sábado, 30 de julho de 2016

Nº 19.647 - "Em crise pela Lava Jato, empreiteira abandona obra de transposição do São Francisco"

 

30/07/2019 

 

Em crise pela Lava Jato, empreiteira abandona obra de transposição do São Francisco

mendesjr

Por

Sexta-feira passada, dia 22, a Mendes Júnior parou completamente as obras de construção das do Eixo Norte do projeto de trasposição das águas do Rio São Francisco.

A construtora era  responsável por um trecho de 140 km de extensão entre Cabrobó, Sertão pernambucano, e o reservatório de Jati, no Ceará, incluindo três elevatórias.

87% das obras estão concluídas e a obra seria inaugurada no início  do ano que vem.

No início do mês a empresa havia anunciado sua intenção de abandonar o projeto, por perda de capacidade financeira para tocá-lo, depois da situação em que ficou em função para perda de idoneidade  com a Lava Jato.

Não há decisão sobre como completar a obra: uma nova licitação a atrasaria em pelo menos um ano.
Não é a única.

A Odebrecht está vendendo a Mectron, sua subsidiária de tecnologia que projeta e produz mísseis para as Forças Armadas, para uma empresa israelense a, Elbit.

Lá se vai o domínio tecnológico, mas isso não vem ao caso.

A GM, em 2008, esteve para quebrar. Como os americanos não são bobos, sopuberam separar o que era a estupidez especulativa de seus dirigentes da importância da empresa para o país.

Aqui, o país não vem ao caso.

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PITACO DO ContrapontoPIG



Mais atitudes criminosas deste "governo" interino:

- o  atraso nas obras de transposição prejudicará enormemente a milhões de nordestinos;

- a venda de empresa que produz misseis para as Forças Armadas enfraquece a nossa defesa.

O povo brasileiro não pode mais assistir passivamente à ação nefasta  deste governo danoso ao País. 

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Nº 19.646 - “ 'Câncer faz bem', a nova pérola do 'psicológico' Temer "

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30/07/2016 

 

“Câncer faz bem”, a nova pérola do “psicológico” Temer

 

metro


 Por

Um sujeito que foi a vida inteira pomposo, metido a dizer obviedades sonoras e ocas como um sino, a afetar inteligência com mesóclises e latinismos, só pode cair no ridículo quando busca, para “ser popular” ( como disse ontem ser sua pretensão), parecer informal e brincalhão.

Ou “genial”, como quando disse que a crise econômica era, principalmente, “psicológica”.

Hoje foi a ver de soltar um inacreditável “mimo” ao governador do Rio, dizendo que o câncer – do qual  Luís Fernando Pezão ainda não está clinicamente livre – “acabou sendo uma coisa útil para o Pezão”.

Na inauguração da Linha 4 do Metrô – feita com recursos repassados pelo Governo Dilma, fato que nenhum deles teve a decência sequer de registrar, pelo que li – , Temer quis fazer brincadeira com um suposto “embelezamento” de Pezão, que perdeu todo o cabelo, mas  como não leva jeito para isso, terminou por soltar a pérola acima para complementar o ditado de que “há males que vêm para o bem”, devidamente empolado por ele para “existem coisas que parecem maléficas que vêm para o bem”.

Conseguiu, quem sabe, criar o “câncer benigno”. Será que não vê o potencial de ridículo que há em dizer que alguém “ficou melhor” com um câncer?

No fundo, é o tipo de atitude de pessoas blasé, que não têm uma carga de afetividade para com os outros e, por isso, são incapazes de se compadecer – no sentido literal da palavra, padecer junto – do sofrimento alheio.

Faz gracinhas para “ser popular”.

Aliás,  esteve hoje num lugar bom para testar a sua popularidade: o subsolo da Zona Sul carioca.



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PITACO DO ContrapontoPIG 

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Além de calhorda o usurpador é estúpido. 

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Nº 19.645 - "Moro não é Juiz. É um cruzado!"


 30/07/2016

Moro não é Juiz. É um cruzado!

Na Europa, Juiz que vaza vai pra rua!



Do Conversa Afiada - publicado 30/07/2016
 
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Nº19.644 - "Cerra expropria carne bovina da Kátia"

 

30/07/2016

Cerra expropria carne bovina da Kátia

Aids, genéricos, Pronatec... ele vai lá e toma!


Conversa Afiada - publicado 30/07/2016
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O Cerra jamais faria isso! Na frente de todo mundo... (Reprodução: UOL)

Como se sabe, o Padim Pade Cerra se apropriou do programa de combate à AIDS do Sarney, dos genéricos do Jamil Haddad e do Pronatec do Palocci.

Ele é guloso!


Veja o que disse a Kátia Abreu - que lhe enviou um copo de vinho na cara -, no Twitter:
Hoje, a imprensa noticia abertura do mercado Americano para a carne bovina brasileira. Já fizemos isto em 2015 na visita da presidenta Dilma aos EUA. Estávamos em fase de negociações dos certificados e habilitação das agroindústrias. Foi tudo assinado entre Obama e Dilma em 2015.

É o fim da picada! Veículos que estão noticiando hoje, noticiaram tudo ano passado. Em 2015 derrubamos todos os embargos a nossa carne no mundo.

O Chanceler quer produzir notícias na marra. Ou na graça.
E o que se sabe:
Junho/2015...

Folha: EUA dão primeiro passo para importar carne bovina do Brasil após 15 anos 
Globo Rural: EUA liberam importação de carne bovina in natura do Brasil 
G1: EUA liberam importação de carne in natura do Brasil, diz ministra

E em Julho/2016...

Folha: EUA removem barreira a carne bovina in natura brasileira

Notícias AgrícolasAcordo que libera a entrada de carne bovina in natura do Brasil no mercado americano deve atrair novos compradores

O Globo: EUA devem abrir mercado para carne bovina in natura brasileira

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 NAVALHA


Nº 19.643 - "Temer faz do Brasil uma república de bananas: da política vira-lata ao preço do pré-sal"

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30/07/2016 

 

Temer faz do Brasil uma república de bananas: da política vira-lata ao preço do pré-sal

Petrobras-Fachada


Por Tadeu Porto*(@tadeuporto), no site Diálogo Petroleiro

Alguns fatos se apresentam como uma facada, causando feridas difíceis de estancar e superar. É o que podemos verificar, por exemplo, hoje com a notícia de que a Petrobrás decidiu, deliberadamente, abrir mão de um campo altamente produtivo do Pré-sal por míseros 2,5 bilhões de dólares.

Os números podem até parecer positivos a priori, todavia, a título de comparações, a nossa estatal vendeu a sua prima norueguesa um pedaço da maior descoberta recente do mundo do petróleo por um preço que se equivale a cifras presentes em estádios esportivos pelo mundo. Em outras palavras, se a Petrobrás quisesse comprar a vista os estádios Stade de France e Wembley ela poderia até conseguir,  mas sem ficar com troco algum.

Estamos falando de valores tão baixos que nos proporciona comparar o mercado de óleo e gás, principal fonte de energia do mundo, com o mercado do futebol (não me estranharia ver Temer trocar dois poços do pré-sal para ter o Neymar de volta).
 
Para se ter uma ideia do péssimo negócio feito pela maior petrolífera da América Latina [pelo menos por enquanto, a se considerar o andar da carruagem] vamos comparar os números de produção do pré-sal com o valor pago:
Consideremos o valor do barril U$ 45,00 (cotação de 29/07/16 estava U$ 46,17); Suponhamos, ainda, que a Statoil gaste quase o dobro da Petrobrás para produzir na bacia de Santos, ou seja, U$15,00. Por fim, tomamos com exemplo a produção de um poço no campo de Lula, o 7LL27RJS (que vou chamar carinhosamente de LuLinha), que há mais de um ano mantém a média de produção próxima a 33 mil barris de óleo por dia.

Oras, com um valor líquido de U$30,00 o barril, se a empresa escandinava furar um único poço do potencial do LuLinha ela conseguirá ganhar, aproximadamente, U$ 1 milhão por dia. Consequentemente, com 2500 dias – ou pouco menos de sete anos – a companhia pagaria o que gastou para ter o campo com apenas um único poço mantendo seu potencial.

Não fica difícil abstrair, ainda, que se a Statoil conseguir a não difícil tarefa de furar sete poços do potencial do LuLinha (reparem que no boletim de produção mensal da ANP, os cinco primeiros poços possuem produção acima dos 30mil barris de óleo por dia) ela paga o investimento com um ano.

Bom, claro que muitos céticos vão duvidar  dessa “conta de papel de pão” – apesar de eu a ter feito na calculadora do Google – e que empresa nenhuma faria essa besteira sem um planejamento sério. Em primeiro lugar, eu incentivo fortemente esse tipo de indagação, afinal, sou a favor de uma educação crítica em que fatos são constantemente questionados (conhecida hoje em dia por escola com partido).

Em segundo lugar, argumento que fiz uma previsão conservadora dos números envolvidos, pois não considerei, por exemplo, o preço do gás que o campo pode proporcionar. Por fim, por mais que consideremos os impostos envolvidos no mercado – podemos fazer também outra previsão conservadora e dizer que os encargos fiscais dobrariam o custo – ainda sim a Statoil precisaria de cinco anos de produção para pagar, com muita folga, o investimento que fez.

Vale ressaltar, nesse sentido, que esse tipo de transação faz parte de uma política vira-lata e entreguista que visa os retornos de curto prazo dos Royalties – que a exploradora vai ter que pagar – e abre mão da soberania nacional e, principalmente, de uma vantagem estratégica na concorrência na disputada e acirrada geopolítica do petróleo (ou alguém acha aí inteligente deixar os noruegueses aprenderem a explorar abaixo da camada pré-sal, com centena de outros mares no mundo para explorar?).

Ou seja, o que o PMDB de Temer, Pezão, Renan e cia querem é colocar a mão numa receita fiscal mais facilitada abrindo mão de uma política mais estadista e de longo prazo, que gere empregos, tecnologia e conhecimento genuinamente nacionais.

Que o Brasil tinha virado uma república de bananas com um golpe tão absurdo e nefasto todos nós, a essa altura, já sabíamos. A apunhalada nas costas vem, justamente, da descoberta que nossas riquezas serão negociadas a preço dessa iguaria que tão bem acompanha um açaí.


Tadeu Porto é colunista do cafezinho e diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
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Nº 19.642 - "O grande crime de Lula é ter defendido o Brasil "

No primeiro dia de janeiro de 2011, quando transmitiu a faixa presidencial à sucessora Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula poderia ter tomado uma decisão parecida com a de vários brasileiros que julgam já ter cumprido sua missão na Terra: pendurar as chuteiras, aposentar-se e curtir a vida. Naquele momento, Lula era chamado por publicações internacionais, como a revista alemã Der Spiegel, de o "o político mais popular na face da Terra". O economista Jim O'Neill, que criou a expressão BRICs, o qualificou como o mais importante líder dos últimos 50 anos no mundo, por ter sido capaz de comandar um gigantesco processo de inclusão social, dentro de uma complexa democracia.

Lula, no entanto, decidiu continuar trabalhando.

Criou seu instituto, assim como fizera seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, e passou a rodar o mundo como um embaixador informal do Brasil, de suas empresas e de seus empregos. Os focos prioritários foram a África e a América Latina, regiões nas quais, por afinidades históricas e culturais, o Brasil poderia ampliar sua influência, abrindo oportunidades para empresas nacionais e, ao mesmo tempo, reforçando a presença do País no jogo internacional. Deu certo. Tanto que, em sua mais recente edição, a revista norte-americana Foreign Affairs, tida como a bíblia da geopolítica global, destacou o avanço do Brasil como ator global nessas regiões (leia mais aqui).

Fosse o Brasil um país maduro e cioso de seu papel no mundo, Lula seria tratado como um dos seus grandes ativos. Um líder capaz de inspirar, angariar simpatias e conquistar apoios para os legítimos interesses comerciais das empresas nacionais e, também, para as aspirações diplomáticas do País. No entanto, o ódio político, a disputa pelo poder e interesses internacionais daqueles que preferem ver o Brasil numa posição subalterna o elegeram como o alvo a ser abatido.

Foi assim que Lula foi transformado pela revista Época, dos irmãos Marinho, no "operador", no "lobista" de grandes empreiteiras. A partir de uma reportagem publicada também no jornal O Globo, sobre uma viagem de Lula à América Central, teve início o processo que culminou, nesta quinta-feira, com a abertura de um inquérito criminal contra o ex-presidente Lula. A acusação: tráfico de influência internacional. Ou seja: Lula é acusado de usar sua influência em outros países em favor de empresas brasileiras. Na lógica do setor do Ministério Público que patrocinou a ação, melhor seria, decerto, que as concorrências para grandes obras na África e na América Latina fossem vencidas por empresas chinesas, norte-americanas ou espanholas, que também disputam esses mercados com empresas nacionais. Também segundo o MP, haveria tráfico de influência porque Lula abriria portas no BNDES, como se isso fosse necessário – programas de financiamento à exportação de serviços existem há décadas e beneficiam todas as empresas brasileiras que conquistam obras internacionais.

O inquérito contra Lula, no entanto, já está nas páginas de publicações internacionais, como o Financial Times e o The Wall Street Journal. Denúncias contra empreiteiras brasileiras também vêm sendo usadas por concorrentes internacionais para inviabilizar a presença das construtoras nacionais em vários mercados. O grupo Globo, que tem liderado a caçada a Lula, já defendeu, em seus editoriais, que empreiteiras nacionais sejam substituídas por empresas de fora até mesmo no mercado interno. Afinal, de acordo com a lógica dos Marinho, Lula é o criminoso a ser abatido, nem que o custo seja a destruição de algumas das maiores empresas brasileiras.

Diante de tamanha irracionalidade, o melhor remédio seria fazer do ex-presidente ministro das Relações Exteriores. Só assim, protegido da insanidade política, ele poderia continuar trabalhando em defesa de interesses nacionais, como fez nos anos em que esteve fora do poder.


* Leonardo Attuch é editor  do 247

Nº 19.641 - "Lula: golpe é vergonha contra nossa geração"


"O que devemos fazer é coagir politicamente. Através do celular, de todos os instrumentos, começar a perguntar para cada senador se ele tem noção do gesto que ele vai fazer ao cassar a Dilma. Temos que mostrar para eles que eles estão cometendo uma crime, um crime contra a democracia", afirmou.

Para Lula, o golpe contra Dilma é "mais rasteiro" do que o golpe militar. "Aproveitaram o momento que a economia não está boa, que a presidente não estava bem avaliada, e inventaram um crime de responsabilidade, para cometer um crime político", disse. "O que estão fazendo é uma vergonha contra a nossa geração", afirmou.

Abaixo os principais trechos do discurso:

"Estamos a poucos dias da votação no Senado sobre o impeachment. Todos nó sabemos que estão faltando seis votos para barrar e Dilma voltar. O problema é que o povo não aguenta ir para a rua todos os dias";

"Tinha senador que me dizia que uma coisa é a admissibilidade e a outra é o mérito. Como a gente coloca na retranca. Não é xingando. Eles não ouvem. O nosso grito não ressoa em Brasília. O que devemos fazer é coagir politicamente. Através do celular, de todos os instrumentos, começar a perguntar para cada senador se ele tem noção do gesto que ele vai fazer de cassar a Dilma. Temos que mostrar para eles que estão cometendo uma crime, um crime contra a democracia. Nós precisamos fazer com que eles se sintam culpados, por mais conservadores que eles sejam"

"O golpe não é um golpe militar, é um golpe parlamentar. É bom que vocês saibam a história. Foi uma vingança do Cunha. O que eles estão fazendo hoje é cínico e rasteiro. Eles estão cometendo um crime político de tirar uma presidente eleita que não cometeu crime"
"O Temer sabe que o que eles estão fazendo é um julgamento totalmente político. É um crime. Ele não se submeteu ao voto do povo"

"O que eles não percebem é que eles precisam falar com a consciência desse país, que é isso que eles estão fazendo é uma vergonha para a nossa geração"

"Nós estávamos governando há 13 anos. É o maior período de governo de esquerda eleito democraticamente no mundo. E isso incomoda!"

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Nº 19.640 - "Brito: Petrobras perdeu hoje mais do que com a Lavo a Jato inteira; Governo Temer vendeu por R$ 8,5 bi campo de pré-sal que vale R$ 22 bi"

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30/07/2016 

 

Brito: Petrobras perdeu hoje mais do que com a Lavo a Jato inteira; Governo Temer vendeu por R$ 8,5 bi campo de pré-sal que vale R$ 22 bi


Do Viomundo - 30 de julho de 2016 às 00h32
 

Temer, pré-sal, parente-001



coluna



 

Venda de Carcará: Petrobras perdeu hoje mais do que com a Lava Jato inteira



por Fernando Brito, no Tijolaço, em 29/07/2016


O governo Michel Temer e o gestor que ele colocou na Petrobras, o ex-ministro do apagão Pedro Parente tiraram, hoje, da Petrobras, mais do que todos os desvios de paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Nestor Cerveró e todos os outros ratos que roeram o dinheiro da Petrobras nos casos investigados pela Operação Lava Jato.

A venda do campo de Carcará para a norueguesa Statoil é um desastre que pode se explicar com uma conta muito básica.

Mesmo a 50 dólares o barril, campos como Carcará – onde os estudos já apontaram para uma produção superior a 35 mil barris diários por poço – remetem a um custo mais baixo do que a média já fantástica de US$ 8 dólares por barris atingida no pré-sal. Depois de pagos royalties (Carcará é anterior à lei de partilha), impostos, custos de transporte e tudo o mais. é conta muito modesta estimar um lucro de US$ 5 por barril. Pode até ser o dobro.

Carcará teve colunas de rocha-reservatório até quatro vezes mais extensas que Sapinhoá (ex-Guará) e sua metade oeste, onde estão os poços, tem mais ou menos a mesma área. Sapinhoá tem uma reserva medida de 2,1 bilhões de barris de óleo recuperável, isto é, que pode ser extraído.

Pode, portanto, ser maior, muito maior.

Ma já se Guará tiver o mesmo, apenas o mesmo, faça a conta: lucro de mais de 10 bilhões de dólares, a cinco dólares por barril.

Ou R$ 33 bilhões, ao dólar de hoje. Como a Petrobras detinha 66%, dois terços, da área, R$ 22 bilhões.
Pode ser mais, muito mais, esta é uma conta conservadora.

Este campo foi vendido por R$ 8,5 bilhões, metade a vista e metade condicionada à absorção de áreas vizinhas, dentro do processo que, na linguagem do setor, chama-se “unitização”, quando o concessionário leva as áreas nas quais, mesmo fora do bloco exploratório original, a reserva petrolífera se prolonga, na mesma formação geológica.


Como o valor estimado das roubalheiras na Petrobras ficou na casa de R$ 6,2 bi, nos cálculos folgados que se fez para a aprovação de seu balanço, tem-se uma perda de mais de duas Lava Jato.

Sem incluir na conta as centenas de milhões de dólares gastos na perfuração dos três poços pioneiros – muito mais caros que os de produção normal – e nos estudos e sensoriamentos geológicos que fez para determinar o “mapa” da reserva.

Reproduzo, por definitiva, a frase do professor Roberto Moraes: “o que é legal pode ser muito mais danoso que o ilegal”.

Ontem, Parente pediu pressa no fim da lei da partilha. Hoje, vendeu Carcará.

Fez, assim, da Petrobras a única petroleira do mundo que diz que não quer lugar cativo nas melhores jazidas de petróleo descobertas neste século. Faz dela a única que dá, a preço de banana, o que já tinha do “filé” do filé do pré-sal.

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Nº 19.639 - "Lula: acusação é manchete; depoimento que inocenta, lá no fim, e olhe lá…."

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30/07/2016

 

Lula: acusação é manchete; depoimento que inocenta, lá no fim, e olhe lá….

deplula


Por
 

Abaixo da manchete do “listão” da Odebrecht, O Globo, como os demais jornais, publica uma laudo da
Polícia Federal que demonstraria a participação de empreiteiras na reforma do sítio usado por Lula em Atibaia.


Não é a única notícia sobre isso, mas a outra quase “não vem ao caso”.

É que o jornal diz, lá num pé de matéria que as coisas ainda estão difíceis para outra empreiteira, a OAS.

Uma das razões é o fato de ela não acusar Lula pelo oferecimento de vantagens em troca das tais obraou pelas viagens e palestras que fez após a saída da Presidência da República.

Transcrevo:

(Os promotores da Lava Jato) fizeram perguntas a Pinheiro sobre viagens internacionais e palestras do ex-presidente Lula. Queriam saber se haveria vínculos entre as viagens, as palestras e negócios fechados entre a OAS e governos dos países visitados pelo petista. Pinheiro atribuiu ao ex-presidente um papel de relações públicas, mas negou que houvesse correlação direta entre os negócios da empresa e a atuação.
O executivo teria sido questionado sobre reformas no sítio em Atibaia e num apartamento no Guarujá destinado ao ex-presidente. As respostas do executivo não seriam diferentes do que já foi divulgado até o momento pela empresa em resposta ao noticiário sobre o assunto. Pinheiro reconheceu que fez benfeitorias no sítio e no apartamento, mas não associou os serviços a vantagem obtida pela empresa no governo federal antes ou depois do governo Lula.

Como foi dito ontem, aqui, tudo o que se pode ter sobre isso é uma discussão ética, sem implicação penal.

Todo o constrangimento pessoal – e o dano moral e político – que se impõe a Lula, até agora, não conta com indícios materiais, apenas com a suspeita de quem acha que “tem de achar”  algo.

Depois, a corporação judicial e a mídia que a endeusa faz chiliquinho com o fato de Lula ter ido pedir à ONU – como é direito de qualquer pessoa, sendo o Brasil signatário de um tratado que dá esta possibilidade – verificação do respeito à lei penal no seu caso.

Não sei se os nossos doutos juízes faltaram à aula onde se explica que é um direito incriticável do acusado pretender ser investigado e processado de acordo com a lei. Mas se faltaram, colo aqui as palavras incontestáveis do Desembargador Néviton Guedes, do TRF-1, em artigo no Conjur:

Numa época como nossa, em que a sensação de impunidade estimula a presunção de que todos são culpados até que provem o contrário, quando se passa a admitir acusações deduzidas de forma genérica, onde fatos imprecisos se cruzam com provas aceitas de forma aberta e indeterminada (predispostas a provar tudo e nada), pode-se pedir qualquer coisa sobre qualquer coisa, pois, ao final, restará sempre uma certeza difusa no órgão julgador de que, por entre aquela maranha de fatos e provas e diante do apelo público contra a impunidade, alguma condenação deva ser imposta.
De fato, não é raro que a ausência de precisão, ou a inexistência de congruência lógica entre fatos e pedido, na peça acusatória, acabe por favorecer um ambiente já turvado pelo anseio difuso de quem pretende “fazer justiça a qualquer preço”, não importando para tanto que, numa ou noutra ação, sejam atropelados os postulados do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Aqui um bom juiz nunca recusará um pouco mais de cuidado e prudência na análise e interlocução lógica dos fatos e do pedido à luz do que se permitiu ao acusado, diante da delimitação promovida na própria inicial, apresentar como defesa e contraditório.
No Estado Democrático de Direito, “justiça a qualquer preço” não passa de desabrida violação aos padrões mínimos de civilização hoje constitucionalizados em todos os países que de fato e de direito podem trazer sem rubor as cores e marcas da democracia. 

Ou será o desembargador um torpe “lulopetista” por afirmar que se deve ” lutar com todas as suas forças contra o obscurantismo advindo de apelos irracionais daqueles que acreditam que, para saciar nosso desejo de sangue e de justiça, nos tempos que correm, como na inesquecível canção de Cole Porter,  qualquer coisa serve, “qualquer coisa vai” (anything goes)?

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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Nº 19.638 - "Juiz que recebeu denúncia contra Lula deixa claro que não ouviu a defesa."

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29/07/2016 

 

Juiz que recebeu denúncia contra Lula deixa claro que não ouviu a defesa.

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Por

A imprensa, louca para condenar Lula – por qualquer coisa, não importa – faz estardalhaço com a decisão do juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília por ter recebido a denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente, Delcídio do Amaral e outros.

Não poderia ter agido de outra forma, por que – ao menos em relação a Delcídio – há indício material expressivo – a gravação feita por Bernardo, filho de Nestor Cerveró – de tentativa de obstrução da Justiça.

Mas o próprio juiz deixa claro, em sua decisão, que nem sequer examinou os argumentos das defesas – exceto o pedido de Lula para apresentar previamente a sua – e que, portanto, está recebendo a denúncia sem ouvir os acusados:

Quanto às defesas encartadas aos autos antes do recebimento da peça acusatória, entendo que este não é o momento adequado para sua análise, mas, sim, posteriormente, a eventual recebimento de denúncia, nos termos do artigo 396-A do Código de Processo Penal. Assim, por ora, deixo de apreciar as defesas escritas apresentadas pelos denunciados antes do recebimento da denúncia, bem como os memoriais entregues.

Ou seja, até agora Lula não exerceu seu direito de defesa o que, diz o juiz, poderá fazer agora. Tanto que, ao negar o pedido de apresentação defesa prévia do ex-presidente, argumentou:

Também a violação ao contraditório e à ampla defesa não procedem, uma vez que, caso haja a recebimento da denúncia, haverá a apreciação da resposta escrita com possibilidade de absolvição sumária…

Não entro no mérito do procedimento do juiz, embora não  observe a prudência necessária num caso que envolve uma figura política da expressão de um ex-presidente e a evidente exploração política de torná-lo réu que é, para o leigo, quase uma condenação. A interpretação larga do direito de defesa não proíbe ao juiz considerar informações que vêm aos autos, mesmo que não solicitadas., embora já não mais coberta pelo antigo  Art. 559 do Código de Processo Penal (da ditadura Vargas, vejam só) que dizia que “se a resposta ou  defesa prévia do acusado convencer da improcedência da acusação, o (juiz) relator proporá ao tribunal o arquivamento do processo”, revogada na “democracia” punitiva.

Embora não mais expresso objetivamente – e tudo o que a lei não proíbe, permite – isso pode ser levado em conta, tanto que ele examinou e recusou uma preliminar arguida pela defesa.

Mas o fato é que, na interpretação estreita pela qual optou, deve ficar claro que a defesa sequer tem o conhecimento formal da acusação (Lei 8.038/90, Art. 4º, § 1º – “Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados”.)

Ou seja, todo o processo até agora é unilateral.

Sabe-se apenas que Lula é acusado de obstrução da Justiça. Com base em quê? No que Delcídio do Amaral alegou, depois de preso semanas a fio, em sua delação premiada.

Mas o que ele alegou, mesmo?

Dou um doce se alguém souber apontar algo que ele tenha apresentado como prova contra Lula.

Não tem problema, serve.

Vale tudo.

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Nº 19.637 - "Cardozo: Lula virar réu não interfere no impeachment "

Para Cardozo, o processo de Lula não deve interferir no impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff. Cardozo disse que tem "absoluta convicção de que Lula irá apresentar a sua defesa e provar a sua inocência".

"Esse é um processo criminal que está começando e o presidente Lula não teve ainda a oportunidade de fazer a sua defesa, agora ele terá a oportunidade de mostrar os fatos. Infelizmente as pessoas prejulgam quando lhes interessam", disse. "Talvez que venha essa situação para o bem, para ele mostrar o que realmente aconteceu, o que não podemos é prejulgar", defendeu.
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Nº 19.636 - " Leonardo Boff tem razão"

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29/07/2016

 Leonardo Boff tem razão

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PITACO DO ContrapontoPIG 
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 Pelo andar da carruagem caminhamos para o golpe definitivo.
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 A menos que o povo reaja nas ruas ou onde for necessário.
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No tranco. No confronto. Na briga. Na desobediência.
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O País não pode ficar nas mãos de bandidos. 

Aparecerá um boi sinuelo ?

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Nº 19.635 - "A resposta miserável de Moro à denúncia de Lula é uma cozinha. Por Paulo Nogueira"

 

29/07/2016

A resposta miserável de Moro à denúncia de Lula é uma cozinha. Por Paulo Nogueira


A cozinha de Atibaia usada por Moro como retaliação


 

Paulo NogueiraMoro e sua mídia amiga são previsíveis. Pateticamente previsíveis.
Lula denuncia ao mundo a perseguição que lhe é movida por Moro e no mesmo dia a imprensa é abastecida com mais um vazamento requentado sobre um tema batidíssimo: o sítio de Atibaia.

Veja o nível a que chegamos: agora é uma reforma na cozinha que vem à cena. Pelo menos não são mais os pedalinhos, você pode pensar.
A brutal irrelevância da pseudodescoberta da Lava Jato pode ser aferida quando você compara a uma informação que foi apurada pelo jornal britânico Guardian.

Segundo o Guardian, o filho de delator Sérgio Machado comprou no espaço de doze meses imóveis em Londres no valor de 90 milhões de reais. Você pode avaliar de onde veio o dinheiro.

A reforma da cozinha do já célebre sítio foi avaliada em cerca de 250 mil reais, sabe-se lá com que grau de precisão. Os imóveis do filho de Machado em 90 milhões.

Numa matemática que não mente, uma coisa é 360 vezes maior que a outra. Mas Moro, a Lava Jato e a mídia brasileira se concentram na migalha para artificialmente criar notícias contra Lula.

Já tinha sido ventilado que um filho de Sérgio Machado vive em Londres fazendo negócios. A pergunta básica: por que Moro não mandou gente investigar tais negócios?

Foi preciso que um jornal inglês fizesse um trabalho que caberia às autoridades brasileiras incumbidas de cuidar da Lava Jato?

Lembremos que a principal descoberta da Lava Jato também foi feita por gente de fora: as contas secretas na Suíça de Eduardo Cunha. A revelação das contas acabou com o maior foco de corrupção da política nacional, Eduardo Cunha.

Os 90 milhões ligados à família Machado não interessam a Moro, à Lava Jato e muito menos à mídia brasileira.

Sérgio Machado não interessa, na verdade. Porque ele não tem nada a ver com Lula. Em sua delação ele mexeu com caciques do PMDB e do PSDB. Então, não serve.

Machado citou propina para Temer. Disse textualmente: “Quem não conhece o esquema do Aécio?” Afirmou também: “Fui do PSDB por dez anos. Não sobra ninguém.”

Ou seja: ele disse tudo que Moro e a mídia não queriam ouvir.

Como era de imaginar, ele sumiu da mídia e da Lava Jato. Até que o Guardian o devolveu espetacularmente ao noticiário.

A resposta miserável de Moro aos imóveis de luxo comprados pelo filho de Machado em Londres com dinheiro sujo foi a cozinha do sítio de Atibaia.

É uma resposta que conta tudo sobre Moro e sobre a mídia brasileira.


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Sobre o Autor
 
Paulo Nogueira. Jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Nº 19.634 - "Os juízes estão indignados que Lula recorreu à ONU para conter os abusos de Sergio Moro #MiMiMi"


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29/07/2016 

 

Os juízes estão indignados que Lula recorreu à ONU para conter os abusos de Sergio Moro #MiMiMi


REPUDIOLULA

por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a mesma que recentemente lançou campanha publicitária para mostrar o quão importante é para a sociedade — uma palhaçada digna de republiqueta de bananas —, divulgou nesta sexta-feira (29) uma nota repudiando a ação do ex-presidente Lula de recorrer à ONU contra os abusos cometidos pelo juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato.

Como se a ação de Lula não fosse decorrência direta da insensatez que tomou conta do Poder Judiciário.

A mesma magistratura que atua sem legitimidade popular e sem preocupação alguma com a lei ou a Constituição — como demonstrou o jurista Lenio Stenio Streck —, cúmplice de um golpe de Estado, vem agora fazer #MiMiMi apenas porque o ex-presidente Lula foi à ONU contestar as decisões dos excelentíssimos senhores?

Francamente, que papelão!

Em nenhum país sério do mundo a intimidade de um ex-presidente da República seria invadida da forma como fizeram com Lula. Muito menos um juiz divulgaria grampos ilegais para imprensa, como fez Sergio Moro. Seria destituído imediatamente do caso, podendo até ser expulso da instituição.

Tivessem os juízes brasileiros um mínimo de decência e respeito pelo povo, seriam os primeiros a apoiar a petição de Lula, pois todo bom magistrado deve buscar a correção de seus atos e adequar-se ao direito universalmente aceito. Mas a arrogância e a prepotência tornaram-se as características mais marcantes de nossos digníssimos juízes.

Ao invés de apoiarem um controle mais eficiente sobre os abusos de seus pares,
repudiam veementemente a possibilidade de impor limites aos seus poderes, por menor que seja a proposta. Não aceitam qualquer mudança nos costumes judiciários. Exceto se for da vontade deles próprios.

A verdade é que foram os próprios juízes quem nos colocaram nesse caos golpista, pois era obrigação do STF invalidar a votação do impeachment presidida por Eduardo Cunha na Câmara.

No entanto, creio que muitos no Judiciário estão se aproveitando da fragilidade das instituições políticas para ganhar ainda mais poder e transformar o Brasil em um ditadura judicial.

Espero que Lula denuncie isso ao mundo quando for se defender na ONU.

Abaixo segue matéria do Consultor Jurídico.


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Juízes repudiam denúncia feita por Lula na ONU contra Sergio Moro

no Conjur

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) considerou que a denúncia feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto à Organização das Nações Unida contra o juiz Sergio Moro é uma tentativa de paralisar o trabalho da Justiça brasileira.

"A AMB reitera sua preocupação, externada em diversas oportunidades, frente às manobras para intimidar a atividade desempenhada pelos juízes brasileiros. O juiz Sergio Moro é exemplo e tem sido alvo recorrente de grande pressão por sua importante atuação", diz nota de repúdio.

Na denúncia apresentada, Lula afirma que o Moro está agindo com parcialidade. Para os advogados do ex-presidente, o juiz federal perdeu a imparcialidade para julgar Lula, e já formou a convicção de que ele é culpado dos fatos que lhe são imputados, o que viola o Pacto de Direitos Políticos e Civis adotado pela ONU. Os argumentos são semelhantes aos expostos na Exceção de Suspeição contra Moro que protocolaram no início de julho.

Em defesa do magistrado, a AMB afirmou que a corte internacional não deve ser utilizada para constranger o andamento de quaisquer investigações em curso no país. "O Brasil possui órgãos constituídos de controle interno e externo para acompanhar o trabalho desempenhado pela magistratura. É inadmissível a utilização de quaisquer outros meios, que não os legais e constitucionalmente estabelecidos, para tentar inibir o trabalho de  agentes públicos no desempenho de suas funções", diz a entidade.

Leia a íntegra da nota de repúdio da AMB: 

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) manifesta repúdio à petição encaminhada pelo ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) na qual denuncia o juiz Sérgio Moro e os procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato por "falta de imparcialidade" e "abuso de poder.” 
Para a entidade, a Corte Internacional não deve ser utilizada para constranger o andamento de quaisquer investigações em curso no País e, principalmente, aquelas que têm como prioridade o combate à corrupção. A AMB vê com perplexidade as diversas tentativas de paralisar o trabalho da Justiça brasileira.
O Brasil possui órgãos constituídos de controle interno e externo para acompanhar o trabalho desempenhado pela magistratura. É inadmissível a utilização de quaisquer outros meios, que não os legais e constitucionalmente estabelecidos, para tentar inibir o trabalho de  agentes públicos no desempenho de suas funções. 
A AMB reitera sua preocupação, externada em diversas oportunidades, frente às manobras para intimidar a atividade desempenhada pelos juízes brasileiros. O juiz Sérgio Moro é exemplo e tem sido alvo recorrente de grande pressão por sua importante atuação na Operação Lava Jato.
O fato reforça a relevância da imediata rejeição ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 280/2016 que tipifica como crime por abuso de autoridade diversos atos comuns no curso de investigações. Para a AMB o texto é uma clara tentativa de amordaçar a magistratura brasileira. Nas entrelinhas, o projeto prevê uma série de penalidades para tentar paralisar juízes e juízas, além de procuradores e policias, por desempenharem o seu ofício como determina a legislação. Tal texto, se já estivesse consolidado em lei, jamais tornaria possível uma operação investigativa como a Lava Jato.
O País e toda a sociedade precisam estar atentos aos ataques contra o Poder Judiciário, para que tal absurdo não avance no Congresso Nacional, com o único objetivo de favorecer investigados e envolvidos em grandes casos de corrupção. 
Por fim, a AMB destaca a importância de um Judiciário forte e independente e alerta que qualquer movimento contrário será um retrocesso contra a transparência e a resposta que o povo brasileiro espera no combate à corrupção.
Associação dos Magistrados Brasileiros

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Nº 19.633 - "Lava Jato e mídia ignoram provas de que o sítio de Atibaia não é de Lula, diz defesa"


Jornal GGN - A Operação Lava Jato e a grande mídia "ignoram provas" de que o sítio de Atibaia não pertece ao ex-presidente Lula, afirma a defesa do petista em nota divulgada nesta sexta (29). Segundo os advogados de Lula, "a realidade incontestável é que Lula não detém a propriedade do sítio", alvo de um laudo da Polícia Federal sobre as reformas que recebeu nos últimos anos. A Lava Jato suspeita que a OAS e a Odebrecht fizeram parte das melhorias como pagamento a Lula por suposta troca de favores.
"É reprovável que a mídia faça jornalismo sensacionalista em cima de um laudo policial inconclusivo e elaborado sem observância das provas existentes nos autos."

O laudo, divulgado para os jornais no mesmo dia em que Lula anunciou que recorreu à Comissão de Direitos Humanos da ONU para se defender dos abusos cometidos pelo juiz Sergio Moro e por procuradores da Lava Jato, diz que o petista e sua esposa, Marisa Letícia, não só sabiam das reformas no sítio como acompanharam de perto as obras e trocaram orientações com o engenheiro da OAS que fez o projeto da "cozinha gourmet". A Lava Jato apreendeu na casa de Lula notas fiscais de parte dos itens que fizeram parte da reforma. Leia mais aqui.

"Ignoram-se provas existentes nos autos que demostram ter sido a compra da propriedade feita por Fernando Bittar com recursos doados por seu pai, Jacó Bittar. Se a propriedade é de um terceiro, nada do que se disser muda essa situação. Lança-se mão, assim, mais uma vez, de subterfúgios de diferentes naturezas e formas com a finalidade de, misturando fatos que não se comunicam, criar versões manifestamente incorretas com a finalidade central de inventar um ilícito para ser atribuído a Lula", diz a nota da defesa.

O laudo da PF também aponta que é preciso fazer uma avaliação melhor da evolução patrimonial de Fernando Bittar, mas que pelo imposto de renda declarado, ele não teria condições de ter comprado parte do sítio, que custou, ao todo, cerca de R$ 1,5 milhão.

A defesa de Lula também criticou a falta de parcialidade do juiz Sergio Moro. "O juiz antes de qualquer apuração dos fatos prejulgou o assunto tratado no laudo em 29/03/2016, ao encaminhar ofício ao Supremo Tribunal Federal, para instruir a Reclamação 23.457/DF, afirmando, sem qualquer base real, que Fernando Bittar seria 'proprietário formal' do sítio. No mesmo documento, Moro assumiu o papel de acusador e por doze vezes atribuiu a prática de crime a Lula, em conduta incompatível com a imparcialidade que deve ser observada pelo julgador, de acordo com a Constituição Federal e as leis internacionais. Essa questão é central na comunicação feita por Lula à ONU."


Juízes apoiam Moro


Na quinta (28), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) manifestou “repúdio à petição encaminhada pelo ex-presidente Lula ao Comitê de Direitos Humanos da ONU”, alegando que o petista está, assim, tentando constranger a Lava Jato e o juiz Sergio Moro, além das instituições brasileiras que teriam a competência de analisar casos de abuso.

A AMB sustentou que órgãos internacionais não deveriam ser acionados contra investigações no Brasil. Mas a defesa de Lula diz que "Nenhuma medida prevista em lei – muito menos em um tratado internacional subscrito pelo Brasil (que tem natureza supralegal) – para a defesa das garantias fundamentais pode ser entendida como forma de 'constranger o andamento de quaisquer investigações em curso no País'.  O Poder do Estado não é ilimitado e as medidas legais servem justamente para impedir ações arbitrárias ou ilegais de agentes estatais contra qualquer cidadão."

"O combate à corrupção é fundamental, mas somente será legítimo e haverá resultados efetivos, se for realizado com a observância do devido processo legal e das garantias fundamentais. Violam os direitos fundamentais, sem qualquer sombra de dúvida, a privação da liberdade sem previsão legal, a divulgação de conversas interceptadas e o monitoramento de advogados, para bisbilhotar estratégia defesa, além do fato de o juiz assumir o papel de acusador. Tais condutas – que são os fundamentos centrais do comunicado levados à ONU - afrontam os os artigos 9º. 14 e 17 do citado Pacto dos Direitos Civis e Políticos."


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PITACO DO ContrapontoPIG
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Interessante a justiça brasileira:
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Ao Lula querem  condenar sem provas. 
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No impedimento da Dilma, parte-se de uma sentença já cristalizada e procuram por  crimes que simplesmente não existem.
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Nº 19.632 - "Ciro: sou candidato - Como Cunha e Temer operavam os jabutis das medidas provisórias"

 

29/07/2016

Ciro: sou candidato 

Como Cunha e Temer operavam os jabutis das medidas provisórias


 
Do Conversa Afiada - publicado 28/07/2016
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Ciro Gomes.png

O Conversa Afiada reproduz trechos da entrevista que Ciro Gomes deu a Mino Carta, no Facebook da Carta Capital.

Foi um relançamento do programa "Cartas na mesa", que Mino dirigiu e apresentou na TV Record - e que saiu do ar no glorioso período da “redemocratização”, por ordem do então ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, que Tancredo escolheu e Sarney manteve:

- Eu sou candidato. Sou candidato a presidente do Brasil. Quero ser. Acredito que amadureci, tenho condição de servir ao país oferecendo uma alternativa de projeto ao país e, naturalmente, uma vivência com a experiência que eu já tenho. Eu sei que esse "querer forte" que eu tenho de ser presidente do Brasil não é suficiente. É preciso que a candidatura tenha alguma naturalidade, que ela seja recebida pela sociedade brasileira como útil à construção de um debate. Mas a minha vontade firme é de ser.

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- Eu luto pelo dia em que nosso povo acorde, levante-se. E ainda tá em tempo. Não estamos defendendo o governo Dilma. Nós estamos defendendo o direito de nós, o povo, mandarmos no nosso destino.

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- O PT tá paralisado. Tá meio catatônico, meio paralisado, porque você tem um lado que, infelizmente, chafurdou no pragmatismo irresponsável e corrupto. E esse lado se sente autorizado a isso, porque testemunhou a vida inteira o outro lado fazer. Só que ele nunca aprendeu duas coisas. Primeiro, que o outro lado fazia porque fazia parte do grande lado plutocrata brasileiro e era por ele protegido. (...) A turma do PT, de um certo momento, se imaginou sócia também. Foi um ledo engano. Porque o pecado do pecador, você desculpa, você perdoa. Mas o pecado do pregador, que passa o dia inteiro falando da moralidade, da lei, se oferecendo como vestal e exemplar... Esse é um lado. O outro, sofre o constrangimento da solidariedade com esse primeiro. Então eu imagino companheiros queridíssimos meus, gente séria (...) estão comendo o pão que o diabo amassou, envergonhados. Mas a saída não é essa catatonia. É ir à luta!

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Mino: Digamos que Dilma volte à presidência. O que a espera de fato? A possibilidade de governar é remota...
Ciro: Não remota. Há uma aversão muito poderosa na medida que ela, no primeiro dia de governo, num presidencialismo altamente patológico como o nosso, ela não consegue juntar um terço dos deputados, ficou essa sensação de que ela não é capaz de governar. Mas o presidencialismo, que tem todos os seus defeitos, tem essa virtude: se ela volta, ela terá voltado porque a maioria do povo constrangeu o Senado Federal a recuar desta aventura golpista.

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- Tenho três razões para não me entusiasmar com essa ideia do plebiscito. Embora compreenda a nobreza que é trazer o povo para resolver este colapso que a elite política brasileira está produzindo de forma absolutamente enojante. É simpático, é charmoso, mas quais são as três ideias? Uma, é objetiva (...) Eu sou um possível candidato? Como é que eu vou, agora, sendo interessado no assunto, defender que se antecipem eleições? Eticamente eu me sinto inibido de defender uma coisa que parece que atende ao meu interesse, ser candidato. Segundo, o que importa nestas questões de confusão é o apego à regra. O apego à regra não é irrelevante. Suponha que amanhã o brasileiro me escolha a ser o presidente. Portanto eu preciso da regra muito forte, muito respeitada, para eu encostar minhas costas e brigar só pela frente. E terceiro, vamos ao pragmatismo de quem conhece o ramo: para isso passar, teria que o congresso por dois terços, ainda fortemente influenciado pela picaretice do Eduardo Cunha. Isso não passa. (...)

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- O que tá armado é que esse golpe não foi feito a favor do Michel Temer. Foi feito contra nós. Contra a Dilma. Contra o povo brasileiro. Contra o interesse nacional. Se o Michel Temer fracassar, como é provável, eles vão é cassar a chapa Temer-Dilma de dezembro pra frente, e vão fazer esse Congresso votar pela via indireta.

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- Isso tudo está aí porque o que tá aí atende aos interesses da minoria organizada, ativa, informada, e nós outros somos o povo que só serve na véspera da eleição. Aqui está a chave: você tem que fazer duas ou três reformas só, convocar a sociedade diretamente para ajuizá-las através de coisas que estão previsas na constituição - plebiscitos e referendos, que são a prática moderna no mundo inteiro, e que a elite brasileira, para manter as coisas como estão, estigmatizou como chavismo.

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- Agora, o monopólio das mediações midiáticas já não existe mais. Nós estamos falando aqui e, se eventualmente houver alguma coisa mais interessante, as pessoas vão replicar essa nossa conversa por todo o mundo. Ou seja, não estamos mais vulneráveis ao que a Dona Globo mandou dizer e engolimos à força. 

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Sobre o Judiciário:

Mino: Não lhe caberia defender a lei? Ser uma espécie de sentinela da Constituição?
Ciro: Essa é a grande tarefa do Supremo, que é o guardião da Constituição. (...) Porém, eu o absolvo relativamente, porque eu não gosto da ideia de judicializar a política. Agora, é fato claro que, se se está cassando uma Presidenta da República sem o cometimento de crime de responsabilidade, claramente é tarefa do Supremo Tribunal Federal esclarecer isso. Nem que seja para afirmar que isso é crime de responsabilidade e mudar a orientação da lei. Mas hoje, é preciso não culpar ainda o Supremo, porque isso será apresentado ao Supremo se o Senado consumar esse desatino.
- Juiz bom não é juiz xerife. Juiz bom é o juiz severo, que fala nos autos, que sustenta suas decisões com base na lei interpretada de forma absolutamente clara e transparente, que obedece aos princípios gerais do Direito.


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Mino: Quem manda mais: Cunha ou Temer?
Ciro: Cunha. Tá em declínio, decadência franca, o Temer já o está traindo, como é da natureza de um traidor - trai um, trai mil. Mas ele é homem do Cunha. Eu sei bastante bem o que tô lhe dizendo.

Mino: Me diga mais, então.
Ciro: Se quiserem, qualquer pessoa pegar na internet e procura, no período que eu fui deputado. Eu fui colega do Michel Temer, então presidente da Câmara, e colega - olha como eu me odeio, fui obrigado a chamar o Eduardo Cunha de Vossa Excelência, colega dele. Mas também chamei ele de ladrão a uma distância menor que essa. Fui processado por ele, sustentei na Justiça, porque eu sei que ele é, e hoje o Brasil inteiro tá sabendo, e ele usou o Michel Temer como testemunha dele, no processo. Não por acaso, o sócio dele. Mas eu também sei dele andando aqui em São Paulo com saco de dinheiro, os dois juntos, resolvendo problemas de políticos e etc. Essa equação basicamente funcionava, antigamente, assim: o Michel pegava uma Medida Provisória que o governo mandava - ele presidente da Câmara - entregava pro Eduardo Cunha relatar, Cunha pegava qualquer interesse dos lobbies plutocratas do Brasil, enxertava em assuntos absolutamente impertinentes uma emenda que atendia aos interesses desses grupos plutocratas, e recebia o dinheiro e distribuía pros colegas. (...) Eles chamam de jabuti, na Câmara. No Minha Casa Minha Vida, acho que foi, ele apresentou uma emenda - foi quando eu chamei ele de ladrão - criando um crédito retroativo de devolução do IPI-Exportação, com lobbista da FIESP andando lá dentro - eu apontei ele lá - equivalente a quase 80 bilhões de reais. Deve ter levado aí uns 500 mil ou 50 milhões, eu sei lá quanto. Embora tenha sido vetado depois, eu pressionei, fui à tribuna, esculhambei e tal. E ninguém liga. Mas depois ele foi se especializando. Aí ele foi replicar o que ele já tinha feito lá atrás, com Collor, em que ele teve a TELERJ no Rio e saiu debaixo de escândalo. Conseguiu do Lula, na chantagem - e isso eu não perdoo o Lula - dominar Furnas.

Mino: Mas por que chantagem?
Ciro: Chantagem porque forçou a mão. O Lula me disse. Eu disse pra ele, "Lula, esse cara é um bandido, cê não vai entregar Furnas pra ele que ele vai dominar a Câmara". Esse é o meu sofrimento. (...) Ele falou "não, não vou dar de jeito nenhum". No dia seguinte, nomeou. Nomeou o cara pra Furnas. Aí... Furnas distribuiu 60% da energia brasileira.

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Mino: Mas o que ele tinha na mão?
Ciro: Não creio que no caso do Lula fosse uma denúncia, não. Agora, do que ele tem na cozinha pro Michel Temer, ele tem o Temer na mão. E ele sabe de 1500 coisas imundas do Michel Temer que o derrubariam. (...) No caso do Lula, acho que foi (...) apoio no Congresso.

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Sobre Temer:
- Ele é uma grande mentira. (...) E ele é basicamente o representante desse lado fisiológico, clientelista e corrupto do PMDB. E o país precisa de uma coisa oposta. Parte da decepção do povo com Dilma é a frustração em função de escândalos. Ele vai responder pela decência? Só ver o Governo que ele montou, é uma quadrilha! Com exceções aí, o Meirelles não é da quadrilha, tem alguns que não são, mas o resto é quadrilha. (...) Mas se você olhar Moreira Franco, Romero Jucá, Eliseu Padilha, isso é gente de coisa muito ruim. Coisa muito ruim e velha, antiga, sabe? Manjada. Não é possível esperar daí nada se não escândalo, falta de austeridade e tal.

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O Meirelles é, basicamente, um homem de banco. Boa pessoa, não o vejo numa categoria tão deplorável como o conjunto do Governo - a partir do próprio Temer.

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Se a população não quer defender a Democracia em abstrato, venha defender o seu emprego, seu direito de ir pra casa depois de 8 horas de trabalho, de ser remunerado por hora extra, de receber licença-maternidade... Tudo isso pode ser revogado e você terá que trabalhar 12 horas por um salário menor.

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Esse neoliberalismo mofado do Brasil quer repor a ideia do trabalho como uma commodity.

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Precisamos cobrar um tributo - que FHC revogou - sobre heranças e doações e um tributo sobre lucros e dividendos - o Brasil é o único país da OCDE que não tem.

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O melhor é criar um mecanismo de financiamento de cooperativas de jornalistas, produtores culturais, mudar a lógica de distribuição da verba publicitária - para que ela não seja proporcional à audiência, mas crie estímulos à inovação, à rebeldia. Isso tudo eu sei fazer e funciona.

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A propriedade cruzada de meios é uma perversão que o país precisa interromper.

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