Palavra
Livre - 04/05/2016
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Por Davis Sena Filho
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Rodrigo
Não Devo Nada a Ninguém Janot, que é procurador-geral-contra a República,
deveria estar muito incomodado e a pensar com seus botões, no decorrer de
noites insones: "Preciso achar qualquer motivo, mesmo o mais idiota e estapafúrdio
para criminalizar Lula e Dilma, bem como disfarçar o golpe de estado sem
vergonha no qual me meti e sou um de seus líderes" — E completou:
"Vou acusar Lula e Dilma no STF por tentar barrar as ações da Lava Jato da
qual sou o chefe, juntamente com o Moro. Porém, vou dissimular minha
seletividade e perseguição aos petistas com o Aécio Neves, que está nas listas
da Odebrecht, de Furnas e também denunciado seis vezes por delatores na Lava
Jato. Depois a gente esquece do tucano. Bingo!" — comemorou e passou a se
considerar um gênio toda vez que se olha no espelho.
Dito
e feito. Não demorou muito e o procurador-geral seletivo, que pensa que todo
brasileiro tem cabeça oca de coxinha despolitizado e reaça, achou os motivos
para dar uma conotação mequetrefe para o golpe criminoso contra uma mandatária
eleita legitimamente pelo povo e que não cometeu crime de responsabilidade, em
um processo draconiano e injusto, que vilipendia o senso comum, a verdade, a
levar junto, como um deslizamento causado por chuvas torrenciais, o Estado de
Direito e a democracia.
Uma
vergonha a atuação de servidores públicos golpistas pagos pelo dinheiro do
contribuinte. Causa sentimento de nojo e desprezo, porque chega uma hora que a
pessoa discerne sobre os fatos, os pondera, e compreende as realidades que se
apresentam, como o caso desse golpe desastroso, que mais uma vez enlameia a
história do Brasil, além de se ficar comprovado a todos que o sistema
judiciário deste País tem de ser, um dia, quando se restabelecer novamente a
democracia e o Estado de Direito, urgentemente modificado por uma reforma
jurídica e judiciária, porque não dá mais para conviver com um Judiciário
(Justiça, PF e MPF) ideológico, partidário e que nitidamente se associou a um
consórcio político golpista.
Consórcio
que está prestes a depor uma presidente da República que não cometeu crimes de
responsabilidade, como também não há nada contra Lula no que diz respeito ao
líder trabalhista também ter cometido crimes. E o mundo virou de ponta cabeça. Está
tudo do avesso. Ou seja, homens e mulheres que são guardiões das leis se
aproveitam delas para manipulá-las e, com efeito, efetivar um golpe de estado.
Evidentemente
que depois disso, dezenas de milhões de brasileiros não confiarão mais na
Justiça brasileira. Aliás, já não confiam quando se percebe que um corrupto
notório que cometeu crimes comprovadamente é o capitão do navio do golpe,
enquanto juízes e promotores esperam descartá-lo após Dilma Rousseff ser
ilegalmente deposta e Michel Temer — o Amigo da Onça usurpador — tomar o Governo
ilegitimamente como se fosse um assalto a mão armada.
E
como confiar em servidor público, por exemplo, como Rodrigo Não Devo Nada a
Ninguém Janot, que do alto de sua motivação claramente golpista se utiliza da
figura do senador tucano Aécio Neves, o precursor apoplético e encolerizado do
golpe de estado, a informar que o blindado político do PSDB vai ser também
investigado pela Lava Jato, depois de dois anos de o playboy das Minas Gerais e
do Rio de Janeiro ter sido denunciado, além da Lista de Furnas, que já tem dez
anos engavetada, assim como a Lista da Odebrecht, onde constam 316 nomes, a maioria
pertencente à oposição de direita liderada pelo PSDB, a ter o DEM como parceiro
histórico.
É
notório que Aécio Neves está envolvido em vários casos de financiamento de
campanha, tanto é verdade que ele já foi denunciado por delatores e corruptos
inúmeras vezes, como no caso da Lava Jato. Quanto à Lista de Furnas, Janot, que
não é careca, mas está careca de saber que, conforme relatos de delatores,
Aécio controlou Furnas durante anos a fio, sendo que do sistema hidrelétrico
fez sua fonte de recursos para financiar eleições por meio de caixa dois. É o
que dizem e está publicado até em jornais dos magnatas bilionários, que sempre
apoiaram o PSDB e seus candidatos, dentre eles o senador Aécio Neves.
Contudo,
salvo engano, o que Rodrigo Não Devo Nada a Ninguém Janot fez foi, na verdade,
uma pantomima ou ação teatral. No fundo, e ele e seus botões insones e
noctâmbulos sabem disso, Aécio é apenas uma isca para os coxinhas bobalhões,
que consomem notícias da imprensa hegemônica e manipuladora dos coronéis
midiáticos, como se fossem a verdade das verdades, pois o propósito é atrair
apoiadores para a causa golpista, que, vitoriosa, acarretará, no decorrer do
tempo, lágrimas de sangue para a classe média, porque será alvo e vítima do programa
"Uma Ponte para o Futuro" do Amigo da Onça, vulgo Michel Temer.
A
verdade é que tal arranjo tirânico e ilegítimo elaborado pelo PMDB com a
cumplicidade do PSDB deveria se chamar "Uma Ponte para o Inferno ou para o
Abismo", à escolha de quem estiver a fim de optar por um dos títulos para
o projeto vampiresco, leonino e desumano da direita brasileira escravocrata e
que resolveu humilhar o País perante a comunidade internacional, bem como
transformá-lo em uma reles e medíocre República das Bananas, pois nada mais
apropriado para as "elites" brasileiras, pois subalternas,
provincianas e colonizadas.
Todo
essa parafernália da PGR visa tão somente a publicidade e escamotear as reais
razões do procurador-geral-contra a República. Uma ação sorrateira e que tem
por base a perfídia e a dissimulação. Os alvos verdadeiros de Janot são, nada
mais e nada menos, as duas maiores lideranças do Partido dos Trabalhadores,
sendo que Lula é forte candidato a presidente em 2018, bem como se houver
eleições este ano, certamente que Lula concorreria ao cargo mais importante do
País, com razoável chance de vitória, apesar da covarde e desrespeitosa
perseguição contra ele e promovida pela imprensa corrupta e sonegadora dos
magnatas bilionários e pelo sistema judiciário.
Portanto,
mesmo os dois a não ser réus, não responder a processos e muito menos serem
acusados na Justiça, Janot resolveu ser rápido, e, obviamente, já tratou com os
ministros do STF, na pessoa de Teori Zavascki, que está com o processo de Lula
nas mãos, no que diz respeito à sua nomeação à Casa Civil, bem como no que
tange às investigações da Lava Jato, que saíram da Vara do juiz de província,
Sérgio Moro, um político não oficial do PSDB tanto quanto Gilmar Mendes, que há
anos, demonstra, sem ao menos disfarçar, ódio ao PT e aos seus governos
trabalhistas.
A
decisão de Rodrigo Janot é casada e não dá ponto sem nó. Como em outros casos,
a exemplo de FHC e o dinheiro via Brasif enviado à amante, além do Instituto
iFHC, dos apartamentos no exterior, a fazendola mineira, bem como a gigantesca
privataria tucana e a compra de votos para a reeleição, Aécio Neves entra como
isca luminosa só para constar rapidamente no noticiário e logo sairá das
manchetes, como aconteceu com o grão-tucano, que quebrou o Brasil três vezes,
afundou a maior plataforma petrolífera do mundo e, por negligência e omissão,
forçou o povo brasileiro a enfrentar um apagão de 18 meses, dentre incontáveis
incompetências e desprezo pelo patrimônio público, além de não ter construído
uma única escola técnica e negligenciado a universidade pública. E o oligarca
tucano de São Paulo se diz professor.
Aécio
é chamariz e disfarce. É como se Rodrigo Não Devo Nada a Ninguém Janot
afirmasse ao público: Falo do Aécio, como já falaram do FHC, e vou direto ao
que interessa, ou seja, prender o Lula e desmoralizar de vez a Dilma, porque
derrubá-la sem imputar-lhe um crime, mesmo para gente como eu e meus
procuradores de Curitiba, é dose para mamute. E assim será feito. Desmoralizar
Dilma com um golpe e desconstruir a imagem de Lula, de forma que o líder
trabalhista não tenha oportunidade de vencer as próximas eleições
presidenciais. E se vencer, o Congresso mais conservador e corrupto da história do Brasil
vai tentar aprovar o parlamentarismo, que é um golpe disfarçado contra os
cidadãos eleitores de Lula.
A
verdade é que de boas intenções o inferno está cheio. E o "diabo"
realmente se alimenta delas. Enquanto isso o golpista Michel Temer e seu
parceiro de golpe, Eduardo Cunha, continuam a navegar por águas turvas e a
caminhar por veredas tortuosas, aparentemente a não se preocupar ou se importar
com o desenrolar do golpe de estado que pode terminar mal. Nunca se sabe o que
acontece quando servidores públicos do judiciário associados à imprensa de
mercado, a empresários como os da Fiesp e os políticos conservadores resolvem
efetivar um golpe e mandar solenemente os votos de 54,5 milhões de eleitores às
favas, sem ao menos terem um crime para poder acusar Dilma Rousseff e, por sua
vez, o Lula.
Surreal
e também um escândalo de proporção internacional. Todo mundo sabe que se trata
de um golpe. Não resta dúvida, mas os golpistas desses rincões tropicais
continuam a marchar, intrépidos e decididos, em direção à lixeira da história. A
lixeira é o lugar dessa gente ordinária e cafajeste que simplesmente deu uma
banana para o povo brasileiro, sendo que bananeira é a tal "elite"
irresponsável, ardilosa e soberba, que luta para governar o Brasil como
usurpadora do poder, pois sem legitimidade e voto.
Seria
cômico se não fosse trágico: oposição derrotada nas urnas vai governar no lugar
da eleita e efetivar seu projeto econômico entreguista, elitista, autoritário e
antidemocrático, sem a autorização dos 54,5 milhões de eleitores que não
votaram no playboy do PSDB, nos demotucanos, bem como não convergem em
pensamento político com os coxinhas de classe média, que perderam as eleições e
estão até hoje inconformados e entregues ao revanchismo, ao arrivismo e ao ódio
de classe. Esse processo draconiano não é uma barbaridade inaceitáve? O
golpista e traidor, Michel Temer, não vai poder andar nas ruas. Quem viver,
verá.
O
mentiroso e velhaco Delcídio do Amaral, senador que tem os dias contados para
ser cassado, é o novo "AS" dessa história suja. Tratado como a carta
do baralho para vencer o jogo sórdido do golpe de estado. Sua delação vai
servir para investigar Dilma e Lula no STF, com base em delação premiada de um
político que cometeu crimes comprovadamente e que foi pego com a boca na botija.
Delcídio, velho conhecido do PSDB dos tempos da Petrobras, abriu a boca com
rancor e sentimento de vingança, pois um preso como ele, que sempre esteve por
cima em sua vida política e social, não aguentaria ficar um mês no xilindró, a
preferir incriminar Lula e Dilma sem prova alguma.
Tanto
é verdade que Rodrigo Não Devo Nada a Ninguém Janot denunciou Lula e Dilma por interferirem
no processo da Lava Jato. Só que para o bem da verdade, quem cometeu crime na
Lava Jato foram os procuradores e o juiz Sérgio Moro, que deram publicidade às
gravações de uma presidente da República e de um futuro ministro, bem como
publicizaram conversas domésticas de familiares de Lula e dos funcionários do
ex-presidente. Servidores públicos do Judiciário cometem crimes e fica tudo por
isto mesmo. E ainda ganham o prêmio "Faz Diferença" de seus
verdadeiros patrões da plutocracia.
Arrivista
e rancoroso, Delcídio do Amaral faz da mentira sua profissão de fé e entrega
todo mundo, sem provas, mas o suficiente para o procurador-geral-contra a
República usar desse artifício nefasto e injusto para tentar desmoralizar e
criminalizar pessoas que até hoje, após dois anos, não se conseguir encontrar
malfeitos imputados contra elas de forma comprovada. Somente ilações e um
enorme sentimento de vingança. Delcídio é o fim da picada. Um senador que
envergonha o Brasil e não faz falta nem para um cachorro abandonado.
A
verdade é que Dilma não era sequer objeto de investigação e seu convite a Lula
e a gravação criminosa de Sérgio Moro jogada ao público, no que é referente ao
diálogo com Lula serviram ao PGR seletivo e partidário para pedir a
investigação dos mandatários petistas. Enquanto isto no quartel d'Abrantes,
Eduardo Cunha, réu no STF, continua a conspirar e a repercutir seu sarcasmo
atávico em uma provocação tolerada pelos togados, mas que causa discórdia no
País, que hoje é refém de um réu, que demonstra tanto poder, que faz a mais
humilde e simplória das pessoas perceber que, se um dia o deputado Cunha for
preso e abrir a boca, a República e todos seus poderes vão se deparar em um hecatombe que colocará todos
de joelhos ou dentro das grades. O PSDB, o DEM, o PMDB e o PPS, dentre outros
partidos golpistas, sabem disso e por causa disso também programaram o golpe de
estado descarado, bananeiro e covarde.
Alguma
coisa está muito errada, a começar pela seletividade e a partidarização de
togados das instituições que compõem o sistema judiciário. A solução, então, é
soltar os bandidos e prender os inocentes, até que se prove o contrário. É
isto? Então o povo brasileiro vai ficar na mão de um Judiciário ideológico e
politizado? Aliás, a lógica de hoje é a seguinte: o ônus da prova é por conta
do acusado, que será duramente constrangido e humilhado pelo acusador que o
encarcerou, até que o preso acuse a si próprio e as pessoas que ele conhece e
desconhece.
Trata-se
da "justiça" à la Mourinha, aquela que prende o cidadão sem ser réu,
em nome da não interferência daquele que vai ficar preso até apodrecer ou
enlouquecer, o que não importa, pois o que está a valer é a delação
"premiada", que leva o preso a delatar até sua mãe e seus filhos para
poder sair da cadeia. Foi o que fizeram, covardemente e desumanamente, com José
Dirceu, preso sem ter a culpabilidade comprovada, sendo que anteriormente, no
caso do "mensalão", padeceu sob o domínio do fato, que jamais vai ser
usado, por exemplo, contra FHC, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves,
somente para ficar nesses, pois, inacreditavelmente, blindados pelo status quo,
que eles representam e fazem parte.
Dirceu
serve como símbolo da direita para que a esquerda nunca mais ouse conquistar o
poder. Isto está tão claro como céu de brigadeiro. Enquanto isso o juiz de
primeira instância, Sérgio Moro, fica a ir a eventos promovidos por João Dória,
um coxinha de quatro costados da "elite" paulista, bem como a receber
o prêmio "Faz Diferença" dos irmãos Marinho, reconhecidos golpistas
de tempos idos e que hoje apostam em mais um golpe de estado para terem
concretizados seus interesses políticos e econômicos.
Porém,
vamos ver como fica a delação premiada de Delcídio do Amaral quanto a Aécio
Neves. Seu homem de confiança em Furnas era Dimas Toledo. Aécio foi acusado por
Delcídio de ter recebido propina pelo esquema de corrupção de Furnas, sendo que
seu pupilo ficou à frente desse arranjo por dez anos. Furnas,
inquestionavelmente, é o escândalo mais documentado que se tem notícia.
Entretanto, "não vem ao caso", como gosta de afirmar o juiz seletivo de
primeira instância Sérgio Moro.
Essa
realidade é considerada irrelevante para os procuradores seletivos do MPF do
Paraná, assim como, evidentemente, para os delegados aecistas da PF, sendo que tem
o caso do policial que treinava tiro ao alvo na imagem de Dilma Rousseff,
presidente da República e candidata à reeleição. Se fosse em um país
desenvolvido e com uma democracia madura, esse policial débil mental, pois
fascista, seria detido para logo depois ser demitido para o bem do serviço
público, até porque nenhuma sociedade desejosa de ser civilizada merece um
policial de baixo nível, insubordinado e descontrolado como esse.
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