terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Contraponto 18.574 - "Como a mídia irá tratar a propina da era FHC?"

Agora, neste início de 2016, surgiu novamente uma polêmica de US$ 100 milhões – só que desta vez envolvendo o PSDB e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O caso apareceu na delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, em que ele apontou uma propina deste valor numa operação fechada no apagar das luzes do governo FHC: a compra do grupo argentino Pérez Companc (leia mais aqui).

Por meio das redes sociais, FHC protestou:
“Não tenho a menor ideia da matéria. Na época o presidente da Petrobrás era Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação politico partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”.

Ocorre que a delação de Cerveró pode ser apenas o ponto de partida para uma ampla investigação sobre uma operação que foi duramente criticada à época. Quando a operação foi fechada, engenheiros da Petrobras já falavam em sobrepreço de US$ 300 milhões (leia mais aqui).

Não custa lembrar que Cerveró cresceu sob as asas de Delcídio Amaral, que já foi filiado ao PSDB, tendo sido nomeado diretor no governo FHC. Para completar, o operador Fernando Baiano conheceu Cerveró pelas mãos de Gregório Marin Preciado, parente de José Serra que já foi arrecadador de recursos para o PSDB – no entanto, Baiano protegeu Preciado em sua delação (leia aqui).

Os próximos dias serão um teste para a isenção e o ímpeto investigativo da imprensa brasileira.
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