segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Contraponto 2980 - "A América do Sul não pode jogar fora o século 21 como fez com o século 20"

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09/08/2010


A América do Sul não pode jogar fora
o século 21 como fez com o século 20


Antes de participar da cerimônia de posse do presidente da
Colômbia,
Lula teve reunião bilateral com o presidente da
Guatemala,
Álvaro Colom, num hotel em Bogotá.
Foto Ricardo Stuckert/PR


Blog do Planalto - Sábado, 7 de agosto de 2010 às 18:08

Antes de participar da cerimônia de posse do presidente da Colômbia, Lula teve reunião bilateral com o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, num hotel em Bogotá. Foto Ricardo Stuckert/PR

Viagens internacionais

O presidente Lula avaliou como sendo importante o atual momento político vivido na América do Sul. Segundo ele, os países vizinhos estão descobrindo a importância do bom convívio. O presidente brasileiro fez as considerações no contexto dos entendimentos que estão em curso entre a Venezuela, a Colômbia e o Equador. Lula afirmou que a participação do presidente equatoriano, Rafael Correa, e do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, são indicativos da volta à normalidade na região. Dezessete chefes de Estado ou de Governo estão em Bogotá para a cerimônia de posse do presidente eleito Juan Manuel Santos Calderón.

“A tese que o Brasil tem defendido é que a América do Sul não pode jogar fora o século 21 como se jogou o século 20. Quando nós, ao invés de discurtirmos o desenvolvimento da América do Sul, a parceria entre nós, a unificação de empresas, os investimentos recíprocos, ficamos sempre achando que viria da Europa ou dos Estados Unidos a riqueza que nós precisaríamos para sermos uma grande nação. E agora descobrimos que tudo que vier para nos ajudar é importante. Mas, o mais importante será tudo aquilo que a gente puder construir a partir das nossas possibilidades, da nossa realidade. E eu acredito que tanto a Colômbia quanto a Venezuela têm clareza de que é preciso voltar à normalidade. E eu estou otimista com relação a essa realidade.”

Ouça abaixo a íntegra da entrevista do presidente Lula.


Lula iniciou a entrevista com jornalistas brasileiros explicando que enquanto Álvaro Uribe permaneceu na Presidência da Colômbia manteve o melhor relação com o governante. Tanto é assim que fez questão de comparecer, ontem à noite, ao jantar oferecido por Uribe aos chefes de nações que vieram para a cerimônia de transmissão de cargo na Casa de Nariño – sede do governo local. Neste momento, Uribe transfere o comando da Colômbia para o presidente Santos, em evento que ocorre na Praça Bolívar, na capital colombiana.

“Eu não tenho e nunca tive nenhum problema com o presidente Uribe. A relação entre Colômbia e Brasil sempre foi dentro do mais alto nível de respeito e colaboração. Quem me conhece sabe que jamais, por qualquer desentendimento ou malentendido, a gente viria a ter problema com a Colômbia. É o país que tem um fronteira importante com o Brasil e nós queremos continuar com essa boa amizade de progresso e desenvolvimento com a Colômbia. Por isso fiz questão de vir no jantar do presidente Uribe e vir à posse do presidente Santos.”

Diante da insistência do estabelecimento de paz entre os países sul-americano, Lula explicou que a partir desta data as questões referentes aos dois países passam a ser tratadas pelos presidentes Santos e Hugo Chávez. Neste sentido, o presidente brasileiro explicou que ontem (6/8), manteve uma conversa com Chávez na companhia do secretário-geral da Unasul [União das Nações Sulamericanas], Néstor Kirchner, quando percebeu sinais de que as questões devem ser resolvidas a curto prazo.

“Vai ter um novo governo. Daqui a pouco vai ter uma conversa. Daqui a pouco vem outra. Daqui a pouco todo mundo está ficando bem outra vez. E isso é muito importante para a América do Sul. Para a América Latina. E é sobretudo para a Colômbia e a Venezuela. Todo mundo tem pressa. As pessoas precisam comer todo dia. Trabalhar todo dia. Se desenvolver todo dia. Como tem um novo governo, uma nova equipe econômica, sabe, as pessoas pensam diferente.”

Os jornalistas pediram também que o presidente Lula fizesse uma avaliação do desempenho de alguns candidatos que concorrem à sua sucessão no debate promovido pela Rede Bandeirantes. Em tom de brincadeira, ele afirmou ter ficado triste pelo fato de ser a primeira campanha que não participa como candidato à Presidência da República. Em seguida, destacou que o debate foi marcado pela cordialidade dos postulantes e esclareceu que aquilo que contribui para o melhor desempenho deste ou daquele concorrente é a pergunta feita pelo adversário.

O presidente brasileiro também voltou a ser indagado sobre a manifestação de grupos internacionais para que ele não desista de buscar o sinal do Irã que venha encerrar o processo de punição a Sakineh Mohammadi Ashtiani condenada a morrer por apedrejamento por denúncia de adultério. Ele informou que todas as ações que deveriam ser feitas estão em curso, mas aguarda resposta do governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Lula disse também que intercedeu em outras ocasiões por cidadãos brasileiros que estão em cárcere ou condenados à morte no exterior. Porém, esclareceu as legislações de cada país devem ser respeitadas.

“Eu estou virando um apelador para qualquer coisa”.

Após a entrevista, Lula seguiu para a cerimônia de posse. Neste sábado, o presidente brasileiro recebeu em reunião bilateral o presidente da Guatemala, Álvaro Colom.
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