto é, encontrem postos de trabalho onde produzir e receber um salário.

25. Caso isto não ocorra, caso a capacidade instalada permaneça igual, apenas haveria uma substituição de trabalhadores, os mais qualificados obtendo os empregos, enquanto que o número total de trabalhadores empregados e a renda média permaneceriam os mesmos. Talvez, até ocorresse um aumento do lucro das empresas na medida em que os trabalhadores, ao se tornarem mais qualificados, aumentassem sua produtividade, já que este aumento de produtividade não corresponderia necessariamente que a um aumento de seus salários.

26. Fazer crer que a educação isoladamente é o maior desafio da sociedade brasileira sem associar a educação à necessidade de aumento da capacidade instalada e do emprego contribui para evitar o debate sobre a concentração de renda e de riqueza, e a urgência cada vez maior de promover sua desconcentração, etapa indispensável para construir um verdadeiro Brasil Maior.

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Contraponto 9079 - Veja forja entrevista

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28/08/2012


Colunista de O Globo acusa Veja de publicar entrevista forjada com ele: 'Não dei entrevista alguma à Veja no Rio'

Do Blog do Mello - 28/08/2012

É natural que com seus "repórteres investigativos" presos na Papuda e seu diretor de Brasília em silêncio retumbante, não só pelo que já foi publicado, como pelo que teme que venha por aí; é natural, dizia, que a revista partisse para matérias importadas ou para faturar algum fazendo jornalismo-merchandising, mas inventar entrevista...


Pois foi o que fez a Veja, segundo denuncia o colunista de O Globo Renato Maurício Prado:

'Não dei entrevista
Pingo nos is


Não dei entrevista alguma à Veja Rio. Ao atender, educadamente, ao telefonema da jornalista que me procurava, com insistência, há duas semanas, disse-lhe, com clareza, que não queria falar, até por entender que nós, jornalistas, não somos notícia. Expressões a mim atribuídas, tais como “mundinho da TV”, “já deu” e “o que passou, passou”, jamais saíram da minha boca. O falso “pingue-pongue” publicado na coluna “Beira-Mar”, assinada por Carla Knoplech, na última edição, me coloca dizendo até que continuarei fazendo “o meu programa na CBN” — algo que nunca tive. Apenas participava do CBN Esporte Clube, comandado por Juca Kfouri, e extinto há mais de dois anos! Hoje em dia, faço comentários na Rádio Globo. Para finalizar, usaram, dando a impressão de que eu posara para a Veja, uma das fotos que fiz para a minha coluna no GLOBO. Em suma, um engodo...

Ainda há quem compre essa porcaria.

Contraponto 9078 - "Projeto 2014 de Aécio não fica em pé uma semana"

28/07/2012

Projeto 2014 de Aécio não fica em pé uma semana

Do Brasil247 - 28/08/2012

Projeto 2014 de Aécio não fica de pé uma semanaFoto: Edição/247

Dias atrás, o ex-presidente FHC ciceroneou o senador mineiro em São Paulo, aproximando-o de grandes banqueiros e empresários. Era o início do projeto 2014, que pretendia levá-lo à presidência da República em dois anos. Ontem, soube-se que seu estilo de vida é incompatível com uma candidatura

247 – É melhor a oposição começar a buscar outros candidatos, se estiver mesmo disposta a se apresentar como um eventual polo de poder no Brasil. Ontem, circularam na internet imagens do senador mineiro Aécio Neves embriagado na madrugada do Rio de Janeiro. Aécio, trocando os passos, dirige-se aos garçons do bar Cervantes, point de fim de noite em Copacabana, com a barriga à mostra, e distribui gordas gorjetas. O vídeo, publicado em primeira mão pelo 247, chegou a ser retirado do ar, mas depois voltou a ser postado.

Não é mistério para ninguém que Aécio é boêmio e gosta de se divertir com amigos – especialmente no Rio de Janeiro, onde já foi parado numa blitz e se recusou a passar pelo teste do bafômetro, dando um mau exemplo à sociedade. Se, depois da farra, ele tomou um táxi e foi para casa, ou pegou carona com alguém, não cometeu irregularidade alguma ao tomar alguns goles a mais na noite carioca.

Ocorre que seu estilo público de vida – numa época em que celulares transformaram qualquer indivíduo em paparazzi – é totalmente incompatível com o de um candidato à presidência da República.

E Aécio, ciceroneado na semana passada por Fernando Henrique Cardoso em São Paulo, acaba de ser lançado candidato, em encontros com banqueiros e empresários, no que os tucanos chamam de “projeto 2014”. A verdade, no entanto, é que o projeto 2014 acabou em agosto de 2012.

Ainda há tempo para que os tucanos se reorganizem e tentem se apresentar à sociedade como um projeto alternativo de poder. José Serra parece ser um nome saturado. Geraldo Alckmin, que acaba de se lançar, apontou ainda os nomes do governador mineiro Antonio Anastasia e do paranaense Beto Richa. E há quem defenda ainda uma aproximação com o PSB de Eduardo Campos, com o PSDB, humildemente, colocando-se como vice – essa tese, por exemplo, é encampada pelo senador Aloysio Nunes Ferreira.

Nada que assuste o amplo favoritismo de Dilma Rousseff ou Lula para 2014, mas qualquer alternativa é mais viável do que Aécio.

Quem não passa numa blitz e troca os passos como o senador mineiro demonstrou na noite carioca não sobe uma rampa. (clique aqui e assista ao vídeo)

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Contraponto 9077 - "Subversão fiscal ou estagnação na AL"

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28/08/2012


Subversão fiscal ou estagnação na AL

Saul Leblon

I) Ao afrouxar o garrote dos 'mercados autorreguláveis', a América Latina teve sucesso na redução da pobreza na última década. Seus pobres hoje são menos pobres, mas os rico continuam muito ricos.

A inércia da desigualdade não será vencida exclusivamente pelos mecanismos de mercado. Melhorar a produtividade e a remuneração do trabalho, por exemplo, requer uma política industrial de Estado Mas não só.
Para investir, os governos tem que ganhar musculatura fiscal. A carga média na região, de 18% a 19%, impede o investimento público. (Dados da CEPAL, "Mudança Estrutural para a Igualdade: Uma Visão Integrada do Desenvolvimento".).

II)
'A cobrança de mais impostos sobre os que ganham mais e sobre as fortunas está no radar de vários governos da zona do euro, desafiados a financiar os custos da pior crise mundial desde 1929.

A carga fiscal na UE (impostos e cotizações) varia de 47,6% na Dinamarca a 27,2% na Romênia.

Após longo período de baixa, a alíquota máxima sobre o rendimento das empresas subiu em 2012, confirma a Eurostat, o serviço estatístico da UE. Na média, foi de 25,9% em 2011 para 26,1% neste ano; na França é de 36,1% e de 29,8% na Alemanha.

François Hollande quer cobrar uma "contribuição patriótica" temporária de 75% para quem ganha acima de € 1 milhão (compare-se isso com o 0,01% da CPMF demonizada pelos endinheirados no Brasil).

Até o governo arquiconservador espanhol do PP elevou a alíquota mais alta de imposto, de 45% para 52% sobre ganhos acima de € 300 mil / ano; manteve a taxação sobre grandes fortunas (de 0,5% a 2,5%).

Na Itália a alíquota máxima subiu para 44%; em Portugal chega a 49%.(informações Valor-Eurostat).

III) Várias economias emergentes têm alíquotas muito mais altas que a brasileira que é de 27,5% . Na Turquia, por exemplo,o percentual chega a 35% da renda, idêntica à sempre elogiada Coreia do Sul.No Chile chega a 40% (dados OCDE).

IV) Num universo de 96 países a alíquota máxima de imposto no Brasil figura em 56º lugar em grau de intensidade.Em contrapartida, o país é um dos campeões em rebaixar a faixa de renda penalizada com o teto.
Nos EUA a alíquota máxima de 35% incide sobre ganhos anuais superiores a US$ 379.150.

No Brasil, os 27,5% valem para rendimentos a partir de US$ 25 mil (consultoria KPMG).

V) O Brasil já teve 13 alíquotas. Hoje a tabela 'progressiva' brasileira na verdade é regressiva: parte de 7,5% e se esgota em 27,5%.

No mundo, a média é de 5 faixas, com piso de 12,9% e teto de 42%.

No caso brasileiro, a diferença entre a mínima e a máxima sugere que as faixas de renda no país equivalem a uma escada de apenas quatro degraus, sendo que a distância entre o primeiro e o último é pouco maior que o dobro - de R$ 21.453,00/anuais (imposto de 7,5%) a 53.565,00/anuais em diante (imposto de 27,5%).

Mesmo tomando-se R$ 21.453 como piso do universo tributável (abaixo disso é isento) a verdade é que o elástico da desigualdade salarial é muito mais longo. E avança a perder de vista se incluirmos os ganhos financeiros, a riqueza patrimonial etc.

Em resumo, a turma do 'Cansei', a rapaziada do 'impostômetro e os teóricos da 'carga' tratam de um problema verdadeiro. Mas de um ponto de vista falso. Isso para não falar da destinação da receita, concentrada em grande parte no pagamento dos juros da dívida pública. Ou seja, redirecionada de volta aos cofres da plutocracia mimada.

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Contraponto 9076 - "Gushiken é o primeiro ministro de Lula absolvido"

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28/08/2012

Gushiken é o primeiro ministro de Lula absolvido

Do Conversa Afiada - Publicado em 27/08/2012

Gushiken é o primeiro dos dois ministros do Lula absolvidos. O outro é o Dirceu, que será absolvido, inclusive, com o voto do Ministro Peluso.



Nesta segunda-feira, o PiG sofreu duas importantes derrotas.

O PiG (*) não conseguiu impedir que Toffoli votasse.

E o PiG não conseguiu condenar um dos dois ministros de Lula no mensalão.

Seis votos proferidos, Luis Gushiken está absolvido.

O Luis Nassif já demonstrou que a incriminação de Gushiken foi uma leviandade cometida por dois Procuradores Gerais: Antonio Fernando e o brindeiro Gurgel.

Foram duas incriminações desprovidas de qualquer prova e movidas, apenas, pelo sopro redentor do PiG (*).

Da mesma maneira, o Kakay demonstrou que o Duda Mendonça foi incluído entre os mensaleiros como outra deferência do Ministério Público ao PiG (*).

O PiG (*) é forte.

O PiG (*) ainda manda e muito, no Judiciário.

O que é visível a olho nu no Rio, por exemplo, onde a Globo forma editorialistas, antropólogos e magistrados.

O calvário de Gushiken para se impor às infâmias de Pizzolato, às artimanhas de Daniel Dantas e à furia inquisitorial do PiG (*) é possível testemunhar aqui, como recomenda o amigo navegante jk:


Dossiê Gushiken – A verdade que a velha imprensa escondeu desde 2006


Gushiken é o primeiro dos dois ministros do Lula absolvidos.

O outro é o Dirceu, que será absolvido, inclusive, com o voto do Ministro Peluso.

Como desejam esse ansioso blogueiro e o Ataulfo de Merval de Paiva.

Ninguém há de condenar sem provas, num Egrégio Tribunal impermeável à pressão da Globo.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Contraponto 9075 - " Marta Suplicy anuncia que integrará campanha de Haddad em SP"

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27/08/2012

Marta Suplicy anuncia que integrará campanha de Haddad em SP

Do Vermelho - 27 de Agosto de 2012 - 16h05

A senadora do PT e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy almoçou nesta segunda-feira (27) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede do Instituto Lula. Após o encontro, Marta Suplicy conversou com jornalistas e disse que nada mudou em sua postura e que chegou a hora de entrar de fato na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.

Após almoço com Lula, Marta Suplicy anuncia que entrará na campanha de Fernando Haddad em São Paulo

"Foi uma conversa muito boa e fazia tempo que eu não conversava com o Lula. Falamos de muita coisa, muita política, sobre o Brasil. E sobre a campanha, como eu sempre disse, que quando começasse de fato e eu soubesse que faria a diferença, entraria. É isso que vou fazer, vou entrar", afirmou Marta após o encontro com o presidente no Instituto Lula.

A última estimativa, divulgada pelo Datafolha no dia 21 de agosto, apontou a liderança para Celso Russomanno, do PRB, com 31%. José Serra, do PSDB, aparecia com 28%. Haddad era o terceiro, com 8%. O levantamento foi feito antes do início do horário eleitoral, que começou justamente na terça (21).

"Acho que vai virar, tanto que é capaz de dar Russomanno e Haddad", disse Marta sobre o segundo turno das eleições em São Paulo. "Tem candidato caindo e subindo. Isso faz parte. Minha administração tem história na cidade", afirmou a ex-prefeita.

Ela ainda comentou sobre ataques do programa de José Serra a Haddad, marca dos últimos dias. "Tem que apelar para tudo, né? O Bilhete Único Mensal é maravilhoso", afirmou Marta a respeito de uma das propostas de Haddad.

A ex-prefeita se disse à disposição para ajudar, mas negou palpitar sobre estratégias de contra-ataque ao PSDB. "Não sou coordenadora e para isso tem uma pessoa que pensa essas questões. Precisará ser deliberado pelo candidato e à própria campanha", disse ela.

Questionada sobre atuações em comícios e gravações, disse que irá fazer parte dos compromissos. "Estou disponível para o partido, para tudo. O presidente falou que vão fazer uma agenda e falei 'ótimo'. Não tem nada diferente do que falei no começo. O Haddad vai fazer sua parte e na hora que eu for importante, vou ajudar", afirmou.

Informações do Instituto Lula e Portal Terra

Contraponto 9074 - "O 'harakiri' eleitoral de Serra"

O 'harakiri' eleitoral de Serra

Eduardo Guimarães

A segunda-feira amanheceu com uma boa notícia para a população de São Paulo: pesquisa eleitoral do PT feita após o início do horário eleitoral no rádio e na televisão mostra que Celso Russomano ultrapassou José Serra muito acima da margem de erro, que o tucano despencou e que Fernando Haddad quase dobrou suas intenções de voto.

A pesquisa geral mostra que Russomano chegou a 32% das intenções de voto, Serra despencou para 19% e Haddad disparou para 13%. Todavia, entre os eleitores que assistiram ao menos a um programa eleitoral de cada candidato, o do PRB vai a 35%, o do PSDB a 19% e o do PT a 18%, empatando tecnicamente com o tucano. (Grifo do ContrapontoPIG)

Como já se disse incontáveis vezes nesta página, o que está causando essa reviravolta eleitoral na capital paulista é a situação caótica e insuportável da cidade. Uma das frases mais ouvidas em Sampa, hoje, é “Não vejo a hora de sair daqui”.

Em uma situação como essa, o que o paulistano espera dos candidatos a prefeito é que proponham mudanças de rumo. A administração Kassab é rejeitada por número crescente de paulistanos e tudo o que o eleitor quer é saber quem vai mudar mais radicalmente a governança da cidade.

A desidratação eleitoral de Serra que as pesquisas vêm mostrando se deve a opção do candidato tucano de assumir publicamente a responsabilidade pela desastrosa administração que ele mesmo legou aos paulistanos ao abandonar a prefeitura para se candidatar a governador em 2006 e ao apoiar a reeleição de Kassab em 2008.

Mas foi a partir do início do horário eleitoral no rádio e na televisão que Serra cometeu um verdadeiro harakiri político. Seu programa apresentou uma São Paulo em franco progresso para uma população que vê a cidade como uma desgraça em concreto e aço.

Pior ainda tem sido o tucano ignorar tudo que não funciona no governo que legou à cidade. Ao ignorar, em seu programa, os problemas que se amontoam na capital paulista e pregar a continuidade da gestão Kassab, caso seja eleito, Serra carimbou a si mesmo como a maior ameaça a alguma solução para uma situação insuportável que flagela a cidade.

Por outro lado, o melhor dos mundos para Sampa seria um segundo turno entre Haddad e Russomano, ainda que não se possa descartar um segundo turno entre este e o Serra ou entre o tucano e o petista. Mas um segundo turno entre Haddad e Russomano seria vencido pelo primeiro, com poucas dúvidas.

Russomano ainda se alimenta do desconhecimento do candidato do PT por um eleitorado majoritariamente petista que, sem saber para onde ir, está declarando voto na alternativa a Serra mais conhecida, o candidato do PRB. Haddad tem uma avenida pela frente para crescer.

Eleito alguém como Haddad, pode-se contar, primeiro, com uma aliança entre o governo federal e a prefeitura paulistana que a aliança entre esta e o governo do Estado de São Paulo não conseguiu produzir. O governador Geraldo Alckmin não tem ajudado a mitigar o desastre paulistano. Falta ver o que resultaria de uma aliança entre Haddad e Dilma.

A realidade é a de que, dada a dimensão dos problemas paulistanos, só o governo federal tem recursos para gerar algum resultado para o paulistano no médio prazo – porque, no curto prazo, só Deus para melhorar a vida da população de uma cidade que essa mesma população condenou ao eleger Serra em 2004.

Se tudo correr bem, a população paulistana entenderá que só a eleição de Fernando Haddad pode gerar uma parceria entre níveis de governo que ataque com celeridade e intensidade essa situação insustentável, ameaçadora, desoladora mesmo, que está fazendo a maioria dos paulistanos pensar em mudar de São Paulo.

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