12/09/2009
Carta verdadeira, escrita por um sertanejo cearense no século passado, consultando-se a seu médico na cidade.
Carta ao Doutor
“Senhor Dr.
Vou, com esta a sua presença, - isto é, não vou, mando, dando os sinais duma moléstia que me atacou, cuja suponho é ramo estupor. Digo porque estou com o corpo todo encalombado, sinto dor nas cruz dos peito, dor nas cadeiras, nos osso dos braços e dor no interior.
Quando me deito sai dor nas cantareiras, dor de cabeça, no caroço dos óios e um formigamento no corpo.
Quando estou dormindo aparece um resfriamento nas mãos e nos pés e um arrocho nos peito com um acocho no coração que fica todo safocado. Tem um trimido nas costelas mindim e do outro lado o sangue corre solto três vêz.
Mando esta para o doutor me inzaminar e me escutar para ver si é mesmo ramo estupor, ou sifre ou mal de nervoso.”
(C. Nery Camelo*, Alma do Nordeste, p. 125)
* Nery Camelo, folclorista cearense já falecido.
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