sábado, 30 de junho de 2012

Contraponto 8590 - " Golpes e democracia: a pedagogia do Mercosul"

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30/06/2012

Golpes e democracia: a pedagogia do Mercosul

Da Carta Maior - 30/06/2012

Os presidentes José Mujica, Cristina Kirchner e Dilma Roussef não tomaram uma decisão meramente conjuntural. O ingresso da Venezuela no Mercosul sinaliza para um processo pedagógico inequívoco em favor do aprofundamento do conceito de democracia na América Latina.

Gilson Caroni Filho*

Ao decidir suspender o Paraguai e incorporar a Venezuela como membro pleno do Mercosul, Brasil e Argentina sinalizaram para o aprofundamento do conceito de democracia na América Latina. Uma decisão que nos compromete no fluxo da vida, pela responsabilidade que criamos em relação a novas possibilidades de presente e futuro.

Os donos de colunas fixas na grande imprensa costumavam – e ainda costumam – invocar o Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, pelo Mercado Comum do Sul e por seus países associados, que define o regime democrático como condição indispensável para a existência e para o desenvolvimento dos processos de integração. A isso supostamente se aferravam – e ainda se aferram – para protelar a aprovação da Venezuela como membro pleno do bloco.

Usam o argumento de que o “impeachment” de Lugo foi executado dentro das normas legais previstas na Constituição paraguaia, esquecendo-se o que todos sabem: nem sempre legalidade é sinônimo de licitude. O mundo jurídico é especialista em romper com o espírito da lei dentro da letra da lei.

Não houve tempo para o exercício da defesa. O golpe ruralista foi perpetrado e calculado num tempo que impedisse qualquer articulação nacional em defesa do governo democraticamente constituído.

O mesmo vale para o suposto déficit democrático da Venezuela. Nunca é demais lembrar que Hugo Chávez chegou à presidência numa eleição, em 1998, em que obteve 56,2% dos votos. Dois anos depois resistiu a uma tentativa de golpe de Estado orquestrada pelas velhas oligarquias em conluio com o baronato midiático.

Em 2004, venceu o referendo revogatório da oposição para, dois anos depois, renovar seu mandato presidencial com quase 60% dos votos. Em 2008, o secretário geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, não poupou elogios ao processo democrático venezuelano ao se referir às eleições regionais.

Na ocasião, Insulza parabenizou o governo da Venezuela pela "situação de normalidade" e destacou a participação maciça da população no pleito.

Destacou também o comportamento dos partidos e agradeceu pelos "tempos de paz e tranquilidade". Em que país os cidadãos participaram mais ativamente de processos decisórios que os 16 milhões de eleitores venezuelanos?

É chegada a hora de os historiadores e os bons jornalistas cumprirem o seu papel em um continente marcado por uma institucionalidade construída por estruturas de dependência entre as oligarquias e os interesses do imperialismo. Comparar o que éramos com o que somos é imperativo.

É fundamental que nós, latino-americanos, nos reconheçamos nas culturas e histórias que moldaram o mundo como o temos, vemos e vivemos hoje. Precisamos confrontar os que – detendo o monopólio da narrativa – impedem o diálogo tão necessário entre sociedades, tempos, histórias, gerações e sujeitos, para continuarmos lutando por um mundo justo e democrático.

Nessa tensão dialética, a vida e seus atores são mobilizados por forças centrípetas e centrífugas, por meio, principalmente, de discursos que se reproduzem no cotidiano social. No sentido dessas forças, refletindo sobre o momento histórico, os presidentes José Mujica, Cristina Kirchner e Dilma Roussef não tomaram uma decisão meramente conjuntural. O ingresso da Venezuela no Mercosul sinaliza para um processo pedagógico inequívoco.

A luta pela hegemonia só é eficaz quando governar é educar para a mudança, desfazendo nós semânticos sobre golpes e democracia.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.
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Contraponto 8589 - "O perfeito idiota brasileiro"

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30/06/2012
O perfeito idiota brasileiro


De Webbert

Nassif, posta essa do Paulo Nogueira!

O texto abaixo é uma versão revisada, atualizada e abrasileirada do Manual do Perfeito Idiota Latino-americano, dos anos 1990.

PIB. Chamemos de PIB. O Perfeito Idiota Brasileiro.


Vamos descrever o dia do PIB. Vinte e quatro horas na vida de um PIB para que os pósteros, a posteridade, tenham uma idéia do Brasil de 2012.

Ele acorda às sete horas da manhã. Tem que preparar o próprio café da manhã. Já faz alguns anos que sua mulher parou de fazer isso para ele, e ficou caro demais para ele pagar uma empregada doméstica.

Ele lamenta isso. Era bom quando havia uma multidão de nordestinas sem instrução nenhuma que saíam de suas cidades por falta de perspectiva e iam dar no Sul, onde acabavam virando domésticas.

PIB dá um suspiro de saudade. Chegou a ter uma faxineira e uma cozinheira nos velhos e bons tempos. Num certo momento, PIB percebeu que as coisas começaram a ficar mais difíceis. Havia menos mulheres dispostas a trabalhar como domésticas, e os salários foram ficando absurdos.

Para piorar ainda mais as coisas, ao contrário do que sempre acontecera, a última empregada de PIB recusou votar no candidato que ele indicou.

Mulherzinha metida.

PIB tomou o café na cozinha, com o Globo nas mãos. Assinava o jornal fazia muitos anos. Se todos os brasileiros fossem como o Doutor Roberto Marinho, PIB pensou, hoje seríamos os Estados Unidos.

Por que ainda não ergueram estátuas para ele?

Com o Globo, PIB iniciou sua sessão de leituras matinais. Mais ou menos quarenta minutos, antes de ir para o escritório.

Leu Merval. Quer dizer, leu o primeiro parágrafo e mais o título porque naquele dia o texto, embora magnífico, estava longo demais. Havia um artigo de Ali Kamel. “Um cabeça”, pensou PIB. “Deve ter o QI do Einstein.” Mas também aquele artigo –embora brilhante, um tratado perfeito sobre o assistencialismo ou talvez sobre o absurdo das cotas, PIB já não sabia precisar — parecia um pouco mais comprido do que o habitual. Deixou para terminar a leitura à noite.

PIB vibrou porque, se não bastassem Merval e Kamel, havia ainda Jabor.

Um gênio. Largou o cinema para iluminar o Brasil com sua prosa espetacular. Um verdadeiro santo. Podia estar com a sala da casa cheia de Oscar.

Começou a ler Jabor e refletiu. “Impressão minha ou hoje aumentaram o tamanho do Jabor?” PIB sacudiu a cabeça, na solidão da cozinha, num gesto de reverência extrema por Jabor, mas também achou melhor deixar para ler mais tarde. Era seu dia de sorte. Também o historiador Marco Antônio Villa estava no Globo. “Os primeiros 18 meses do governo Dilma foram fracassos sobre fracassos” era a primeira linha. Bastava. Villa sempre surpreendia com pensamentos que fugiam do lugar comum.

Como uma terrorista chegou ao poder? Bem, tenho que comprar algum livro de história do Villa. Ele com certeza escreveu vários.

Completou a sessão de leituras da manhã na internet. Leu Reinaldo Azevedo. Quer dizer, naquela manhã, leu um parágrafo. Na verdade, metade. Menos. O título. Não importava. Azevedo era capaz de mesmerizar toda uma nação com a luz cintilante de meia dúzia entre milhares de linhas que produzia incessantemente. PIB deixava escapar um sorriso de admiração a cada vez que li a palavra “petralha” em Azevedo.

Rei é rei. Um cabeça pensante. Por que será que não ocorreu a nenhum presidente da República contratar esse homem como assesor especial? Se o Brasil bobear, a Casa Branca vem e contrata.

Ainda na internet, uma passagem pelo Blog do Noblat. Naquele dia, no blog havia uma coluna assinada por Demóstenes. PIB deu parabéns mentais a Noblat por abrir espaço a Demóstenes, nosso campeão mundial da moralidade, nosso Catão.

Por que falam tanto do tal do Assange e do Wikileaks quando temos tantos caras muito melhores?

A caminho do trabalho, PIB ligou na CBN. Ouviu uma entrevista com o filósofo Luiz Felipe Pondé. “Meu pequeno carro não contribui para o aquecimento do planeta”, disse Pondé, o nosso Sócrates, o Aristóteles verde-amarelo.

Preciso anotar essa. Meu pequeno carro não contribui para o aquecimento global.

Isso o levou a reparar nos ciclistas nas ruas de São Paulo. Cada dia parecia haver mais. Mau sinal. Havia muitas bicicletas no trajeto. PIB sentiu vontade de atropelá-las. Odiava ciclistas. Atrapalhavam os motoristas.

Abria uma única exceção: Soninha. Desde que ela continuasse a posar pelada em nome das bicicletas.

Hahaha.

Na CBN ouviu também informações e comentários sobre o mundo. “Prestígio em Paris dá vantagem a Sarkozy nas eleições presidenciais”, a CBN avisou. PIB admirava Sarkozy. Proibir a burca foi um gesto histórico. As muçulmanas deveriam ser gratas a Sarkozy. Elas haveriam de votar maciçamente nele para dar a ele o segundo mandato para o qual a CBN dizia que ele era o favorito.

Os maridos obrigam as coitadas a usar burca.

O tema do islamismo estava ainda em sua mente quando se instalou em seu cubículo de gerente na empresa. PIB refletiu sobre o mundo. Tinha lido em algum lugar que no Afeganistão as pessoas queriam que os soldados americanos fossem embora. Os afegãos estavam queimando bandeiras dos Estados Unidos. A mesma coisa estava ocorrendo no Iraque. E no Iêmen. Em todo o Oriente Médio, fora Israel.

Ingratos. Como eles não percebem que os Estados Unidos estão lá para promover a democracia e levar a civilização? Os americanos estão acima de interesses mesquinhos por coisas como o petróleo.

Era um perigo o avanço muçulmano. Não que apoiasse, mas PIB entendia o norueguês que matara 77 pessoas por considerar que o governo de seu país era leniente demais com os muçulmanos.

A raça branca está em perigo.

Entretido em salvar a raça branca, PIB não percebeu o tempo passar. Só notou pela fome que já era hora de comer. A opção, mais uma vez, foi pelo Big Mac do shopping, e mais a Coca dupla. Detestava os ativistas dos direitos dos animais porque combatiam os Big Macs. PIB estava tecnicamente obeso, mas na semana que vem iniciaria uma dieta e começaria também a se exercitar.

Fim do expediente. A estagiária estava com um decote particularmente ousado. Talvez estivesse sem sutiã. PIB a chamou algumas vezes para discutir assuntos que na verdade não tinham por que ser discutidos. A questão era olhá-la. Valeu o dia, refletiu.

Na volta, mais uma vez foi tomado pela tentação de atropelar os ciclistas. “Quando você deseja muito uma coisa, todo o universo conspira a seu favor”. PIB se lembrou da frase de seu escritor favorito, Paulo Coelho. Então ele desejou muito que as bicicletas sumissem.

Xiitas.

Algum colunista escrevera isso sobre os ciclistas. PIB não lembrava quem era, mas concordava inteiramente. Os ciclistas são gente esquisita que deve fazer ioga e praticar meditação, suspeitava PIB.

Tudo gay!

Já incorporara para si mesmo a frase genial de Pondé.

Meu carro pequeno não contribui para o aquecimento global.

No churrasco de domingo, ia soltar essa. Teve um breve lapso de inquietação quando se deu conta de que os brasileiros que tanto contribuíam para a elevação do pensamento nacional já não eram tão novos assim, O próprio Merval era imortal apenas pela sua contribuição às letras, reconhecida pela Academia. Então lhe veio à cabeça a juventude sábia de Luciano Huck, e ficou mais sossegado.

A mulher não percebeu quando ele chegou. Não era culpa dela. A televisão estava ligada com som alto na novela da Globo. PIB lera várias vezes que as novelas tinham uma “missão civilizadora” no Brasil. Mais uma dívida dos brasileiros perante Roberto Marinho: a perpetuação das novelas. A mídia impressa brasileira reconhecia a “missão civilizadora” na forma de uma cobertura maravilhosa das novelas. Uma vez um leitor da Folha reclamou por encontrar na Ilustrada seis artigos sobre novelas.

O brasileiro só sabe reclamar. E reivindicar. Uma besta!

PIB deu um alô que não foi ouvido. Ou pensou ter dado. Sentou ao lado da mulher, e o silêncio confirmou para ele sua tese: depois de muitos anos de casamento as pessoas se entendem tão bem que não precisam trocar uma só palavra. Nem se tocar. É quando o casamento chega ao estágio da perfeição: ninguém tem que se empenhar para nada. A cada quinze dias, PIB tomava Viagra e descarregava as tensões sexuais com uma escorte que cobrava 400 reais.

Tá barato.

Não ligava para novelas. Mas soubera no escritório que Juliana Paes aparecia de vez em quando pelada. Passou por sua cabeça um pensamento rápido.

Talvez eu devesse pedir para a patroa me avisar quando a Juliana Paes ficar sem roupa.

Terminada a novela, era a sua vez na televisão. Futebol. Bacana o futebol passar bem tarde, depois da novela. Provavelmente a Globo pensara nisso para ajudar os pobres que moravam longe e demoravam horas para chegar em casa depois do trabalho.

“Boa noite, amigos da Globo!”

Um carisma total o Galvão. Subaproveitado. Devia estar no Ministério da Economia, e não narrando futebol.

PIB lera que Galvão estava morando em Mônaco. Sabichão. Ficava muito mais fácil, assim, cobrir a Fórmula 1. Nunca alguém da estatura moral de Galvão optaria por Mônaco para não pagar imposto. Galvão certamente faria bonito na Dança dos Famosos, pensou PIB.

PIB não torcia a rigor para time nenhum. Era, essencialmente, anticorintiano. Com seu saco de pipocas na mão, viu, contrariado, o Corinthians vencer.

Amanhã os boys vão estar insuportáveis.

PIB queria muito ver o Jô.

Era um final de dia perfeito, ainda mais porque antes havia o aperitivo representado por William Waack. PIB achava um privilegio poder ver Waack não apenas na Globo como na Globonews. Os Marinhos podiam cobrar pela Globonews, mas não faziam isso para proporcionar cultura de graça aos brasileiros. PIB zapeava quando Waack dava suas lições na televisão, mas os fragmentos que pescava eram suficientes.

Jô. Não posso perder Jô. Uma enciclopédia. Podia ser editorislista do Estadão. Hoje ele vai entrevistar o Mainardi!

PIB bem que queria ver Jô. Ou pelo menos incluí-lo no zapeamento. Duas palavras de Jô valiam por mil das pessoas normais.

Mas não foi possível.

PIB acabou dormindo no sofá, do qual sua mulher achou preferível não o tirar, e onde ele roncou tão alto quanto o som da tevê — e teve, como sempre, o sono límpido, impoluto, irreprochável dos perfeitos idiotas
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Contraponto 8588 - "A carta venezuelana no Mercosul"

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30/06/2012
A carta venezuelana no Mercosul


Da Carta Maior - 30/06/2012

A decisão sobre o ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul excede em muito a crise paraguaia. Trata-se da terceira economia da América do Sul, fecha um bloco que articula o extremo sul com o extremo norte do continente e contribui para a solidez energética por seu caráter de membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo. A data escolhida, 31 de julho, terá incidência política. Será difícil para a oposição venezuelana, na campanha eleitoral, atribuir a Hugo Chávez uma política de isolamento internacional. O artigo é de Martín Granovsky.

Martín Granovsky
- Página/12

Buenos Aires - Os membros plenos do Mercosul definiram algo que os presidentes do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai já tinham resolvido: fixaram uma data para a incorporação da Venezuela ao Mercosul como o quinto membro do grupo com todos os direitos e obrigações. A diferença é que, desta vez, o Paraguai não participou da decisão porque, justamente, teve suspensa parte de seus direitos e obrigações. Até então, o Senado paraguaio vinha freando a integração de Caracas. Era a única das oito câmaras legislativas dos quatro membros plenos que se opunha à ratificação do acordo firmado pela presidência. Mas a decisão de agregar a Venezuela excede em muito a crise paraguaia.

Os dois maiores países da região, Brasil e Argentina, conceberam a entrada venezuelana durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner. Trata-se da terceira economia da América do Sul, fecha um bloco que articula o extremo sul com o extremo norte do continente, contribui para a solidez energética por seu caráter de membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo e não apresenta obstáculos comerciais porque não tem firmado nenhum tratado de livre comércio com terceiros países, como é o caso de Colômbia e Peru, entre outros, com os Estados Unidos.

A data escolhida, 31 de julho, já em plena presidência pro tempore do Brasil no Mercosul, terá incidência política. A Venezuela adiantou dois meses as eleições presidenciais programadas inicialmente para dezembro e as realizará em outubro, ou seja, menos de três meses depois de sua entrada como membro pleno do Mercosul. Será difícil para a oposição venezuelana construir parte de sua campanha eleitoral querendo atribuir a Hugo Chávez uma política de isolamento internacional.

A proximidade entre o 31 de julho e as eleições de outubro fortalece Chávez politicamente. Mais ainda: em função do câncer, Chávez precisa realizar demonstrações de poder o mais perto possível das eleições. E um encontro internacional no Rio de Janeiro, com Dilma Rousseff como anfitriã, pode funcionar como um modo mais de construção política regional para o atual presidente venezuelano. Não é que isso defina as eleições. Como ficou demonstrado, se ainda fosse preciso fazê-lo, pela crise paraguaia, as intervenções políticas externas podem ser preventivas ou dissuasivas só como acréscimo de uma realidade interna. O que manda é esta. Isso acaba de ser confirmado também pela solução da sublevação policial boliviana. Evo Morales, com poder político, decisão, apoio parlamentar e construção própria pode encontrar uma solução e negociar o fim do conflito. Para Fernando Lugo, em troca, foi impossível frear a última tentativa de julgamento político e ele acabou destituído.

Uma teoria sobre a Venezuela é que Brasil e Argentina exercem tutela sobre Chávez, uma espécie de irmão menor desvairado que precisa do controle dos mais velhos. É certo que nenhum desses países tem simpatia, por exemplo, com os contatos da Venezuela com o regime iraniano. Mas nem Buenos Aires nem Brasília podem se intrometer nos assuntos internos da Venezuela. Também é certo, ao mesmo tempo, que a integração gera laços capazes de mediar atitudes. Uma Venezuela mais conectada física, econômica e politicamente ao resto da América do Sul pode fazer com que seu governo pense mais antes de tomar certas decisões. De fato, esse tipo de assunto costuma fazer parte das conversas íntimas e sinceras entre os presidentes. Antes, com Lula e Kirchner. Agora, com Dilma e Cristina.

Um papel chave será desempenhado por Alí Rodriguez, várias vezes ministro de Chávez, ex-secretário da OPEP e novo secretário da União Sulamericana de Nações, sucedendo um instável mandato da colombiana María Emma Mejía. Rodríguez disse ao jornal Página/12 que a América do Sul deve se unir em defesa de seus recursos naturais e em busca de maior desenvolvimento e de níveis mais amplos de justiça. Ele está sendo assessorado na Unasul pelo argentino Rafael Follonier, que cumpriu as mesmas funções quando Kirchner mediou o conflito entre Colômbia e Venezuela, evitando uma guerra em 2010, e que mantém seu status de secretário de Estado na Casa do Governo argentino.

A América do Sul, pelo que se vê, ainda tem cartas para jogar em meio ao furacão da economia mundial. Tantas que sequer a deposição ilegal de Lugo e sua substituição por Federico Franco foram capazes de arruinar o jogo.

Tradução: Katarina Peixoto
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Contraponto 8587 - "Samuel Pinheiro Guimarães deixa o Mercosul com uma advertência: ou muda ou fica irrelevante"

30/06/2012

Samuel Pinheiro Guimarães deixa o Mercosul com uma advertência: ou muda ou fica irrelevante



Postado por Saul Leblon às 13:17

Para ser o que dele se espera, uma alavanca progressista de desenvolvimento regional integrado, o Mercosul precisa enfrentar a sua hora da verdade. Essa hora é agora, no curso da maior crise capitalista desde os anos 30, que abriu brechas e desarmou interesses, colocando em xeque dogmas e forças que ordenaram a criação do bloco, em 1991, por iniciativa dos governos Menem, Collor, Rodrigues e Lacalle.

Movia-os então a certeza de que o alinhamento regional às políticas preconizadas pelo Consenso de Washington, ancoradas em desregulação, privatização, livre trânsito de capitais e remoção de barreiras comerciais, seria suficiente para promover o desenvolvimento econômico e social. A concepção original e os alicerces a partir de então assentados não visavam o desenvolvimento econômico e social de cada Estado membro, menos ainda da região de forma associada.

O Mercosul tinha em seu DNA a determinação de ser um ponto de passagem, uma alavanca de desobstrução de barreiras e soberania estatal, de modo a alcançar a plena inserção no espaço virtuoso dos mercados globais, conforme os preceitos do neoliberalismo. Esse vício de origem nunca foi corrigido de forma estrutural, tampouco a baixa densidade operacional daí decorrente foi superada a contento.

O fosso aberto entre o passo seguinte da história e uma arquitetura desenhada para servir ao ciclo anterior, ora em colapso, ameaçam o Mercosul com o espectro da irrelevância. Esse ponto de saturação exige respostas corajosas e iniciativas urgentes diante dos desafios que a longa crise do neoliberalismo impõe aos governos e às nações em desenvolvimento.

Foi para sacudir a modorra política e burocrática do bloco, que ameaça miná-lo como instrumento histórico de integração regional, que o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos estrategistas da política externa independente do governo Lula, renunciou nesta 5ª feira, ao cargo de Alto Representante Geral do Mercosul.

(Leia aqui o relatório apresentado por ele ao Conselho de Ministros do bloco)

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Contraponto 8586 - "José Alencar disse "não" aos golpistas"

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30/06/2012

José Alencar disse "não" aos golpistas


Do Vermelho - 30 de Junho de 2012 - 11h12

Numa manhã de 2005, no auge da crise do mensalão, o então vice-presidente, José Alencar, chegou contrariado ao seu gabinete. Ele estava irritado e repetiu algumas vezes que iria combater veementemente se quisessem tirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do cargo.

Quem conta isso é um amigo de Alencar, que disse ter presenciado a explosão daquele dia. "Ele deu a entender que tinha sido procurado por gente da oposição e também por gente de outros setores e que não aceitaria, que não entraria numa dessa e que combateria qualquer iniciativa de apear o Lula da Presidência", disse ao Valor esse interlocutor de Alencar que pediu para não ter seu nome citado.

A frase que o então vice-presidente (morto em 2011) usou naquele momento e que ficou na memória do amigo foi: "Tem gente da oposição e também mais gente querendo tirar o Lula". Quem ouviu isso naquela hora ficou com a sensação de que Alencar se referia aos partidos de oposição e a pessoas da área empresarial, lembra o amigo.

O episódio envolvendo Alencar foi relatado esta semana em um artigo escrito pelo ex-ministro de Lula e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). O texto foi veiculado pela agência "Carta Maior" sob o título "Um golpe de novo tipo contra Lugo". Genro fala do que chama de "uma conspiração de direita" que votou na semana passada pelo impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e que, segundo o petista, deu um novo tipo de golpe de Estado, "pelas vias legais".

O governador compara a situação de Lugo com as pressões sofridas por Lula durante a crise do mensalão - o esquema de compra de votos de parlamentares que abalou o primeiro mandato do então presidente. E escreve que se tivesse isolado, Lula certamente teria sido afastado em meio ao uso político do mensalão.

E prossegue: "Acresce-se que aqui no Brasil - sei isso por ciência própria pois me foi contado pelo próprio José Alencar - o nosso vice-presidente falecido foi procurado pelos golpistas "por dentro da lei" e lhes rejeitou duramente."

Procurado pelo jornal Valor para dar detalhes sobre o que Alencar lhe disse, Genro não quis se pronunciar. O interlocutor de Alencar, ouvido pela reportagem, disse que nunca soube a quem exatamente Alencar se referia naquela manhã de irritação e quem o teria procurado para falar de um possível processo para afastar Lula - com a anuência do vice.

Fonte: Valor Econômico
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Contraponto 8585 - "Se a Globo der o golpe paraguaio? A Dilma pode se defender"

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30/06/2012

Se a Globo der o golpe paraguaio? A Dilma pode se defender

Do Conversa Afiada - Publicado em 30/06/2012

Esse Supremo resistiria a um Golpe paraguaio desfechado pela Globo, pela “opinião pública” ?

Saiu no inglês The Guardian:

Escándalo en los medios de comunicación mexicanos: una unidad secreta de Televisa promocionó al candidato del PRI

Según unos documentos vistos por the Guardian, la cadena de medios encargó videos para desacreditar a los rivales del candidato que es ahora el favorito para ganar la carrera por la Presidencia del domingo

Según unos documentos vistos por the Guardian y gente familiarizada con el operativo, una unidad secreta de la cadena de televisión dominante en México, estableció y financió una campaña para que el candidato favorito, Enrique Peña Nieto, ganase las elecciones presidenciales.


Las nuevas revelaciones de la falta de objetividad de Televisa, la cadena de medios más grande del mundo en lengua española, cuestionan la afirmación de ser políticamente imparciales hecha por la compañía así co mo las insistencia de Peña Nieto de no haberse beneficiado de una relación especial con Televisa.

La unidad, apodada “el equipo Handcock” lo que según las fuentes era un nombre en código para el político y sus aliados, encargó videos promocionales sobre el candidato y su partido, el PRI, que a la vez desacreditaban a los rivales del partido en el 2009. Los documentos sugieren que el equipo distribuyó los videos a miles de direcciones de correo electrónico y también los promocionó en Facebook y Youtube donde alguno de ellos todavía puede ser visto.

La naturaleza de la relación entre Peña Nieto y Televisa ha sido un asunto clave de las elecciones que se celebrarán el próximo domingo desde que en Mayo se originara un movimiento estudiantil centrado en la percibida manipulación de la opinión pública a favor del candidato por parte de los medios.


NAVALHA


Televisa é a Globo do México.

Peña Nieto é o Cerra que deu certo.

Peña é o favorito das pesquisas e do narco-tráfico na eleição deste domingo.

Aqui, no Brasil varonil, a Globo e o Ali Kamel no jornal nacional já deram um Golpe e levaram a eleição de 2006 para o segundo turno – clique aqui para ler “o primeiro Golpe já houve falta o segundo”.

O Merval Global e o Melhor do Carnaval, a Catanhêde e o dos múltiplos chapéus já deram a senha: se houver um Golpe paraguaio, tamos nessa !

É conosco mesmo.

Em 24 horas a gente põe essa raça pra correr !

Por sugestão do Mauricio Dias, na Rosa dos Ventos da Carta Capital, o ansioso blogueiro leu o fascinante relato de Flavio Tavares “1961 – O Golpe Derrotado – Luzes e sombras do Movimento da Legalidade”, os 13 dias em 1961 em que Leonel Brizola (Ah!, que falta faz !) montou uma Rede da legalidade e deu posse ao Presidente eleito segundo a Constituição de 46, João Goulart.

Brizola conseguiu adiar o que, três anos depois, se tornou um Golpe paraguaio típico: o presidente constitucional estava em território nacional e o Congresso declarou a “vacância” do cargo.

(“Congresso Nacional”, leia-se o senador paulista Auro de Moura Andrade.)

No capítulo “O combate no ar”, pág 53, Tavares descreve como Brizola se apossou da Rádio Guaíba, do adversário Breno Caldas, e tornou possível o movimento anti-golpista.

Sem a Rádio Guaíba e a Rede da Legalidade, o Golpe paraguio de 64 teria sido defechado em 1961.

Agora, amigo navegante, medite sobre os dias que correm.

Sobre o Golpe paraguaio e as tentativas similares na Venezuela, no Equador, na Bolívia e na Argentina, com o lock-out dos produtores rurais, promovido pela Globo de lá, o grupo Clarín.

É o “golpe pós-moderno” dos americanos e seus aliados tropicais, o PiG continental.

É o “neo-Golpe”, sem baionetas.

Moderninho.

Cheiroso.

Em forma de tablet.

Qual a diferença entre o que o Peña fez com a Televisa e a “entrada livre” que os tucanos e Golpistas têm na Globo ?

O Peña pagou e o Cerra não paga.

Não paga ?

E aquela escolinha no terreno que o Cerra deixou a Globo invadir e, depois, transformou numa escola para a Globo treinar profissionais, com dinheiro do contribuinte ?

E quando o Cerra e o Fernando Henrique, com o Andrea Matarazzo à frente, mandavam nas verbas de publicidade da SECOM e a Globo ficava com 90% do bolo ?

Qual a diferença ?

E quando a Globo der o Golpe paraguaio ?

No mensalão que está por provar-se, o Golpe paraguaio só não evoluiu, porque o Zé Alencar não deixou, segundo contou a Tarso Genro.

O Golpe corre solto no PiG (*) todo dia.

Agora mesmo, a Globo marcou a data do julgamento do mensalão no Supremo e vetou o Toffoli.

Precisa mais ?

O amigo navegante acredita que esse Supremo resistiria a um Golpe paraguaio desfechado pela Globo, pela “opinião pública” ?

Se a Suprema Corte americana não resistiu à Fox News e elegeu o Bush, filho sem contar os votos da Flórida …

Imagine aqui, nesse Supremo mais partidarizado que a Suprema Corte americana …

Há 25 anos a Globo impede o Congresso de regulamentar os capitulos que tratam da Comunicação.

E há 50 anos se vale de um vácuo institucional, de que se beneficia integralmente.

Quem manda mais no Brasil que a Globo ?

O Daniel Dantas ?

E como é que a Dilma vai se defender de um Golpe paraguaio ?

Vai dar uma entrevista ao ABC Color, o conglomerado de midia stroessiano que derrubou o Lugo ?

Como se defender, no meio de uma crise fomentada por livre- atiradores em terras griladas do Daniel Dantas no Pará – leia na Carta Capital importante reportagem de Cynara Menezes sobre a crise dos sem terra no Paraguai e quem estava por tras dela.

O amigo navegante percebeu que a Globo deu cobertura à crise dos sem-terra no Paraguai com a rapidez que não aplica à cobertura da criminalidade endemica em São Paulo, que está por exigir uma intervenção federal.

Impressionante a agilidade Golpista da Globo.

Se foi assim no Paraguai, por que não seria no Brasil, no Pará, em São Paulo ?

Como a Dilma se defenderia, Bernardo ?

Num “fast impeachment”, em 24 horas, Bernardo, como a Democracia brasileira se protegeria dos Golpistas ?

Os velhos Golpistas de sempre.

Os Chatôs, os Marinho, os Civita, os Frias, os Mesquitas – the usual suspects.

Ou ela ia fazer como o Palocci, que achou que ia se proteger com uma entrevista ao jornal nacional – depois de por ele ser trucidado ?

Quais os instrumentos de que dispõe a Presidência da República para evitar um Golpe de Estado ?

Qual a Rádio Guaíba que vai defender a Constituição ?

Que falta faz o Brizola !

E o Franklin !






Em tempo: o amigo navegante se lembra que a Televisa desempenhou papel decisivo na eleição de Carlos Salinas de Gortari, o Fernando Henrique mexicano, aquele que vendeu México ao Slim, assim como o Fernando Henrique vendeu o Brasil ao Daniel Dantas, o “brilhante !”. A Televisa, na véspera da eleição, produziu uns camponeses vítimas de violência na fazenda do adversário, Cuahautemoc Cárdenas. Depois de Salinas eleito, a fraude foi desmascarada. E entrou em antologias mundo afora como exemplo de manipulação eleitoral pela televisão, no mesmo capítulo da edição do jornal nacional que continha o resumo do debate do Collor com o Lula. Patranhas exemplares ! Similares ! Globo e Televisa são especialistas na matéria: Golpe.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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Contraponto 8584 - "Lula e Civita: a solidariedade no câncer"


No Sirio, em tratamento, Lula soube que seu arquiinimigo, Roberto Civita, também estava internado, só que em situação bem mais grave. Assim que foi informado, decidiu visitá-lo, apesar da resistência de dona Marisa.

Desceram ao apartamento de Roberto Civita acompanhado do oncologista de Lula, Roberto Kalil. Civita se emocionou com a visita e pediu desculpas pelos ataques a Lula e ao filho. Lula lhe disse para não se emocionar muito para não atrapalhar o tratamento.

Kalil viu sinais de ironia no alerta de Lula. Quem o conhece, viu a solidariedade para com o próximo.

A visita foi para a pessoa de Roberto Civita. Mas em nada mudou o julgamento de Lula sobre o publisher Roberto Civita.

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Contraponto 8583 - "Jornalista demoraliza Catão dos Pinhais"


30/06/2012


Jornalista demoraliza Catão dos Pinhais

Do Conversa Afiada - Publicado em 29/06/2012



Enquanto isso, Álvaro Dias faz das suas na CPI do Cachoeira e perde mais uma oportunidade de ficar calado…
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Contraponto 8582 - "A pesquisa para a produção do etanal de segunda geração"




Por Vinicius Carioca

Da Ciência Hoje Online

Além do bagaço

Sofia Moutinho

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos, que produz álcool de milho a um custo mais elevado. Aqui, o caldo da cana-de-açúcar é a principal matéria-prima desse combustível. Mas a perspectiva é que o país comece a usar cada vez mais também a palha e o bagaço da cana para produzir energia.

A previsão é da bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Elba Bon. O etanol de segunda geração (2G), nome dado ao álcool feito com os resíduos da cana, já é produzido em laboratórios e centros de pesquisa e, segundo Bon, tem tudo para ser incorporado pelas indústrias.

A pesquisadora acredita que, dentro de cinco anos, o Brasil já vai estar produzindo o etanol 2G em larga escala e, por volta de 2022, o combustível estará disponível nos postos misturado ao etanol tradicional, de primeira geração. Durante a Rio+20, 40 minivans usadas para o transporte de comitivas foram abastecidas com etanol 2G produzido experimentalmente pela Petrobrás.

O etanol 2G torna a cadeia produtiva do álcool mais sustentável. Com o aproveitamento do bagaço da cana, que normalmente é descartado, e da palha, usada em parte como adubo, é possível dobrar a produção de etanol por hectare de plantação.

Bon estima que um hectare que produz cerca de oito mil litros de etanol de primeira geração pode render até 11 mil litros a mais, se aproveitada a palha para fazer etanol 2G.

Bomba de combustível
Segundo pesquisadora da UFRJ, a previsão é que, daqui a 10 anos, o etanol de segunda geração já esteja disponível nos postos de abastecimento misturado ao etanol tradicional. (foto: Jose Carlos Norte/ Flickr – CC BY-NC-SA 2.0)

Para a pesquisadora, a possibilidade de se extrair álcool da palha e do bagaço da cana encerra a discussão sobre o impacto dos bicombustíveis na produção de alimentos. “Não faz mais sentido colocar a questão ‘biocombustível versus alimentação’; o etanol pode muito bem ser um subproduto da cana usada para produzir açúcar”, afirma.

Aproveitamento máximo

As vantagens do aproveitamento dos resíduos da cana-de-açúcar não param por aí. Durante os processos de extração do etanol 2G em laboratório, feita por meio de ácidos, hidrólise ou enzimas produzidas por microrganismos, os pesquisadores obtêm como subproduto a lignina, substância três vezes mais energética que o bagaço da cana.

Bon propõe que a lignina seja reintroduzida na cadeia produtiva como combustível para as caldeiras das usinas de etanol. “São processos simples que podem fazer a diferença na produção do etanol, tornando-a mais sustentável”, comenta.

Além de gerar etanol 2G e lignina, o bagaço da cana ainda pode ser usado para produzir hidrogênio de forma limpa

Além de gerar etanol 2G e lignina, o bagaço da cana ainda pode ser usado para produzir hidrogênio de forma limpa. A substância vem sendo apontada por especialistas como alternativa sustentável para produção de energia e já é usada como combustível no ônibus ecológico H2+2, desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/ UFRJ) e apresentado durante a Rio+20.

“Estamos vivendo uma mudança de paradigma no mundo e é fundamental que o Brasil comece a formar recursos humanos preparados para lidar com recursos renováveis, como o etanol de segunda geração e o hidrogênio”, completa Bon.

Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line

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Contraponto 8592 - "Nassif revela encontro entre Lula e Civita"

01/07/2012

Nassif revela encontro entre Lula e Civita

Do Brasil247 - 30/06/2012

Nassif revela encontro entre Lula e CivitaFoto: Montagem/247

O motivo seria a "solidariedade no câncer"; doença teria evitado a convocação do dono da Abril pela CPI

30 de Junho de 2012 às 21:16

247 - Roberto Civita, o dono do Grupo Abril, pode ter se livrado de depor na CPI do Cachoeira por estar doente. É o que indica informação publicada pelo jornalista Luiz Nassif em seu blog. Segundo o blogueiro, Lula teria se encontrado com Civita no hospital Sírio-Libanês e, comovido com o câncer do algoz, o livrou do constrangimento. Segue o texto de Nassif:

Lula e Civita: a solidariedade no câncer

No Sirio, em tratamento, Lula soube que seu arquiinimigo, Roberto Civita, também estava internado, câncer na próstata, só que em situação bem mais grave. Assim que foi informado, decidiu visitá-lo, apesar da resistência de dona Marisa.

Desceram ao apartamento de Roberto Civita acompanhado do oncologista de Lula, Roberto Kalil. Civita se emocionou com a visita e pediu desculpas pelos ataques a Lula e ao filho. Lula lhe disse para não se emocionar muito para não atrapalhar o tratamento.

Kalil viu sinais de ironia no alerta de Lula. Quem o conhece, viu a solidariedade para com o próximo.

A visita foi para a pessoa de Roberto Civita. Mas em nada mudou o julgamento de Lula sobre o publisher Roberto Civita.

Desdobramentos

Algumas deduções e desdobramentos da notícia acima.

Ganha consistência o rumor de que João Roberto Marinho esteve na Casa Civil do governo Dilma, solicitando o empenho do governo para a não convocação de Roberto Civita pela CPI, devido à doença. Da Abril ele seria a única pessoa a poder responder pelos movimentos da Veja nos últimos anos. Nenhum executivo - com exceção de Fábio Barbosa - tem acesso às instâncias mais altas da República.

A notícia do agravamento da doença, além disso, lança nuvens de suspeita sobre o futuro da editora. Os herdeiros não demonstram pique para segurar o timão. Analista do mercado - com quem acabo de conversar agora - julga que se encerra o ciclo Civita na mídia brasileira, sem conseguir chegar até a terceira geração. Não significa o fim da Abril, mas, a médio prazo, dos Civita à frente do grupo.

Roberto recebeu uma editora sólida do pai e teve oportunidades de criar um império. A influência da mídia sobre o governo Sarney permitiu-lhe conquistar uma rede de TV a cabo, a TVA. Depois, com a BOL, foi o primeiro grupo de mídia a tentar explorar as possibilidades da Internet.

Na segunda metade dos anos 90, junto com Otávio Frias de Oliveira, tentou adquirir a Rede Bandeirantes. Na época, fiz uma espécie de meio campo entre ele, Frias e João Saad.

Gradativamente, o grupo foi fracassando em todas as frentes. A BOL acabou fundindo-se com a UOL - da Folha. Mais à frente, Civita foi engolido por Luiz Frias que, na primeira capitalização do grupo, adquiriu a participação da Abril. De um lado, Civita tentava reduzir o endividamento. De outro, julgava que na hora em que quisesse, o conteúdo do grupo permitiria montar uma nova UOL. Perdeu o bonde.

Mais tarde, também para reduzir a dívida, vendeu a TVA para o grupo Telefonica, matando sua última oportunidade de virar um grupo multimidia.

Finalmente, houve um processo de capitalização em que o sul-africano Nasper adquiriu 30% da Abril. Outros 20% ficaram com duas holdings de Delaware, cujo controle nunca foi revelado. Quando vendeu a TVA, provavelmente a Abril recomprou os 20% adicionais.

Alguns anos atrás, a Abril lançou a toalha do lado midiático. Civita passou a investir em educação, montando cursos apostilados e adquirindo editoras de livros didáticos. O poder de intimidação da Veja, as parcerias políticas permitiram avançar em algumas frentes.

Montou estratégias de ataques a concorrentes. Atacou um curso de Ribeirão Preto com informações mentirosas. Depois, apoiou-se em uma ONG recem aberta para ataques macartistas contra concorrentes. A aproximação com jornalistas de outros veículos fez com que, uma semana depois de conceder duas páginas ao livro de um deles, este publicasse em O Globo artigo criminalizando politicamente livro de história de editora concorrente.

Ainda há chão pela frente.

Mas a saga dos Civita, no Brasil, será conhecida por duas fases: a do velho Victor Civita com suas histórias em quadrinhos, suas coleções de livros de economia, filosofia e música, a ousadia em lançar Realidade, Quatro Rodas e Veja. E a era de Roberto Civita, que errou em todas suas estratégias e transformou a menina dos olhos da Abril - a revista Veja - no mais repelente modelo de jornalismo que o país jamais teve em toda sua história.

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Contraponto 8581 - "Dilma assume presidência do Mercosul e reitera compromisso do bloco com a democracia"


30/06/2012


Dilma assume presidência do Mercosul e reitera compromisso do bloco com a democracia





Do Blog do Planalto - 29/06/212

Artigos relacionados

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Contraponto 8580 - "Nave espacial com a primeira astronauta chinesa retorna à Terra "

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30/06/2012

Nave espacial com a primeira astronauta chinesa retorna à Terra

Do Esquerdopata - 29/06/2012

Liu Yang acena ao retornar de missão espacial

Após 13 dias de missão, os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e Liu Yang aterrissaram em boas condições, segundo equipe médica

EFE - iG

A nave espacial chinesa Shenzhou IX, lançada ao espaço no último dia 16, retornou nesta sexta-feira à Terra após completar com sucesso o primeiro acoplamento espacial manual realizado pela China, informou a agência de notícias "Xinhua".

A nave aterrissou por volta das 10h locais (23h de Brasília) no condado de Siziwang, ao norte da região autônoma da Mongólia Interior (norte da China). Após 13 dias de missão, os astronautas Jing Haipeng, Liu Wang e Liu Yang, esta última a primeira mulher chinesa a viajar ao espaço, voltaram para casa em "boas condições", segundo indicou a equipe médica que os atendeu após a aterrissagem.

Os astronautas foram recebidos com uma breve cerimônia, após adaptarem-se à gravidade da Terra e saírem da nave, uma hora depois da aterrissagem. A tripulação do Shenzhou IX entrará para a história da China por completar com sucesso a quarta missão tripulada produzida pelo país asiático e conseguir realizar o primeiro acoplamento manual entre uma nave chinesa e o módulo espacial Tiangong I, embrião da futura base espacial do gigante asiático.

"Esta conquista teve um significado muito importante para a corrida espacial chinesa", destacou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no Centro de Controle Aeroespacial de Pequim. A China, o terceiro país a levar astronautas ao espaço, quer demonstrar com seu programa espacial que está capacitada tecnologicamente para trabalhar em bases permanentes no cosmos, em resposta à reserva de países como os Estados Unidos quanto à sua participação na Estação Espacial Internacional (ISS). O país asiático espera instalar seu primeiro laboratório no espaço em 2016 e dispor de uma base permanente até o final desta década.

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Contraponto 8579 - "Clovis Rossi: impeachment de Lugo foi sujo"

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30/06/2012

Clovis Rossi: impeachment de Lugo foi sujo


Do Cafezinho - 28/06/2012

O crime perfeito contra Lugo

Por Clóvis Rossi, na Folha

Peça de acusação contra paraguaio diz que não é preciso apresentar provas. Como defender-se?

O sociólogo Felippe Ramos (Universidade Federal da Bahia) fez para o site da revista “América Economia” o que os jornalistas deveríamos ter feito antes: visitou a peça de acusação que serviu para o fuzilamento sumário do presidente Fernando Lugo.

Fica evidente que Lugo estava condenado de antemão. No item “provas que sustentam a acusação”, se diz que “todas as causas [para o impeachment] são de notoriedade pública, motivo pelo qual não precisam ser provadas, conforme o ordenamento jurídico vigente”.

Como é que Lugo -ou qualquer outra pessoa- poderia provar o contrário do que não precisa ser provado? Impossível, certo?

O processo pode até ter seguido as regras constitucionais e o “ordenamento jurídico vigente”, mas, nos termos em que foi colocada a acusação, só pode ser chamado de farsa. Veja-se, por exemplo, a primeira das acusações: Lugo teria autorizado uma reunião política de jovens no Comando de Engenharia das Forças Armadas, financiado por instituições do Estado e pela binacional Yacyretá.

Se esse é argumento para cassar algum mandatário, não haveria presidente, governador ou prefeito das Américas que poderia escapar, de direita, de centro, de esquerda, de cima ou de baixo. Ademais, não consta que a Constituição paraguaia proíba o presidente ou qualquer outra autoridade de autorizar concentrações de jovens. Aliás, é até saudável que se estimule a participação política dos jovens.

Mais: o evento foi em 2009. Se houvesse irregularidade, caberia ao Congresso ter tomado à época as providências, em vez de esperar três anos para pendurá-lo em um processo “trucho”, como se diz na gíria latino-americana.

A acusação mais fresca, digamos assim, diz respeito, como todo o mundo sabe, à morte de 17 pessoas, entre policiais e camponeses, em um incidente mal esclarecido no dia 15 passado. Diz a acusação: “Não cabe dúvida de que a responsabilidade política e penal dos trágicos eventos (…) recai no presidente da República, Fernando Lugo, que, por sua inação e incompetência, deu lugar aos fatos ocorridos, de conhecimento público, os quais não precisam ser provados, por serem fatos públicos e notórios”.

De novo, a acusação dispensa a apresentação de provas e condena por antecipação o réu, como faria qualquer república bananeira ou qualquer ditadura.

Nem o mais aloprado petista pediu o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso por conta da morte de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (Pará), em abril de 1996, no incidente que mais parentesco tem com o que ocorreu há duas semanas em Curuguaty, no Paraguai.

É importante ressaltar que líderes dos “carperos”, os sem-terra paraguaios, disseram que os primeiros disparos no conflito do dia 15 não saíram nem deles nem dos policiais, mas de franco-atiradores.

Enquanto não se esclarecer o episódio, qualquer “ordenamento jurídico” sério vetaria o uso do incidente em qualquer peça de acusação.

Deu-se, pois, o crime perfeito: cobriu-se um processo sujo com o imaculado manto da Constituição.
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Contraponto 8578 - " 'Santayana: Paraguai, e homenagem a Samuel Guimarães' "

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30/06/2012


Santayana: Paraguai, Privataria e homenagem a Samuel Guimarães

Do Conversa Afiada - Publicado em 29/06/2012

“O Brasil já anunciou que nada fará que possa prejudicar diretamente o povo paraguaio.”



Guimarães: um servidor do Estado e um intelectual


O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana do JB online e se associa à homenagem ao embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.

O Paraguai, o PSDB e o dilema do Senado

Mauro Santayana


O novo governo paraguaio pode ficar tranqüilo: o senador Álvaro Dias garantiu ao presidente Franco o apoio incondicional do PSDB à nova ordem estabelecida em Assunção. Com essa solidariedade, o chefe de governo do país vizinho está apto a reverter a situação de repúdio continental, vencer a parada no MERCOSUL e roncar grosso – como, aliás, está começando a fazer – contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai.

O problema todo é que o bravíssimo senador Álvaro Dias, companheiro de dueto, até há poucas semanas, do senador Demóstenes Torres nas objurgatórias morais contra o governo, não combinou esse apoio com o povo paraguaio, que irá às urnas em abril e, provavelmente, nelas, dirá o que pensa da “parlamentada” de Assunção. E, mais ainda: não será ouvido nos foros internacionais que estão tratando do tema. Nesses centros de decisão, quem estará decidindo serão os chefes de estado e os chanceleres dos países do continente. Por enquanto, estando na Oposição, os tucanos não podem falar em nome do Brasil.
A posição brasileira, prudente e moderada, está sendo assumida em consultas com os países vizinhos e com as organizações regionais. Nenhum desses países, por mais veementes tenham sido os protestos, violou um milímetro sequer da soberania do Paraguai – embora, na destituição de Lugo, o soberano real, que é o povo paraguaio, não tenha sido ouvido.

O Brasil já anunciou que nada fará que possa prejudicar diretamente o povo paraguaio. Mas as suas elites devem estar advertidas de que a decisão de construir regimes democráticos sólidos, com o respeito absoluto à vontade popular, manifestada em eleições limpas e livres, é irrevogável na América do Sul.

O dever de julgar

Estando já em pauta, o processo contra parlamentares de vários partidos, envolvidos no esquema de financiamento político administrado pelo publicitário Marcos Valério, terá que ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Serão os juízes que examinarão denúncias e provas e estabelecerão se houve violação da lei, ou não e, se decidirem, diante dos autos, que houve crime, ditar as penas a serem cumpridas.

As sociedades, desde que criaram leis, e ditaram as normas de convívio, a fim de garantir sua sobrevivência, instituíram tribunais para estabelecer as culpas e ditar o castigo dos criminosos. Os tribunais não são perfeitos, mas devem ser respeitados. Se cometem, eventualmente, erros, induzidos pelas manobras dos delinqüentes e seus defensores, não há como deles prescindir, nem substituí-los por quaisquer outras instâncias que pudessem vir a ser admitidas para exercer a justiça.

O julgamento, que se iniciará em agosto, se não servir para outros fins, servirá para abrir um grande debate nacional sobre novos pactos constitucionais que venham a aprimorar o processo político, com o financiamento público das campanhas eleitorais e maior legitimidade dos poderes republicanos – entre eles, o judiciário. Depois desse processo, outros terão que ser levados aos tribunais, como o da conexão goiana e, em um dia que virá, o da privatização açodada do patrimônio público, pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

O Senado e a retidão

Ainda que o voto seja secreto, a opinião nacional espera que o Senador Demóstenes Torres perca, no plenário, por não ter procedido com retidão para com o país, em suas relações com o empresário de múltiplas atividades Carlos Cachoeira. Os parlamentares devem estar advertidos, se não em sua consciência, mas pelo rumor das ruas, de que não é o escorregadio senador por Goiás que será julgado pelo plenário, mas a própria alta câmara federativa. A absolvição de Demóstenes, depois de tantas evidências de culpa, divulgadas por todos os meios de comunicação, será a ata de cumplicidade daquela casa legislativa com todo o esquema de corrupção operado pelo “empresário” de Goiânia e Anápolis.

A renúncia de Samuel
Estas notas já estavam redigidas, quando soube da renúncia do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães ao cargo de Alto Representante do MERCOSUL, para o qual havia sido escolhido pelos quatro países signatários do Tratado. Conversei pessoalmente com Samuel, que ainda se encontra em Mendonza, na Argentina. Ele me confirmou que já havia tomado essa decisão há semanas, e esperava o melhor momento, o da reunião de chanceleres, para oficializá-la. Samuel confirmou a versão, já divulgada, de que lhe faltou o apoio dos quatro países – o que se pressupõe, também do brasileiro – para exercer com plenitude o seu mandato. Samuel, em sua honestidade pessoal e em comprometimento político, não é homem para ocupar uma posição decorativa, nem necessita de um emprego expressivo. Ele é um homem plenamente realizado como servidor do Estado e um dos mais importantes intelectuais brasileiros.
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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Contraponto 8577 - Para interesse americano golpe no Paraguai foi tiro pela culatra

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29/06/2012

Paraguai admite Venezuela no Mercosul. Merval...

Do Conversa Afiada - Publicado em 29/06/2012

O que menos interessa ao interesse nacional americano é o fortalecimento do Mercosul.

Saiu na Folha (*):

Venezuela será incorporada ao Mercosul em 31 de julho

A Venezuela será incorporada ao Mercosul em reunião especial que será realizada em 31 de julho no Rio de Janeiro, anunciou nesta sexta-feira a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no âmbito da Cúpula de chefes de Estado do bloco.

O acordo tem a assinatura dos líderes de Brasil, Uruguai e Argentina (membros pleno do Mercosul). O Paraguai, que não havia ratificado essa decisão em seu Parlamento, está suspenso do bloco devido à deposição do ex-presidente Fernando Lugo.


(…)

NAVALHA

O tiro saiu pela culatra.

O Golpe “democrático” no Paraguai era para fortalecer o interesse nacional americano.

Por isso tantos colonistas (**) mervais, como a Catanhede e o de muitos chpéus – clique aqui para ler – , defenderam a “legalidade” do golpe.

O que menos interessa ao interesse nacional americano é o fortalecimento do Mercosul.

É por isso que o Padim Pade Cerra queria dinamitá-lo.

O maior obstáculo à entrada da Venezuela no Mercosul foi o presidente Sarney.

No Continente, o Senado paraguaio golpista é o que impedia isso.

Os americanos foram o Espírito Santo de orelha do golpe “democrático” e não esperavam que a Dilma e a Cristina Kirchner aproveitassem a ausência do Paraguai para trazer Chavez para a mesa de trabalhos.

Merval, Merval…


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

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PITACAO DO ContrapontoPIG

Venezuela será incorporada ao Mercosul em 31 de julho no Rio.

Que tal uma festinha no sambódromo? E com direito a convite ao Merval, ao Jabour, à Míriam, ao Sardenberg e ou outros bozerras todos do PIG?

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Contraponto 8576 - "Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela"

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29/06/2012

Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela

Paraguai fica de fora do bloco até eleições presidenciais de abril de 2013.
Venezuela entra como membro pleno do bloco comercial em 31 de julho.


Do G1, com agências internacionais - 29/06/2012 16h09 - Atualizado em 29/06/2012 18h47

O Mercosul decidiu suspender temporariamente o Paraguai até as novas eleições presidenciais do país, em 2013, e afirmou que a Venezuela será incorporada ao bloco como "membro de pleno direito" em 31 de julho.

Os anúncios foram feitos pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao fechar o encontro de cúpula semestral do bloco na cidade argentina de Mendoza.

O Mercosul "suspendeu temporariamentoo Paraguai até que se leva a cabo o processo democrático que novamente instale a soberania popular" no país, disse a presidente argentina, ao lado da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e do presidente do Uruguai, José Mujica.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursa nesta sexta-feira (29) na Cúpula do Mercosul, em Mendoza (Foto: AP)A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursa nesta sexta-feira (29) na Cúpula do Mercosul, em Mendoza (Foto: AP)

As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, ocorrido na semana passada e que foi repudiado pelos países sul-americanos.

O Mercosul confirmou o que havia sido adiantado na véspera pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, suspendendo o Paraguai, mas sem aplicar sanções econômicas que pudessem castigar a população.


Segundo Cristina, a suspensão não diminui o compromisso do bloco com o desenvolvimento econômico do Paraguai.

"De acordo com o estabelecido no protocolo, a plena vigência democrática é condição essencial para o processo de integração", diz a resolução da cúpula. "O espírito do protocolo é o restabelecimento da institucionalidade, sem que ele menoscabe o funcionamento do bloco."

Nenhum representante do novo governo paraguaio, agora presidido por Federico Franco, ex-vice de Lugo, participou da cúpula.

Venezuela
A Venezuela será incorporada ao bloco em cerimônia que será realizada no Rio de Janeiro, em 31 de julho, disse Kirchner.

Ela argumentou que a decisão de incorporar a República Bolivariana da Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, vai permitir que o bloco regional se fortaleça perante os embates da crise internacional.

O processo de ingresso da Venezuela havia se iniciado em 2006, após ser solicitado um ano antes, mas estava parado por conta da negativa do Congresso do Paraguai a ratificá-lo.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a entrada do país no bloco era uma "derrota para o imperialismo e as burguesias".

Um diplomata da região disse à agência Reuters que com a Venezuela, o bloco incorporará uma economia de peso, fortemente demandante e importadora de todo tipo de bens, especialmente alimentos, e serviços, o que tornará sua economia mais conectada com as Brasil e Argentina.

Mais cedo, em Assunção, Federico Franco disse que, se a suspensão paraguaia se confirmasse, o país iria buscar novos parceiros comerciais. Franco também prometeu manter o cronograma eleitoral no país.

A presidente Dilma Rousseff disse que esperava que as eleições paraguaias sejam "democráticas, livres e justas."

Crise no Paraguai
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo.

O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país.

A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".

Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas e não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse.

O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista.

A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.

Na sexta, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.

Em discurso após o impeachment, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado.

Mas, no domingo, Lugo voltou atrás, aumentou o tom disse que não reconhece o governo de Federico Franco e que não deve, portanto, aceitar o pedido do novo presidente para ajudá-lo na tarefa de explicar a mudança de governo a países vizinhos.

Além dos países fundadores e da Venezuela, o Mercosul tem Chile, Bolívia, Equador e Peru como países associados.

Ao final da reunião, Cristina Kirchner transferiu a presidência do bloco para a presidente brasileira.

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PITACO DO ContrapontoPIG

Reproduzir esta notícia do G1, nos traz uma satisfaçãozinha meio sacana. É o mesmo que ganhar da Argentina no futebol dentro da Bobonera com um gol de mão. Gostozura! Foi uma espécie de contra-golpe que o parlamento canalha do Paraguai recebeu.

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Contraponto 8575 - "Vale mobiliza-se para não pagar R$ 35 bi que deve à União"

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29/06/2012

Vale mobiliza-se para não pagar R$ 35 bi que deve à União

A Vale foi vendida por 3 bi por FHC e deve 35 bi à União. E não quer pagar. E movimenta-se de todos os jeitos para não pagar. Mas o problema do Brasil é o "mensalão"!

Caso Vale é discutido em audiência púlbica no CNJ, por Rodrigo Haidar, no Conjur

A audiência pública feita nesta quarta-feira (20/6) pelo Conselho Nacional de Justiça para discutir a legitimidade da cessão de procuradores da Fazenda e advogados públicos para trabalhar em gabinetes de juízes foi entremeada por uma discussão sobre a execução fiscal de R$ 35 bilhões que a mineradora Vale contesta na Justiça Federal do Rio de Janeiro. A partir do processo administrativo, o CNJ poderá fixar critérios mais objetivos sobre a requisição de servidores de outros órgãos por juízes e desembargadores.

A discussão foi provocada pela seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil. A entidade entrou com Procedimento de Controle Administrativo (PCA) contra o Tribunal Regional Federal da 2ª Região. De acordo com a OAB-RJ, a cessão de procuradores da Fazenda Nacional para trabalhar como assessores de desembargadores que compõem as turmas responsáveis por julgar matérias de Direito Tributário naquele tribunal viola o princípio da paridade de armas. O relator do processo no CNJ é o conselheiro José Lúcio Munhoz, que comandou a audiência desta quarta.

Apesar de todos os representantes das dez entidades que compareceram à audiência pública ressaltarem que o que está em discussão não era apenas um caso concreto, ganhou destaque nos debates o fato de a procuradora da Fazenda Nacional no Rio Patrícia de Seixas Lessa ter atuado no processo contra a Vale como procuradora e, depois, ter sido requisitada para trabalhar no gabinete do juiz federal convocado Theophilo Antonio Miguel Filho, relator de recurso da mineradora no TRF-2.

Patrícia Seixas é a única procuradora da Fazenda Nacional cedida ao tribunal. O juiz Teophilo negou a suspensão da cobrança bilionária enquanto tramita ação cautelar da empresa. O representante do Centro de Estudos de Sociedades de Advogados (Cesa) na audiência, Roberto Duque Estrada, afirmou que “a situação concreta do processo é emblemática”. De acordo com ele, “a procuradora fez sustentação oral no processo, atuou, e depois foi assessorar o juiz responsável por decidir a causa”. O advogado é sócio do escritório Xavier Bragança Advogados, que defende a Vale no processo.

Para ele, “o exemplo é um desvio”. O representante do Cesa afirmou que ninguém coloca em dúvida a lisura e a capacidade técnica de procuradores da Fazenda e advogados públicos no assessoramento a juízes.

“A questão não é essa. A questão é que há desvios em casos concretos. Por isso, é recomendável criar mecanismos que evitem desvios. Quiçá impedir que o procurador seja assessor em processos nos quais atuou. O procurador não pode ser infiltrado dentro de um tribunal”, disse o advogado.

Independência funcional
O consultor da União Rafaelo Abritta, que representou a Advocacia-Geral da União, respondeu ao advogado. “Não somos nós que batemos às portas do Judiciário. São os magistrados que solicitam à advocacia pública aquele ou este advogado ou procurador. Não existe a tese de que há infiltrados”, rebateu.

Abritta esclareceu que a AGU não tem opinião contra nem a favor das cessões, mas contesta a tese da OAB-RJ de que o assessor tem uma influência crucial para as decisões. “É inegável que as decisões têm o DNA dos juízes”. Ele também afirmou que não procede imaginar que o procurador licenciado para assessorar um juiz possa sofrer pressões. “Nossa lei orgânica assegura a autonomia, a independência para exercer sua função”, disse.

Como ele, o representante do Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Hugo Mendes Plutarco, e o presidente do Fórum Nacional da Advocacia Pública, Allan Titonelli, defenderam a independência dos procuradores e advogados públicos.

Plutarco afirmou que, como prova da independência, as únicas decisões favoráveis à Vale no processo de execução saíram justamente depois que a procuradora Patrícia Lessa passou a assessorar o juiz. Já Titonelli disse que o papel do advogado público não é defender miopemente o governante de plantão ou qualquer posição estatal. Segundo ele, a lei lhes garante discricionariedade para se atuar até contra o Estado nos casos em que a ordem jurídica é ferida.

O juiz Antonio Henrique Corrêa da Silva, presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo, afirmou que proibir que juízes requisitem advogados públicos ou que possam ter advogados privados como assessores, o que chegou a ser defendido, “é relegar essa função aos bacharéis que não logram êxito no Exame de Ordem” — ou seja, desqualificar a assessoria dos magistrados.

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Nelson Calandra, disse que a independência funcional permite a isenção. “Não podemos pegar um livro de um conselheiro do CNJ, por exemplo, e dizer que ele não pode julgar um processo por conta de posições que ele defendeu como doutrinador”.

Influência nas decisões
O advogado Bruno Garcia Redondo, do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro, disse que a entidade que representa é contra o assessoramento de advogados públicos ou provados. “O assessor influencia, sim, ainda que minimamente, as decisões do magistrado. Se há o risco de imparcialidade, deve haver o impedimento, até para resguardar a imagem das instituições”, afirmou.

Ronaldo Cramer, que representou a OAB do Rio, disse que a influência dos assessores em meio à montanha de processos é algo que se torna importante. “Os juízes decidem e elaboram seus votos, mas dependem de uma boa assessoria. E é inegável que o assessor tem influência sobre a formação do convencimento deles”, disse.

De acordo com Cramer, não é possível determinar a participação do assessor no julgamento. E, em hipótese nenhuma, a OAB-RJ está colocando em xeque a imparcialidade do Judiciário. “Nossa preocupação é com a imagem. Por isso são necessárias regras para coibir as tentações”.

No processo, a OAB-RJ sustenta que a quebra da imparcialidade é clara. “Em tese, a situação seria semelhante, se possível fosse, a um advogado atuar como assessor de desembargador, mas manter-se como sócio de um escritório particular”, alegou o representante da entidade. O objetivo da Ordem é que o Conselho edite resolução para vedar a cessão de procuradores da Fazenda Nacional ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, “especialmente para exercer cargo em comissão em Turmas Especializadas com competência para processar e julgar matéria tributária”.

Para o conselheiro Bruno Dantas, que participou da audiência pública, a situação, especialmente a do caso concreto, levanta questionamentos. “Como a procuradora que fez sustentação oral peticionou e em seguida foi requisitada para o tribunal para assessorar o juiz que cuida dessa causa e subsidia a decisão do magistrado?”, questionou.

O conselheiro Jorge Hélio refutou a ideia de que o assessor não tem nenhuma influência sobre o juiz. “Qual seu papel, então? Tirar a caspa do paletó? O juiz é responsável pelo que assina, mas o assessor influencia, sim”, afirmou.

De acordo com informações dos participantes, há, hoje, 11 advogados públicos cedidos ao Supremo Tribunal Federal e sete ao Superior Tribunal de Justiça. Todos trabalhando em gabinetes de juízes. O relator do PCA, José Lúcio Munhoz, afirmou que liberará para seu voto para julgamento em agosto, para que o CNJ defina a questão.

Rodrigo Haidar é editor da revista ConsultorJurídico em Brasília.


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PITACO DO ContrapontoPIG

Só pra lembrar: quem foi o maior defensor da privatização da Vale?

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