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02/05/2013
Que crise é essa? Vendas de carros sobem 29%
Do Brasil 247 -2 de Maio de 2013 às 16:50
Vendas de veículos novos no Brasil somaram 333.790 unidades em abril, recorde para o mês e alta de 29,4% sobre o fraco resultado de abril de 2012; na comparação com março, que teve dois dias úteis a menos que abril, os emplacamentos do mês passado aumentaram 17,6%
SÃO PAULO, 2 Mai (Reuters) - As vendas de veículos novos no Brasil somaram 333.790 unidades em abril, recorde para o mês e alta de 29,4 por cento sobre o fraco resultado de abril de 2012, informou uma fonte do mercado nesta quinta-feira, citando dados preliminares de emplacamentos.
Na comparação com março, que teve dois dias úteis a menos que abril, os emplacamentos do mês passado aumentaram 17,6 por cento.
O resultado contrariou expectativas da indústria, que esperava um crescimento mais comportado das vendas depois que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi prorrogada no fim de março pelo governo até o fim do ano.
As vendas do mês passado superaram o recorde até então messes de abril, de 2011, quando 289.189 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram licenciados. O volume também foi o maior registrado até agora neste ano, ficando acima das 311,5 mil unidades de janeiro.
Segundo a fonte, os licenciamentos de automóveis e comerciais leves em abril somaram 317.024 unidades, correspondendo a uma média por dia útil de 14.410 veículos.
Já os emplacamentos de caminhões no mês passado foram de 13.915 unidades, crescimento anual de 25,2 por cento, enquanto as vendas de ônibus atingiram 2.851 unidades, alta de 29,7 por cento, segundo a fonte.
Com o resultado de abril, os licenciamentos de veículos novos no Brasil nos quatro primeiros meses de 2013 soma 1,164 milhão de unidades, crescimento de 8,2 por cento sobre o mesmo período de 2012.
A expansão até agora está acima da esperada pela associação de montadoras Anfavea para o ano, de alta de 3,5 a 4,5 por cento nas vendas, para entre 3,93 milhões e 3,97 milhões de veículos.
A associação de concessionários Fenabrave deve divulgar ainda nesta quinta-feira os dados consolidados de vendas de veículos e a Anfavea informa na próxima terça-feira números que incluem produção, exportações e importações.
FROTISTAS AJUDAM
Segundo o gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria de carros Jato Dynamics, Milad Kalume Neto, a alta das vendas de veículos em abril foi bem acima do esperado pelo mercado, diante de dados recentes que "acenderam o sinal amarelo" sobre a economia brasileira.
"As vendas de abril surpreenderam, ainda mais considerando que a economia está com alguns sinais que não são satisfatórios, como aumento de juros, oscilação no desemprego e queda na atividade industrial", disse ele, acrescentando que "não observamos nenhum nível de desconto fora do normal nos preços dos veículos" no período.
Para analista Rafael Galante, da consultoria Oikonomia, o forte desempenho dos licenciamentos de abril pode ser atribuído em parte a vendas maiores das montadoras para frotistas, incluindo locadoras de veículos.
"Quase todas as grandes montadoras forçaram venda para grandes frotistas... O faturamento direto envolveu 77 mil carros e comerciais leves, crescendo 29,5 por cento sobre março, enquanto as vendas às concessionárias cresceram 14 por cento, para 229 mil veículos", estimou Galante.
Galante citou ainda demanda que poderia estar represada antes dos lançamentos de veículos como o sedã HB20s, da Hyundai, e o 208, da Peugeot, modelos que chegaram ao mercado em abril.
Apesar dos licenciamentos de veículos de abril terem ficado acima das expectativas, no somatório do quadrimestre o crescimento de cerca de 8 por cento nas vendas sobre um ano antes foi menor que a estimativa da Oikonomia, de expansão de 9 a 10 por cento no período.
"Era para ter crescido mais, considerando a base de comparação muito baixa com o ano passado e o imposto estar menor", disse Galante, que estima que as vendas apenas nas categorias de carros e comerciais leves em 2013 no Brasil devem ficar entre estabilidade e queda de 2 por cento.
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