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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Contraponto 5966 - "Terrorismo dos EUA ameaça a humanidade"


11/08/2011
Terrorismo dos EUA ameaça a humanidade

Do Blog do Miro - 10/08/2011

Por Miguel Urbano Rodrigues*:


A humanidade enfrenta a mais grave crise de civilização da sua história. Ela difere de outras, anteriores, por ser global, afetando a totalidade do planeta. É uma crise política, social, militar, financeira, econômica energética, ambiental, cultural.

O homem realizou nos últimos dois séculos conquistas prodigiosas. Se fossem colocadas a serviço da humanidade, permitiriam erradicar da Terra a fome, o analfabetismo, as guerras, abrindo portas a uma era de paz e prosperidade.

Mas não é o que acontece. Uma minoria insignificante controla e consome os recursos naturais existentes e a esmagadora maioria vive na pobreza ou na miséria.

O fim da bipolar idade, após a desagregação da URSS, permitiu aos Estados Unidos adquirir uma superioridade militar, politica e econômica enorme que passou a usar como instrumento de um projeto de dominação universal. As principais potências da União Europeia, nomeadamente o Reino Unido, a Alemanha e a França tornaram-se cúmplices dessa perigosa politica.

O sistema de poder que tem o seu pólo em Washington, incapaz de encontrar solução para a crise do seu modelo, inseparável da desigualdade social, da sobre-exploraçao do trabalho e do esgotamento gradual dos mecanismos de acumulação, concebeu e aplica uma estratégia imperial de agressão a povos do chamado Terceiro Mundo.

Em guerras ditas de baixa intensidade, promovidas pelos EUA e seus aliados, morreram nos últimos sessenta anos mais de trinta milhões de pessoas. Algumas particularmente brutais, definidas como "preventivas", visaram o saque dos recursos naturais dos povos agredidos.

Reagan criou a expressão "o império do mal" para designar a URSS no final da guerra-fria. George Bush pai vulgarizou o conceito de "estados canalhas" para satanizar países cujos governos não se submetiam às exigências imperiais. Entre eles incluiu o Irã, a Coréia Popular, a Líbia e Cuba.

Em setembro de 2001, após ao atentados que destruíram o World Trade Center e demoliram uma ala do Pentágono, George W. Bush (o filho) utilizou o choque emocional provocado por esse trágico acontecimento para desenvolver uma estratégia que fez da "luta contra o terrorismo" a primeira prioridade da politica estadounidense.

Uma gigantesca campanha midiática foi desencadeada, com o apoio do Congresso, para criar condições favoráveis à implantação da política defendida pela extrema-direita. Segundo Bush e os neocon, "a segurança dos EUA" exigia medidas excepcionais na política internacional e na interna.

Os grandes jornais, as cadeias de televisão, as rádios, explorando a indignação popular e o medo, apoiaram iniciativas como o Patriot Act que suspendeu direitos e garantias constitucionais, legalizando a prática de crimes e arbitrariedades. A irracionalidade contaminou o mundo intelectual e até em universidades tradicionais professores progressistas foram despedidos e houve proibição de livros de autores celebres.

A campanha adquiriu rapidamente um carácter de caça às bruxas, com perseguições maciças a muçulmanos. Uma vaga de anti-islamismo varreu os EUA, com a cumplicidade da grande mídia. O Congresso legalizou a tortura.

No terreno internacional, o povo do Afeganistão foi a primeira vítima da "cruzada contra o terrorismo". Os EUA, a pretexto de que o governo do mullah Omar não lhe entregava Bin Laden - declarado inimigo número um de Washington - invadiu, bombardeou e ocupou aquele país.

Seguiu-se o Iraque após uma campanha de desinformação de âmbito mundial. O Governo de Bagdá foi acusado de acumular armas de extermínio massivo e de ameaçar portanto a segurança dos EUA e da Humanidade. A acusação era falsa, como se provou mais tarde, e os EUA não conseguiram obter o apoio do Conselho de Segurança. Mas, ignorando a posição da ONU, invadiram, vandalizaram e ocuparam o país. Inicialmente contaram somente com o apoio do Reino Unido.

Crimes monstruosos foram cometidos no Afeganistão e no Iraque pelas forças de ocupação. A tortura de prisioneiros no presídio de Abu Ghrabi assumiu proporções de escândalo mundial. Ficou provado que o alto comando do exército e o próprio secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, tinham autorizado esses atos de barbárie. Mas a Justiça norte-americana limitou-se a punir com penas leves meia dúzia de torcionários.

Simultaneamente, milhares de civis, acusados de "terroristas" - muitos nunca tinham sequer pegado numa arma - foram levados para a base de Guantánamo, em Cuba, e para cárceres da CIA instalados em países da Europa do Leste.

As Nações Unidas não somente ignoraram essas atrocidades como acabaram dando o seu aval à instalação de governos títeres em Kabul e Bagdá e ao envio para ali de tropas de muitos países. No caso do Afeganistão, a NATO, violando o seu próprio estatuto, participa ativamente, com 40.000 soldados, da agressão às populações. Dezenas de milhares de mercenários estão envolvidas nessas guerras.

Em ambos os casos, Washington sustenta que essas guerras preventivas representam uma contribuição dos EUA para a defesa da liberdade, da democracia, dos direitos humanos e da paz e foram inspiradas por princípios e valores éticos universais. O presidente Barack Obama, ao receber o Premio Nobel da Paz em Oslo, defendeu ambas, num discurso farisaico, como serviço prestado à humanidade. Isso no momento em que decidira enviar mais 30.000 soldados para a fogueira afegã.

Os fatos são esses. Apresentando-se como líder da luta mundial contra o terrorismo, o sistema de Poder dos EUA faz hoje do terrorismo de Estado um pilar da sua estratégia de dominação.

A criação de um exército permanente em África - o Africom –, os bombardeamentos da Somália e do Iémen, a participação na agressão ao povo da Líbia inserem-se nessa politica criminosa de desrespeito pela Carta da ONU.

Mas a ambição de poder absoluto de Washington é insaciável.

O Irã, por não capitular perante as exigências do sistema de Poder hegemonizado pelos EUA, é há anos alvo permanente da hostilidade dos EUA. Washington tem saudades do governo vassalo do Xá Pahlevi e cobiça as enormes reservas de gás e petróleo iranianas.

A campanha de calúnias, apoiada pela mídia, repete incansavelmente que o Irã enriquece urânio para produzir armas atômicas. A acusação é gratuita. A Agência Internacional de Segurança Atômica não conseguiu encontrar qualquer indício de que o país esteja a utilizar as suas instalações nucleares com fins militares. O presidente Ahmanidejah, alias, de acordo com o Brasil e a Turquia, numa demonstração de boa fé, propôs-se a enriquecer o urânio no exterior. Mas essa proposta logo foi recusada por Washington e pelos aliados europeus.

Sobre as armas nucleares de Israel, obviamente, nem uma palavra. Para os EUA, o Estado sionista e neo fascista, responsável por monstruosos crimes contra os povos do Líbano e da Palestina, é uma democracia exemplar e o seu melhor aliado no Médio Oriente.

O agravamento das sanções que visam estrangular economicamente o Irã é acompanhado de declarações provocatórias do presidente Obama e da secretaria de Estado Clinton, segundo as quais "todas as opções continuam em aberto", incluindo a militar. Periodicamente jornais influentes divulgam planos de hipotéticos bombardeamentos do Irão, ou pelos EUA ou por Israel, sem excluir o recurso a armas nucleares táticas. O objectivo é manter a tensão na guerra não declarada contra um país soberano.

Lamentavelmente, uma parcela importante do povo dos EUA assimila as calunia anti iranianas como verdades. A maioria dos estadunidenses desconhece a gravidade e complexidade da crise interna. A recente elevação do teto da dívida pública de mais de 14 trilhões de dólares para 16 trilhões - total superior ao PIB do pais – é, porém, reveladora da fragilidade do gigante que impõe ao mundo uma política de terrorismo de estado.

Entretanto, o discurso oficial, invocando os "pais da Pátria", insiste em apresentar os EUA como o grande defensor da democracia e das liberdades, vocacionado para salvar a humanidade

Sem o controle pelo grande capital da esmagadora maioria dos meios de comunicação social e dos áudio visuais pelo sistema de poder imperial, a manipulação da informação e a falsificação da História não seriam possíveis. Um instrumento importante nessa politica é a exportação da contra-cultura dos EUA, país - registe-se - onde coexiste com a cultura autêntica.

A televisão, o cinema, a imprensa escrita e, hoje, sobretudo a Internet cumprem um papel fundamental como difusores dessa contra cultura que nos países industrializados do Ocidente alterou profundamente nos últimos anos a vida cotidiana dos povos e a sua atitude perante a existência.

A construção do homem formatado principia na infância e exige uma ruptura com a utilização tradicional dos tempos livres. O convívio familiar e com os amigos é substituído por ocupações lúdicas frente à TV e ao computador, com prioridade para jogos violentos e filmes que difundem a contra cultura com prioridade para os que fazem a apologia das Forças Armadas dos EUA.

A contra cultura atua intensamente no terreno da música, da canção, das artes plásticas, da sexualidade. A contra música que empolga hoje multidões juvenis é a de estranhas personagens que gritam e gesticulam, exibindo roupas exóticas, berrantes em gigantescos palcos luminosos, numa atmosfera ensurdecedora, em rebeldia abstrata contra o vácuo.

O jornalismo degradou-se. Transmite a imagem de uma falsa objetividade para ocultar que a mídia a serviço da engrenagem do poder insiste, com poucas excepções, em justificar as guerras americanas como "cruzada anti-terrorista" em defesa da humanidade porque os EUA, nação predestinada, batalhariam por um mundo de justiça e paz.

É de justiça assinalar que um número crescente de cidadãos americanos denunciam essa estratégia de Poder, exigem o fim das guerras na Ásia e lutam em condições muito difíceis contra a estratégia criminosa do sistema de poder.

Nestes dias em que se multiplicam as ameaças ao Irã, é minha convicção de que a solidariedade atuante com o seu povo se tornou um dever humanista para os intelectuais progressistas.

Visitei o Irã há cinco anos. Percorri o pais de Chiraz ao Mar Cáspio. Escrevi sobre o que vi e senti. Tive a oportunidade de verificar que é falsa e caluniosa a imagem que os governos ocidentais difundem do país e da sua gente. Independentemente da minha discordância de aspectos da politica interna iraniana - nomeadamente os referentes à situação da mulher - encontrei um povo educado, hospitaleiro, generoso, amante da paz, orgulhoso de uma cultura e uma civilização milenares que contribuíram decisivamente para o progresso da humanidade.

Para mim o Irã encarna muito mais valores eternos da condição humana do que a sociedade norte- americana, cada vez mais robotizada.

Porto, Portugal, 10 de Agosto de 2011

* Miguel Urbano Rodrigues. Escritor e jornalista português. Foi docente de Historia Contemporânea, deputado à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e membro do Parlamento Português.
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Contraponto 1856 - Governo do DEM desviou R$ 1 milhão do Bolsa Família no DF


08/04/2010


Governo do DEM desviou R$ 1 milhão do Bolsa Família no DF


Vermelho - 8 de Abril de 2010 - 9h46

O governo de José Roberto Arruda (ex-DEM, atualmente sem partido) desviou R$ 1 milhão do principal programa social da gestão Lula, o Bolsa Família, segundo auditoria do governo federal. A informação é da reportagem de Filipe Coutinho publicada na edição desta quinta-feira da Folha.
Entre 2008 e 2009, o Ministério do Desenvolvimento Social repassou R$ 1,4 milhão para que o DF administrasse o programa em seu território, mas ao menos R$ 1 milhão foi usado para construir cercas e alambrados da Secretaria de Desenvolvimento Social.

O valor é suficiente para beneficiar quase mil famílias por um ano e, pelas regras do ministério, ele não poderia ser usado para construir cercas.

O desvio foi apontado em auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União). Segundo o órgão, a verba era para financiar o acompanhamento, o cadastro e a fiscalização das famílias beneficiadas pelo programa.

De acordo com a CGU, as irregularidades não foram detectadas apenas na compra de alambrados. A Secretaria de Desenvolvimento Social também teria escolhido a proposta mais cara para a construção das cercas, com valor até 64% acima do preço mais barato oferecido na negociação.

A CGU aponta indícios de irregularidades também na instalação dos alambrados, que não foram colocados em lugares previstos.

Fonte: Folha Online
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domingo, 29 de novembro de 2009

Contraponto 834 - DEM prepara desfiliação de Arruda

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29/11/2009
Pressionado, DEM prepara desfiliação de Arruda depois
de denúncias de corrupção

Renata Giraldi e Luciana Lima
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Pressionado internamente, o comando nacional do Democratas prepara a desfiliação e futuramente a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Acusado de coordenar um suposto esquema complexo de corrupção, Arruda vai se explicar amanhã, às 14h, à cúpula de seu partido sobre as denúncias. Ele passou este domingo telefonando para os colegas de partido.

“Existe um fato e denúncias. Contra fatos e denúncias o combate são fatos e não versões. É assim que funciona. Vamos dar ao governador o espaço que ele precisa para se explicar. Mas o clima de desconforto é grande. Aguardamos a defesa dele, mas grande parte do DEM pensa na desfiliação e até na expulsão”, disse à Agência Brasil o senador Demóstenes Torres.

Demóstenes contou que Arruda passou o domingo conversando, por telefone, com cada integrante da executiva nacional do DEM. Nas conversas, o governador tentou explicar as imagens em que aparece recebendo dinheiro do então assessor Durval Barbosa.

Segundo o senador, Arruda afirmou que as imagens são do período da sua campanha de 2006, quando recebia recursos para repassar aos que trabalhavam com ele. De acordo com as explicações do governador, tudo foi relatado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e também ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No Twitter, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avisou que se for constatada irregularidade, haverá punição.

“O Democratas não vai se portar como o PT. Se houve erro, haverá punição de acordo com o que uma democracia prevê. O Democratas exige seriedade sempre. Não vamos empurrar nada para baixo do tapete. São denúncias graves”.

Outros líderes do DEM ouvidos pela Agência Brasil afirmaram que a tendência na legenda não é favorável a Arruda, mas que aguardam as explicações do governador para evitar possíveis injustiças.

Arruda e seu vice, Paulo Octávio, ambos do DEM, assessores do governo do Distrito Federal, deputados distritais e empresários estão no centro das denúncias investigadas pela Polícia Federal que apontam a existência de um suposto esquema de corrupção com superfaturamento de contratos, irregularidades em licitações e pagamentos de propinas.

Segundo as apurações da Polícia Federal, cerca de R$ 600 mil foram arrecadas de empresas privadas que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal.

Depois de uma nota oficial, informando que aguarda as explicações de Arruda, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse à Agência Brasil que espera a reunião com o governador para manifestar-se. Os principais líderes do Democratas vieram a Brasília nos últimos dias para analisar o assunto. A questão foi potencializada com a divulgação de imagens nas quais Arruda aparece recebendo dinheiro supostamente destinado ao pagamento de propina.
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sábado, 26 de setembro de 2009

Contraponto 341 - Imprensa mente sobre Honduras


26/09/2009

Denúncia

Tevês e jornais mentem para justificar ações de golpistas

Eduardo Guimarães. Atualizado às 18h23m de 25 de setembro de 2009

Devido à gravidade do que relatarei, interrompi retiro dos temas políticos que me impus nos últimos dias por conta de grave problema de saúde em família. E o que passo a relatar e a denunciar a seguir, constitui ameaça à democracia em todo continente americano. O tema: os conflitos político-institucionais em Honduras.

Espero que este texto – e outros como este, que estão sendo escritos à farta – seja distribuído – e/ou tenha seus argumentos usados – pelos brasileiros que realmente crêem na democracia, pois o que direi vem sendo repetido por jornalistas, acadêmicos, políticos, diplomatas, cientistas políticos etc.

Ontem (5ª feira), na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, dois parlamentares, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Pedro Wilson (PT-GO), produziram excelentes análises sobre a tentativa dissimulada de televisões e jornais ligados à oposição ao governo Lula de coonestarem o golpe de Estado em Honduras. Inclusive citaram a Globo nominalmente.

Em verdade, a direita das três Américas, com seus jornais e tevês, uniu-se para envolver os povos da região numa farsa, tentando vender a idéia de que existe qualquer resquício de legalidade no golpe de Estado contra o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya.

Apesar de chegarem até a chamar os golpistas de golpistas, esses meios de comunicação mentem e omitem informações sem parar. Antes de dizer como, porém, quero nominar os principais veículos de comunicação e partidos políticos mentirosos.

Os envolvidos nessa farsa têm à frente a Globo, a Folha de São Paulo, o Estadão, a Editora Abril, o PSDB e o PFL. Pelo lado da imprensa, são jornais, rádios, tevês, revistas e portais de internet que integram o que se convencionou chamar de mídia e que atravessou o século passado defendendo e praticando o golpismo de direita enquanto condenava o de esquerda.

Ao dizer que Zelaya foi preso no meio da noite em sua cama com sua mulher e deportado de Honduras junto da família sob a mira de armas porque propôs um plebiscito para conseguir um novo mandato presidencial, o aparato de propaganda política supra mencionado mente de forma descarada.

Zelaya jamais fez tal proposta. O que ele propôs foi uma Assembléia Nacional Constituinte. Dizer que a finalidade dessa proposição era conseguir um novo mandato é uma farsa, pois afirmam como verdade o que não passa de suposição dos golpistas.

Além disso, mesmo que o plebiscito proposto por Zelaya fosse mesmo tentativa de conseguir novo mandato, e como a constituição hondurenha proíbe, haveria que abrir um processo legal contra o presidente. Em país democrático algum se aceitaria uma pena sumária e sem direito de defesa como a que os golpistas impuseram a ele.

A cada vez que você, leitor, ler ou escutar essa mentira, se for um democrata deve dizer isso que acabo de dizer a quem estiver por perto. Deve dizer que aquela tevê ou aquele jornal mentem. Não se cale, não se omita. Defenda a verdade.

Denuncie que os golpistas criminosos de Honduras atacam a tiros manifestações pró Zelaya enquanto organizam passeata da elite econômica e racial de Honduras de apoio ao golpe, passeata que desfila por Tegucigalpa protegida pelas mesmas forças de repressão que atacam camponeses, favelados, trabalhadores e estudantes que lutam pela democracia.

Não há hipótese, portanto, de a comunidade internacional permitir que o golpe em Honduras tenha sucesso, sobretudo por meio da eleição ilegal que os golpistas pretendem fazer em novembro próximo, eleição que obviamente será um jogo de cartas marcadas, pois um povo ameaçado por toque de recolher e repressão de forças militares não poderá votar livremente.

Evidentemente os golpistas não aceitarão acordo nenhum. Se perderem o poder, os sucessivos crimes que vêm cometendo acabarão sendo investigados e punidos, cedo ou tarde. Qualquer tentativa de acordo com eles esbarrará em seu instinto de auto-preservação.

É chegada a hora, pois, de se começar a pensar numa ação militar da ONU para prender os golpistas hondurenhos não só pelo golpe, mas pelas seguidas violações de direitos humanos que estão praticando, que, certamente, serão comprovadas pela comissão daquela Organização que deverá aportar em breve em Honduras para investigar denúncias sobre essas violações.

Os democratas brasileiros devemos atentar para o seguinte fato: os jornais e tevês supra mencionados, bem como os de outros países das Américas que sofreram golpes militares no século passado, já incentivaram e depois deram sustentação a golpes de Estado e violações de direitos humanos valendo-se de “argumentos” falaciosos como esse que voltam a vender para justificar a ação criminosa dos golpistas hondurenhos.

Globos, Folhas, Vejas, Estadões e comparsas tentam fazer prevalecer a idéia de que golpes de Estado podem ser justificáveis porque, obviamente, ainda não desistiram de seus pendores golpistas de antanho. Só a denúncia incessante poderá impedi-los de enganar a população e fazê-los refletir que as Américas não mais aceitarão golpes de Estado como os que sempre apoiaram.

Democratas que têm voz, como o presidente Lula, devem nos ajudar mais a denunciar. Os deputados federais do PSOL e do PT supra mencionados disseram o que precisa ser dito da forma como deve ser dito. Tomara que alguém sopre ao ouvido presidencial o que disseram.
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