domingo, 15 de maio de 2016

Nº 19 359 - "Empresas da Lava Jato doaram para 12 ministros de Temer"

 

15/05/2016

 

Empresas da Lava Jato doaram para 12 ministros de Temer

 

Presidente da OAB que defende impeachment de Dilma, ameaça pedir afastamento de ministros diretamente investigados pela operação 



Jornal GGN - Empresas investigadas pela Operação Lava Jato doaram dinheiro para a campanha de 12 dos 13 ministros nomeados pelo presidente interino Michel Temer (PMDB). Os repassem foram feitos em 2014 para José Serra (Relações Exteriores), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Blairo Maggi (Agricultura), entre outros.
Em nota divulgada recentemente, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamarchia, que apoia o impeachment de Dilma criticou publicamente a nomeação de ministros citados na Lava Lato, e disse que poderá avaliar o uso de instrumentos jurídicos para pedir o afastamento de ministros que eventualmente se tornarem réus na operação.
Entre os 22 ministros do governo Temer, 7 deles foram citados no curso da operação Lava Jato. São eles: Bruno Araújo (Cidades); Raul Jungmann (Defesa); Mendonça Filho (Educação e Cultura); Romero Jucá (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão); Ricardo Barros (Saúde); Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo); e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
VALMAR HUPSEL FILHO
Recursos foram repassados quando os hoje integrantes da equipe do presidente em exercício se candidataram a cargos eletivos, em 2014
Dinheiro de empresas envolvidas no esquema revelado pela Operação Lava Jato irrigou as campanhas de 12 dos 13 ministros nomeados pelo presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), que se candidataram a algum cargo eletivo em 2014. Os recursos foram repassados de forma legal e declarados à Justiça Eleitoral.
Os que declararam doações de empresas que estão na mira da operação foram José Serra (Relações Exteriores), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Blairo Maggi (Agricultura), Maurício Quintella (Transportes, Portos e Aviação), Raul Jungmann (Defesa), Mendonça Filho (Educação e Cultura), Leonardo Picciani (Esporte), Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Bruno Araújo (Cidades) e Ricardo Barros (Saúde).
A exceção é Ronaldo Nogueira (Trabalho). Quando concorreu a uma vaga de deputado federal pelo PTB do Rio Grande do Sul, o ministro recebeu R$ 393 mil em doações. Na sua prestação de contas não há registro de empresas alvo da Lava Jato.
Do grupo contemplado com doações, o maior beneficiado é Henrique Alves (PMDB). Na campanha para governador do Rio Grande do Norte, o então candidato declarou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 7,8 milhões das empresas investigadas por envolvimento no esquema de desvios na Petrobrás.
O valor representa 34% dos R$ 23 milhões declarados como doações na prestação de contas de 2014 do peemedebista. As doações foram feitas principalmente pela Odebrecht (R$ 5,5 milhões) e Queiroz Galvão (R$ 2,1 milhões). Galvão Engenharia (R$ 200 mil) e Andrade Gutierrez (R$ 100 mil) também doaram. Alves foi derrotado por Robinson Faria (PSD) no 2.º turno.
Geddel Vieira Lima declarou ter recebido R$ 7,1 milhões em doações eleitorais na campanha de 2014 ao Senado pelo PMDB da Bahia. Deste valor, R$ 2,3 milhões foram repassados por empresas que tiveram seus presidentes presos na Lava Jato – as empreiteiras Odebrecht (R$ 1,7 milhão) e UTC (R$ 75 mil) e o Banco BTG Pactual. Geddel não se elegeu.
Serra também ultrapassou a casa dos milhões em doações de empresas citadas na Lava Jato. Na campanha para o Senado, o tucano declarou ter recebido R$ 1,2 milhão da OAS e R$ 856 mil da Andrade Gutierrez. Serra declarou R$ 10 milhões em doações naquele ano.
Romero Jucá é alvo de investigações na Lava Jato; Alves é alvo de um pedido de investigação e Geddel foi citado na operação. O ministro do Turismo é suspeito de receber dinheiro do dono da OAS, Léo Pinheiro, em troca de favores no Legislativo e em tribunais. Em dezembro, sua casa foi alvo de busca e apreensão feita pela Polícia Federal.
Geddel aparece nas mensagens captadas pela PF com Léo Pinheiro em que tratam de interesses da OAS em órgãos do governo, entre eles a Caixa Econômica Federal – da qual o ministro era vice-­presidente.
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