18/04/2010
Turquia e Brasil defendem solução negociada para o Irã
O ministro Celso Amorim e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Ahmet Davutoglu, voltaram a defender o diálogo com relação às possíveis sanções ao Irã, durante entrevista coletiva concedida à imprensa hoje (16/04), no Palácio Itamaraty.
A possibilidade de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sancionar economicamente o Irã por conta das dúvidas sobre o programa nuclear daquele país foram questionadas pela imprensa. Segundo o ministro Ahmet , Brasil e Turquia acreditam na possibilidade de uma solução negociada. “Esta iniciativa de negociar não é nova; já tem sete meses e trabalhamos para criar confiança – no cenário internacional é isso que precisamos para o diálogo político por um mundo mais seguro e próspero, especialmente, no Oriente Médio”. Ahmet disse ainda: “não queremos ver ataques militares, não queremos ver concorrência em armas nucleares, uma corrida nuclear na nossa região. Outra coisa que não queremos são as sanções, o castigo econômico. Nós, da Turquia, temos uma visão de interdependência econômica da região. Não queremos nenhum país isolado”.
O ministro Amorim também criticou as sanções, afirmando que estas medidas não resolvemo problema e sempre castigam os mais pobres. “O que vai acontecer é que as sanções podem ser fracas, que não tenham efeito e que o Irã vai continuar convivendo como as sanções que já tem, ou serão duras e vão atingir população mais pobre. Isso, em vez de enfraquecer, fortalece”.
Perguntado sobre o possível preço que Brasil e Turquia possam vir a pagar por tomar a dianteira nas negociações em favor do Irã e da incerteza de o Irã ter ou não uma bomba, o ministro brasileiro foi enfático:“voltamos ao problema central do Iraque, que é a prova negativa, querer que um país prove que não fez. Isto é muito difícil, para não dizer impossível. Para provar, morreram 300, 400 mil pessoas, e não se encontrou nada. Foi um preço caro para o mundo e é isso que queremos evitar”, afirmou”.
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