terça-feira, 6 de outubro de 2009

Contraponto 423 - Acaba estado de sítio em Honduras


06/09/2009
Golpistas de Honduras cancelam estado de sítio

Roberto Micheletti, presidente do governo de fato, anunciou revogação de decreto

R-7 - 05/09/2009
Foto por Reuters
Roberto Micheletti já chegou até a cogitar a volta
de Zelaya na Presidência de Honduras, um claro
sinal de que a crise pode estar chegando ao fim

O presidente do governo de fato de Honduras, Roberto Micheletti, anunciou nesta segunda (5) a revogação do decreto de restrição das liberdades, aprovado há uma semana.

Micheletti afirmou durante entrevista em Tegucigalpa:

- Revogamos o decreto durante o conselho dos ministros. O decreto está totalmente revogado.

Em 27 de setembro, o governo de fato, que dirige Honduras desde o golpe de Estado de 28 de junho, aprovou um decreto restringindo as liberdades de circulação, de reunião e de imprensa, e autorizando as detenções sem mandato. O decreto praticamente instaurou o estado de sítio no país.

Dois meios de comunicação opostos ao golpe de Estado, Radio Globo e Canal 36, foram fechados no dia seguinte à aprovação do decreto.

A revogação do decreto era uma das condições impostas pelo presidente deposto, Manuel Zelaya, refugiado desde 21 de setembro na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, para iniciar um diálogo com o governo de Micheletti.

Micheletti afirmou antes da reunião que ia pedir aos ministros a suspensão do decreto que limita as liberdades civis e tirou do ar dois veículos de comunicação leais ao presidente deposto Manuel Zelaya.

Micheletti sofreu pressão para revogar as medidas temporárias, enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) tenta negociar um fim para a crise desencadeada pelo golpe que derrubou Zelaya em junho.

O presidente deposto voltou ao país secretamente há duas semanas e se refugiou na embaixada brasileira.

Ambos os líderes afirmam estarem prontos para conversar, mas as exigências principais continuam inalteradas. Micheletti afirma que Zelaya deve enfrentar os tribunais e está resistindo às pressões para que seja reconduzido ao poder, enquanto Zelaya insiste em ter seu poder restabelecido incondicionalmente.

O decreto de emergência gerou uma onda de reprovações internacionais, e os simpatizantes de Zelaya exigiram que fosse suspenso antes das negociações.
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