quinta-feira, 31 de março de 2016

Nº 19.030 - "Por unanimidade, STF confirma liminar de Teori contra vazamento de Moro "

No dia 17 de março deste mês, a conversa foi vazada para o Jornal Nacional, potencializando a crise política e fazendo com que o Palácio do Planalto fosse cercado por manifestantes.

Quatro dias depois, Teori determinou o envio das investigações para o STF e passou até a sofrar ameaças a sua integridade física – um editor da Globo chegou até a prever uma revolta popular contra o ministro (leia mais aqui).

Nesta quinta-feira, no entanto, todos os ministros do STF confirmaram a decisão de Teori e condenaram as tentativas de intimidação dos ministros do STF.

Segundo Teori, o vazamento teve "irreversíveis resultados práticos" e seria importante também "sustar efeitos futuros". O ministro chegou ainda a falar em responsabilidade civil, administrativa e criminal do responsável pelos vazamentos – no caso, o juiz Moro.

Dias atrás, o juiz Moro pediu desculpas ao STF pelo vazamento da conversa entre Lula e Dilma (relembre aqui).

Na sessão do STF, votaram os ministros Teori Zavascki, como relator, além de Luiz Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski – Gilmar Mendes está em Portugal, onde participa de um seminário.

Em sua fala, Marco Aurélio Mello bateu duro no vazamento do grampo para o Jornal Nacional. "A divulgação colocou mais lenha numa fogueira cuja chama já estava muito alta, em prejuízo da nação, em prejuízo da paz social", disse ele.

Leia, ainda, reportagem sobre o caso da Agência Brasil:

Maioria dos ministros mantêm no Supremo investigação sobre Lula

André Richter - Repórter da Agência Brasil
 
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu há pouco manter decisão individual do ministro Teori Zavascki que determinou a suspensão das investigações da Operação Lava Jato sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a decisão, a parte da investigação que envolve Lula continuará no STF e não poderá ser conduzida por Moro.

Seguiram o relator, Teori Zavascki, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Faltam os votos de três ministros.

Em seu voto, Zavascki defendeu as investigações da Lava Jato, mas disse que elas devem ser feitas dentro da lei para evitar anulações. Para o ministro, Moro não poderia ter divulgado as conversar por envolver a presidente da República, cargo que tem foro por prerrogativa de função na Corte.

"Para o Poder Judiciário, sobretudo para o Supremo Tribunal Federal (STF), é importante que tudo isso seja feito com estrita observância da Constituição Federal. Eventuais excessos que se possa cometer, com a melhor das intenções de apressar o desfecho das investigações. Nós já conhecemos esta história. Já vimos esse filme. Isto pode reverter justamente o resultado contrário. Não será a primeira vez que por força de cometimento de ilegalidades no curso das investigações, STF e o STJ anularam procedimentos criminais."

AGU

O advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, elogiou hoje (31) a atuação do juiz federal Sérgio Moro na condução da Operação Lava Jato, mas disse que a decisão do juiz em autorizar a divulgação dos áudios entre Lula e a Dilma ofendeu a Constituição e a legalidade vigente.

"Na medida em que alvos interceptados se comunicaram com a presidenta da República, com ministros de Estado e com parlamentares não poderia sua excelência Sérgio Moro ter feito qualquer consideração sobre esta matéria, sob pena de clara de usurpação de competência desta Suprema Corte", argumentou Cardozo.

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Nº 19.029 - "Teori, demolidor: Moro não podia ter divulgado gravação. E sinaliza anulação de grampo a Dilma"

 

31/03/2016

 

Teori, demolidor: Moro não podia ter divulgado gravação. E sinaliza anulação de grampo a Dilma


Do Tijolaço  · 31/03/2016
teoriliminar


Por

O Ministro Teori Zavascki acabou e fazer a defesa de sua liminar que tirou de Sérgio Moro o inquérito que contém as gravações, divulgadas por Sérgio Moro, dos diálogos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Não deixou espaço a dúvidas: Moro violou a lei e a Constituição ao avocar-se o que só do STF é competência, o exame destas conversas. Desqualificou, assim as “justificativas” de Moro de que a divulgação atendia ao “interesse público”.

E sinalizou, embora não estivesse em questão o mérito das supostas “provas”, que a atitude do juiz do Paraná, que elas podem vir a ser, até, anuladas.

Moro sairá deste julgamento – apesar da melíflua defesa que José Eduardo Cardozo fez de sua operosidade que Luiz Fux espertamente “matou no peito” para acompanhar – reduzido a um trapo de legitimidade.

Fica, porém, a questão: reconhecida a ilegalidade da divulgação das conversas, decisão sobre esta divulgação tomadas – até porque elas não tinham de outra forma chegado ao STF – como pode prevalecer a decisão de Gilmar Mendes de suspender a posse de Lula na Casa Civil.

A liminar será, está evidente, provavelmente por unanimidade por, ao que me parece, não está presente.
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Nº 19.028 - "É hoje, para o Brasil ter um amanhã!"

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31/03/2016

É hoje, para o Brasil ter um amanhã!




Por

Ficou famosa a frase de John Kennedy, em um de seus discursos, onde ele diz “não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país”.

Hoje é um daqueles dias em que cada um de nós terá de responder a esta questão.

Mas, ainda que eu queira, por ideais, seguir apenas o que diz Kennedy, posso muito bem responder à pergunta primeira.

Meu país fez muito por mim, quase tudo, aliás.

Fez-me ser quem eu sou, deu-me uma língua, deu-me um conjunto de sentires e pensares que me fazem ser de algum lugar: ser brasileiro.

Deu-me o privilégio de ser de uma terra mestiça, onde nem na cara, na cor, nos cabelos somos todos clones quase iguais e, por isso, deu-me a chance de estar na Europa, na África, na Ásia e no mundo inteiro mesmo sem tirar os pés daqui.

Deu-me a chance de encontrar iguais em diferentes e diferentes entre os iguais.

Mesmo quando ainda éramos uma colônia, nossa identidade multirracial já despontava nos Guararapes e começava a se forjar o Brasil que seria, quase dois séculos depois, independente, ainda que tão injusto  e tantas vezes cruel com os índios de Felipe Camarão e os negros como Henrique Dias.

A esta unidade na diversidade chama-se democracia, com todas as imperfeições que ela contém, como imperfeições contêm todos os seres humanos e isso não será nunca razão para que se os extermine.
A democracia é o inverso do ódio, pois ela supõe ver no outro – mesmo meu mais ferrenho adversário – o princípio básico de que ele tem os mesmo direitos que eu.

Meu país deu-me ainda mais. Deu-me a chance de viver em uma das maiores nações do planeta, um grande povo num grande território e, por isso, ter o destino de ser grande e de buscar uma grande felicidade, daquelas que o Tom Jobim cantou que é impossível ter sozinho.

E isso me dá também, um doloroso privilégio: o de ter um país a construir.

Um país onde não pode faltar emprego, porque há trabalho a fazer; onde não pode faltar casa para morar, porque a terra é imensa; onde não pode faltar educação, porque a necessidade de aprendermos é vital; onde não pode faltar saúde, porque somos um gigante composto por 205 milhões de células e a nenhuma delas  se pode deixar degenerar-se, para que não nos corroa um câncer.

É por essas ideias e mais, para que tenhamos, a cada dia, um país que não seja apenas privilégio de uma casta, seja ela de políticos ou de magnatas, que cada brasileiro precisa hoje mostrar na rua que não somos um bando de selvagens, mas um país que se moderniza, que pode crescer, que pode ser justo e que isso, nestes tempos, só se faz com democracia.

Mesmo os que se consideram detentores de posições de mando ou poder, quantas vezes deveriam se perguntar: o que é possível sem que se ame a todos?

Pode um professor ensinar, se não ama o aprendizado de seus alunos? Um médico curará se não amar o direito a viver de seus pacientes? Um general pode comandar se não ama suas tropas e acha que a maior  parte delas pode ser queimada, como carne de canhão, sem que isso comprometa todo o seu exército?
Pois a democracia é isso: o regime onde cada um é comandante de si mesmo, mas aprende que sozinho não será nada, mesmo com todo o sucesso pessoal que a sorte ou o talento lhe permita alcançar, a menos que queria viver dentro de jaulas, em meio a uma selva.

Citei aquele presidente dos EUA porque é bom lembrar do que são capazes os loucos, os fanáticos, os homens que acham que uma bala resolve seu problema porque suprime outro homem. Naquele mesmo discurso, ele disse que  “aqueles que tolamente buscaram o poder cavalgando no dorso de um tigre acabaram devorados”.

É por isso que te peço o que Kennedy pediu aos norte-americanos.

Teu país, tua liberdade, teu direito de votar e escolher – certo ou errado – os rumos de  sua pátria não valem um gesto? Um telefonema, um e-mail, um pedido a mais alguém para que hoje o Brasil mostre que temos de deixar para trás a sucessão de golpes da história?

Pa sermos um país onde a gente possa dizer: nasci numa democracia, meus filhos nasceram livres e meus netos e bisnetos assim nascerão quando eu já não estiver aqui.

Hoje é dia de fazer algo por nosso país.


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Nº 19.027 - "É preciso desmascarar a trama que foi sendo urdida."

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31/03/2016

 

É preciso desmascarar a trama que foi sendo urdida.

 

Diário do Centro do Mundo - 31/03/2016 

 

Parceiros no golpe

Parceiros no golpe


Por Dom Luiz Demétrio Valentini,
Bispo Emérito de Jales


Estamos na iminência de uma ruptura constitucional. Em momentos assim, se faz necessário um apelo à consciência democrática, e uma advertência dos riscos de uma decisão política profundamente equivocada.

Falando claro e sem rodeios: com a tentativa de impeachment da Presidente Dilma, procura-se revestir de legalidade uma iniciativa política com a evidente intenção de destituir do poder quem foi legitimamente a ele conduzido pelo voto popular.

Isto fere o âmago do sistema democrático, que tem como pressuposto básico o respeito aos resultados eleitorais. 

É preciso desmascarar a trama que foi sendo urdida, para criar artificialmente um pretenso consenso popular, para servir de respaldo aos objetivos que se pretende alcançar.

É notável que desde as últimas eleições presidenciais, os derrotados não aceitaram o resultado das urnas, e traduziram seu descontentamento em persistentes iniciativas de deslegitimar o poder conferido pelas eleições.

Outra evidência é a contínua e sistemática obstrução das iniciativas governamentais, praticada especialmente por membros do Congresso Nacional, com o evidente intuito de inviabilizar o governo, e aplainar o caminho para o golpe de misericórdia contra ele. 

Está em andamento um verdadeiro linchamento político, conduzido sutilmente por poderosos meios de comunicação, contra determinados atores e organizações partidárias, que são continuamente alvo de acusações persistentes e generalizadas, e que se pretende banir de vez do cenário político nacional. 

Causa preocupação a atuação de membros do Poder Judiciário, incluindo componentes da Suprema Corte, que deixam dúvidas sobre as reais motivações de suas decisões jurídicas, levando-nos a perguntar se são pautadas pelo zelo em preservar a Constituição e fazer a justiça, ou se servem de instrumento para a sua promoção pessoal ou para a vazão de seus preconceitos.

Em meio a esta situação limite, cabe ao povo ficar atento, para não ser ludibriado. 

Mas cabe ao Judiciário a completa isenção de ânimo para garantir o estrito cumprimento da Constituição.

E cabe ao Congresso Nacional terminar com sua sistemática obstrução das iniciativas governamentais, e colaborar com seu apoio e suas sugestões em vista do bem comum, e não de interesses pessoais ou partidários.

Em vez deste impeachment sem fundamento legal e sem justificativa, que nos unamos todos em torno das providências urgentes para que o Brasil supere este momento de crise, e reencontre o caminho da verdadeira justiça e da paz social.

O artigo acima foi publicado no site da CNBB.

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Nº 19.026 - "O xadrez do #NãoVaiTerGolpe"


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31/03/2016

O xadrez do #NãoVaiTerGolpe

Jornal GGN - 31/03/2016



 

O fator golpe 

 

Não vai ter golpe por uma razão: a opinião pública entendeu que a tentativa de impeachment de Dilma Rousseff é golpe. Simples assim.

A partir do momento que se consolidou essa percepção, redes sociais e até jornais foram invadidos por manifestações do grande meio de campo que se mantinha afastado do jogo. Não se tratava mais de defender uma presidente impopular, mas a própria democracia.

Dos quatro cantos do país chegaram as manifestações, dos cantos de guerra das ruas, à volta dos cantores referenciais, dos poetas, juristas, intelectuais, artistas em defesa da democracia. A bandeira das diretas voltou a tremular, sendo oficialmente apresentada à rapaziada, que fará sua estreia política com a mais bela das bandeiras: a defesa das regras do jogo democrático.

Bem que a Globo tentou de todas as maneiras legitimar o golpe, recorrendo a um expediente indigno do exercício do jornalismo.

Primeiro, ouviu vários juristas, entre os quais alguns membros do Supremo Tribunal Federal, perguntando se impeachment é golpe. Evidente que não é: está previsto na Constituição. A questão central é: impeachment sem justificativa constitucional é golpe?

A resposta veio do Ministro Marco Aurélio de Mello: se não houver justificativa prevista na Constituição, é golpe. Aí o que faz a Globo? A repórter colhe a declaração, em uma coletiva, mas no meio do texto inclui o seguinte parágrafo:

O depoimento de Marco Aurélio diverge de outros cinco ministros do Supremo (Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski), que já disseram que o impeachment é um instrumento legítimo para viabilizar a responsabilização política de qualquer presidente da República.

É falso. Os cinco outros ministros falaram genericamente sobre a figura constitucional do impeachment. Mello analisou especificamente a circunstância de um impeachment sem justificativa constitucional. (http://migre.me/too58)

É curioso esse padrão de jornalismo tendo as redes sociais como contraponto. Apenas reforça no conjunto de leitores/telespectadores as suspeitas de manipulação. E um desperdício inútil de credibilidade.
De repente, a opinião pública se viu frente a um coro cada vez mais amplo, de que o impeachment é golpe. Na ponta do golpe, um grupo de parlamentares ostensivamente suspeitos. E, pelas torneiras da mídia, os vazamentos sobre o pacto que está sendo amarrado, de conseguir o impeachment e, em seguida, o fim da Lava Jato.

Foi nesse quadro épico que o comandante Eduardo Cunha colocou no alazão o vulto de Michel El Cid Temer, abriu os portões da cidadela do PMDB e entoou um grito de guerra de três minutos antes que as tropas avançassem sobre os exércitos adversários.

E a tropa não avançou.

O fator PMDB

 

Até na vida pessoal há momentos de impasses que paralisam qualquer decisão. Fica-se em uma situação incômoda, mas paralisado pelo medo de decidir. Rompido o impasse, voluntariamente ou por algum evento externo, sobrevêm o alívio.

É este o clima no Palácio do Planalto, depois do (suposto) desembarque do PMDB do governo Dilma. Foi um desembarque fulminante, com três minutos de aclamação e palavras de ordem contra a presidente. Entusiasmado, Michel Temer, anunciou uma maratona vitoriosa por todo o país, preparando o PMDB para a nova fase de ouro. Saiu do encontro preparando-se para conquistar o Brasil. E, na porta, viu-se só.

Passado o porre, veio a ressaca. Os ministros do PMDB recusaram-se a sair do governo. Houve reunião à noite, na casa do presidente do Senado Renan Calheiros, onde o PMDB conseguiu chegar ao ponto máximo do fisiologismo: romperia com o governo, mas manteria seus Ministros. Se continuar assim, Temer conseguirá entrar para a história como o coveiro do mais longevo dos partidos brasileiros.

No Planalto, atribui-se a mosca azul de Temer a Eduardo Cunha. Enquanto em segundo plano frente a Sérgio Cabral, Cunha era um negociador hábil, atuando nos bastidores. Quando assumiu a presidência da Câmara, entrou em alfa e contaminou Temer com sua megalomania. Temer tornou-se quase uma criatura de Cunha.

Obrigado a sair da inércia, o Palácio passou a contabilizar os resultados do desembarque do PMDB. E, para sua surpresa, constatou que saiu no lucro.

O PMDB tinha 7 Ministros e garante, no máximo, 30 votos contra o impeachment, de sua bancada de 69 parlamentares.

A base ideológica do governo - PT, PCdoB, parte da Rede e do Psol - contabiliza 80 votos. A parte ideológica do PDT garante mais 10 votos. Ficam faltando 80 votos a serem conquistados nos 400 deputados restantes.

Se os partidos da base garantirem 10 votos, chega-se aos 170 necessários para barrar o impeachment. Os líderes falam em garantir de 15 a 20 votos por partido.

Sem o PMDB, o governo terá uma cota de 5 ministérios para repactuar com os demais partidos e recuperar os 20 votos que poderá perder do PMDB.

Hoje em dia, não existem partidos grandes, só partidos médios. Puxando três médios para a base - PT, PSB e PR -, dentro de uma pactuação efetiva, o governo conseguiria formar um novo bloco de maioria.

O dia seguinte

 

Ainda há um grande desafio pela frente, de segurar o impeachment. E um segundo grande desafio, de reinventar o governo de Dilma, caso o golpe se frustre.

Hoje, em Brasília, a sensação maior é que a sessão que votará o impeachment será similar à que votou as diretas-já. Não haverá quórum para o impeachment, mas o governo terá que apresentar uma saída para o dia seguinte.

É nessa saída que repousam as maiores esperanças em Lula.

Derrubado o impeachment, Dilma não poderá se repetir. Terá que admitir suas vulnerabilidades e acabar de vez com o estilo de "espancar ideias".

O estilo consiste no seguinte.

O Ministro aparece com uma sugestão de política pública. A presidente faz, então, um teste de stress, "espancando" a ideia para analisar sua consistência. E invariavelmente acaba liquidando com a iniciativa do Ministro, apontando - em geral com humilhação - pontos que ficaram em aberto. Esse estilo fez com que o Ministérios se encolhessem, evitando apresentar qualquer ideia para não cair  no pelourinho da presidente.

Há maneiras de montar ministérios de coalizão e definir planos de governo robustos. Basta ancorar cada Ministério em secretários executivos gestores e definir claramente as metas e foco de cada área. E abrir-se para a sociedade, para os empresários, os movimentos sociais.

Principalmente, pensar grande para enfrentar a crise econômica que se avizinha.

De qualquer modo, se o impeachment for derrotado será a prova definitiva de que o país se tornou maior que a Globo.

E a maior prova era o contraste bolivariano. Ontem, no Planalto, militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores em Teto) no Palácio do Planalto gritando palavras de ordem em defesa da democracia. Eram rudes, barulhentos, fazendo algazarra como deveriam ter feito os índios no descobrimento. E, no entanto, cantando com gosto o Hino Nacional e vendo na democracia o caminho para ter oportunidades. Eram cidadãos.

E nas telas da Globo e nos portões de Paulo Skaf, de Temer, de Cunha, as ameaças maiores à grande conquista democrática.

É por isso que #NãoVaiTerGolpe..


Veja o vídeo >


https://www.facebook.com/luis.nassif/posts/10201218772666785

Dos filhos deste solo és mãe gentil
Publicado por Luis Nassif em Quarta, 30 de março de 2016

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Nº 19.025 - "Moro pede desculpas ao STF depois de ter, como um Nero, incendiado o Brasil"



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31/03/2016

 


Palavra Livre - 31/03/2016




Por Davis Sena Filho
 
"Jamais foi a intenção desse julgador, ao proferir a aludida decisão de 16/03 (vazamento para público do diálogo entre Dilma e Lula), provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal Federal". (Juiz de primeira instância Sérgio Moro)

As desculpas esfarrapadas do juiz de primeira instância, Sérgio Moro, do PSDB do Paraná, aos juízes do STF por ter vazado, ilegalmente e criminosamente, o diálogo entre Lula e Dilma Rousseff sobre sua posse como ministro da Casa Civil são um exemplo de hipocrisia e cinismo retumbantes. A perfídia que o juiz Sérgio Moro — o Humilde I — cometeu chega às raias da insanidade alimentada pelo seu ódio e obsessão messiânica sem limites.

Certamente tomado de incontrolável fúria e frustração contra o ex-presidente Lula, tal magistrado, de índole e caráter de essências condestáveis, incendiou o País, tal qual o Nero romano, porque grampeou e divulgou as conversas de uma presidente da República, que tem foro privilegiado, bem como atentou contra a segurança nacional, pois a mandatária cuida dos interesses do Estado e da Presidência da República. Porém, Moro pouco se lixou.

A verdade é que Sérgio Moro não conseguiu levar Lula, um cidadão que não responde a quaisquer processos, assim como não é réu, para o manicômio de Curitiba transformado em cárcere, onde penam dezenas de pessoas, sem culpa formalizada, sem serem julgadas, como presidiários condenados fossem, o que não é o caso de muitos dos presos. Corrupção se combate. Tem de ser combatida e todos os brasileiros querem isto, mas dentro da Lei.

Pessoas que se submetem à delação "premiada" de caráter seletivo, porque somente os políticos do PT ou as pessoas ou empresas ligadas ao partido ou que serviram ao Governo Trabalhista foram presas, o que, indelevelmente, não acontece com os demotucanos, que no Brasil são inimputáveis. A maior prova do que eu assevero se cristaliza na lista de mais de 300 políticos, a maioria do PSDB, DEM e partidos aliados dos tucanos, que receberam financiamento eleitoral e propinas da Odebrecht.

Rapidamente, o juiz Moro e o MPF/PSDB trataram de não aceitar a delação de Marcelo Odebrecht, porque, de uma forma quase "ingênua", segundo os procuradores, os nomes da lista da Odebrecht não deixa claro se o recebimento de dinheiro por parte de políticos demotucanos foi por meio de propina ou recebido de forma legal. Não está claro para os procuradores e para o Moro, obviamente. Creio eu e muitas outras pessoas que a questão não é esta.

O que "pegou" para os Intocáveis procuradores é que não consta na lista quase ninguém do PT, mas, sim, a oposição demotucana em peso, bem como os nomes de Lula e Dilma não estão na super lista de Marcelo Odebrecht para o desgosto dos golpistas. Então, se não tem petista, "Não vem ao caso" — não é juiz Sérgio Moro? A seletividade e partidarismo dessas autoridades do Judiciário retiram da Lava Jato sua credibilidade e honorabilidade. E a história costuma ser cruel, principalmente para os golpistas. Vide 1964.

A intenção das ações arbitrárias de Moro, à revelia da Lei, são bancadas pela cumplicidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aquele político de oposição de direita que pensa, equivocadamente, que sua aprovação em concurso público há cerca de 30 anos lhe dá a supremacia funcional e a importância social acima dos cidadãos eleitos, como o caso, por exemplo, de Dilma Rousseff.

Trata-se da total inversão de valores, pois faz com que servidores públicos de alto escalão se considerem mais importantes que o sistema político, a democracia e o Estado de Direito. Se o doutor Janot não sabe ou dissimula não saber, salutar se torna informá-lo que a autoridade eleita pelo voto é amparada legalmente e constitucionalmente pela soberania do povo, conforme reza a Constituição. O eleito é mais importante, porque ungido pela autoridade do povo. É dessa forma que tem de ser compreendida a democracia.

Moro faz política inadvertidamente e há dois anos incendeia o Brasil por motivos políticos e ideológicos, porque o combate à corrupção não precisa ser midiático, como exageradamente acontece no Brasil. Vivemos em um circo de horrores, porque a intenção é o golpe de direita ser sacramentado. Moro leva a malta de coxinhas de classe média e média alta a sair histérica e encolerizada às ruas, muitos deles com características fascistas, em várias cidades grandes e médias, a tentar, inclusive, como ocorreu em Brasília, invadir o Palácio do Planalto.

O vazamento ilegal e criminoso realizado por um juiz de província impediu que Lula assumisse a Casa Civil oficialmente, fato este que cooperou, indubitavelmente, para constranger o ex-presidente e fazer com que parte da população branca e reacionária alterasse seus ânimos e se dispusessem a ocupar as ruas para pedir um golpe contra o Estado Democrático, a democracia, a presidente Dilma Rousseff, bem como contra o Lula, que já vinha a amarrar uma coalizão política com vários partidos, principalmente com o PMDB, porque a finalidade é garantir a maioria no Congresso para que o Governo Trabalhista pudesse aprovar seus projetos e tocar os programas e as obras que estão praticamente paralisadas em todo o País, desde que a crise política se alastrou como um câncer no organismo do sistema político e partidário.

O juiz de primeira instância Sérgio Moro tem o beneplácito de alguns juízes da Alta Corte, bem como o apoio incondicional de outra cabeça do golpe, o procurador Rodrigo Janot. A intenção desses servidores públicos ideologizados e partidários à direita é efetivar um golpe contra a presidente Dilma e impedir que Lula faça política e recomponha a base do Governo Trabalhista, assim como dê início à recuperação da economia, a mudar alguns paradigmas neoliberais, que estão a vicejar no Ministério da Fazenda e no Banco Central do Brasil.

Quando foi anunciada a posse de Lula, o juiz Moro incorreu em crime e vazou um grampo ilegal. Ressalta-se que tal magistrado de província, que pensa que o Brasil é dele e dos togados sem um único voto que o circundam, já tinha dado ordem à PF para que se encerrasse as escutas nos telefones de Lula. Mesmo assim ele teve a audácia, a prepotência e a ousadia de vazar diálogos em que um dos grampeados é a presidente da República, além de vários ministros e parlamentares.

Moro pediu desculpas ao "egrégio tribunal", como bem disse. Contudo, como se trata de um agente público partidarizado e de direita, não pediu desculpas a quem deveria pedir: a presidenta Dilma Rousseff, pois, ao que parece, "Não vem ao caso". O que vem ao caso, certamente, é derrubar governo constituído. Tal tucano pertence às hostes da oposição de direita, que, desde o dia seguinte à derrota do político golpista e incendiário de alma lacerdista, senador Aécio Neves, não aceitam os resultados das urnas e, inconsequentes e irresponsáveis, tocam fogo no País, paralisam sua economia, causam desemprego aos trabalhadores e tentam impor, por meio de um golpe, um programa econômico draconiano, que denominaram de "Uma ponte para o futuro". Realmente, tal "ponte" é um verdadeiro deboche e desfaçatez.

Só se o futuro é o inferno, cujo patrono é o satanás sadomasoquista à espera do sofrimento do povo brasileiro. Um programa do PMDB/PSDB que retoma o neoliberalismo dos tempos dos governos sombrios de FHC — o Neoliberal I —, que também afundou o mundo em uma crise sem precedentes e transformou o Brasil em um pardieiro do FMI e do Bird, que desde o Governo Lula não vem ao País cagar regras e impor receitas econômicas e financeiras, que nem lúcifer seria capaz de ratificá-las, no que diz respeito a massacrar o povo do Brasil.

Golpistas que desejam e pretendem julgar uma presidente que não cometeu quaisquer malfeitos ou crimes, sejam eles comuns ou de responsabilidade. Ladrões, corruptos, políticos processados e réus querem dar um golpe travestido de impeachment, com o apoio irrestrito da pior escória deste País, a imprensa de negócios privados dos magnatas bilionários, que há muito tempo deveriam ser levados às barras dos tribunais por crimes de traição e conspiração, no sentido de serem historicamente os arautos de golpes contra mandatários eleitos pelo povo.

Além disso, tais magnatas bilionários de imprensa são acusados de sonegação, lavagem de dinheiro, contrabando de equipamentos, pagamentos de propinas a fiscais do Carf com a intenção de diminuir os valores de multas ou até mesmo extingui-las, remessa ilegal de dinheiro, contas não declaradas no exterior, bem como proprietários de patrimônios em nome de testas de ferro, dentre muitos outros crimes que "Só eles e Deus sabem", como define o velho adágio popular.

E é esta gente corrompida que evidencia e quer efetivar um golpe. Ressalva-se: em presidente que não cometeu crimes. Enquanto isso, os crimes do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, são "esquecidos" pela grande mídia corrupta. Por isto que o impeachment nas condições que se apresenta não passa de golpe rasteiro e criminoso, porque invalida os 54,5 milhões de votos depositados nas urnas em nome do PT e de Dilma Rousseff, que novamente ressalto: não cometeu crimes.

Os golpistas querem dar um golpe como se não tivesse importância os votos e a soberania daqueles que apoiam os programas sociais e as obras do Governo Trabalhista, que desde 2003 trabalha em prol da igualdade de oportunidades e da justiça social. Um Governo democrático, que jamais reprimiu os trabalhadores por meio de cassetetes da polícia e da negação em atender suas reivindicações sociais seculares. E foi o que os governantes trabalhistas fizeram e a direita quer que o povo esqueça seus benefícios e conquistas. Só que não vai esquecer...

Não vai ter golpe! Porém, enquanto isso Moro se desdobra para, de forma infeliz e lamentável, pedir "escusas" ao STF, porque como um ser super "humilde", bem como de coração "ingênuo", sua intenção ao vazar os diálogos de Lula e Dilma às vésperas do nomeação do líder petista para a Casa Civil não tinha por objetivo de "Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo e da decisão de V.Ex.ª {juiz Teori Zavascki}, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários". Como o Moro é bonzinho e cônscio de suas artimanhas dissimuladas perante o egrégio tribunal.

Não é fantástico? Chega a ser comovente as explicações em aspas do juiz do PSDB do Paraná, Sérgio Moro. E sabe por quê? Porque todo mundo é idiota ou burro neste País. Ou assim pensa o sistema judiciário à moda Catta Preta, mas de maneira muito equivocada, diga-se de passagem. Quer dizer então que o bondoso varão de Plutarco e puro de alma, o juiz Moro, jamais pensou que vazar de forma inconstitucional e à margem da Lei os grampos telefônicos não daria em nada? Não faria com que coxinhas despolitizados e fascistas financiados saíssem às ruas para atacar o Governo? Então,  tá...

Só que há um paradoxo em sua conduta e ações, pois horas antes os grampos foram suspensos por ordem do próprio juiz de Maringá. Mesmo assim, e de forma política e ideológica, o magistrado decidiu repercutir a arapongagem, sendo que o porta-voz de sua ação golpista foi, ora veja, a Globo News. Não poderia ser diferente, até porque como "funcionário" padrão dos Marinho, este juiz de primeira instância "Faz Diferença". Não é mesmo?

Moro acendeu o rastilho de pólvora e deu no que deu: incendiou o País. Coxinhas apopléticos, a babar a baba do ódio, saíram às ruas alucinadamente e fizeram aquele escarcéu fascistoide, a imitar a fúria do Moro, um Nero tupiniquim com muita disposição para fazer política a partir do Judiciário, com o propósito de derrubar o Governo eleito e impedir que ele dê sequência a seus projetos. Moro quis dar fôlego ao impeachment de Dilma e enfraquecer politicamente o ex-presidente Lula perante a sociedade e o fez de forma perversa e criminosa, porque vazou grampos ao público onde constavam as falas da presidente da República.

Sérgio Moro, na verdade, cometeu crimes de forma premeditada, calculada, de fundo político e partidário. Moro é profundamente ideológico, um juiz irremediavelmente politizado, que judicializou e criminalizou a política, mas, contraditoriamente, faz política a se aproveitar de seu cargo vitalício, que não passa pelo crivo das urnas. Moro quis impedir a posse de Lula e, se fosse possível, polemizar e prejudicar sua ascensão ao cargo de ministro da Casa Civil, ao dar conotação de que Lula não queria ser julgado por ele, como se o juiz Moro fosse o melhor juiz do Brasil, o mais honesto e republicano, e, por sua vez,  o único apto a combater a corrupção. Realidades estas que não se confirmam. 

Moro como Janot apostam no golpe e são peças importantes de uma engrenagem que faz funcionar o consórcio do golpe formado por juízes, promotores, delegados da PF, procuradores, políticos de oposição e empresários, a terem como seus porta-vozes a imprensa golpista da casa grande, bem como os coxinhas despolitizados de classe média vestidos de amarelo como se gostassem do Brasil, coisa que não é real, porque coxinhas, e todo mundo sabe disso, inclusive eles, gostam é de Miami, desprezam o povo e odeiam o País. O coxinha autêntico é preconceituoso e sectário. São falsos moralistas e estão revoltados e inconformados, na verdade, porque os pobres passaram a "invadir" um pouquinho a praia dessa gente de alma pequena e espírito de porco.  

No dia 16, o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, transformou-se no imperador Nero e tocou fogo no Brasil. Ele apagou o incêndio com gasolina e sabia, sem dúvida, o que estava a fazer, ou seja, fazer funcionar a sinalização da estrada do golpe de direita. Não vai ter golpe! Vai ter luta! No dia 31 de março os golpistas vão ver como se derrota o golpe. Povo mobilizado é povo organizado. É isso aí. 
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quarta-feira, 30 de março de 2016

Nº 19.024 - "Ciro Gomes: 'Coalizão de ladrões' quer derrubar Dilma para adotar 'agenda entreguista' "



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30/03/2016 

 

Ciro Gomes: “Coalizão de ladrões” quer derrubar Dilma para adotar “agenda entreguista”


30/03/2016 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - entrevista com Ciro Gomes. Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21

“O doutor [Rodrigo] Janot, procurador-geral da República, está de posse de mil contas na Suíça, com US$ 800 milhões já identificados e bloqueados, com a fina flor dos políticos e dos empresários com eles conexos. Por isso que eles precisam aceleradamente [do impeachment]”, disse o ex-ministro 

Por Luís Eduardo Gomes, no Sul21

Em Porto Alegre para participar do Seminário Dívida Pública, Desenvolvimento e Soberania Nacional,  promovido pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge), na PUCRS, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) afirmou que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) está sendo movido por uma “coalizão de ladrões” que deseja implementar uma “agenda entreguista”, submetida a interesses internacionais.

Em entrevista concedida ao Sul21 e ao Jornal Já, Ciro Gomes afirmou que a saída do PMDB do governo federal, sacramentada em votação que durou três minutos na tarde de terça-feira (29), em Brasília, tem o objetivo de acelerar o processo de impeachment para tentar impedir que as investigações da Operação Lava Jato atinjam mais nomes da classe política brasileira.

“O doutor [Rodrigo] Janot, procurador-geral da República, está de posse de mil contas na Suíça, com US$ 800 milhões já identificados e bloqueados, com a fina flor dos políticos e dos empresários com eles conexos. Por isso que eles precisam aceleradamente [do impeachment]. Faz cinco meses que o processo de cassação do Eduardo Cunha não anda um passo sequer na Câmara e uma presidência da República da oitava economia mundial, em menos de 15 dias, pelo que nós estamos contando hoje, pode cair”, afirma Ciro.

Para o ex-governador, provável candidato a presidência da República pelo PDT em 2018, o impeachment da presidenta ainda não é inevitável, mas será preciso que o “povão acorde” e que haja uma mudança no contexto nacional para que ele seja barrado. Ciro ainda prevê que, caso se concretize a queda de Dilma, o vice-presidente Michel Temer terá muitas dificuldades para governar diante da crise econômica e política vivida pelo país.

Confira a seguir a íntegra da entrevista.

Como você avalia a saída do PMDB do governo?

Ciro Gomes: Isso é a crônica de uma morte anunciada. Se não fosse uma tragédia para o país, eu seria um dos brasileiros que poderia estar dizendo, com muita moral e coerência, que eu avisei. Quantas vezes eu falei com o Lula, eu falei com a Dilma, lá na ancestralidade desse projeto, o quanto estúpido e equivocado era colocar esse lado quadrilha da política brasileira na linha de sucessão do País. Prevaleceu o pragmatismo que acabou entregando organicamente ao PMDB a resultante do poder no Brasil, sem voto. E agora eles estão percebendo que podem consumar o fato, eliminar os intermediários e assumir diretamente. São componentes absolutamente escandalosos e enojantes. Eu não estou exagerando em nenhuma palavra, porque assistir o País ir para o risco que está correndo, para o Michel Temer, organicamente vinculado a tudo que está errado sob o ponto de vista institucional e de corrupção no Brasil – eu sei muito bem o que estou falando, é só pesquisar meu mandato de deputado federal, com ele na presidência da Câmara – e parceiro íntimo do Eduardo Cunha, que vira vice-presidente da República.

Com isso eles vão, apoiados pelo PSDB nesse instante, cumprir a segunda tarefa depois de assaltar o poder, que é matar a Lava Jato, que agora, sob o ponto de vista dos politiqueiros de Brasília, parece ter saído do controle. Só para eu lhe dar alguns dados que não saem na grande mídia porque não interessa. O doutor [Rodrigo] Janot, procurador-geral da República, está de posse de mil contas na Suíça, com US$ 800 milhões já identificados e bloqueados, com a fina flor dos políticos e dos empresários com eles conexos. Por isso que eles precisam aceleradamente [do impeachment]. Faz cinco meses que o processo de cassação do Eduardo Cunha não anda um passo sequer na Câmara e uma presidência da República da oitava economia mundial em menos de 15 dias, pelo que nós estamos contando hoje, pode cair.

O que acontece nos dias seguintes à chegada do Temer à presidência?

Ciro: O que acontece é que um governo ilegítimo se constitui. Esse governo não é gravemente negativo para o país só porque é ilegítimo e viola a democracia. Esse governo vem com uma agenda basicamente entreguista, dos últimos interesses nacionais que essa gentalha não conseguiu entregar para o estrangeiro. Anote o que eu estou lhe dizendo: petróleo e gás. Mas também para arrebentar com o rudimento de avanço social que o país experimentou, porque eles têm uma convicção, está nos textos do Armínio Fraga, de que o salário mínimo, que é base para toda massa salarial brasileira, passou do limite, que tem que ser reduzido.

Nos textos deles está lá que a política social não deve mais ser universal, e sim focada em pequenos grupos como defende o neoliberalismo mais tacanho, que inclusive está superado internacionalmente. Enfim, é uma tragédia completa para o Brasil. O que significa dizer que, dado que esses politiqueiros não conhecem o Brasil que existe hoje, que nós dissolveremos muito rapidamente esse quase consenso que está sendo construído que é pela negação, porque a sociedade brasileira está machucada pela crise econômica e indignada com a novelização do escândalo. Mas, na hora que esse consenso negativo provocar uma ruptura imprudente da nossa tradição democrática, no dia seguinte essa energia não vai para casa. E eu estarei junto com eles tocando fogo, porque não toleraremos que o Brasil seja vendido.

O senhor já disse que será o primeiro a entrar com um pedido de impeachment do Temer se ele assumir a presidência..

Ciro : É todo um contexto. Eu não sou ninguém e há muita manipulação nesse Facebook, com perfis falsos. O que eu disse, e vou repetir, é que o impeachment é um procedimento jurídico-político. Ele não pode ser nem só político e nem só jurídico, e está escrito na Constituição que essa interrupção de um mandato de um presidente da República só se dará na condição de cometimento de crime de responsabilidade. A Dilma não foi acusada de nenhum cometimento, de nenhuma dessas figuras penais da lei de responsabilidade. O pretexto do pedido que está tramitando e pode derivar numa ruptura democrática do país é o que eles chamam de pedalada fiscal, que é um crime contábil, completamente errado, não defendo, mas que todos os governos vêm fazendo e nunca, em circunstância alguma, é crime. Entre o elenco formal da lei não é crime. Portanto você tem um golpe.

E eu disse na entrevista e vou repetir pro senhor, se foi esse o pretexto que vai levar à ruptura do Brasil e há esse risco de ninguém mais governar o nosso país pelos próximos 20 anos, eu estou comovidamente convencido disso, eu entrarei imediatamente com um pedido de impeachment baseado no fato, que eu já tenho todos os documentos, de que o Michel Temer, como vice-presidente ocupando a presidência da República, assinou dezenas de decretos de pedaladas fiscais, igualzinho a Dilma. Portanto, se valer para ela juridicamente – evidentemente que isso é só pretexto -, vai ficar a sociedade brasileira muito esclarecida de que isto também foi uma molecagem de golpe. Mas vou entrar na hora.

A partir do impeachment da Dilma e de um possível impeachment também do Temer, qual seria a solução? Novas eleições?

Ciro: Um impeachment só acontece quando há uma construção consensual. Hoje, esse consenso não existe ainda. Ele se acelerou muito por conta de você ter feito encontrar interesses internacionais poderosos, que têm uma influência importante na formação da mega mídia, especialmente de São Paulo, que se autodenomina imprensa nacional, e do Rio de Janeiro, com uma sociedade muito angustiada com a crise econômica e com a loucura da denúncia moral, que foi extremamente passionalizada com aquilo que pareceu ao povo uma jogadinha miúda, metendo o centro da República nela, que é trazer o Lula para dentro do Palácio. Eu espero que ainda dê tempo e que essa marcha da insensatez se interrompa. Não acontecendo, o próximo passo de um impeachment do Michel Temer é muito improvável, porque imediatamente ele passa a ser o representante no poder dos interesses internacionais, que hoje estão na clandestinidade, balançando as bases da democracia brasileira.

É só vocês fazerem uma pesquisa rapidinha: quais são os lugares da Geografia do mundo onde há petróleo com algum excedente e você imediatamente vai ver a mesma instabilidade que há no Brasil, até agravada. Agravada, por exemplo, como é o caso do Iraque. Agravada pelas tensões no Irã, agravada pelas tensões no Egito, pelas tensões na Líbia. É uma coisa que não é coincidência. Arábia Saudita está balançando. A Venezuela, na nossa América Latina, está completamente em frangalhos, a sua institucionalidade. Isso é um jogo bruto, não é um jogo para criança. Agora, esse interesse passa a vencer. Imediatamente a mídia correlata já está fazendo o que para qualquer brasileiro é uma coisa enojante. Um partido que está há 10 anos mamando, roubando, escandalosamente e fisiologicamente entranhado no governo, que, portanto, se tem alguma coisa boa no governo, ele pode reclamar para si também e, se tem alguma coisa completamente errada, o PMDB também é responsável por isso. Sai (do governo) e a Rede Globo faz uma novela dignificando, nobilitando o gesto do PMDB. É a novilíngua. George Orwell, no livro “1984”, escreveu sobre isso.

Ciro, você fala de engreguismo do PMDB...

Ciro: Está escrito. Leia o que eles estão chamando ridiculamente de Ponte para o Futuro.

O senhor acha que o PMDB tem condições políticas de implementá-lo?

Ciro: Nenhuma chance. É uma grande fraude. É uma grande e imensa fraude porque o Brasil hoje tá pinçado por três crises, e uma alimenta a outra, e “trocar Chico por Manel” não resolve nada. Pelo contrário, quando você excita expectativas simplórias, grosseiras, como está acontecendo hoje, em que todo o problema brasileiro seria essa novela moral, que nós vamos trocar uma pessoa que não tá acusada de nada por uma linha de sucessão que é Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros – os três estão citados na Lava Jato e ela é a única que não foi citada nem é investigada em coisa nenhuma -, o que acontece no dia seguinte? Eles vão trabalhar para desarmar a Lava Jato, mas as três crises vão estar do mesmo tamanho.

Vamos lá, crise número 1: internacional. Um constrangimento, eu diria para você, paradigmático. O Brasil encerrou um ciclo, nós perdemos qualquer veleidade de ter um projeto de desenvolvimento, nisso o PT comete talvez seu maior erro. Fez um avanço, mas não institucionalizou nada, não mexeu em estrutura nenhuma do País. O resultado prático é que, quando terminar o ano de 2016, entre produtos industrializados que nós vendemos para o estrangeiro e produtos industrializados que nós compramos do estrangeiro, o buraco já está em US$ 110 bilhões. A gente vinha, até 2014, pagando este buraco com um ciclo de commodities muito caras. Então, eu estou trabalhando na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), nós vendíamos, em 2014, uma tonelada de minério de ferro por US$ 180. Chegamos a vender por US$ 40.

O petróleo, quando nós comemoramos a maravilhosa descoberta do pré-sal, eu estava lá ajudando a fazer a lei de partilha, aquilo tinha e tem ainda o condão no futuro de mudar radicalmente a estrutura brasileira social, econômica e de infraestrutura, o que acontecia, o petróleo custava US$ 110. Então, a gente gasta US$ 41 para tirar um barril de petróleo, com este nível de escala hoje, e vendíamos a US$ 110. É uma fortuna. Pois bem, o petróleo custa US$ 41 para tirar e nós estamos vendendo a US$ 30. “Micou” o pré-sal. Você tem a soja, o milho, etc., que não caíram tanto, mas caíram 15%, 20% todos. Ou seja, a gente artificializou de fora para dentro uma conta macroscópica do Brasil com o estrangeiro e esse ciclo morreu e morreu para sempre – pelo menos pelas duas próximas décadas. O país está desafiado a recelebrar toda a sua matriz de desenvolvimento agora, catando outro lugar aonde assentar essa imprudência de não termos uma política industrial de comércio exterior. Então, segura a primeira crise que eu quero ver como esses golpistas vão tratar.

Segunda crise, quando você tem um desequilíbrio nas suas contas externas, você transfere para dentro do país uma variável que é a desvalorização da moeda. Eu não tenho tempo aqui, mas, basicamente, se eu tenho um buraco nas contas com o estrangeiro, a consequência prática dentro do país, a primeira, é que a moeda se desvaloriza. O real se desvaloriza perante o dólar. Isto imediatamente se irradia para os preços, todos os preços que são imediatamente sensíveis ao câmbio. Por exemplo, você compra pão, pão é trigo, o Brasil não produz trigo com suficiência, importa, é dólar. Então, se você tem uma desvalorização do real frente ao dólar, o pão fica mais caro, a pizza fica mais cara. Remédio, 75% da química fina brasileira é importada. Se você desvalorizada a moeda, o remédio fica mais caro. Passagem de ônibus, a principal variável é o diesel, diesel é petróleo, petróleo é câmbio. Então, você tem uma pressão de preços relativos que dá uma miragem de inflação. Tentaram botar desde o senhor Fernando Henrique, e o PT manteve a mesma equação, a economia num tal piloto-automático do inflation target, que aqui tomou o nome de meta da inflação. Aí você atira com taxas de juros. Você tem a maior recessão, que não é mais, é depressão econômica, da história do Brasil, e a taxa de juros do Brasil é a maior do mundo. Eu quero ver o que essa calhordice aí, desses golpistas salafrários, vai fazer no dia seguinte que tomar posse.

E, terceiro, a crise política. Ou você acha que PT, MST, CUT, Ubes, eu e todos nós que estamos convencidos de que há um golpe em marcha no Brasil vamos deixar esse governo governar para vender o País para o estrangeiro. Nenhuma chance. Nós vamos para o pau contra eles. Eu não reconheço legitimidade nesse governo que está querendo se construir em cima do golpe. Eu não reconheço e vou lutar, no meu limite, com as ferramentas que estiveram a meu alcance, para que essa tragédia não se abata sobre o Brasil.

O impeachment é inevitável?

Ciro: Não é inevitável. Eu estou lhe falando e é preciso que a gente date as coisas, porque as coisas estão muito frenéticas no Brasil, mas o que a sociedade precisa saber é que o processo de cassação do Eduardo Cunha, pilhado com milhões de dólares no estrangeiro roubados da Petrobras, flagrantemente, tudo demonstrado com interações internacionais constrangedoras, faz cinco meses não deu o primeiro passo ainda na comissão, e essa coalizão de ladrões, esta cleptocracia que está se organizando ao redor do senhor Michel Temer, está querendo derrubar uma presidente em 20 dias. Tá marcado para o dia 17 de abril e, no momento em que eu estou lhe falando, só um milagre nos salva. Esse milagre é possível de ser praticado se o nosso povo acordar, não só nós que já estamos na luta, mas o povão, que ainda está vendo as coisas, com muita razão, com um pé atrás, mas eu ainda tenho esperança que Deus toque o coração e a cabeça da sociedade brasileira. E isso pode mudar as coisas.

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Nº 19.023 - " Lindbergh humilha líder do PSDB e desmascara golpe!"

 
30/03/2016

 

 Lindbergh humilha líder do PSDB e desmascara golpe!

 
Do Facebook - 30/03/2016
Hector Osmar Arguello e Jose Lyra compartilharam o vídeo de Contra o Golpe Fascista.
 
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9 h · 
VIDEO SENSACIONAL!!!!!!!!

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Lindbergh humilha líder do PSDB e desmascara golpe!

Lindbergh rebate o líder do PSDB: "querem derrubar Dilma por 6 decretos suplementares? Alckmin assinou trinta e um! 

O velho PMDB quer assaltar o poder, em aliança com os senhores, fazendo um acordão pra interromper as investigações, salvar Eduardo Cunha da cassação e implementar o programa mais anti-povo que eu já vi".
Confira no vídeo abaixo:



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Nº 19.022 - "A degradação moral da direita brasileira"

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30/03/2016
A direita brasileira sempre foi conservadora, elitista, preconceituosa, antipopular. 
 
Chegou a defender o voto de qualidade, de tanto ser derrotada por Getúlio Vargas, em que o voto do engenheiro valeria 10 e o do operário (“marmiteiro”, como os chamavam), valeria 1. Defendiam o liberalismo como sistema político e o liberalismo econômico.
  No golpe de 1964 se desmascararam e, em nome da defesa da democracia, promoveram e apoiaram a pior ditadura que o pais já teve. A Globo tornou-se o diário oficial da ditadura. A Folha emprestou carros para que a Oban disfarçasse as ações de terror contra os opositores. Chegaram a um nível de suma degradação.

Na redemocratização tentaram – e conseguiram – que ela fosse apenas o restabelecimento das normas básicas do Estado de direito prévio a 1964, sem democratização econômica e social. Mais adiante apoiaram o Collor e o FHC, com seus projetos neoliberais, uma vez, como na ditadura, como se fossem os projetos de redenção do pais e não o que realmente foram, de retrocessos, de estagnação e de exclusão social.

Mas conforme foram perdendo as eleições, 4 em seguida, defendendo a restauração do seu modelo neoliberal, foram perdendo a compostura. Agora querem o golpe, tirar o PT do governo do jeito que seja. 

Os fins justificam os meios, como acusavam a esquerda de fazer.

Não importa que seja um processo comandado pelo Eduardo Cunha e seus asseclas na comissão do impeachment. Em um certo momento se sentiram constrangidos por ser Cunha renomadamente o político mais corrupto do Brasil. Houve um momento em que todos os lideres na Câmara pediam sua renuncia à presidência, tal o nível de evidencia do seu envolvimento em processos de corrupção e o seu nível de desprestigio.

Mas, de repente, não. Parecem não se constranger que um político assim, réu de vários processos de corrupção no STF, siga presidente na Câmara e seja quem conduz o processo de impeachment da Dilma, uma presidenta que não cometeu crimes de responsabilidade, não é réu me nenhum processo, Tem sobre si acusações de praticas de todos os seus antecessores e da grande maioria dos governadores, acusações feitas por um Tribunal Superior Eleitoral, cujo presidente por sua vez, responde por crimes de corrupção.

Mas o próprio núcleo golpista tem em comum o fato de que todos estão com reiteradas acusações de corrupção, o que os fazer acelerar o golpe, para tentar, desde o comando do governo, reverter as desesperadas situações de políticos como Eduardo Cunha, Michel Temer, Renan Calheiros, Paulinho da Força, entre outros réus de vários processos por corruptos.
 
Mas vale tudo, como dizia a telenovela com musica arrasadora do Cazuza. Não importam os strip-tease morais nas manifestações, com os cartazes mais imbecis e preconceituosos que o pais já conheceu. Não importa que sejam os ricos contra os pobres. Não importa que ja não exista imprensa que não seja partidária, porta voz militante do golpe, com o que esperam salvar da falência irreversível suas empresas decadentes. Os jornais e revistas se tornaram oficialmente órgãos dos partidos da oposição, panfletos sem nenhuma credibilidade, sem nem sequer o disfarce de algum tipo de pluralismo.

Como expressões da degradação da direita brasileira, FHC retoma suas teses dos “mal informados” nordestinos e volta a acusar o Lula de “ignorante”. Cony e Gabeira compõem a reserva moral indecente da direita (da qual até o Lobão quer cair fora.)

Não importa que a OAB, ao invés de proteger a democracia e o Estado de direito, adira ao golpe. Não importa que a Fiesp de  novo faça dupla com a OAB, como em 1964, para promover o golpe a ditadura. 

Não importa que o Bolsonaro seja ídolo dos que se manifestam pelo golpe e o Alckmin e o Aécio sejam enxotados da Avenida Paulista.

Não importa que o impeachment sem crime de responsabilidade seja golpe, não importa que seja dirigido pelo Temer, pelo Eduardo Cunha, pelo Renan. assessorados pelo Paulinho da Força e pelo Moreira Franco, contra o Lula e a Dilma, que não são réus de nada. Não importa que o Aécio é campeão de menções nas delações premiadas, que o Moro proteja escandalosamente aos tucanos. Que a comunidade internacional ja denuncia do risco de golpe no Brasil.

Agora a direita não tem nem o que propor que não seja a restauração conservadora, a vingança contra os beneficiários das políticas do governo e que sempre votaram contra ela.

E’ uma direita golpista, revanchista, sem pudor, que representa o que de mais vulgar e corrupto que ja teve a política brasileira. Que já saliva como os ratos do Pavlov diante da possibilidade de repartirem entre si o butim do Estado brasileiro.

Gerou-se a situação paradoxal em que Dilma, eleita pela maioria do voto popular dos brasileiros, e Lula, o presidente de maior prestigio da nossa historia e o maior líder popular ainda hoje, são atacados pelo politico mais escandalosamente corrupto que o pais já conheceu, Eduardo Cunha, em associação com o mais inexpressivo político atual, Michel Temer, que detém 1% de apoio nas pesquisas e não conta com a confiança de ninguém. Junto a políticos todos processados, que parecem mais uma gangue disposta a assaltar o Estado numa aventura típica de um pais bananeiro.

Mas as coisas não são tão simples para esse bando inescrupuloso de políticos. Ainda tem vários passos que dar no plano institucional, para acertar os tenebrosos interesses dos políticos e economistas derrotados no caminho do golpe. E, principalmente, tem que se enfrentar a um formidável movimento popular em ascensão, que voltara’ a ocupar as ruas e praças do pais no dia 31, mas que não tem deixado passar um dia sem grandes manifestações das distintas expressões da sociedade civil, de juristas a artistas, de professores a intelectuais, de mulheres a jovens, que pacifica e combativamente fazer ecoar o som mais popular e familiar para os brasileiros do norte ao sul do pais: NÃO VAI TER GOLPE!

E tem ainda que se enfrentar ao único líder popular com prestigio e confiança do povo, Lula. Uma combinação explosiva entre a liderança do Lula, as mobilizações de rua e as manifestações da sociedade civil organizada, compõe um mosaico de resistência com que tem que se enfrentar a gangue de políticos, donos de empresas de comunicação, economistas, empresários falidos, para conseguirem colocar em pratica o novo golpe contra a democracia.

Conseguirão, mesmo às custas de repetir as palavras do politico da ditadura Jarbas Passarinho, “às favas os escrúpulos públicos”, para assinar o AI-5, a aventura de voltar a destruir a democracia no Brasil? Como reagirão às imensas e permanentes manifestações populares? Como reagirão diante da impressionante liderança do Lula? No seu programa de restauração conservadora não cabem as reivindicações populares que, ao contrario, eles pretendem que sejam as principais vitimas do seu golpe e a conspícua e criminosa presença do fracassado no governo FHC e derrotado nas ultimas eleições, Armínio Fraga, revela os sinistros planos antipopulares e antidemocrático dos golpistas. Políticos derrotados sucessivamente, corvos sedentos de ainda desfrutar de algum cargo, mesmo através de um novo golpe, como Serra, Aécio. FHC, Alckmin, entre outros, estão condenados ao mais fragoroso repudio popular. Pensam incluir a Bolsonaro nos seus planos, para tentar um tinte popular, mesmo que fascista?

Os golpistas compõem uma corja, uma gangue que reúne o que de pior a política brasileira produziu nestes anos, com a mais degradada mídia que o pais já teve, com banqueiros sedentos de mais sangue, que chamarão de volta – como fez Mauricio Macri na Argentina – o FMI e suas cartas de mas intenções.

Tem, no entanto que combinar com o povo, que já demonstrou não estar disposto a deixar lugar para que esse aventureiros e malfeitores voltem a se apropriar do pais. Teriam que passar por cima do povo mobilizado e combativo e da sua maior liderança, Lula. Não basta jogar pela janela os escrúpulos. Isso bastava na ditadura. Agora tem que se enfrentar a um povo que avançou nos seus direitos durante 12 anos, que conhece seus direitos e que sabe contra quem conseguiu avançar e liderado por quem. As coisas não se apresentam fáceis para essa nova direita golpista, por mais degradante que ela se apresente. Provocaram o movimento popular brasileiro no que ele tem de mais forte, na sua capacidade de defender a democracia, seus direitos e seus lideres. Vão sentir todo o seu peso no dia 31 e todo o tempo em que seguirem intentando seu golpe contra a democracia, contra o povo e contra o pais.

Emir Sader. Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas político
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