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18/01/2014
Dilma faz história: enquadra espião Tio Sam
Do Brasil 247 - 17 de Janeiro de 2014 às 21:20
O fato é um só, goste-se dele ou não: presidente
do Brasil foi a primeira líder mundial a criticar dura e publicamente
espionagem dos EUA; recuo de Barack Obama com promessa de não mais
espionar aliados é mérito, antes de outros, de Dilma Rousseff; foi ela
quem mandou chamar embaixador ianque às falas, cancelou visita de Estado
a Washington e abriu Assembleia Geral da ONU com denúncia humilhante
contra invasão cibernética; mídia familiar deve reduzir papel da
presidente neste embate global, mas registre-se que Dilma acaba de
entrar para a história como a mulher que topou e dobrou a arrogância do
Tio Sam; como diz a 'doutrina' Chico Buarque, País de hoje "nem fala
grosso com a Bolívia nem fala fino com os Estados Unidos"; vídeo
247 – Qual foi mesmo o presidente brasileiro que
topou de frente uma parada indigesta com os EUA e fez a nação mais
poderosa do planeta recuar?
Não havia exemplo nenhum para responder essa questão, mas desde esta sexta-feira 17, quando o presidente americano Barack Obama disse diante do mundo que "os EUA não vão mais espionar aliados", agora o Brasil tem uma resposta: Dilma Rousseff.
Goste-se ou não, interprete-se à esquerda ou à direita, o fato é que Dilma foi a primeira chefe de Nação a reagir dura e publicamente à descoberta de que, primeiro, milhões de cidadãos nacionais haviam tido e-mails rastreados pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana e, segundo, parte do governo e ela própria haviam sido bisbilhotados.
As revelações, a partir das informações transmitidas pelo analista americano exilado na Rússia Edward Snowden, começaram a se dar na metade do ano. E de pronto Dilma levou o governo a retrucar à altura.
Com a escalada de revelações, ela cancelou a visita oficial que faria aos EUA, em outubro, onde, em Washington, na Casa Branca, seria recebida com honras de convidada de Estado.
Não adiantou os Estados Unidos tentarem, por todos os canais diplomáticos, demover Dilma da decisão de não viajar – o que iria caracterizar um gesto de profunda decepção do Brasil com o comportamento do Tio Sam e, ao mesmo tempo, uma forte reprimenda. Ela ficou no Brasil e ainda determinou ao chanceler Luiz Alberto Figueiredo, antes de anunciar o cancelamento, que chamasse o embaixador americano em Brasílias às falas.
Em Nova York, durante seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro, feito imediatamente antes de Obama ocupar o mesmo púlpito, Dilma enumerou as trampolinagens dos arapongas ianques:
- Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico – estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República do Brasil tiveram suas comunicações interceptadas", relatou a presidente brasileira diante do concerto das Nações.
Ela concluiu, sem conciliar com o poderio americano como, talvez, outros fizessem e, na prática, como já se fez muito ao longo da história do Brasil:
- Imiscuir-se dessa forma na vida dos outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas", ensinou Dilma.
A verdadeira lição de moral da presidente sobre o governo Obama -- repita-se, goste-se ou não, avalie-se à direita ou à esquerda --, deu todo o resultado esperado. Sucedida pela revelação sobre a espionagem ao telefone celular da chanceler alemã Ângela Merkel, a pregação de Dilma pelo recuo efetivo, na prática, da arapongagem americana, ganhou corpo na comunidade internacional.
Relembre-se: a presidente começou sozinha a reação à invasão cibernética americana e, durante a jornada, ganhou o apoio de novos fatos e de praticamente todos os países que contam, à exceção da Inglaterra.
Para completar, num gestão que foi interpretado até mesmo como retaliação econômica, Dilma levou o governo ao ponto de, em meio a esse debate estratégico, comprar aviões militares suecos, os Gripen NG, na maior concorrência militar do ano, na qual os americanos concorriam com seus F-18 A. Sem confiança, sem negócio, ela quis dizer.
O recuo de Obama e do Tio Sam nesta sexta-feira 17 foi resultado de muitas pressões. E a primeira pressão foi feita pela presidente do Brasil.
Abaixo, o discurso de Dilma na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro:
Não havia exemplo nenhum para responder essa questão, mas desde esta sexta-feira 17, quando o presidente americano Barack Obama disse diante do mundo que "os EUA não vão mais espionar aliados", agora o Brasil tem uma resposta: Dilma Rousseff.
Goste-se ou não, interprete-se à esquerda ou à direita, o fato é que Dilma foi a primeira chefe de Nação a reagir dura e publicamente à descoberta de que, primeiro, milhões de cidadãos nacionais haviam tido e-mails rastreados pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana e, segundo, parte do governo e ela própria haviam sido bisbilhotados.
As revelações, a partir das informações transmitidas pelo analista americano exilado na Rússia Edward Snowden, começaram a se dar na metade do ano. E de pronto Dilma levou o governo a retrucar à altura.
Com a escalada de revelações, ela cancelou a visita oficial que faria aos EUA, em outubro, onde, em Washington, na Casa Branca, seria recebida com honras de convidada de Estado.
Não adiantou os Estados Unidos tentarem, por todos os canais diplomáticos, demover Dilma da decisão de não viajar – o que iria caracterizar um gesto de profunda decepção do Brasil com o comportamento do Tio Sam e, ao mesmo tempo, uma forte reprimenda. Ela ficou no Brasil e ainda determinou ao chanceler Luiz Alberto Figueiredo, antes de anunciar o cancelamento, que chamasse o embaixador americano em Brasílias às falas.
Em Nova York, durante seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro, feito imediatamente antes de Obama ocupar o mesmo púlpito, Dilma enumerou as trampolinagens dos arapongas ianques:
- Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico – estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República do Brasil tiveram suas comunicações interceptadas", relatou a presidente brasileira diante do concerto das Nações.
Ela concluiu, sem conciliar com o poderio americano como, talvez, outros fizessem e, na prática, como já se fez muito ao longo da história do Brasil:
- Imiscuir-se dessa forma na vida dos outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas", ensinou Dilma.
A verdadeira lição de moral da presidente sobre o governo Obama -- repita-se, goste-se ou não, avalie-se à direita ou à esquerda --, deu todo o resultado esperado. Sucedida pela revelação sobre a espionagem ao telefone celular da chanceler alemã Ângela Merkel, a pregação de Dilma pelo recuo efetivo, na prática, da arapongagem americana, ganhou corpo na comunidade internacional.
Relembre-se: a presidente começou sozinha a reação à invasão cibernética americana e, durante a jornada, ganhou o apoio de novos fatos e de praticamente todos os países que contam, à exceção da Inglaterra.
Para completar, num gestão que foi interpretado até mesmo como retaliação econômica, Dilma levou o governo ao ponto de, em meio a esse debate estratégico, comprar aviões militares suecos, os Gripen NG, na maior concorrência militar do ano, na qual os americanos concorriam com seus F-18 A. Sem confiança, sem negócio, ela quis dizer.
O recuo de Obama e do Tio Sam nesta sexta-feira 17 foi resultado de muitas pressões. E a primeira pressão foi feita pela presidente do Brasil.
Abaixo, o discurso de Dilma na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro:
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