segunda-feira, 4 de junho de 2018

Nº 24.314 - "Tir​em​ o cadáver do Jaburu"

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04/06/2018

Tir​em​ o cadáver do Jaburu

Celso Amorim: lembrem-se deste nome!


Do Conversa Afiada - publicado 04/06/2018


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Conversa Afiada reproduz artigo sereno (sempre!) de seu colUnista exclusivo ​Joaquim Xavier:

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Não é preciso ser pitonisa, nem posar de “especialista”, para prever que os próximos meses serão de convulsões sociais mais ou menos graves do que a greve dos caminhoneiros. Basta examinar a História.

A vitória retumbante do movimento nas estradas mostrou que o tremer está na lona do ringue, sob contagem regressiva daqueles juízes que esperam chegar a 10 para decretar a derrota inapelável.

Já se observam saques e depredações pelo país. Professores de São Paulo se mantêm irredutíveis na defesa de uma convenção coletiva de trabalho que os patrões querem rasgar empoleirados na reforma patronal aprovada pelo congresso de bufões. Universidades estão em pé de guerra. Campanhas salariais importantes se aproximam. Mais: três meses após um assassinato covarde, o caso da vereadora Marielle e do motorista Anderson permanecem insolúveis, apesar de o Rio ser tingido de verde oliva por uma intervenção desesperada. Lula está encerrado numa masmorra solitária desde 7 de abril!

Mesmo o caso dos combustíveis, apesar do êxito inconteste, assemelha-se mais a uma trégua do que a um caso encerrado. Os preços não cederam ao ponto acordado. A gasolina sobe diariamente.

E o gás de cozinha, insumo básico das famílias mais sacrificadas, continua sendo vendido a preço de artigo de luxo. As fagulhas estão por todos os lados.

Certo, Parentemer caiu. Fugiu, para ser mais preciso. Em breve estará empregado de novo. Seu apego ao Brasil sempre se mediu pela gordura da sua conta bancária. É disso que ele continuará tratando, parasita contumaz que é e sempre foi dos interesses mais selvagens do pessoal do 1%.

Mas ele é apenas uma metástase. O tumor original, o foco da moléstia que devastou o pais em apenas dois anos, continua lá, instalado no Jaburu como “cadáver entronado” –a expressão é insuspeita por ter sido cunhada por um dos porta-vozes da elite golpista, a Folha de S. Paulo. De cadáveres pode se esperar tudo, menos que ressuscitem como o contrário do que sempre foram.

Muita gente pede paciência posto que faltam quatro meses para eleições, que nem sequer sabe-se se haverá. Na verdade, sete meses até a transferência de temer para o xadrez. Parece nada para os poucos que sobrevivem acima da linha d´água, mas para o povo que enfrenta o dia a dia na penúria, é demais.

A elite homicida sabe disso muito bem. O supreminho apodrecido está aí para provar. Lerdo como um cágado para votar a liberdade de Lula, rápido como um raio para manter um ladrão tucano como Paulo Preto fora da cadeia, marcou para daqui a duas semanas mais um golpe dentro do golpe.

Cármen Lúcia e seus ​(...)​ querem votar se este congresso de calhordas pode se autoconceder poderes para instituir o parlamentarismo. O ato dá a medida da natureza da crise: mesmo com Lula preso, e na hipótese de ser banido, dá-se como líquido e certo que nenhum candidato da direita pode vencer as eleições. Que então se entregue o executivo a um congresso que vai ser eleito com regras que favorecem abertamente os magnatas, o agronegócio, a bancada da bala, a banca financeira insaciável, os escravocratas.

Tudo é volátil no horizonte onde um cadáver entronado apodrece no Jaburu. Ninguém pode descartar que temer seja derrubado num arranjo parlamentar. Nesse caso, nada menos que eleições antecipadas, livres e democráticas, com Lula candidato, pode ser aceito pelo povo soberano.

A defesa de Lula candidato, vote-se ou não nele, concentra esta bandeira. Abrir mão dela neste momento é entregar os anéis para sinalizar que se está disposto a ceder os dedos. Mas só os incautos imaginam que o tal plano B não seja o tema que domina os bastidores –inclusive dentro do PT.


O ideal, do ponto de vista progressista, democrático, seria uma união entre Lula e Ciro Gomes. Mas por tudo o que se tem visto, ainda desta vez o horizonte mesquinho, de Ciro principalmente, impõe-se como obstáculo. Seus ataques, velados ou não, a Lula, revelam um personalismo intrigante que não combina com que afirma defender os interesses do Brasil. Nesta hipótese, as atenções se voltam para quem Lula escolherá para vice enquanto sua candidatura sobrevive à artilharia dos saqueadores do Brasil e aos ataques dos “muy amigos”. Pelas suas credenciais e serviços prestados ao Brasil, Celso Amorim é personagem cada vez mais forte nesta equação. 

Lembrem-se deste nome.

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