terça-feira, 29 de maio de 2018

Nº 24.258 - "ALERTA: STF E TSE TRAMAM CONTRA ELEIÇÕES"

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29/05/2018

ALERTA: STF E TSE TRAMAM CONTRA ELEIÇÕES

Do Brasil 247 - 29 DE MAIO DE 2018 ÀS 12:50



O STF e o TSE articulam duas operações contra a realização das eleições: Cármen Lúcia trama a volta do parlamentarismo; nesta terça (29) à tarde, o TSE pretende tomar uma decisão para tirar Lula da disputa eleitoral, podendo atingir também Bolsonaro; enquanto isso, o presidente do TSE, Luiz Fux, ameaça: “[a greve] acendeu um sinal quanto à própria realização das eleições”


247 - O Supremo Tribunal Federal (STF), corte máxima do país, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela condução dos processos eleitorais no Brasil, estão colocando em andamento duas operações contra a realização das eleições em 2018: a presidente do STF, Cármen Lúcia, trama a volta do parlamentarismo; nesta terça (29) à tarde o TSE vira de ponta cabeça toda a jurisprudência sobre candidaturas para tirar Lula da disputa eleitoral, numa decisão que pode alijar também Jair Bolsonaro do pleito. Enquanto isso, o presidente do TSE está colocando  em questão a própria realização das eleições em de outubro: “[a greve] acendeu um sinal quanto à própria realização das eleições”, afirmou Luiz Fux ontem. Para que se tenha uma ideia do estado de espírito nos tribunais superiores, Fux chegou a afirma que a greve dos caminhoneiros não deve ser resolvida nos tribunais e sim por um “ato de força”.

Até agora, qualquer pessoa poderia ser lançada candidata por um partido político e sua candidatura era analisada pelo tribunal caso houvesse pedidos de impugnação. Agora tudo pode mudar, para tirar Lula da disputa. Na semana passada, o ministro Napoleão Maia Filho, aliado de Temer, reviu um voto seu e decidiu admitir a discussão na corte sobre a possibilidade teórica de um réu condenado ser candidato a presidente da República. Anteriormente ele havia negado o debate afirmando que era evidente que uma consulta sobre o assunto, apresentada por um deputado do DEM, dizia respeito a Lula. Mas outros magistrados apelaram, e ele mudou o entendimento. O assunto entra na pauta na sessão de hoje à tarde e espera-se que o veto a Lula seja aprovado.

Com a decisão, os condenados em segunda instância não poderiam mais registrar suas candidaturas. A decisão pode também atingir Jair Bolsonaro, que é alvo de duas ações penas no STF. Se a manobra for bem sucedida ficarão fora do pleito os dois candidatos que têm, somados, a intenção de voto de mais da metade dos eleitores. Com isso, as elites desenham aos poucos, um tipo de "democracia" na qual só candidatos "tolerados" serão admitidos aos processos eleitorais. 


Enquanto isso, Cármen Lucia prepara-se para colocar em pauta no Supremo a discussão sobre a implantação do parlamentarismo por meio de uma emenda à Constituição. O desejo das elites brasileiras de liquidar com as eleições diretas para presidente e manter o controle do país com maiorias conservadoras no Parlamento é antiga. Foi o que aconteceu em 1961, quando as elites, para evitar a posse de João Goulart na Presidência, depois da renúncia de Jânio Quadros, tiraram da cartola o parlamentarismo para evitar um presidente progressista. O sistema durou 17 meses, sendo derrotado num plebiscito em 1963 e acabou sendo um ensaio para o golpe militar de 1964.

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Nº 24.257 - "Comissão de deputados relata visita a Lula; assista"

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29/05/2018


Comissão de deputados relata visita a Lula; assista



Do Blog do Esmael - 29 de Maio de 2018 por editor


A Comissão Externa da Câmara dos Deputados concluiu a visita ao ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Após a visita realizada na manhã desta terça-feira (29), os deputados concederam uma entrevista coletiva em frente à SPF. Assista.

A visita havia sido negada duas vezes pela juíza Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação alegando violação do princípio de separação de Poderes. O ministro Edson Fachin acolheu o pedido, autorizando a inspeção.

Assista ao vídeo da entrevista abaixo:


Nº 24.256 - "Alexandre Garcia, o golpista atropelado"

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29/05/2018

Alexandre Garcia, o golpista atropelado


Do Blog do Miro - segunda-feira, 28 de maio de 2018





Por Altamiro Borges

O jornalista Alexandre Garcia, que foi a cavalgadura-oficial do general João Batista Figueiredo – aquele que aprovou “execuções sumárias” de democratas durante a ditadura militar, segundo recente relatório da CIA –, tem uma doença incurável. Sua obsessão contra as forças de esquerda chega a ser patética. Nesta segunda-feira (28), no telejornal Bom Dia Brasil da Globo, ele culpou os presidentes Lula e Dilma pela greve dos caminhoneiros. Para ele, o apagão nos transportes só ocorreu porque os governos petistas deram incentivo à compra de caminhões. A idiotice foi tamanha que de imediato o "calunista" global ocupou o segundo lugar no ranking do Twitter, virando motivo de galhofa nacional. 

“Depois de culpar Lula pela crise dos combustíveis porque ele ajudou os caminhoneiros a comprarem caminhões, o próximo passo de Alexandre Garcia será culpar Lula pela volta da fome, porque ele ajudou os pobres a comerem. Na cabeça desse velho reaça, pobre que ande de carroça e morra de fome”, ironizou um ativista. Outro disparou: “Alexandre Garcia junta-se a outros da mídia hegemônica para forçar a narrativa bizarra de que a culpa da greve dos caminhoneiros é... do Lula, porque ele teria aumentado a capacidade de compra de caminhões e aumentado a oferta de fretes. Na dúvida, culpe o Lula”. Outro fustigou: “Alexandre Garcia culpando Lula pela compra massiva de caminhões. É muita desonestidade”. Outros internautas seguiram a mesma toada. 

Alexandre Garcia foi um dos expoentes globais da cavalgada golpista pela deposição de Dilma Rousseff, que resultou na chegada ao poder da quadrilha de Michel Temer. Adorador do “deus-mercado”, ele nunca criticou a política criminosa da liberação geral de preços dos combustíveis imposta por Pedro Parente, o agente das multinacionais do petróleo que hoje preside a Petrobras. Agora, com o caos nos transportes, ele parece que foi atropelado pelos caminhoneiros. Está meio zonzo, dopado. No desespero, ele crítica Lula e Dilma por terem incentivado a compra de caminhões. 


Ele não é o único que deve estar atordoado. As antas que editam um blog dos abutres financeiros – como o “autoexilado” Diogo Mainardi – chegaram a lançar, em abril passado, a candidatura do exterminador da Petrobras. “Pedro Parente para presidente” foi a manchete do "Antagonista". A “calunista” Eliane Cantanhêde, da GloboNews, também afirmou recentemente que “Pedro Parente confirma que, além de grande técnico, tem visão política e é uma pessoa de muito bom senso”. Estes e outros “calunistas” globais foram atropelados pela greve dos caminhoneiros. Parecem vira-latas que caíram do caminhão de mudança! 


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PITACO DO ContrapontoPIG 

Alexandre Garcia - uma vida profissional inteira usando a mentira como instrumento de trabalho.

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Nº 24.255 - "Eu lembro. Não faz tanto tempo assim, por Luis Felipe Miguel"

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29/05/2018


Eu lembro. Não faz tanto tempo assim, por Luis Felipe Miguel


Do Jornal GGN - TER, 29/05/2018 - 10:12



............................................................Foto Huffpost Brasil

Eu lembro. Não faz tanto tempo assim.

por Luis Felipe Miguel


Quando Dilma foi afastada da presidência, foi uma festa. Finalmente, depois de tantos anos, tínhamos de novo um presidente à altura do cargo. Um homem cujo terno era elogiado por cientistas políticos. (É verdade, não estou inventando.) Que dignificava seu discurso com mesóclises. Foi uma caravana de jornalistas puxa-sacos entrevistá-lo no Palácio, uma entrevista inacreditável que permanecerá para sempre como um ponto culminante da carreira de Noblat, Cantanhede e outros. A Veja ressaltava a posição da nova primeira-dama, “bela, recatada e do lar”, expressão que, antes de virar piada, foi – eu lembro – o título, a sério, de uma reportagem laudatória.


Só precisava de umas décadas a menos e umas plásticas a mais para Michel Temer se transformar no nosso John Kennedy. Seus discursos eram recheados de banalidades, mas elas eram aplaudidas com frenesi. Via-se uma sabedoria profunda, de idiot savant, em frases como “Pare de pensar em crise, trabalhe”. Aliás, o fato de Temer só falar banalidades contava entre seus méritos. Era disso que o Brasil precisava. Um velho e bom governo convencional. Previsível. Confiável. Oligárquico. Um governo de homens brancos idosos.

Na economia, arrocho nos gastos sociais, redução de direitos, mais mercado e menos Estado. Na política, a construção de uma enorme base parlamentar que garantiria a “governabilidade”. Sem falar na moral e nos bons costumes. Família patriarcal e camisa verde-amarela. Em tudo, sempre, as fórmulas de sempre. O empresariado aplaudia, a mídia ululava, a classe média abanava o rabo. Como podia dar errado?

Os coleguinhas mais afoitos vestiam a autoridade de cientistas políticos para falar, nos jornais, em “governo de salvação nacional”. Eu lembro.

* * *

A situação em que nos encontramos hoje é a consequência direta e esperada daquele momento, dois anos atrás. O golpe de 2016 foi quando a classe dominante brasileira decidiu realizar seu programa máximo. Reduziu a quase zero o espaço para concessões aos dominados. Atropelou a Constituição, atropelou a democracia, destruiu o que se conseguira construir como espaço de convivência e disputa politica civilizada nas últimas décadas.

Era, de fato, um grande acordo nacional. Com o Supremo, com tudo, com todos os que importam. Afinal, nesse tipo de acordo nunca há espaço para a classe trabalhadora, para os aposentados, para as mulheres, para a população negra, para os povos indígenas.

Hoje, temos o país à beira do caos, um governo incapaz de governar e nenhuma saída na nossa frente. A greve dos caminhoneiros apenas desvelou a situação em que os encontramos – e sua própria ambiguidade é um indício das incertezas profundas do momento.

Qualquer solução será, com certeza, uma meia sola. Em parte porque o próprio movimento não parece ter rumo certo e se mostra embevecido com sua própria força. Mas, sobretudo, porque não há, no governo que aí está, nem disposição nem autoridade para mais do que isso. Quem confiaria num acordo com o governo Temer?


E as eleições, que teriam o condão de relegitimar o centro do poder, ficam despidas desta capacidade na medida em que a expressão da vontade popular está tolhida por um ato de força. Com a decisão de impedir a candidatura de Lula – e em seguida aprisioná-lo –, as classes dominantes anunciaram que não desejam qualquer repactuação da ordem anterior. Jogaram o país numa crise política impossível e se recusam a discutir qualquer solução.

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Nº 24.254 - "Intelectuais de todo o mundo pedem a liberdade de Lula: 'Vítima de uma guerra jurídica' "

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29/05/2018

Intelectuais de todo o mundo pedem a liberdade de Lula: “Vítima de uma guerra jurídica”


Do Viomundo  - 29 de maio de 2018 às 10h42


Manifesto internacional pede a liberdade de Lula

Intelectuais como Noam Chomski, Angela Davis, Leonardo Padura, Thomas Piketty e Boaventura de Souza lideram manifesto denunciando a prisão política de Lula

Trezentos acadêmicos e intelectuais lançaram neste final de semana um manifesto intitulado “Lula da Silva é um prisioneiro político. Lula Livre!”, denunciando a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A petição discute em detalhe a natureza arbitrária do processo conduzido pelo juiz federal Sérgio Moro contra Lula, afirmando que ele é nada menos do que um prisioneiro político. O documento declara que a comunidade internacional deve trata-lo como tal e demanda sua imediata libertação.

O manifesto é apoiado por acadêmicos e intelectuais de todo o mundo, mas principalmente dos EUA e da Europa. Ele será traduzido para outras línguas e está aberto para apoio acadêmico adicional no site https://chn.ge/2kpoxzi.

A petição declara que “os abusos do poder judiciário contra Lula da Silva configuram uma perseguição política mal disfarçada sob manto legal. Lula da Silva é um preso político. Sua detenção mancha a democracia brasileira. Os defensores da democracia e da justiça social no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul do globo, devem se unir a um movimento mundial para exigir a libertação de Lula da Silva.”

O manifesto é endossado por juristas mundialmente famosos, tais como Karl Klare, Friedrich Müller, António José Avelãs Nunes e Jonathan Simon. Eminentes pesquisadores do poder e da perseguição judicial (Lawfare), como John Comaroff, Eve Darian-Smith, Tamar Herzog e Elizabeth Mertz, também são apoiadores.

Adicionalmente, a petição é subscrita por intelectuais de renome global como Tariq Ali, Robert Brenner, Wendy Brown, Noam Chomsky, Angela Davis, Axel Honneth, Fredric R. Jameson, Leonardo Padura, Carole Pateman, Thomas Piketty, Boaventura de Sousa Santos e Slavoj Žižek.

Sociólogos proeminentes como Fred Block, Mark Blyth, Michael Burawoy, Peter Evans, Neil Fligstein, Marion Fourcade, Frances Fox Piven, Michael Heinrich, Michael Löwy, Laura Nader, Erik Olin Wright, Dylan Riley, Ananya Roy, Wolfgang Streeck, Göran Therborn, Michael J. Watts e Suzi Weissman também assinaram o manifesto.

O documento é apoiado por especialistas reconhecidos e diretores de centros de pesquisa em Estudos Latino-Americanos como Alex Borucki, Aviva Chomsky, Brodwyn Fischer, Barbara Fritz, James N. Green, Victoria Langland, Mara Loveman, Carlos Marichal, Teresa A. Meade, Tianna Paschel, Erika Robb Larkins, Aaron Schneider, Stanley J. Stein e Barbara Weinstein.

Ademais, é endossado por economistas globalmente reconhecidos como Dean Baker, Ha-Joon Chang, Giovanni Dosi, Gérard Duménil, Gary Dymski, Geoffrey Hodgson, Costas Lapavitsas, Marc Lavoie, Thomas Palley, Robert Pollin, Pierre Salama, Guy Standing, Robert H. Wade e Mark Weisbrot.

O manifesto é organizado por Erika Robb Larkins, James N. Green, Peter Evans, Rebecca Tarlau e Stanley Gacek.

Lula da Silva é um preso político. Lula livre!

Manifestamos aqui nossa profunda preocupação com as circunstâncias nas quais o ex-presidente brasileiro Lula da Silva foi julgado e preso. Sobram evidências de que Lula da Silva foi vítima de uma guerra jurídica (Lawfare), ou seja, abuso de poder judicial para fins políticos. Portanto, a comunidade internacional deve considerá-lo e tratá-lo como um preso político.

O julgamento de Lula foi conduzido como parte da chamada Operação Lava Jato, uma investigação sobre pagamentos de propina a executivos da Petrobrás e políticos, alguns dos quais ocorreram enquanto Lula era presidente. Embora críticos afirmem que “Lula deveria saber” ou que “Lula deve ter ganho algo”, não há evidências de sua participação no pagamento de propinas. De acordo com a lei brasileira, a corrupção é uma relação de troca. Para condenar Lula por corrupção, o Ministério Público deveria provar que ele participou das fraudes a licitações e/ou recebeu bens ou valores em contraprestação por tais atos ilícitos.

Em 2016, Lula foi acusado de receber um apartamento modesto da OAS, uma das contratadas da Petrobrás envolvidas no esquema de corrupção. No entanto, não há conversa telefônica gravada, transações bancárias, transferência de fundos ou títulos de propriedade que deem base para a acusação contra Lula. Ele nunca utilizou ou se beneficiou com o apartamento. Pior ainda, mais tarde veio a público a informação de que o mesmo apartamento havia sido dado como garantia pela OAS em transação de empréstimo de longo prazo, não obstante a acusação de que Lula era o dono do imóvel.

A falta de provas incriminatórias foi desconsiderada por Sergio Moro, o juiz responsável pelo caso contra Lula. Moro baseou sua decisão em “colaboração informal” (nem mesmo uma delação premiada) de Leo Pinheiro, proprietário da OAS. Pinheiro já havia sido condenado a 26 anos de prisão quando decidiu “colaborar” e envolver Lula. Ele afirmou que o apartamento era “destinado” a Lula, uma acusação que contradiz outros 73 depoimentos, mas que foi considerada suficiente para o juiz Moro condenar Lula da Silva. A sentença de Pinheiro, por sua vez, foi reduzida para três anos e ele foi posto em regime semiaberto.

Além de não provar que Lula era proprietário do apartamento, o Ministério Público não pode apontar nenhuma ação ou omissão específica que Lula tenha executado para beneficiar a OAS. Lula havia sido acusado de beneficiar essa empresa com três contratos de fornecimento para a Petrobrás. Após meses de investigações, nenhuma prova material nesse sentido foi encontrada. Moro então condenou Lula por ter praticado “atos indeterminados de corrupção” que teriam beneficiado a OAS. Essa categorização inverte o ônus da prova e a presunção de inocência e simplesmente não existe no sistema jurídico brasileiro.

Inadvertidamente, o próprio juiz Moro admitiu que não tinha jurisdição sobre o caso de Lula. Ao julgar um recurso apresentada pela defesa, ele declarou que “jamais afirmou… que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobrás foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-Presidente”. Se o caso não tem relação com a corrupção da Petrobrás, ele não deveria ter sido julgado por Moro.

Em termos mais simples, pode-se dizer que, no processo de Lula, o magistrado escolheu o réu e, atuando como investigador, promotor e juiz, condenou-o por ter cometido “atos de ofício indeterminados de corrupção”. Tal sentença, pelo seu próprio texto, não encontra sustentação legal e constitucional, inclusive pelas normas brasileiras, uma vez que se refere a “atos indeterminados”. Uma sentença que se refere a crimes “indeterminados” não resiste a qualquer escrutínio jurídico lógico e razoável, sendo completamente Kafkiana. Além disso, a referência a “atos de ofício” é irreal, pois as acusações infundadas que motivaram a sentença de Moro se referem a uma narrativa que começa em 2013, bem depois de Lula ter deixado o cargo.

A guerra jurídica contra Lula também incluiu táticas para manter seu caso sob a jurisdição de Moro a qualquer custo. Em março de 2016, Moro vazou ilegalmente escutas telefônicas envolvendo a presidente em exercício, Dilma Rousseff, que tratavam da nomeação de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Moro alegou, novamente sem provas, que essa nomeação era um meio de “obstrução da justiça”, já que, uma vez nomeado para o governo, Lula seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pelo próprio Moro. Embora a imparcialidade de Moro tenha sido questionada, o Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4), a instância a rever imediatamente o caso de Lula na estrutura judiciária brasileiro, considerou que a Operação Lava Jato era “excepcional” e que as regras “ordinárias” não se lhe aplicavam.

A natureza Kafkiana do julgamento de Lula foi reforçada quando, em agosto de 2017, o Presidente do TRF-4 declarou que a sentença de Moro contra Lula era “tecnicamente irrepreensível”, embora admitisse que nem havia lido o caso. Enquanto isso, sua chefe de gabinete postava em sua página no Facebook uma petição solicitando a prisão de Lula da Silva.

Em seguida, o TRF-4 acelerou a apreciação do caso. O julgamento da apelação contra a sentença de Moro que condenou Lula foi colocado à frente de 257 outros casos pendentes. O relator levou apenas seis dias para concluir sua análise do caso, em um processo que tinha literalmente milhares de páginas e horas de depoimentos. A turma do Tribunal levou 196 dias para julgar a apelação quando, em média, necessita de 473 dias para julgar casos semelhantes. O TRF-4 também ordenou a prisão de Lula tão logo do julgamento da apelação, o que aconteceu com apenas 3 dos outros 20 acusados na Lava Jato, cujos mandados de prisão foram emitidos apenas meses depois.

Lula então pleiteou um Habeas Corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), visando afastar a possibilidade de prisão imediata, dado que ainda tinha o direito de entrar com recursos. De acordo com a Constituição brasileira, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Dada essa previsão expressa na Constituição, é importante notar o seguinte: a sentença proferida por Moro contra Lula, cuja condenação foi mantida e ampliada pelo TRF-4 (de 9 para 12 anos de prisão), ainda pode ser revista pelos Tribunais Superiores, incluindo o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal), este último a instância mais elevada no país para questões constitucionais.

Em voto decisivo para a negativa do Habeas Corpus a Lula, uma Ministra do STF declarou que teria votado de outra forma se a Corte estivesse analisando a questão constitucional em abstrato, ao invés de sua aplicação específica ao caso de Lula. Na véspera da votação, o Comandante Geral do Exército tuitou uma mensagem para a Corte, dizendo que “o Exército não tolerará a impunidade”. Por essa ameaça velada, ele não recebeu reprimendas, mas sim uma “curtida” vinda da conta do Twitter do mesmo TRF-4 que confirmou a condenação de Lula.

Na manhã seguinte, o juiz que preside o TRF-4 previu, em entrevista à imprensa, que a prisão de Lula não ocorreria em menos de um mês, considerando todos os procedimentos ainda pendentes no tribunal. À tarde, no entanto, o TRF-4 pediu a Moro que ordenasse a prisão de Lula. Moro levou dezenove minutos para proferir decisão, a qual reconhecia que Lula ainda tinha direito a interpor um recurso perante o TRF-4, mas considerava que esse recurso é uma “patologia protelatória” que “deveria ser eliminada do mundo jurídico”.

Não é de surpreender pesquisa recente na qual 55% dos entrevistados no Brasil concordam que “Lula está sendo perseguido pelo Judiciário” e 73% concordam com a afirmação de que “os poderosos o querem fora das eleições” nas quais ele ainda é, de longe, o candidato favorito.

Os abusos do poder judiciário contra Lula da Silva configuram uma perseguição política mal disfarçada sob manto legal. Lula da Silva é um preso político. Sua detenção mancha a democracia brasileira. Os defensores da democracia e da justiça social no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul do globo, devem se unir a um movimento mundial para exigir a libertação de Lula da Silva.


Exigimos: Free Lula, Lula Libre, Liberté por Lula, Freiheit für Lula, Lula Libero, حرية, 释放卢拉, 룰라 석방하라!, חוֹפֶשׁ, フリーダム, Свободу Луле, Lula Livre!


1. Tariq Ali – New Left Review (Editor), London
2. Dean Baker – Center for Economic and Policy Research (senior economist), Washington, D.C.
3. Fred Block – Research Professor, University of California, Davis
4. Mark Blyth – Eastman Professor of Political Economy – The Watson Institute for International Affairs – Brown University
5. Alex Borucki – Director, Latin American Studies Center, Associate Professor, History Department – University of California, Irvine
6. Robert Brenner – Director, Center for Social Theory and Comparative History – University of California Los Angeles (UCLA)
7. Wendy Brown – Class of 1936 Chair, University of California, Berkeley
8. Michael Burawoy – Professor, University of California, Berkeley; Former President of the American Sociological Association (2004) and the International Sociological Association (2010-2014)
9. Ha-Joon Chang – Director of the Centre of Development Studies, Reader in the Political Economy of Development, Faculty of Economics, University of Cambridge
10. Aviva Chomsky – Professor of History and Coordinator of Latin American Studies, Salem State University
11. Noam Chomsky – Professor Emeritus at the Institute of Technology (MIT) and laureate professor at the University of Arizona
12. John Comaroff – Hugh K. Foster Professor of African and African American Studies and of Anthropology – Harvard University
13. Eve Darian-Smith – Professor Anthropology, Law, and Criminology, Law and Society; Director of International Studies – University of California Irvine
14. Angela Davis – Distinguished Professor Emerita – University of California, Santa Cruz
15. Giovanni Dosi – Professor of Economics and Director of the Institute of Economics at the Scuola Superiore Sant’Anna in Pisa; Co-Director IPD – Initiative for Policy Dialogue at Columbia University.
16. Gérard Duménil – Université Paris 10, Paris, former Research Director at the Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, French National Center of Scientific Research)
17. Gary Dymski – Professor of Applied Economics, Leeds University Business School
18. Peter Evans – Emeritus Professor of Sociology, University of California, Berkeley
19. Brodwyn Fischer – Director of the Center for Latin American Studies, Professor of History at the University of Chicago.
20. Neil Fligstein – Class of 1939 Chair, Department of Sociology, University of California, Berkeley
21. Marion Fourcade, Associate Professor, Department of Sociology, University of California, Berkeley
22. Stanley A. Gacek – Senior Advisor for Global Strategies – United Food and Commercial Workers International Union (UFCW) – Washington, D.C.
23. James N. Green – Carlos Manuel de Céspedes Professor of Latin American History – Brown University; Distinguished Visiting Professor (Professor Amit), Hebrew University in Jerusalem
24. Michael Heinrich – former Professor of Economics at Hochschule für Technik und Wirtschaft, Berlin
25. Tamar Herzog – Monroe Gutman Professor of Latin American Affairs, Harvard Law School
26. Geoffrey Hodgson – Research Professor, University of Hertfordshire – Winner of the 2014 Schumpeter Prize
27. Axel Honneth – Jack C. Weinstein Professor of the Humanities, Philosophy Department, Columbia University; Director of the Institute for Social Research, Frankfurt/M
28. Fredric R. Jameson – Knut Schmidt-Nielsen Professor of Comparative Literature – Duke University
29. Karl Klare – George J. & Kathleen Waters Matthews Distinguished University Professor – School of Law – Northeastern University
30. Victoria Langland – Director of the Center for Latin American and Caribbean Studies and the Brazil Initiative, University of Michigan
31. Costas Lapavitsas – University of London (SOAS Japan Research Centre; London Asia Pacific Centre for Social Science – Steering Committee Member)
32. Marc Lavoie – Senior Research Chair, Université Sorbonne Paris Cité
33. Mara Loveman – Director of the Sociology Department – University of California, Berkeley
34. Michael Löwy – Emeritus research director at the CNRS and lecturer at the École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS, Paris, France)
35. Carlos Marichal – Professor – El Colegio de México, Founder and President of the Mexican Association of Economic History (2000-2004)
36. Teresa A. Meade – Florence B. Sherwood Professor of History and Culture, Director of Latin American & Caribbean Studies Program, Union College, New York
37. Elizabeth Mertz, PhD, JD – John & Rylla Bosshard Professor Emerita, University of Wisconsin Law School, Research Professor, American Bar Foundation
38. Friedrich Müller – Emeritus Full Professor – Heidelberg University Faculty of Law, Germany
39. Laura Nader – Emeritus Professor of Anthropology at the University of California, Berkeley
40. António José Avelãs Nunes – Emeritus Full Professor – Coimbra University, Portugal
41. Erik Olin Wright – Vilas Distinguished Research Professor, University of Wisconsin – Madison
42. Leonardo Padura – Independent Author – Cuba
43. Thomas Palley – Independent Economist – Washington DC
44. Tianna Paschel – Professor in the Department of African American Studies at the University of California, Berkeley
45. Carole Pateman – Distinguished Professor Emeritus of Political Science, University of California Los Angeles (UCLA), former President of the International Political Science Association (1991–94) and of the American Political Science Association (2010–11).
46. Thomas Piketty – Professor at EHESS (École des Hautes Études en Sciences Sociales) and at the Paris School of Economics
47. Frances Fox Piven – Distinguished Professor of Political Science and Sociology Emeritus, Graduate School of the City University of New York (CUNY)
48. Robert Pollin – Distinguished Professor of Economics and Co-Director, Political Economy Research Institute (PERI), University of Massachusetts-Amherst
49. Dylan Riley – Director of Graduate Studies, Professor of Sociology, University of California, Berkeley
50. Erika Robb Larkins – Associate Professor, Sociology, San Diego State University
51. Ananya Roy – Professor of Urban Planning, Social Welfare and Geography and inaugural Director of The Institute on Inequality and Democracy at UCLA Luskin
52. Pierre Salama – Emeritus Professor of Economics – University of Paris XIII
53. Aaron Schneider – Leo Block Chair/Director, Latin America Center and Program in International Development, University of Denver
54. Jonathan Simon – Adrian A. Kragen Professor of Law, Faculty Director, Center for the Study of Law & Society, University of California, Berkeley, School of Law
55. Boaventura de Sousa Santos – University of Coimbra; Distinguished Legal Scholar at the University of Wisconsin-Madison Law School; Global Legal Scholar at the University of Warwick
56. Guy Standing – FacSS – SOAS University of London
57. Stanley J. Stein – Walter Samuel Carpenter III Professor in Spanish Civilization and Culture, Emeritus; Professor of History, Emeritus – Princeton University
58. Wolfgang Streeck – Max Planck Institute for the Study of Societies, Cologne, Germany
59. Göran Therborn – Professor Emeritus of Sociology, University of Cambridge, UK
60. Robert H. Wade – Professor of Global Political Economy – Department of International Development – London School of Economics (LSE) – Leontief Prize in Economics
61. Michael J. Watts – “Class of 1963” Emeritus Professor of Geography and Development Studies at the University of California, Berkeley
62. Barbara Weinstein – Silver Professor of History and chair of the Department of History at New York University, former president of the American Historical Association
63. Mark Weisbrot – co-director of the Center for Economic and Policy Research and president of Just Foreign Policy, Washington, D.C.
64. Suzi Weissman – Professor – Saint Mary’s College of California
65. Slavoj Žižek – University of Ljubljana; Global Distinguished Professor of German at New York University; international director of the Birkbeck Institute for the Humanities of the University of London
66. Bakhtiyor Abdulhamidov – School of Law, SOAS
67. Carlos H. Acuña, CONICET/Universidad de Buenos Aires and Universidad Nacional de San Martín
68. Paulina L. Alberto – Associate Professor, History and Romance Languages, University of Michigan
69. Guy Alain Aronoff – Lecturer, History Department, Humboldt State University, Arcata, California
70. Alexander Alberro, Virginia Bloedel Wright Professor of Art History, Barnard College/Columbia University, New York City
71. Bruno Amable – Professor of Political Economy – Université de Genève
72. Andrew Arato – Dorothy Hirshon Professor, New School for Social Research, New York
73. Rebecca J. Atencio – Director, Gender and Sexuality Studies Program, Associate Professor of Brazilian Studies, Tulane University, New Orleans
74. Geri Augusto – Gerard Visiting Associate Professor of International & Public Affairs and Africana Studies, Brown University, Watson Institute Faculty Fellow, Fulbright Scholar
75. Bruce Bagley – Professor, Department of International Studies, University of Miami
76. Gianpaolo Baiocchi – Director of the Urban Democracy Lab, Professor of Individualized Studies and Sociology, New York University
77. Leandro Benmergui, Assistant Professor, Purchase College, State University of New York
78. Raimundo C. Barreto, Jr. – Ph.D., Assistant Professor of World Christianity, Princeton Theological Seminary
79. Sherna Berger Gluck, Emerita Professor of History, California State University, Long Beach
80. Tunde Bewaji – Professor of Philosophy, Department of Language, Linguistics and Philosophy, University of the West Indies, Kingston, Jamaica
81. Cyrus Bina – Distinguished Research Professor of Economics, University of Minnesota (Morris Campus), USA & Fellow, Economists for Peace and Security
82. O’Neill Blacker-Hanson, Ph.D. – Visiting Scholar, University of New Mexico, Albuquerque
83. Ernesto Bohoslavsky – Professor, Universidad Nacional de General Sarmiento
84. Scott A. Bollens – Warmington Chair in Peace and International Cooperation, Professor – Department of Urban Planning and Public Policy, University of California, Irvine
85. Benjamin H. Bradlow – Brown University
86. Joana Bragança Bastos – Visiting Scholar, Stanford Medical School
87. Howard Brick – Professor of History and Louis Evans Chair in U.S. History, University of Michigan, Ann Arbor.
88. Renate Bridenthal – Professor Emerita of History, Brooklyn College, City University of New York (CUNY)
89. John Burdick, Professor of Anthropology, Syracuse University, New York
90. Cornelia Butler Flora – Distinguished Professor of Sociology Emeritus, Iowa State University, Research Professor, Kansas State University
91. Jim Campen – Professor of Economics, Emeritus, Univ of Massachusetts Boston
92. Mariana P. Candido – Associate Professor, Department of History, University of Notre Dame
93. Cláudio Carvalhaes – Associate Professor of Worship, Union Theological Seminary – New York City
94. Bruno Carvalho – Associate Professor, Spanish and Portuguese Languages and Cultures, Princeton Mellon Initiative – Princeton University
95. Sueann Caulfield – Associate Professor, University of Michigan
96. Sidney Chalhoub – Professor of History and African and African American Studies, Harvard University
97. Stephen Cole – Chair, Department of History and Political Science, Professor, History and Political Science, Notre Dame de Namur University, California
98. Nicholas Copeland, Assistant Professor of American Indian Studies, Virginia Tech
99. Carlos Cortez Minchillo – Assistant professor, Dartmouth College
100. Benjamin A. Cowan – Associate Professor, Department of History, University of California San Diego
101. Lisa Covert – Assistant Professor, College of Charleston, South Carolina
102. Raymond B. Craib – Professor of History, Director of the Latin American Studies Program (LASP), Cornell University
103. Chuck Davis – Professor of Labor Studies, Indiana University
104. Alicia Díaz, Assistant Professor of Dance, The University of Richmond
105. Arcadio Díaz-Quiñones – Professor Emeritus, Department of Spanish and Portuguese, Princeton University
106. Edgardo Dieleke (filmmaker and professor) – Phd, Princeton University – NYU – Buenos Aires / Universidad de San Andrés
107. Elizabeth Dore – Emeritus Professor, University of Southampton, UK
108. Robert S. DuPlessis – Isaac H. Clothier Professor of History and International Relations Emeritus – Swarthmore College, Pennsylvania
109. Eduardo Elena – Associate Professor, University of Miami
110. Marc Edelman – Professor of Anthropology, Hunter College and the Graduate Center, City University of New York
111. Jeffrey Erbig – Latin American and Latino Studies, University of California, Santa Cruz
112. Arturo Escobar – Professor of Anthropology – The University of North Carolina at Chapel Hill
113. Joana Falcão Salles – Associate Professor in Microbial Community Ecology, Expertise group GREEN (Genomics Research in Ecology & Evolution in Nature), Groningen Institute for Evolutionary Life Sciences, University of Groningen, Netherlands
114. Toyin Falola – Jacob and Frances Sanger Mossiker Chair in the Humanities at the University of Texas at Austin
115. John Faulkner – SOAS, University of London
116. Gordon Fellman, Professor of Sociology, Brandeis University, , Massachusetts
117. Débora Ferreira – Professor, Portuguese Program Coordinator, former Member of the Faculty Senate and Chair of Faculty Development Committee, Utah Valley University
118. Roquinaldo Ferreira – History/Portuguese and Brazilian Studies, Brown University
119. Denise Ferreira da Silva – Professor and Director, The Social Justice Institute (Gender, Race, Sexuality, and Social Justice), University of British Columbia, Canada
120. Carlos Figueroa, Ph.D. – Assistant Professor, Politics Department – Ithaca College
121. Carl Fischer, Modern Languages and Literatures Department, Fordham University
122. Marilyn Frankenstein – Retired Professor, Quantitative Reasoning and Media Literacy, University of Massachusetts, Boston
123. Elena Fratto, Humanistic Studies, Princeton University
124. Frederico Freitas, Ph.D. – Assistant Professor of History, North Carolina State University
125. Barbara Fritz – Institute for Latin American Studies/School of Business & Economics – Freie Universität Berlin
126. Leo J. Garofalo, Associate Professor of History, Connecticut College
127. Florencia Garramuño, full professor and the Chair of the Humanities Department at the Universidad de San Andrés, Argentina
128. Pablo Gentili – Executive Secretary – The Latin American Council of Social Sciences (CLACSO)
129. Gabriel Giorgi – Professor, Department of Spanish and Portuguese Languages and Literatures, New York University
130. David Theo Goldberg – Director and Professor, Humanities Research Institute, University of California Berkeley
131. Reena Goldthree – Assistant Professor of African American Studies, Princeton University – Professor of History, Truman State University, Missouri
132. Mónica González García, Profesora Asociada de Literatura Comparada e Intermedialidad, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Chile
133. Jessica Graham – Professor of History, University of California San Diego
134. Richard Grossman – PhD, Northeastern Illinois University
135. Antonio Sergio Alfredo Guimaraes – Visiting Fellow, Lemann Institute of Brazilian Studies, University of Illinois at Urbana-Champaign
136. David Gullette, Professor Emeritus of English, Simmons College, Boston
137. Gerard Gunning – University Lecturer at SOAS University of London
138. María del Mar Gutiérrez Domínguez – El Colegio de México
139. Martin Halpern – Professor of History Emeritus, Henderson State University, Arkadelphia, Arkansas
140. Laurence Harris – Professor, SOAS, University of London
141. Noel Healy – Associate Professor of Geography, Salem State University Virginia Parks, Professor of Urban Planning, University of California at Irvine
142. Inez Hedges, Ph.D. – Professor Emerita of Cultures, Societies, and Global Studies, Northeastern University
143. Rebecca Herman, Professor of History, University of California, Berkeley
144. Marc A. Hertzman, Associate Professor and Conrad Humanities Scholar, University of Illinois, Urbana-Champaign
145. Walter L. Hixson – Distinguished Professor of History, University of Akron, Ohio
146. Elizabeth Quay Hutchison – Professor, Latin American History – President, Faculty Concilium on Latin America and Iberia – Director, Feminist Research Institute – Chair, Committee on Governance – The University of New Mexico
147. Rafael R. Ioris, Ph.D.- Associate Professor of Latin American History, History Department, Affiliated Faculty, Latin American Center, Joseph Korbel School of International Studies, University of Denver
148. Clara E. Irazábal-Zurita – Director of the Latinx and Latin American Studies Program, Professor of Urban Planning | Department of Architecture, Urban Planning + Design (AUPD), University of Missouri – Kansas City
149. Alexandra Isfahani-Hammond – Associate Professor Emeritus of Comparative Literature And Luso-Brazilian Studies, U.C. San Diego
150. Thomas Jessen Adams – Academic Coordinator and Lecturer in American Studies and History, United States Studies Centre, University of Sydney
151. Cedric Johnson – Associate Professor, African American Studies and Political Science – University of Illinois at Chicago
152. Benjamin Junge, PhD – Associate Professor – State University of New York at New Paltz
153. Tercio Bretanha Junker, PhD, Dean of the Chapel and Regional Director of Course of Study Program, Garrett-Evangelical Theological Seminary, Illinois
154. Louis Kampf – Professor Emeritus – MIT – Massachusetts Institute of Technology
155. Temma Kaplan – Distinguished Professor of History, Emerita, Rutgers University
156. Mary Kay Vaughan – Professor Emerita, University of Maryland
157. Robin D.G. Kelley – Gary B. Nash Professor of American History at UCLA, former Harmsworth Chair of American History at Oxford University
158. Gray F. Kidd – Duke University, North Carolina
159. Roger Kittleson – Professor of History, Williams College, Massachusetts
160. Anna M. Klobucka – Professor of Portuguese and Women’s and Gender Studies, University of Massachusetts Dartmouth
161. Peter Kuznick – Professor of History, Director Nuclear Studies Institute, American University, Washington, D.C.
162. German Labrador Mendez – Associate Professor, Princeton University
163. Jennifer Lambe – Assistant Professor, Department of History, Brown University
164. Dany Lang – Université Paris 13, Sorbonne Paris Cité/l’Université de Saint Louis (Belgium).
165. Paul Lauter – Allan K. and Gwendolyn Miles Smith Professor of Literature Emeritus at Trinity College in Hartford, Connecticut, former President of the American Studies Association (USA), Francis Andrew March Award 2017.
166. John Lawrence, Professor Psychology Department, College of Staten Island, City University of New York
167. Nicole D. Legnani – Assistant Professor of Colonial Latin American Studies – Department of Spanish and Portuguese – Princeton University
168. Fernando Leiva – Associate Professor, Latin American and Latino Studies, University of California Santa Cruz
169. María Graciela León Matamoros – Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Cuajimalpa, México
170. Deborah Levenson – Professor of Latin American History, Boston College
171. Marilia Librandi – Professor of Luso-Brazilian and Latin American Literature and Cultures, Stanford University
172. Clara E. Lida – Research-Professor, Chair on Mexico-Spain at the Centro de Estudios Históricos, El Colegio de México
173. Lisa Lindsay, Bowman and Gordon Gray Distinguished Term Professor, University of North Carolina at Chapel Hill
174. Maria-Aparecida Lopes – Professor of History, California State University, Fresno
175. Christopher Lowe, Independent Historian of Africa, Portland, Oregon USA; Ph.D. Yale University
176. Ryan Lynch – University of California, Santa Barbara
177. Arthur MacEwan – Professor Emeritus of Economics, University of Massachusetts Boston

178. Kathleen McAfI

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Nº 24.253 - "DEMOCRACIA CORRE RISCO REAL, DIZ AMORIM"

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29/05/2018


DEMOCRACIA CORRE RISCO REAL, DIZ AMORIM


Do Tutameia - 28 DE MAIO DE 2018 

Por ELEONORA DE LUCENA E RODOLFO LUCENA



“Estamos às vésperas de uma situação muito difícil,  e nós temos de pensar em salvaguardar a democracia. Acho que, neste momento, com essa situação crítica,  até setores da direita, que tenham interesse e intenção de manter a democracia, devem ser ouvidos”.

É o que afirma o ministro Celso Amorim em entrevista ao TUTAMÉIA. Ele segue: “Se for necessário ter uma conversa com o Alckmin, tem de ter. Como em 1967 ou 1968 se tentou ter a Frente Ampla, que ia do Jango ao Lacerda, era quem defendia a democracia. Com quem defender a democracia, ainda que com concepções um pouquinho diferentes do que significa democracia, é importante manter canais abertos”.

Ele defende a união das forças progressistas em torno da luta pela liberdade do presidente Lula e do seu direito de ser candidato. Diz: “Sem perder essa característica, a gente tem de manter canais para assegurar a democracia, porque o risco existe. É real”.

Ministro das relações exteriores do governo Lula e da Defesa no governo Dilma, ele fala da conjuntura política, que ganhou elementos mais dramáticos com o movimento dos caminhoneiros. Prossegue Amorim:

“Mesmo que seja um golpe militar que não se sustente… mas, gente, uma coisa que dure dois, três meses, pode ser desastrosa para o país, em termos de violência, em termos de vidas humanas. Eu mesmo digo: não creio que golpe militar no sentido clássico vá ocorrer, mas não posso descansar sobre isso. Primeiro porque o risco existe. E, se a gente não fizer nada, ele pode ocorrer.”

E reforça: “Mesmo que, depois, ele não seja bem-sucedido, ele possa não ter os 21 anos que teve o outro governo militar, mas pode ser o suficiente para causar muito estrago, muita dor para o povo. Então é preciso pensar nessa abertura também, conversar”.

OPORTUNIDADE ÚNICA

Na visão de Amorim, “nem o capital financeiro internacional tem interesse nisso [golpe militar], não pega bem para eles. Não acredito que o golpe militar fique, mas, digamos assim, uma situação que possa ser um civil, sob forte proteção militar… Que é um pouco o que a intervenção no Rio de Janeiro simboliza, quando foi dito que ela poderia ser um laboratório para o Brasil”.

Segue Amorim: “Um laboratório para quê? Se houver uma confusão, como está acontecendo? Às vésperas das eleições? Aí adia as eleições, coloca lá o presidente do Supremo, adia por um ano, para ver se há uma situação nova? Porque acontece o seguinte: hoje o Lula tem 32% ou 35%, dependendo da pesquisa, da preferência. Então eles ficam assim: como é que nós vamos resolver isso com as eleições? Acho que é perigoso”.

Segundo o ministro: “Vivemos em um momento em que há uma oportunidade única para ver, de maneira clara, a influência geopolítica dos Estados Unidos ou de certos setores do governo americano e do capital financeiro norte-americano no Brasil e se pode trabalhar para curar isso, ao mesmo tempo em que se corre o risco de um governo de extrema direita ou de um governo autoritário”.

Diz Amorim: “Estamos vivendo talvez o momento mais crítico, mais crucial, mais complexo que eu vi em toda a minha vida adulta. Não quer dizer que não tenha havido piores. O golpe militar de 64 foi pior. Era uma coisa que estava imposta, a gente, as forças progressistas e democráticas foram derrotadas. Houve outras situações, o AI5”.





EFEITOS NEFASTOS DA DEPENDÊNCIA

Na avaliação do ministro, a situação atual “é muito complexa porque, por um lado, ela põe a nu essa dependência e os males da dependência. Por outro lado, as ameaças são muito grandes”. Amorim fala de vídeos de caminhoneiros pedindo intervenção militar. Não se tem ideia da dimensão desse movimento entre os manifestantes; faltam informações básicas sobre os fatos, aponta ele. E continua:

“O que estamos vendo agora com essa crise da Petrobras tem uma raiz. A raiz disso, infelizmente, vem de longe, mas ela se mostrou nesse momento. A raiz disso é o fato de as ações da Petrobras serem vendidas na Bolsa de Nova York. Se não acabar com isso, a Petrobras não será a empresa autônoma e de desenvolvimento [que precisamos]. Petróleo é para desenvolver o país.

“Eu acho tudo isso muito triste. Eu sou de uma geração que, embora tenha tomado muita cacetada, acreditava que Petrobras, Volta Redonda etc eram instrumentos para o desenvolvimento brasileiro, para a sociedade brasileira. Progressivamente, foi havendo uma distorção. [Foi sendo afirmado] que o importante eram elas como empresas. E da empresa passa para a lucratividade e daí para espalhar o capital. Agora vai acontecer com a Embraer, que vai ser absorvida pela Boeing, no setor elétrico. Essa dependência é muito difícil de acabar, mas nunca vivemos um momento que seus efeitos nefastos sejam tão óbvios”.

SOBERANIA E PREÇO DO GÁS

Perguntamos: o senhor está otimista? Resposta:

“Se vocês tivessem feito essa pergunta 15 dias atrás, eu diria pessimista no curto prazo. Hoje não sei. Porque essa greve pela primeira vez, de uma forma muito clara, pôs a nu essas questões. Você precisa ligar a soberania com o preço do gás. Isso agora ficou claro. A soberania nacional e o preço do gás são a mesma coisa. O fato de nós termos cedido um número importante de ações da Petrobras ao capital financeiro internacional limita a liberdade de ação da Petrobras ou a nossa liberdade de ação como acionista majoritário de conduzir a Petrobrás para os objetivos do desenvolvimento. Ao não permitir isso, não permite que ocorra um certo subsídio, sim, em benefício do povo brasileiro não permitindo que os problemas internacionais viessem onerar mais ainda o povo”.

E continua:

“Essa ligação entre questões que têm a ver diretamente com o bem estar o povo brasileiro — que vai do preço dos alimentos, do gás etc– com o domínio do capital financeiro internacional –não só sobre as nossas riquezas, mas sobre as nossas estruturas empresariais –isso ficou claro e isso tem um espelho político. A gente vai votar em quem: em quem defende esse processo ou em quem quer mudar isso ou pelo menos mitigar isso? Essa é a opção. Espero que mude”.

Segue: “Soberania é uma palavra chave. Democracia e justiça social. São três coisas que estão juntas. Democracia sem justiça social será uma falsa democracia, será como na Grécia antiga, só entre os aristocratas. Democracia sem soberania também não existe: se o Estado não é livre, o homem não é livre, a mulher não é livre, o cidadão não é livre”.

TEMER DEVIA DEMIIR PARENTE

Celso Amorim comenta observação feita por Samuel Pinheiro Guimarães ao TUTAMÉIA. Na semana passada, o embaixador nos disse aqui que Pedro Parente, presidente da Petrobras, é o representante dos interesses do Estado norte-americano no Brasil. Diz o ministro:

“Não sei se ele foi oficialmente nomeado  como tal. Ele não é o único; deve haver outros. Se Temer quisesse mostrar que tem algum poder, a primeira coisa a fazer seria demitir o presidente da Petrobras. Quem manda no Brasil? A solução que está sendo dada terá custo direto para o povo brasileiro. Para salvar o dinheiro dos acionistas. Uma parte desse dinheiro vai ser renúncia fiscal e outra parte vai ser mesmo aporte orçamentário. Isso para evitar que os acionistas em Nova York –e tem acionista brasileiro também–, fundos de pensão tenham prejuízo. Isso é uma coisa totalmente absurda, gente! Como próprio Pedro parente disse que não mudaria a política de preços, acho que o afastamento dele seria fundamental. Nada pessoal, mas é uma questão simbólica, se o governo quiser demonstrar que tenha ainda algum controle sobre o que ocorre no Brasil”.



DESTRUIÇÃO DO PAÍS

A política anti-Petrobras faz parte de um projeto de desmonte da nação, no entender de Amorim:

“Tudo que é a base do crescimento econômico brasileiro, da presença do Brasil no mundo nos últimos anos está sendo destruído [pela Lava Jato]. Independentemente dos erros que possam ter sido cometidos, que têm de ser corrigidos.

“Isso acontece. Aconteceu nos Estados Unidos, aconteceu na Alemanha com a Volkswagen, mas ninguém faz essa campanha para destruir as empresas. As empresas brasileiras, que tinham uma presença enorme na África… Foi destruída a presença do Brasil, o enfraquecimento da Petrobrás, as empresas de engenharia, o BNDES, a diminuição dos investimentos militares –o submarino nuclear.., agora a Embraer.

“O objetivo é botar o Brasil no seu lugar – entre aspas.

“É da essência da geopolítica. Não interessa aos Estados Unidos a emergência de outra potência no hemisfério. Eles sempre tratam do conceito hemisfério, é como eles veem isso. E o hemisfério tem UM patrão.”

VOLTAR A SER QUINTAL

Diz Amorim: “Nos Estados Unidos, o presidente opera dentro de limites. Há um governo oculto, invisível, que é quem manda em última instância e dita os limites. Quando eles viram um país como o Brasil… Primeiro o Pré-sal. Tem a ganância das multinacionais, mas não é só isso. É também estratégico. Nessa nova geopolítica, é saber quem vai dispor desses recursos no caso de conflito. [Devem ter dito:] Esse Brasil está ficando muito independente, criou o conselho de defesa na América do Sul, tem uma política para a África para o Atlântico Sul, [faz reuniões com] países árabes e cria os BRICS. Esse negócio de BRICS, no momento que houver uma crise maior, como se vai fazer? Tem essa riqueza enorme do Pré-sal, sem falar da água, biodiversidade etc. Nessa visão geopolítica tem os interesses econômicos das multinacionais, o interesse do capital financeiro de dominar e extrair mais lucro dos países e o interesse político militar da defesa. Acho que houve um momento em que houve uma decisão: vamos acabar com essa festa.

Para Amorim, duas coisas tocaram que mais profundamente nesse estado profundo que existe nos EUA: os BRICS e a capa da revista “Economist” com a América de cabeça para baixo e dizendo: não é mais o quintal de ninguém. “Gente! Tudo isso é para fazer voltar a ser o quintal. Tem que ser quintal”, afirma.

DESCONFORTO MILITAR

Ex-ministro da Defesa do governo Dilma, Celso Amorim afirma que os militares não devem estar confortáveis com as missões impostas à instituição por Temer. “Acho um perigo. Seguramente no caso do Rio de Janeiro eles não estarão confortáveis. Como instituição nem todos pensam a mesma coisa. Conheço militares de alta patente que estavam muito desconfortáveis com essas ações”.

Ele diz considerar estranha a própria forma como foi feita essa ação militar sobre o movimento dos caminhoneiros. Observa que, apesar da ambiguidade da legislação, um ato como esse –de “garantia da lei e da ordem”—precisa ser feito numa área pré-estabelecida e por tempo determinado.

LEGALMENTE DISCUTÍVEL

Agora, enfatiza, “a área pré-estabelecida foi o território nacional. Então é quase o equivalente ao estado de sítio”. Além disso, como constitucionalmente a segurança pública é responsabilidade dos Estados, teria que ter havido peidos de todos os governadores –o que não se tem notícia de ter havido. Então, declara Amorim, “não sei nem se legalmente ela [a ação militar no caso dos caminhoneiros] é sustentável”.

O ministro alerta pra o fato de a ação militar gerar inspirações autoritárias, com parcela da população identificando nas Forças Armadas uma solução para o impasse no país:

“É aí que mora o perigo. Há uma coisa curiosa. Se der errado [a ação dos militares agora] e houver violência, é perigoso. Por outro lado, se der certo, também é perigoso. Porque é uma inspiração de que se esteja caminhando … sobretudo na extensão em que foi feita, da maneira como foi feita. Não se decretou intervenção federal nem estado de sítio. É muito discutível”.

LULA E A CLASSE DOMINANTE

Do ponto de vista das elites, Lula não poderia ser o personagem capaz de reorganizar isso?, perguntamos a Celso Amorim. A resposta:

“Essa ideia também me passou pela cabeça. O Lula é o único realmente pacificador. É um conciliador no bom sentido, porque ele não vai deixar de lado o povo. Não é só aquela conciliação das elites. Ele é o único que tem capacidade e revelou isso no meio da crise: ele conseguiu que o Brasil vencesse aquele momento difícil de crise, quando nenhum país vencia.

“Eu falei isso com a minha mulher, ela disse: “Você é um otimista!”. E eu: “Ainda vão chamar o presidente Lula para resolver essas questões”.

“Veja bem: essa greve dos caminhoneiros não se presta a simplificações. Tem de ter uma cabeça com capacidade de ver as coisas na sua pluralidade, e acho que o Lula é talvez uma das pouquíssimas pessoas com essa capacidade no Brasil, se não a única.

“O que ele fez no Brasil foi isso, um reformismo. Ele não atacou a propriedade privada, também não reprimiu os movimentos sociais. Continuou a reforma agrária num ritmo razoável, não incomodou muito o capital financeiro, mas também não se deixou escravizar por ele.

“É possível que os setores mais lúcidos da própria burguesia, das classes médias, percebam que é necessário ter uma conciliação”.

MANDELA DO BRASIL

Celso Amorim fala da campanha internacional pela libertação de Lula:

“A prisão do Lula é uma mancha na imagem do Brasil. Ouço de diplomatas estrangeiros: “Gente, como é que vocês fazem isso? O Lula é o Mandela de vocês…”

“Eles estão entendendo totalmente que a ação pela qual o Lula está preso não é pela corrupção no Brasil”.

ELITE TACANHA

Mais: “Falam que a nossa elite é tacanha, estreita. Não é só isso. Isso é uma questão estrutural. Não ela é vira-lata porque quer se considerar pior. Ela é vira lata por opção. A sua função estrutural no sistema econômico e político mundial é a de ser mediação da dominação externa. Ela ganha com isso e tem medo de perder essa mediação. Não são todos”.

A conversa vai para as ideias de burguesia nacional, de pilares do desenvolvimento, do papel do Estado. E trata em vários pontos do golpe de 2016.

Diz Amorim:

“Lamentavelmente, graças à  visão que veio de fora, à estreiteza de visão interna e à ingenuidade de alguns e, talvez, à má fé de outros, nós estamos nessa situação em que o Brasil está sofrendo como há muito tempo não sofre. Eu nunca vi uma situação que gerasse o nível de perplexidade que a atual situação geral”.

VERGONHA

Amorim conta que sentiu vergonha do país em duas ocasiões. Na primeira, durante o governo militar, quando era um jovem diplomata estudante em Londres, e leu a reportagem sobre a morte, sob tortura, de Chael Schreier (1946-1969), militante da VAR-Palmares. “Estava subindo o metrô de Londres, e a minha impressão era de todo mundo estava olhando para mim. Vergonha profunda”.

A segunda vez foi agora, quando o Nobel da Paz Perez Esquivel e o teólogo Leonardo Boff não puderam visitar o presidente Lula em Curitiba. “A foto Leonardo Boff sentadinho do lado de fora. Que país é esse? Que tristeza, que coisa sádica, cruel, para além do erro político”.

GUERRA FRIA NÃO TERMINOU

Antes disso, falamos de EUA, de Europa, de geopolítica. Destacamos aqui um dos pontos: a entrada da Colômbia na OTAN –a primeira vez que um país da América do Sul se envolve nisso.

Nas palavras de Amorim: “Embora não exista a guerra fria no sentido tradicional, a guerra fria não terminou do ponto de vista geopolítico. A disputa por recursos naturais, por mercados, continua. Temos, com a entrada da Colômbia na OTAN, uma militarização dessa disputa na nossa fronteira. Acho uma coisa extremamente perigosa”.

Aliado a isso, Amorim acrescenta o cerco à Venezuela. “Trump chegou a dizer que não excluía a opção militar, uma coisa absolutamente louca. Não me lembro de um presidente ter dito isso sobre um país da América do Sul. Então, se tem um aliado militar dos EUA e uma situação delicada na Venezuela. Esse risco de uma ação militar que poderia até, no limite, esperamos que não, [tornar] a Venezuela num novo Vietnã”.

Amorim lamenta o fato de o Brasil ter hoje uma “política externa totalmente passiva e até submissa nesse aspecto”. Recorda que o ministro brasileiro declarou não poder trabalhar pela mediação na busca da paz da Venezuela porque o Brasil tem partido. “Isso faria o Rio Branco tremer no túmulo”, afirma.


Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena
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Nº 24.252 - "Bob Fernandes: o país de joelhos, a farsa e a tragédia. Assista"

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29/05/2018


Bob Fernandes: o país de joelhos, a farsa e a tragédia. Assista

Do Tijolaço · 29/05/2018 

bobcam


Por FERNANDO BRITO

Bob Fernandes, preciso como sempre e sintético como nunca em seu comentário, ontem à noite, no Jornal da Gazeta:

Até uma semana antes, diante de um país ajoelhado e crente, pregavam os poderes divinos do “Deus Mercado”.

“Mercado” é imemorial engrenagem da vida econômica-social. Mas, nestes tempos, vendido e comprado como ente onipresente, Supremo.


Esse “Mercado” tornado divino foi atropelado. Junto, atropelado o país crente e ajoelhado.


Atropelado por outra entidade apresentada como sobrenatural: “Os Caminhoneiros”. Na vida terrena seriam 1,5 milhão entre sindicalizados e autônomos.


Obviamente de todos os credos. Mas é fato que Bolsonaro os atiçou publicamente.


É fato que muitos “Caminhoneiros” juraram amor a Bolsonaro… E que trancaram estradas para derrubar Dilma.


E fato que agora, sem perceber o que avançava no rastro do caos, esquerdas embarcaram nessa.


Só depois se perceberia: “Caminhoneiros” são peões. E seus patrões exploraram suas pautas e misérias. Tramaram e pilotaram essa “greve”; o “locaute”, ilegal.


Razões são infindáveis: a geopolítica dos produtores mundiais de petróleo. Tensões múltiplas no Oriente Médio. Trump ameaçando o Irã…


Valorização do dólar de apostadores externos diante do real…


Política de preços da Petrobras; para corrigir retenção via subsídios do governo Dilma, a diarréia mercadísta: em 30 dias, 16 aumentos da gasolina e diesel…


País refém de caminhões em rodovias, sem sistema ferroviário, hidroviário etc.


Mas não faltaram avisos, por escrito. Dos patrões e peões. Para governo que inexiste. Por ser ilegítimo, produto de uma Farsa.


Farsa porque depôs governo acusando-o de corrupção sabendo que empossaria quadrilhas.


Farsa porque berros anticorrupção silenciariam. Porque seletivos, mesmo diante da mais escancarada corrupção.


Farsa porque tantos que comandaram espaços, vozes e atos não resistem às próprias histórias. E a de seus negócios.


Farsa por venderem que “o Estado” é só “O Mal”. E que “O Mercado” é “Divino”.


Agora, 10 bilhões de subsídios… Do Estado…contribuintes. E prejuízos estimados em mais de 10 Bilhões.


Farsa com entreatos de comédia; como pizzas sendo entregues a cavalo em São Paulo.


Farsa que, com ou sem “Caminhoneiros”, não acabará… Farsas podem se transformar em tragédia.



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Nº 24.251 - "Petroleiros se juntam a caminhoneiros, denunciam 'política insana' de Pedro Parente, que recebe apoio do lobby de estrangeiros; veja o vídeo"

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29/05/2018


Petroleiros se juntam a caminhoneiros, denunciam “política insana” de Pedro Parente, que recebe apoio do lobby de estrangeiros; veja o vídeo

Do Viomundo - 28 de maio de 2018 às 14h15


..............................................................Foto Sindipetro

Da Redação

Os petroleiros de duas refinarias anteciparam para esta segunda-feira a greve de 72 horas prevista para acontecer a partir de quarta-feira.

Eles estão mobilizados na Refinaria de Paulínia, a Replan, maior do Brasil, e na Recap, Refinaria de Capuava, responsável por cerca de 30% do abastecimento da Grande São Paulo.


Na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, a Repar, em Araucária, no Paraná, os petroleiros se juntaram aos caminhoneiros (ver imagens abaixo).

Os petroleiros denunciam a política de preços da Petrobras, que está internalizando as variações do dólar e do preço internacional do barril, apesar de o Brasil ser um grande produtor mundial de petróleo.

Enquanto isso, o lobby das petroleiras internacionais deu apoio a Pedro Parente, o presidente da Petrobras, de maneira indireta.

Em nota, o Instituto Brasileiro do Petróleo, que apesar do nome representa as multinacionais, atribuiu as altas do preço dos combustíveis aos impostos e defendeu “a prática de preços livres”, sem esclarecer de quem eles seriam “livres”:


Trabalhadores da Replan e da Recap paralisam as refinarias em protesto contra projeto de privatização

do Sindipetro/SP

Desde as primeiras horas da madrugada desta segunda-feira, 28 de maio, diretores do Unificado estão nas portarias da Replan e da Recap para organizar a paralisação nas duas refinarias.

Na Replan, trabalhadores do turno e do HA participaram em massa da mobilização em solidariedade ao movimento dos caminhoneiros e contra a privatização da Petrobrás e a política de preços insana, praticada pela Petrobrás, e que aumentou abusivamente os valores da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.

Houve corte de rendição do turno da manhã e atraso na entrada do HA.

​Na Recap, a paralisação teve início às 6h da manhã, com o corte de rendição do turno.

​A adesão e o apoio à paralisação são expressivos nas duas refinarias.





POSICIONAMENTO INSTITUTO BRASILEIRO DO PETRÓLEO – IBP

Diante da atual crise que impacta severamente o país, o IBP manifesta seus esclarecimentos sobre alguns pontos relativos aos preços dos combustíveis e a situação atual de desabastecimento e suas consequências graves.

O IBP, como sempre, apoia a competição e o livre mercado. Desta forma, estamos de acordo com a pratica de preços livres de combustível.

Esta é uma forma transparente de estabelecer os preços no Brasil, e assim ocorre nos principais mercados globais.

Entendemos também que o preço final do combustível é composto por uma carga massiva de impostos e que o valor pago por cada um de nós se divide majoritariamente entre o refinador/importador e o Governo (Federal e estadual).

Desta maneira, a solução para a atual crise somente será encontrada através do envolvimento das esferas governamentais, dada a relevância da carga de impostos.

Cabe notar que uma solução que envolva eventual tabelamento de preço significa, na prática, um ônus para os contribuintes e como já experimentamos antes com consequências catastróficas a longo prazo.

Aprovamos o engajamento de todos estes atores e vemos positivamente os avanços conseguidos até agora.

Estamos monitorando e apoiando o desbloqueio de todas as vias emergenciais para manutenção dos serviços mínimos de apoio a população.

É preciso trabalhar arduamente e em conjunto para assegurar que o país volte rapidamente ao abastecimento dos setores críticos de nossas cidades garantindo energia, segurança, saúde e alimentação a todos.


Nº 24.250 - "Receita para tirar a Petrobras e o País do abismo"

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29/05/2018

Receita para tirar a Petrobras e o País do abismo

Do Blog do Esmael - 29 de Maio de 2018 por editor 


O Senador Roberto Rquião (MDB), que também é pré-candidato à presidência, sintetizou em seu twitter a receita para tirar a Petrobras e o Brasil do caminho do abismo no qual foi colocado pelos golpistas de 2016. Começa pela demissão de Pedro Parente do comando da estatal dos combustíveis.

O segundo passo seria tirar os prepostos das empresas petroleiras multinacionais do conselho da Petrobras. E para completar, devemos mudar a política suicida de formação de preços de gás, diesel e gasolina!

“Simples assim.” Resume o Senador.

Enquanto o ilegítimo Michel Temer não consegue encerrar a greve dos caminhoneiros, os petroleiros iniciam greves por todo o país. A palavra de ordem de mudanças na Petrobras é praticamente unânime.


Roberto Requião

@requiaopmdb
 Demitir Parente , tirar petroleiras multinacionais do conselho da Petrobras e mudar política suicida de formação de preços de gás,diesel e gasolina!
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07:56 - 29 de mai de 2018 · Brasília, Brazil

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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Nº 24.249 - "Vagner Freitas, da CUT, comenta Vox Populi e greves"

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28/05/2018


Vagner Freitas, da CUT, comenta Vox Populi e greves



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Nº 24.247 - "Lula vence no 1º turno, diz Vox Populi"

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28/05/2018


Lula vence no 1º turno, diz Vox Populi


Do Blog do Esmael  - 28 de Maio de 2018 por esmael


O ex-presidente Lula vence no primeiro turno com 39% das intenções de voto, informa nesta segunda-feira (28) o instituto Vox Populi. O petista tem mais votos que a soma dos 13 adversários pesquisados.

Cut/Vox: Com 39% das intenções de voto, Lula vence no primeiro turno


O ex-presidente Lula tem mais votos do que a soma dos 13 adversários pesquisados pelo Instituto. Ainda se houvesse segundo turno, ele derrotaria qualquer outro candidat

Mesmo preso há 52 dias e atacado ferozmente pela mídia golpista, o ex-presidente Lula mantém a vantagem sobre os demais candidatos a presidente da República e seria eleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje. E se houvesse segundo turno, Lula também derrotaria qualquer adversário por ampla margem de votos.

No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, Lula alcançou 39% das intenções de voto contra 30% das soma dos adversários, mostra pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 19 a 23 de maio e divulgada nesta segunda-feira (28).

O diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, chama a atenção para o pífio desempenho dos candidatos ligados ao ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) que, juntos com o presidente, deram o golpe de estado e levaram o Brasil para o caos atual.

“Apesar do proselitismo de parte da imprensa brasileira, eles patinam em índices muito baixos. Entre eles, o que mais chama a atenção é o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que está aquém do que alcançaram outros candidatos tucanos no passado”.

“Parece que a opinião pública não perdoa o comportamento do partido de 2014 para cá”, diz Coimbra.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os brasileiros não esquecem que Lula aqueceu a economia, gerou mais de 20 milhões de empregos e distribuiu renda, apesar da crise de 2008 que derrubou bolsas em todo o mundo e levou a economia da Europa e dos Estados Unidos à bancarrota.

“O que temos agora são quase 14 milhões de desempregados, fora os subempregados, aumentos absurdos da gasolina, diesel e gás de cozinha e um governo acuado, desacreditado e sem capital político sequer para negociar o fim de uma mobilização de caminhoneiros”, pontua Vagner.

Na pesquisa estimulada, o segundo colocado, com praticamente um terço das intenções de voto de Lula, está o deputado Jair Bolsonaro (PSL), com 12%; seguido de Marina Silva (Rede), com 6%; Ciro Gomes (PDT), com 4%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 3% e Álvaro Dias (Podemos), com 2%.

Henrique Meirelles (MDB-GO), Manuela D’Ávila (PC do B) e João Amoedo (Novo-RJ) têm cada um 1% das intenções de votos. Já Flávio Rocha (PRB-RN), Guilherme Boulos (Psol-SP), João Vicente Goulart (PPL), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Paulo Rabelo de Castro (PSC) não pontuaram. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 21% e não sabem ou não responderam, 9%.

No Nordeste, Lula tem 56% das intenções de votos, contra 7% de Bolsonaro e Ciro, que empatam na Região; Marina tem 6% e Alckmin apenas 1%. Os demais não pontuaram. No Sul, 31% dos entrevistados votariam em Lula, 18% em Bolsonaro e 10% em Álvaro Dias; Marina e Ciro empatam, com 4% cada e Alckmin aumenta para 2%, empatando com João Amoedo. Meirelles, Manuela e outros têm 1%.

Pesquisa espontânea


No cenário espontâneo, Lula também está bem na frente dos demais candidatos. O ex-presidente tem 34% das intenções de votos, Bolsonaro surge em segundo lugar, com 10%; Ciro e Alckmin voltam a empatar, com 3% cada; Marina e Joaquim Barbosa, que desistiu da candidatura, surgem com 2% cada; e Álvaro Dias, com 1%. E 5% dos entrevistados disseram que vão votar em outros, 25% ninguém, brancos e nulos, e 16% não sabem ou não responderam.

Segundo turno


Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os adversários com larga vantagem. Venceria Marina com 45% contra 14% da candidata da Rede; Já contra Alckmin e Bolsonaro, Lula alcançaria 47% dos votos contra 11% e 16%, respectivamente.

A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada com brasileiros de mais de 16 anos, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, de todos os estratos socioeconômicos.

Foram ouvidas 2.000, em entrevistas feitas em 121 municípios. Estratificação por cotas de sexo, idade, escolaridade e renda.


A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

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