sexta-feira, 31 de março de 2017

Nº 21.125 - "O que ninguém notou no Ibope: Dilma bate Temer de goleada. Por Paulo Nogueira"


31/03/2017


O que ninguém notou no Ibope: Dilma bate Temer de goleada. Por Paulo Nogueira




Diário do Centro do Mundo - Postado em 31 Mar 2017 por : Paulo Nogueira



temer e dilma


por Paulo Nogueira


Está passando despercebido um fato que emerge da pesquisa CNI-Ibope divulgada hoje.

No confronto entre Dilma e Temer, este perde amplamente.


Segundo a pesquisa, 41% dos ouvidos consideram Temer pior que Dilma. Apenas 18% acham o inverso. (Para os demais, são equivalentes.) Isso está escondido neste artigo do Estadão.

Dilma foi chacinada em seu segundo e breve governo. A mídia e o PSDB se uniram para sabotá-la de todas as maneiras. Ao lado dela, Temer a traía. E Cunha conduzia o processo de impeachment com suas conhecidas táticas criminosas.

Todo este enredo sórdido para dar numa calamidade política e econômica — e num presidente cuja popularidade se aproxima do zero.

São duas pesquisas que mostram as mesmas coisas esta semana: esta da CNI-Ibope e, ontem, a da Ipsus.

E Dilma melhor que Temer no julgamento da sociedade.

Que mais será preciso para abreviar a caótica jornada de Temer e convocar diretas?



Sobre o Autor


Paulo Nogueira.  Jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Nº 21.124 - "Moro e mídia usam condenação de Cunha para legitimar arbítrio de Lula"


31/03/2017

Moro e mídia usam condenação de Cunha para legitimar arbítrio de Lula


Brasil 247 - 31 de Março de 2017




por Jeferson Miola


O colunismo oficial do golpe apressa-se em narrar a condenação de Eduardo Cunha como prova de
isenção e imparcialidade da Lava Jato [sic].

No Globo desta sexta-feira 31/3, Merval Pereira escreveu que a condenação de 15 anos imposta pelo juiz Sérgio Moro tira “do partido do ex-presidente Lula a desculpa esfarrapada de que há uma perseguição seletiva contra ele e o PT”. Merval mente; o que ele diz é rigorosamente falso. A mídia golpista fabrica “verdades alternativas” – como diria FHC, “acadêmico” da ABL assim como Merval – para distorcer a realidade e ocultar o objetivo político real e camuflar a razão de ser da Lava Jato no plano político, que é a caçada ao Lula e a liquidação do PT.

O objetivo econômico da Operação, como demonstra a recessão econômica, está em estágio avançado de execução: a Petrobrás destroçada, o pré-sal e a cadeia de gás e petróleo entregue ao capital estrangeiro, a tecnologia e a engenharia nacional devastada e milhões de empregos de brasileiros evaporados.

A condenação do Eduardo Cunha, a primeira de vários processos judiciais a que o sócio do Temer responde, na realidade aconteceu tardiamente, porque as sobradas razões para condená-lo foram trazidas a público antes mesmo da eleição dele para a presidência da Câmara, onde foi mantido para orquestrar o golpe através do impeachment fraudulento da Presidente Dilma.

Há, em relação a Eduardo Cunha, montanhas de provas materiais, documentais e testemunhais do seu envolvimento antigo com o mundo do crime e da sua associação criminosa com a cleptocracia que tomou de assalto o poder de Estado.

Conhece-se, por exemplo, as contas milionárias do “caranguejo” [seu codinome nas planilhas de propina da Odebrecht] na Suíça, bem como os acertos pecuniários prévios à votação de matérias de interesse das empreiteiras no Congresso e para a liberação de empréstimos da CEF.

Nas acusações feitas ao sócio Michel Temer na forma das perguntas que foram proibidas pelo juiz Sérgio Moro para proteger o presidente usurpador, Cunha não só se auto-incriminou, como incriminou de maneira induvidosa sua quadrilha. Ele forneceu detalhes pormenorizados sobre a divisão das propinas, os locais de entrega do dinheiro roubado e as funções de cada elemento da quadrilha – um deles desempenhando o papel de “mula” para o transporte do produto do roubo.

São abundantes e robustos, portanto, os fundamentos para a condenação do Cunha, assim como o são os fundamentos para o julgamento e condenação dos seus parceiros de crime, a maioria deles protegidos com o foro privilegiado.

A Lava Jato e a mídia golpista usam a condenação do Cunha, que é uma obviedade jurídica, para sedimentar a falsa ideia de imparcialidade da Lava Jato e, desse modo, legitimar o arbítrio montado pelo Moro para condenar o ex-presidente Lula sem o menor fundamento jurídico, legal e constitucional.

Diferentemente do Eduardo Cunha, contra Lula não existe nenhuma prova documental, material ou testemunhal para sequer acusá-lo; quanto mais para processá-lo, julgá-lo e condená-lo. O que existe, na realidade, são apenas as convicções dos fascistas da força-tarefa da Lava Jato, dominados por uma obsessão patológica de condenar Lula, que afrontam o Estado de Direito e a Constituição para liquidar adversários políticos.

Moro, como sempre programa, escolheu o timing estratégico para a condenação do Cunha. Ele prepara o terreno da manipulação midiática e jurídica a poucas semanas da audiência do Lula em Curitiba, no dia 3 de maio próximo, a qual ele preside num contexto de fracasso das mobilizações da direita no último domingo, de desgaste pessoal com o sequestro arbitrário que promoveu do blogueiro Eduardo Guimarães e, principalmente, do crescente apelo popular pela eleição do Lula para resgatar o Brasil.

O condomínio jurídico-midiático-policial está construindo o discurso dos golpistas fascistas para legitimar a caçada ao Lula.


JEFERSON MIOLA. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial
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Nº 21.123 - "IBOPE do Traíra é um colosso"

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31/03/2017

IBOPE do Traíra é um colosso


Base de apoio vira pó. Só fica o Aecím


Conversa Afiada - publicado 31/03/2017


Traíra.jpg



Do G1:

Governo Temer é aprovado por 10% e reprovado por 55%, diz Ibope

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (31) mostra os seguintes percentuais de avaliação do governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB):
     • Ótimo/bom: 10%
     • Regular: 31%
     • Ruim/péssimo: 55%
     • Não sabe/não respondeu: 4%

O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 16 e 19 de março e ouviu 2.000 pessoas em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Esta é a primeira pesquisa Ibope encomendada pela CNI divulgada neste ano. No último levantamento, de dezembro de 2016, Temer aparecia com aprovação de 13% dos entrevistados, enquanto 46% consideravam o governo "ruim/péssimo" e 35%, "regular" – à época, 6% não souberam opinar ou não responderam.

(...) A pesquisa divulgada também avaliou a opinião dos entrevistados sobre a maneira de governar do presidente da República:
     • aprovam: 20%
     • desaprovam: 73%
     • não souberam ou não responderam: 7%

No levantamento divulgado em 16 de dezembro, 26% aprovavam; 64% desaprovavam; e 10% não souberam ou não responderam.

Outro ponto questionado pelo Ibope foi sobre a confiança dos entrevistados em relação ao presidente. De acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta, 17% dos entrevistados disseram confiar em Temer, enquanto 79% afirmaram não confiar; 3% não souberam ou não responderam.

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Nº 21.122 - "Algumas razões para se entender por que as organizações globo e a família marinho são inimigas do brasil e dos brasileiros e assim devem ser tratadas."

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31/03/2017

Do Facebook 30/03/2017

Fernando Morais


algumas razões para se entender por que as organizações globo e a família marinho são inimigas do brasil e dos brasileiros e assim devem ser tratadas.



a seleção feita pelo ativista carioca bepe damasco chegou a 22 razões, mas ele já avisou: se precisar, tem mais.

1) O jornal O Globo apoiou a cassação do Partido Comunista Brasileiro, em 1947
2) O Globo foi contra a criação da Petrobras.
3) O Globo participou do cerco a Getúlio, que levou o estadista ao suicídio.
4) O Globo deu sustentação à trama para impedir a posse de Jango, em 1961.
5) O Globo apoiou o golpe militar de 1964.
6) A Globo aplaudiu a caçada e o massacre dos opositores do regime militar.
7) A Globo escondeu a campanha por Diretas Já.
8) A Globo fraudou o debate entre Lula e Collor, em 1989.
9) A Globo sempre trabalhou contra a soberania nacional, defendendo a subserviência aos EUA e Europa.
10) A Globo é adversária histórica das políticas de valorização dos salários dos trabalhadores.
11) A Globo criminaliza os movimentos sociais, a pobreza e a atividade política.
12) A Globo liderou a farsa midiática-judicial do mensalão.
13) A Globo teve papel destacado na sabotagem e no golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.
14) A Globo apoia todas as atrocidades jurídicas cometidas pela operação Lava Jato,
15) A Globo assassina reputações de adversários e protege corruptos aliados.
16) A Globo defendeu o congelamento dos gastos em saúde e educação por 20 anos.
17) A Globo apoiou a aprovação do projeto de terceirização irrestrita, o fim da CLT.
18) A Globo aprova a venda de ativos da Petrobrás e a entrega do pré-sal aos estrangeiros.
19) A Globo trabalha pela aprovação da reforma da Previdência, que fará com que os trabalhadores trabalhem até a morte.
20) A Globo se empenha também pela aprovação da reforma trabalhista, para liquidar de vez com todos os direitos trabalhistas.
21) A Globo quer o fim quer o fim do SUS e do ensino gratuito nas universidades públicas.
22) A Globo luta pelo desmonte do estado social e da Constituição cidadã de 1988.

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quinta-feira, 30 de março de 2017

Nº 21.121 - "Canastrões abrem a cadeia para filme sórdido e ideológico contra Lula — 'A Lei é para todos", menos para os tucanos' "

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30/03/2017


Canastrões abrem a cadeia para filme sórdido e ideológico contra Lula — "A Lei é para todos", menos para os tucanos



 Palavra Livre - 29/03/2017



PAVÕES — A CLASSE MÉDIA CHEGOU AO PARAÍSO!


Por Davis Sena Filho

"Antes de tudo e de qualquer coisa, o nome do filme não deveria ser "Polícia Federal — A Lei é para todos", porque se trata de mentira e desfaçatez escabrosas e deslavadas. O nome correto para o filme de Tomislav Blazic deveria ser "Polícia Federal — A Lei é para todos, menos para os tucanos do PSDB e do DEM, os juízes, os procuradores e os políticos golpistas e usurpadores que tomaram de assalto a Presidência da República por intermédio de um golpe bananeiro, mas violento". O nome é longo. Fazer o quê, né? Porém, é o mais correto e muito próximo das verdades e das realidades torpes e nefastas que se vivenciam no Brasil". (DSF)  

A classe média tradicional e irremediavelmente egoísta, conservadora e preconceituosa chegou ao paraíso e se embriagou com o néctar mavioso de Dionísio. Atingiu os píncaros da "fama" sórdida e leviana por intermédio de juízes, procuradores e delegados da PF, que estão a protagonizar a maior farsa policialesca, jurídica e política da história do Brasil, que é retratado no golpe de estado de 17 de abril de 2016.

Golpe terceiro-mundista efetivado e sacramentado quando parlamentares corruptos e de direita resolveram agir pela deposição de uma presidente da República que não cometeu crimes de responsabilidade, constitucional, legítima e que recebeu das urnas 54,5 milhões de votos. Até hoje me pergunto como bandidos podem substituir 54,5 milhões de votos. Não podem, pois ilegítimos. Golpe criminoso, assombroso e deplorável. Inaceitável.

Entretanto não basta toda essa molecagem com dimensões planetárias. Não mesmo... Tem de constar na receita golpista e de direita, além de covardia, perseguição, desrespeito, sabotagem e violência, o tempero do escárnio, deboche, humilhação e a total falta de senso crítico e de civilidade por parte daqueles que tomaram o poder central de assalto e que hoje fazem o que bem desejam, pois a Constituição já se tornou apenas uma lembrança de que o Brasil queria conquistar seus marcos civilizatórios.

O nome do filmete com a maioria de atores contratados que apoiaram o golpe e a vestir, como mostram imagens e declarações, a camisa amarela da CBF corrupta é "Polícia Federal — A Lei é para todos", do diretor Tomislav Blazic. Tal sujeito se recusa, terminantemente, a divulgar os nomes dos financiadores do filme que, segundo os responsáveis, será lançado no mês de julho, que, entre outras cenas, constam imagens das dependências da casa de Lula e dona Marisa Letícia, já falecida, além de mostrar o quarto do casal e a cama onde dormem.

Acintes e covardias sem parâmetros e limites feitos por agentes de estado partidarizados, ideologizados e descontrolados por causa de fama, vaidade, holofotes e irresponsabilidades, pois as irresponsabilidades não causam-lhes problemas e cobranças que possam prejudicá-los profissionalmente e muito menos serem punidos por suas molecagens em forma de meganhagem explícita que remonta o Dops e o DOI-Codi dos tempos da ditadura civil-militar.  

Delegados de almas tucanas que contrariaram as próprias determinações do juiz Sérgio Não Vem ao Caso Moro, do PSDB do Paraná, que determinou aos operadores do Partido da Lava Jato, dentre eles o "intocável" delegado aecista Igor Romário de Paula, que em despacho reconheceu perante o juiz de primeira instância que, apesar da proibição de filmar o sequestro de Lula, tudo foi filmado, bem como não somente filmado, mas cópias  das imagens foram entregues ao diretor repleto de segredos e picardias cujo nome é Tomislav Blazic.

O delegado não será punido, como nunca foi punido o juiz Moro, que divulgou para seus parceiros e associados da imprensa mais golpista e corrupta do mundo ocidental os diálogos entre a presidente da República, Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — o Nine —, de acordo com informações de como o juiz de província trata o maior presidente que este País já teve, juntamente com o estadista gaúcho Getúlio Vargas — o pai das leis trabalhistas e da industrialização do Brasil.

Será que o Moro pensa que foi algum tucano golpista ou barões da imprensa de suas relações que edificaram o legado de Getúlio? A ignorância dos togados e dos meganhas sobre o Brasil é tanta que eu não duvido nada que eles pensem também que a Petrobras, a Vale do Rio Doce e os ministérios da Saúde e da Educação são também obras da direita escravocrata proprietária da casa grande. Dessa gente se pode esperar tudo ou nada.

A verdade é que as masmorras de Curitiba e da Lava Jato foram abertas para o ôba-ôba agora representado por atores e diretor em filme cujo financiador ninguém sabe quem é, porque realmente não vem ao caso. O que vem ao caso é ferrar com a imagem de Lula em várias frentes políticas, jurídicas e midiáticas, porque até o mundo mineral sabe que o juiz Moro necessita ainda este ano, como os seres vivos precisam de oxigênio para viver, condenar o maior líder da América Latina e um dos mais reconhecidos do mundo para que ele seja impedido de ser candidato às eleições presidenciais de 2018.

Além disso, Lula lidera todas as pesquisas, mesmo a apanhar diuturnamente e há três anos do consórcio golpista de direita. Moro sabe disso. Gilmar e seus colegas sabem disso. Os delegados Leandro Daiello, Moscardi Grillo e Igor de Paulo sabem disso. Os procuradores Carlos Fernando e Deltan Dallagnol et caterva sabem disso. Eles apenas fazem caras de paisagens quanto às suas ações e seus atos dignos de brucutus, que corroboraram, de forma disfarçada como ocorreu no Congresso, para que mais uma ditadura no Brasil fosse implantada e lugar onde as garantias constitucionais não passam hoje de ilusões de que um dia este País tentou ser uma Nação civilizada.

Por sua vez, voltemos ao filme que vai ajudar os togados e meganhas partidários e, com efeito, parciais e ideológicos a publicizar as covardias perpetradas pela Lava Jato, que esses servidores públicos pagos a preço de ouro pelo contribuinte estão a viabilizar. Afinal, os agentes da Lava Jato tomaram o depoimento de 73 pessoas, a incluir como ouvinte dos delatores e presos, além de pessoas sem culpa no cartório que foram intimadas a falar sobre as supostas corrupções cometidas pelo ex-mandatário trabalhista Lula.

O problema é que todos os depoentes, ipsis litteris, afirmaram que nunca ouviram ou souberam de algo ou alguma coisa sobre o Lula ter cometido corrupção ou ter se encontrado com um dos depoentes e testemunhas para tratar de ações e gestos ilegais e criminosos. Veja bem: 73 pessoas, e se houvesse mais, certamente que os togados e meganhas terminariam em um vazio no que concerne a obter provas para colocar o líder popular na cadeia.

Pois esta é a intenção, mas haja powerpoint, convicções, acusações infundadas e perseguições dignas de covardes. Haja também más intenções por parte de policiais, juízes e procuradores, que talvez a partir de julho deste ano se tornem "astros" do cinema ao ponto de se rivalizarem com os atores e atrizes hollywoodianos. Durma-se com um barulho desses.

E não é que o diretor e os atores foram "treinar" nas dependências de órgãos públicos?! O propósito era ver in loco como caminham, se movimentam corporalmente e se expressam os "Intocáveis" do mundo corporativo estatal e que agora são "ilustres" personagens de um filme cujos patrocinadores e financiadores de tão discretos, simples e humildes que são, resolveram, generosamente, não repercutir ao público suas santificadas caridades.

Então tá: todo mundo é idiota! Ué, a sociedade é tratada como idiota pelos políticos golpistas, mídias de mercado e Judiciário politizado. Aliás, não se trata de um filme, pois é uma trilogia, ou seja, três filmes que serão lançados nos anos 2017, ano da quase consolidação do golpe burguês; 2018, ano das eleições presidenciais que podem ser suspensas, porque a direita não vai largar o osso depois de desmoralizar o País perante a comunidade internacional, além de destruir sua economia, bem como 2019 será o ano que o Brasil terá um novo presidente por intermédio de eleições diretas ou indiretas, a se ter um presidente eleito pelo povo ou um ditadorzinho latino-americano eleito, em 2018, pelo Congresso mais irresponsável, conservador e reacionário de toda a história do Brasil.

Será que o diretor Tomislav Blazic tem discernimento do que está acontecer neste república das bananas? Porque, ao observar os autores convidados para representar no filme, trata-se de profissionais que, em sua maioria, apoiaram o golpe cucaracha, com declarações dignas de analfabetos políticos, sendo que alguns participaram nas ruas das micaretas direitistas travestidas de protestos contra a corrupção.

Isto mesmo: contra a corrupção! E aí o que acontece? Esses coxinhas golpistas e tresloucados participam da deposição de uma mandatária acusada de ter cometido crimes de responsabilidade injustamente, porque Dilma Rousseff comprovadamente é honesta, bem como rasgaram 54,5 milhões de votos, sendo que milhões desses votos, indubitavelmente, são de pessoas que os coxinhas despolitizados, colonizados e de direita conhecem, inclusive intimamente, como seus parentes, amigos, colegas de trabalho e até mesmo desconhecidos.

Quem foi para as ruas é tão golpista, arbitrário e autoritário quanto os protagonistas do golpe de terceiro mundo. Os coxinhas celerados e agressivos não se importaram de tomar o poder mesmo ao preço de dividir o País e ter, irremediavelmente a partir do golpe, problemas em suas relações pessoais e interpessoais. Até os dias de hoje as famílias e, consequentemente, a sociedade estão divididas e obrigadas a conviver em um ambiente pesado, hostil e permeado pela intolerância que é o combustível do ódio.

Este é o País do diretor Tomislav Blazic! Ele sabe disso? Porque não é por ser diretor que um sujeito seja politizado ou saiba de maneira macro o que acontece e está em jogo neste País. E o que está em jogo? Respondo: a democracia que somente pode existir por meio de eleições livres e diretas.

No filme, o doleiro Alberto Youssef é preso mais uma vez por causa de sua vida de crimes. Será que o Blazic sabe que o Youssef é doleiro antigo do sistema de arrecadações legais e ilegais do PSDB, muito antes de o PT conquistar o poder central? Será que tal diretor sabe que o juiz Moro, do PSDB do Paraná, e seu parceiro de Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima são personagens centrais de um megaescândalo bilionário chamado de Banestado?

Será que o cineasta sabe que até hoje os ladrões de dinheiros públicos e de dinheiros privados não declarados às autoridades e enviados para contas no exterior, as famosas CC5, até hoje não foram resgatados e que ninguém foi preso, a não ser os buchas de canhões como o Youssef? Para bem informar o cineasta, o doleiro Alberto Yousseff, isca do juiz Moro e Cia já está solto, all rigth? O dedo duro de estimação da PF, do MPF e da Vara do Moro está agora a cumprir regime semiaberto. Youssef ficou apenas três anos preso e foi solto. Ora, vejam só(!), no aniversário da Lava Jato. Parabéns!

Enquanto isso, José Dirceu, que foi severamente punido pela teoria do domínio do fato, está encarcerado em prisão perpétua por decisão monocórdia de um juiz que cometeu inúmeros crimes e é blindado vergonhosamente pela imprensa de negócios privados e por seus parceiros e protetores da PGR, do TRF-4 e do STF.

Esta é a face dura e verdadeira da Justiça burguesa deste País selvagem, onde vicejam injustiças e prendem as pessoas sem suas culpas comprovadas. Em Terra Brasilis, "todo acusado é culpado até que ele prove que é inocente ou resolva delatar". É o fim da picada! Vivemos, sim, em uma ditadura jurídico-midiática disfarçada.

Por seu turno, o filme "Polícia Federal — A Lei é para todos" tem uma coisa boa: vai dar oportunidade aos canastrões da Lava Jato nas telas dos cinemas tupiniquins abarrotados de coxinhas que deram tiros em seus direitos trabalhistas e previdenciários. Os tresloucados comprovaram que não estão nem aí para a corrupção, bandeira que foi usada somente para derrubar a presidente trabalhista, como sempre ocorreu no Brasil, vide Getúlio Vargas e João Goulart.

A PF é canastrona e abre a cadeia para filme partidário e ideológico contra o Lula. Os atores tiveram a entrada franqueada para ver as "jaulas" de Marcelo Odebrecht e Eduardo Cunha. Afinal, o Brasil virou um circo por ser uma bagunça promovida por autoridades dos três poderes, com o apoio dos coxinhas.

Trata-se o filme de libelo direitista e propagandístico em favor da Lava Jato e orçado em R$ 14,8 milhões, até porque a operação de caráter político e midiático precisa ter fôlego até 2018 para que o presidente Lula não seja candidato e, quiçá, torne-se mais um preso e por isto impossibilitado de concorrer às eleições presidenciais.

Tomislav Blazic se diz satisfeito, porque, além de juntar inúmeros investidores para realizar o filme, os contratos têm cláusulas de confidencialidade. Aliás, mais confidencial do que os depoimentos e delações oficiais da Lava Jato que sempre são vazados seletivamente de forma a prejudicar o lado do PT e de suas lideranças e blindar o lado do PSDB e suas lideranças. Bingo! Blazic garante a confidencialidade com mais responsabilidade do que certos varões de Plutarco do Judiciário.
       
Porém, não esqueçamos: a questão primordial são as filmagens da condução coercitiva (sequestro praticado pelo estado contra um cidadão livre) de Lula. O delegado Igor Romário de Paula confirmou ao juiz Sérgio Moro que as filmagens foram feitas contra sua determinação. Não só Lula foi filmado em casa, nas ruas e no aeroporto, como também seu lar foi impiedosamente violado por agentes do estado e operadores da Lava Jato.

Estes fatos por si só seriam objetos de severas punições se o País fosse sério e se o poder público fosse republicano e não apenas se resumir a uma guarda pretoriana que trabalha para defender e proteger os interesses das oligarquias brasileiras, que são, indelevelmente, as mais atrasadas do mundo ocidental que se considera civilizado.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins está de olho, e avisou, em petição, sobre as filmagens: "(...) para que os envolvidos se abstenham de qualquer divulgação das imagens gravadas, preservando o sigilo do material. Reitera igualmente que seja apurada a prática de eventuais crimes decorrentes da violação de deveres funcionais pelos agentes públicos, que tinham o dever de preservar o sigilo do material e eventual participação de pessoas relacionadas ao filme, cujos investidores são mantidos em sigilo." O delegado Igor Romário de Paulo está a ser processo pelo ex-presidente Lula.

Para finalizar, além de o servidor Igor Romário de Paula ter reconhecido que Lula foi ilegalmente gravado, pois Moro determinou que não houvesse gravações, o ator Ary Fontoura, um cidadão que apoiou os movimentos golpistas em prol da deposição de Dilma Rousseff,  participou ainda de eventos nas ruas a se vestir de amarelo e a dar declarações contra Lula e Dilma, conforme se vê na internet.

O ator disse à revista Veja — a Última Flor do Fáscio — o que foi fazer na PF de Curitiba: "Vim sentir o clima da Lava-Jato e assistir às gravações que a PF fez da condução coercitiva do Lula". Isto mesmo. Não é ilusão e nem conversa fiada. Atores tiveram acesso às gravações da prisão de Lula em pleno embate entre o ex-presidente e os agentes da Lava Jato que não conseguem comprovar que Lula tenha cometido um único malfeito em um tempo de três anos. Repito: três anos!


A verdade é a seguinte: como atores reais da luta política, partidária e ideológica, os procuradores, juiz e delegados da PF da Operação Lava Jato são ótimos canastrões. A classe média chegou ao paraíso. É isso aí.
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Nº 21.120 - "A mensagem mais importante da nova pesquisa da praça. Por Paulo Nogueira"

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30/03/2017


A mensagem mais importante da nova pesquisa da praça. Por Paulo Nogueira



Diário do Centro doMundo - Postado em 30 Mar 2017por : Paulo Nogueira


Quanto mais batem, mais cresce


por Paulo Nogueira


Já disse algumas vezes, e sou obrigado a dizer mais uma: se eu fosse um barão da mídia, marcaria uma reunião com meus pares para ver o que está errado na caça a Lula.

Quanto mais a mídia bate, mais Lula cresce.

É o que mostra a mais recente pesquisa da praça, a Ipsos, divulgada hoje.

Entre os políticos, constatou a Ipsos, Lula é o personagem mais aprovado (38%) e menos rejeitado (59%). Desde fevereiro, ele ganhou sete pontos positivos — sob pedradas contínuas.

O que parece claro é que, quanto mais se agrava a crise política e econômica brasileira, mais Lula surge como uma esperança de reencontro com tempos bem melhores.

Contra isso, não há nada que a imprensa possa fazer. Os números altos de Lula são uma tragédia para a mídia. Não apenas porque as empresas jornalísticas o abominam, mas sobretudo por mostrarem a perda de influência de jornais, revistas etc.

A pesquisa sugere também que o golpe está cobrando um preço alto dos golpistas.

É particularmente interessante observar o desempenho dos líderes do PSDB. Aécio tem 74% de reprovação e 11% de aprovação. Alckmin, 67% e 16%. Serra, 70% e 20%.

O mentor intelectual do golpe, FHC, não aparece mais bonito na foto: 67% o reprovam contra 23% que o aprovam.

Também a situação de Doria, visto hoje como o plano B dos tucanos, não é exatamente entusiasmadora.

Hoje, ele é reprovado quase que pelo triplo das pessoas que o apoiam: 45% negativos contra 16% positivos.

Mas o fato maior do levantamento é mesmo Lula. Sua posição mostra não apenas sua força extraordinariamente resistente — mas também o bem-vindo enfraquecimento da mídia como influenciadora e manipuladora da sociedade.


Sobre o Autor


Paulo Nogueira. Jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Nº 21.119 - " 'O sistema da dívida quebra o Estado e impede os direitos sociais' "


30/03/2017

'O sistema da dívida quebra o Estado e impede os direitos sociais'

Maria Lucia Fattorelli explica e analisa a questão crucial, mas (talvez por isso) tão pouco debatida, da dívida pública brasileira.

Carta Maior - 29/03/2017


Rubens Goyatá Campante - Coordenador do Núcleo de Pesquisas da Escola Judicial do TRT-3ª Região


Sindicontas/PR
Sindicontas/PR

Há um discurso uníssono, oficial, no país: sem a reforma da Previdência Pública, proposta pelo governo Temer o país periga quebrar, ameaçando outros direitos sociais. A Previdência Social, como está, seria insustentável, garantem a grande mídia e o governo.  A solução seria uma reforma que penaliza profundamente o povo e os trabalhadores. A reforma da previdência, a reforma trabalhista recém-aprovada, a diminuição dos gastos sociais com saúde e educação, a entrega das riquezas nacionais, a volta do país a uma posição internacional subordinada, tudo isso faz parte de um objetivo: que o Estado beneficie uns poucos poderosos, pouco importando a imensa maioria da população.

Objetivo de um governo ilegítimo e, literalmente, reacionário - pois o espírito que o anima, que congrega todos que o apóiam, é a reação aos ganhos sociais que, mesmo insuficientes, caracterizaram a história recente brasileira. Chancelando esse programa, o discurso que garante: “o Estado está falido, gastou demais, de forma irresponsável e paternalista, com políticas públicas desarrazoadas, com direitos sociais excessivos......o jeito, agora, é fazer sacrifícios em prol da retomada do desenvolvimento, do emprego e da renda no futuro”. Sacrifícios sempre maiores para os mais pobres e futuro incerto, sempre postergado.

Mas há, realmente, desequilíbrio nas contas públicas? Se há, qual sua verdadeira origem? Maria Lucia Fattorelli responde que há, sim, desequilíbrio, mas que sua causa não é, de forma alguma, o investimento social, mas o gasto com uma dívida pública imensa, e deliberadamente mal explicada à população.

Auditora da Receita Federal por 30 anos, Maria Lucia Fattorelli tem estudado, há quase 20 anos, a dívida pública, como coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, uma organização sem fins lucrativos que tem se debruçado sobre um pesado jogo de interesses que traz ganhos nababescos a uma minúscula camada do setor financeiro e prejuízo ao povo e às contas públicas. Fattorelli tem o conhecimento de quem já estudou a fundo, munida da expertise de auditora, a dívida pública do Brasil e de países como o Equador e a Grécia. Na Grécia, ela fez parte, com outros especialistas internacionais, do Comitê pela Auditoria da Dívida Grega, trabalho semelhante ao que já havia feito, antes, no Equador, e que foi fundamental para o país reduzir em 70% o estoque de seu endividamento. No Brasil, na Grécia, no Equador, apesar das particularidades, a mesma situação básica: uma dívida pública que suga recursos do país e trava investimentos sociais. Uma dívida que é ilegítima e mesmo, em certos aspectos, ilegal. E numa época em que a corrupção está na ordem do dia, ela afirmou, certa vez: “a dívida pública pode ser vista como um mega-esquema de corrupção institucionalizado”.

A seguir, Maria Lucia Fattorelli explica e analisa essa questão crucial, mas (talvez por isso) tão pouco debatida, da dívida pública brasileira.

PERGUNTA: Você poderia começar explicando o que é a dívida pública, como ela se formou e como ela se desdobra em dívida externa e dívida interna, e como foi o trabalho da Auditoria Cidadã da Dívida no levantamento deste problema?

Teoricamente, a dívida pública abrangeria empréstimos contraídos pelo Estado junto a instituições financeiras públicas ou privadas, no mercado financeiro interno ou externo, bem como junto a empresas, organismos nacionais e internacionais, pessoas ou outros governos. Pode ser interna ou dívida externa, de acordo com a localização dos seus credores e com a moeda envolvida nas operações.

A origem oficial, portanto, da dívida pública seriam recursos, empréstimos, recebidos pelo Estado brasileiro. Afinal, dívida, de forma geral, é a contrapartida pelo recebimento de algum tipo de recurso, e com a dívida pública não deveria ser diferente.  Contudo, na prática, a Auditoria Cidadã da Dívida tem detectado a geração de dívida pública por meio de mecanismos meramente financeiros que não significam o ingresso de recurso algum.

O ciclo atual do endividamento brasileiro teve início na década de 1970, na modalidade de dívida externa, e, a partir do Plano Real, ocorreu a explosão da dívida interna.

O forte crescimento da dívida externa brasileira, a partir de 1971, decorreu do fim da paridade dólar-ouro nos Estados Unidos, por iniciativa do Banco Central norte-americano (FED), que é privado e controlado por grandes bancos privados. Esse fato possibilitou a impressão de grandes volumes de dólares que passaram a ser ofertados pelos bancos privados internacionais a diversos países, inclusive o Brasil, a taxas de juros aparentemente baixas, porém variáveis. Os bancos privados que controlavam o FED eram em grande parte os mesmos credores da dívida externa brasileira e de outros países que caíram na sedução da oferta de créditos baratos vinculados a taxas flutuantes.
No final da década de 1970, o FED passou a elevar as taxas de juros, que alcançaram 20,5% ao ano no início da década de 1980, provocando a chamada “crise da dívida” de 1982, utilizada como justificativa para a interferência do FMI em assuntos internos do país. Assim, desde 1983, quando assinamos a primeira Carta de Intenções com o FMI, este organismo tem sido um dos grandes responsáveis pelo crescimento da dívida pública brasileira e pela submissão ao modelo econômico que emperra o nosso país e impede o nosso desenvolvimento socioeconômico.

Vários fatos graves marcaram as sucessivas negociações da dívida externa. Cabe ressaltar os seguintes aspectos, documentados durante a CPI da Dívida Pública, concluída em 2010, na Câmara dos Deputados:

1) Os contratos disponibilizados à CPI comprovaram apenas uma parte que não chega a 20% do estoque da dívida externa com bancos privados internacionais na década de 1970;

2) A partir de 1983, as dívidas do setor privado (nacional e internacional instalado no país) foram transferidas ao Banco Central do Brasil, mediante contratos firmados em Nova York e regidos pelas leis de NY, em completa afronta à soberania;

3) Em 1992, há forte suspeita de prescrição da dívida externa com bancos privados internacionais, que correspondia a quase 90% de toda a dívida externa brasileira;

4) Em 1994, essa dívida suspeita de prescrição foi trocada por títulos, no chamado Plano Brady, em Luxemburgo, conhecido paraíso fiscal;

5) A partir daí, esses títulos passaram a ser trocados por dívida interna (a juros que chegavam a 49% ao ano!) ou utilizados como moeda para comprar empresas privatizadas a partir de 1996.

A explosão da dívida interna se deu a partir do Plano Real e ela vem crescendo aceleradamente, principalmente devido à política monetária exercida pelo Banco Central: elevadíssimas taxas de juros (que não servem para controlar o tipo de inflação que existe no Brasil); operações de enxugamento de moeda com farta remuneração aos bancos por isso; a contabilização de juros como se fosse amortização, entre outros que geram centenas de bilhões de reais de “dívida pública”, sem contrapartida alguma!

Fica claro, portanto, que a dívida pública, historicamente, não tem funcionado como instrumento de financiamento do Estado, mas como uma engrenagem que promove contínua transferência de recursos públicos para o setor financeiro privado nacional e internacional. O privilégio do gasto com a dívida é revelado na execução orçamentária federal. No ano passado, quase 44 % do orçamento geral da União executado destinou-se ao pagamento de juros e amortizações da dívida.

Além de absorver quase a metade do orçamento federal e boa parte dos orçamentos estaduais e municipais, a chamada dívida pública tem sido a justificativa para contínuas contrarreformas, como a da Previdência; privatizações, além de outras medidas de ajuste fiscal, como o aumento da desvinculação das receitas da União (DRU) e dos entes federados (DREM) para 30%, e a Emenda Constitucional 95 que estabeleceu teto somente para as despesas primárias – por 20 anos! – para que sobrem mais recursos ainda para as despesas não primárias, que são justamente as despesas financeiras com a dívida.

Por tudo isso, a Auditoria Cidadã da Dívida insiste na reivindicação de uma completa auditoria dessa dívida, com participação social, pois sequer sabemos para quem devemos, já que o nome dos detentores dos títulos da dívida pública brasileira é, por incrível que pareça, informação sigilosa!!!

É preciso levar essas informações a toda a sociedade que está pagando essa pesada conta. Por isso é importante incentivar a participação de todos na Consulta Nacional sobre Reformas e Auditoria da Dívida (www.consultanacional2017.com.br) .


PERGUNTA: O Brasil passa, atualmente, por um período de reformas do Estado, sob a justificativa de que este enfrenta uma crise financeira profunda. Não só o atual governo federal tem proposto cortes profundos em investimentos e direitos sociais (e a reforma da Previdência está na pauta, punindo os trabalhadores), como os estados encontram-se, quase todos, em situação desesperadora. O que a questão da dívida pública tem a ver com isso?

A crise atual é uma crise totalmente desnecessária, fabricada principalmente pela política monetária suicida praticada pelo Banco Central, que, além de criar cenário de escassez de recursos, o que impede a realização de investimentos geradores de emprego e renda, gera despesa elevadíssima que sobrecarrega o orçamento público e cria mais dívida pública ainda.

Sob o argumento de “controlar a inflação”, o Banco Central do Brasil tem aplicado uma política monetária fundada em dois pilares: (1) adoção de juros elevados e (2) redução da base monetária, ou seja, do volume de moeda em circulação. Na prática, tais instrumentos têm se mostrado um completo fracasso.

Além de não controlar a inflação, os juros elevados têm afetado negativamente não só a economia pública %u212 provocando o crescimento exponencial da dívida pública, que exige crescentes cortes em investimentos essenciais %u212, mas também tem afetado negativamente a indústria, o comércio e a geração de empregos.

Por sua vez, a redução da base monetária utiliza mecanismos que enxugam mais de um trilhão de reais dos bancos, instituindo cenário de profunda escassez de recursos, o que acirra a elevação das taxas de juros de mercado e empurra o País para essa profunda crise socioeconômica.
Adicionalmente, o Banco Central remunera os bancos por esse volume brutal de recursos, onerando pesadamente o orçamento federal.

Segundo o famoso economista francês Thomas Piketty, seria um suicídio deixar de utilizar, em momentos de crise, o instrumento de emissão de moeda e a prática de juros baixos. No Brasil, o Banco Central tem feito o contrário e, adicionalmente, ainda alimenta o mercado com ração muito cara: operações de swap cambial que têm gerado centenas de bilhões de reais de prejuízos que são pagos à custa de emissão de mais títulos da dívida pública!

O rombo das contas públicas no Brasil decorre desses gastos financeiros. E dizem que são os direitos sociais que prejudicam o equilíbrio fiscal do Estado, mas, na verdade, é o sistema da dívida pública que quebra o Estado e impede os direitos sociais.

Então, a reforma da Previdência decorre dessa ganância insaciável do mercado financeiro, de abocanhar a fatia de recursos que ainda é destinada à Previdência, que atinge mais de 60 milhões de pessoas no Brasil e é o maior programa de distribuição de renda, para destiná-la ao pagamento de juros da chamada dívida pública.

PERGUNTA: Além do fato de aumentar enormemente o mercado de Previdência Privada......

Sim, certamente, a cada vez que o governo vem a público, com o falacioso discurso de “déficit”, ele presta um serviço ao mercado financeiro, pois muitas pessoas acabam sendo empurradas para adquirir planos privados de previdência, gerando um grande volume de negócios para o setor financeiro.

PERGUNTA: O sistema financeiro foi desenvolvido, originalmente, para ser um meio, e não um fim, isto é, sua função seria a de apoiar, de capitalizar, a economia real, da produção, do comércio. Mas parece que, de uns tempos para cá, a especulação financeira, os ganhos nababescos auferidos com um “dinheiro” que não tem lastro palpável, tornaram-se hegemônicos, e a economia real passou a ficar a reboque.  Isso é um elemento fundamental de uma crise mundial que não é só econômica, mas social, com o aumento da desigualdade e da exclusão, e também política, com o recrudescimento da extrema direita, do racismo, da xenofobia, da violência, etc. Você concordaria com essa avaliação a respeito da hegemonia do sistema financeiro especulativo e de suas consequências? Se sim, qual o papel que a dívida pública desempenharia nessa situação?

O atual modelo capitalista entrou em uma fase de financeirização cada dia mais aprofundada. O setor financeiro domina o poder político na maioria dos países, bancando campanhas eleitorais; e ele domina não só o próprio mercado financeiro, como detém a propriedade de empresas estratégicas, adquiridas nos questionáveis processos de privatizações mundo afora.

Um importante estudo acadêmico realizado em 2011 -  A rede de controle corporativo global,, revelou a impressionante concentração de poder e propriedade, de parte relevante da economia mundial, nas mãos de reduzido grupo de instituições bancárias,  A investigação partiu da amostra composta pelos 43.000 maiores negócios do mundo e descobriu a existência de mais de um milhão de vínculos de propriedades entre eles. Revelou que 40% do controle daqueles 43.000 maiores negócios mundiais está concentrado nas mãos de apenas 147 instituições proprietárias, que conformam um núcleo altamente conectado entre si. A maioria desse núcleo - 75% - são entidades financeiras, e a propriedade dessas 147 instituições está nas mãos de pouco mais de 50 grandes bancos, que possuem o controle do núcleo.

Essa concentração de poder, controle e propriedade dos negócios mundiais nas mãos dos bancos tem permitido a interferência deles em políticas e decisões governamentais estratégicas, concretizada nessa  hegemonia financeira que você mencionou.

A dívida pública tem sido um dos principais alimentos desse capitalismo financeirizado, favorecendo a concentração de renda no setor financeiro e aumentando ainda mais o seu poder. Por isso, o endividamento é um problema presente em quase todos os países capitalistas.

No Brasil, estatísticas do próprio Banco Central demonstram que em 2015, apesar da desindustrialização, da queda no comércio, do desemprego e da retração do PIB em quase 4%, o lucro dos bancos alcançou o patamar de R$ 96 bilhões e foi 20% superior ao de 2014.


PERGUNTA: Você acha que o problema da dívida pública, que ultrapassa a questão meramente econômica, recebe a devida atenção na Academia, na mídia e em outros canais de discussão e expressão?

Infelizmente, não. É um tema bloqueado até mesmo nas faculdades de economia, onde a dívida aparece apenas de passagem, como uma das variáveis econômicas, comparada com o próprio dinheiro, como se a dívida fosse uma outra forma de recurso, de moeda. Ou seja, uma visão totalmente descolada do papel que a chamada dívida pública exerce na prática.

Poucas pessoas se dedicam ao estudo do endividamento, dissecando os contratos desde a sua origem e os mecanismos que geram dívida continuamente. A maioria parte do senso comum, de que se existe uma dívida, houve o ingresso do recurso e estaria tudo certo. Mas não é bem assim. A experiência de auditorias cidadãs, tanto no Brasil como em outras partes do mundo, tem demonstrado a atuação do que denominamos “Sistema da Dívida”, que corresponde à utilização do endividamento público às avessas, ou seja, em vez de servir para aportar recursos ao Estado, o processo de endividamento tem funcionado como um instrumento que promove uma contínua e crescente subtração de recursos públicos, que são direcionados principalmente ao setor financeiro privado. É por isso que é tão importante realizar a auditoria dessas dívidas, a fim de mostrar a verdade e segregar o que é dívida legítima e ilegítima.

PERGUNTA: Já que é tão importante, realmente, conhecer e discutir essa questão da dívida pública, essas informações que a senhora passa estão disponíveis e acessíveis em algum local?

Sim. Temos diversos artigos e publicações disponíveis em nossa página www.auditoriacidada.org.br e no facebook: Auditoria Cidadã da Dívida (organização).

O respaldo das informações que mencionei aqui pode ser verificado também nas Análises Técnicas que realizamos para a CPI da Dívida Pública, disponíveis em
http://www.auditoriacidada.org.br/blog/2016/08/15/documentos-da-cpi-da-divida-publica-20092010/


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Nº 21.118 - "Ministros de Temer oferecem cargos em troca do fim da 'rebeldia' de Renan"


30/03/2017


Ministros de Temer oferecem cargos em troca do fim da "rebeldia" de Renan



Jornal GGN -QUI, 30/03/2017 - 16:36ATUALIZADO EM 30/03/2017 - 16:37




Jornal GGN - Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) se reuniram com o senador Renan Calheiros a portas fechadas, na quarta-feira (29), com o intuito de descobrir como acabar com a "rebeldia" do líder do PMDB no Senado.

Renan tem dado dores de cabeça ao governo Temer, negando publicamente apoio às reformas impopulares que estão no forno, como a da Previdência e a trabalhista, além de repudiar o projeto de terceirização que está na mesa do presidente da República, aguardando sanção.

Segundo reportagem do Estadão, Moreira e Padilha ofereceram a Renan  a recriação do Ministério de Portos. Em troca, o senador teria de se comprometer a apoiar as reformas do governo.

Em resposta ao jornal, Renan disse que Temer tem um problema na coalizão: deu muito espaço a partidos pequenos, enquanto alas do PMDB - como a dele - se sentem desprestigiadas.

“O PMDB se sente fora do governo, mas eu, pessoalmente, não quero cargo nenhum. Seria o meu completo esvaziamento na bancada”, disse Renan ao Estado. “O que não podemos deixar de constatar é que há uma dificuldade nessa coalizão, na qual os partidos menores ocupam os maiores espaços.”

Ele negou, contudo, que esteja em busca de cargos, apenas. Disse que sua intenção é ver as reformas "calibradas" e reafirmou que do jeito que estão, nenhuma delas têm condições de passar pelo Congresso, pois será suicídio eleitoral.

“Há hoje o sentimento de que, quando o governo acabar, acabou o PMDB. Não dá para ser assim. Precisamos preparar o partido para eleger senadores, em 2018, e também ter um projeto”, insistiu Renan, que é candidato à reeleição. Renan Filho, governador de Alagoas, também disputará o segundo mandato. "O que o governo precisa é conversar, e não enviar medidas para o Congresso sem diálogo, sem nada. Há muita improvisação",disse ele, segundo o Estadão.

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Nº 21.117 - "HUCK, O RETORNO, É PROJETO DA DIREITA DESESPERADA"


30/03/2017


HUCK, O RETORNO, É PROJETO DA DIREITA DESESPERADA


Brasil  247 - 30 DE MARÇO DE 2017 ÀS 08:14




O projeto "Luciano Huck, o retorno" é o último recurso da direita brasileira para enfrentar o ex-presidente Lula em 2018 ou antes, caso Michel Temer seja cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral e a pressão popular garanta diretas já; essa ideia esdrúxula, que tem o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nasceu em 2011, com uma capa de Veja, chamada "a reinvenção do bom-mocismo", mas foi logo abortada diante das fragilidades de Huck, sempre muito próximo de personalidades como Sergio Cabral, Eike Batista e Aécio Neves; agora, como o que sobrou à direita após o golpe foram Jair Bolsonaro e João Doria, o novo Jânio Quadros, FHC tenta testar novos nomes para evitar o colapso de seu partido; os atributos de Huck, depois da deslegitimação da política, seriam sua base de seguidores no Twitter e o fato de supostamente ser "bonzinho".


247 – Os três principais nomes do PSDB, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, estão praticamente eliminados da sucessão presidencial, com taxas de reprovação de 74%, 70% e 67%, respectivamente, segundo aponta pesquisa Ipsos  (leia aqui).

Ao PSDB, sobrou o prefeito de São Paulo, João Doria, que não inspira confiança na cúpula do partido, por ser uma espécie de novo Jânio Quadros.

Diante desse cenário de terra arrasada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sacou da cartola a reedição de um plano que foi testado, pela primeira vez, em 2011.

Trata-se do projeto "Luciano Huck, o retorno". Em 2011, o apresentador da Globo foi tema de uma esdrúxula capa de Veja, com a chamada "A reinvenção do bom-mocismo". Antes, Huck dera entrevistas a outras publicações, como a extinta Alfa, da Abril, falando de seus projetos políticos.


Hoje, seis anos depois, ele voltou à carga, numa entrevista à Folha, em que disse que é hora de sua geração assumir o comando, com o lema, "bicho, vamos usar nosso poder para o bem" (leia mais aqui).).

Numa era de judicialização e deslegitimação da política, caminho encontrado pelo PSDB para tentar enfrentar o PT após quatro derrotas presidenciais, a aposta agora é numa celebridade que tenha muitos seguidores no Twitter, dinheiro para bancar sua campanha e fama de bonzinho.

É nesse contexto que se encaixa a candidatura Huck, que, na prática, simboliza apenas o desespero da direita brasileira, tragada por seu moralismo sem moral.

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Nº 21.116 - "Bresser: Judiciário e PF destroem o Brasil"



30/03/2017

Bresser: Judiciário e PF destroem o Brasil


Sem controle, tornam-se uma ameaça à Democracia e à Economia


Conversa Afiada - publicado 30/03/2017


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Conversa Afiada reproduz da Fel-lha inspirado artigo do professor Bresser-Pereira​, que se dedica, no momento, a construir um "projeto de nacionalismo econômico", que Ciro Gomeselogiou, em entrevista à TV Afiada.
Nada é mais simples do que transformar a moral em um sistema de regras absolutas sobre as quais não há qualquer possibilidade de compromisso.

Muitos adotam a retórica da moralidade, da moralidade perfeita, a qualquer custo. O farisaísmo é sempre um tranquilizador perfeito da consciência.

Será razoável o que fazemos com o Brasil ao adotar essa "filosofia"?

Primeiro, temos os abusos da Lava Jato. A operação começou moralizando o país, mas em seguida desrespeitou direitos básicos. Está destruindo nossas grandes empresas de construção.

Houve corrupção na Petrobras? As práticas corruptas são antigas nas obras públicas? Valeu a pena encontrar os culpados e puni-los? Sem dúvida. Mas faz sentido usar da coerção para extrair delações e "vazar" imediatamente seu conteúdo para a imprensa?

Faz sentido não distinguir o caixa dois, já parte dos usos e costumes do financiamento de campanhas no Brasil, das propinas (oferecer obras ou emendas legislativas em troca de dinheiro)? Vale a pena desmoralizar todos os políticos brasileiros? Vale a pena realizar uma cruzada contra as empresas, ao invés de apressar e simplificar os acordos de leniência?

Definitivamente, não vale.

E agora tivemos a Operação Carne Fraca. Faz sentido a publicidade que a Polícia Federal deu a ela? Faz sentido anunciar ao mundo que a produção de carne do Brasil não está sendo devidamente fiscalizada?

É provável que de fato ocorram problemas na fiscalização. A ação escandalosa da Polícia Federal, no entanto, vendeu a ideia de que as grandes empresas exportadoras de carne -patrimônios da sociedade brasileira, assim como as construtoras- são todas corruptas. Isso também não faz o menor sentido.

Pode fazer, contudo, para os defensores da moralidade absoluta.

Sim, precisamos de moralidade. Sim, precisamos punir a corrupção. Mas de maneira razoável, pragmática, sem violência. Na vida social -e, mais ainda, na política-, os valores são fundamentais.

A Operação Lava Jato representou uma conquista enquanto processava e punia políticos, lobistas e funcionários envolvidos diretamente em propinas. Transformou-se depois em ameaça quando assumiu caráter partidário. Tornou-se ameaça ainda maior quando revelou que as propinas não eram relacionadas apenas ao PT.

Quando a Constituição de 1988 deu independência e poder ao Ministério Público, encarei como uma vitória. Quando a Polícia Federal foi reformada e prestigiada no governo Lula, igualmente comemorei.

Vejo agora, todavia, que o Poder Judiciário e a Polícia Federal estão saindo do controle da sociedade. Transformaram-se em poder perigoso para os destinos da democracia e do desenvolvimento brasileiro.

Sim, queremos mais honestidade na condução da vida empresarial e da vida pública, mas os padrões éticos são uma construção social, como também o são a construção da nação e do Estado.

Uma construção que está hoje ameaçada pelo ressentimento, pelo radicalismo e pelo ódio.

Não destruamos o Brasil. A moralidade é um valor maior, mas não o único, e não pode ser assegurada a qualquer custo.


LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas. Foi ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia (governo FHC)

__________

NAVALHA






Na mesma página da Fel-lha, contempla-se deprimente manifestação de petulância e moralismo udenista da pior qualidade, num artigo de Procuradores da República, essa categoria que procura o que quer achar, porque, em três anos de "força tarefa", não encanaram um único tucano...

O título da peça propagandistica é "Abusando de mentiras", como se o gerúndio fosse tempo verbal que se recomendasse... (Nem isso eles sabem...)

São eles Carlos Fernando dos Santos Lima - que aparece em fotografia no "laboratório de interpretação" para o filme "A Lei é para todos, menos para tucano" - Carlos Noronha e Roberson Pozzobon.

A ausência do PowerPoint Dallagnol fala por si mesma...

Além do mais, os procuradores-atores descem a lenha no projeto que o senador Requião relata, o que contém o abuso de autoridade.

Como ensina o professor Bresser: o que eles querem é assumir o controle do Poder e da Economia.

Impunemente.

PHA

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Nº 21.115 - "Ipsos: para 90% Brasil está no caminho errado; Lula tem a maior aprovação entre os políticos"


30/03/2017

Lula tem a maior aprovação entre os políticos

Ipsos: para 90% Brasil está no caminho errado; Lula tem a maior aprovação entre os políticos


Diário do Centro do Mundo -  Postado em 30 de março de 2017 às 8:26 am



Do estadão:

Não adiantou liberar dinheiro do FGTS. Tampouco transpor o São Francisco. A popularidade de Michel Temer não aumentou em março. Pesquisa nacional Ipsos – divulgada aqui em primeira mão – mostra oscilação de 59% para 62% na taxa dos que acham o governo Temer ruim ou péssimo.

Após passar por um vale em janeiro e fevereiro, o presidente voltou ao pico impopular que alcançara em dezembro. Mudar a pergunta não ajuda. Indagados se aprovam ou desaprovam a atuação de Temer, 78% ainda dizem desaprová-la.

A desaprovação é mais alta do que a taxa de ruim e péssimo porque não existe a opção de o entrevistado ficar “no muro” e responder “regular”, como na questão sobre avaliação do governo.

As más notícias não param. Para 90%, o Brasil está no caminho errado. São 3 pontos a mais do que a taxa encontrada no mês passado. Mas não só: é a maior desde que Temer chegou ao poder. Beira os recordes 94% de um ano atrás, durante o governo Dilma.

Quase todas as comparações são desfavoráveis ao presidente. Temer é o terceiro político mais impopular do Brasil. Só não é líder da categoria graças aos correligionários Renan Calheiros (83% de desaprovação) e Eduardo Cunha (87%). O trio do PMDB protagonista no impeachment é ainda mais desaprovado do que a alvo do processo. Dilma Rousseff segue sendo rejeitada por 74%.

Espera-se nos próximos dias a divulgação da pesquisa trimestral do Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a avaliação do governo e as condições do país. Se o resultado for na mesma direção, será uma infeliz coincidência. A confirmação da impopularidade do atual governo vem junto com o início do julgamento da chapa Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral que pode terminar com a cassação do mandato presidencial.

(…)

Entre 20 políticos testados na pesquisa Ipsos, Lula tem a maior taxa de aprovação: 38%. Com 59% de desaprovação, ele está longe da unanimidade que sonhou ser, mas ganhou sete pontos positivos desde fevereiro. Nenhum outro filiado a partido é mais aprovado do que o petista.

(…)

Novo prefeito de São Paulo, João Doria é o tucano mais bem colocado no ranking do Ipsos: 45% desaprovam sua atuação, 16% aprovam e 39% dos brasileiros não o conhecem o suficiente. Desconhecimento é sua vantagem comparativa dentro do partido.

Outros nomes do PSDB são mais conhecidos e mais desaprovados que ele. O senador Aécio Neves tem 74% de desaprovação e 11% de aprovação; o governador Geraldo Alckmin (SP), 67% e 16%; FHC, 67% e 23%; o senador José Serra, 70% e 20%, respectivamente.

(…)

Nº 21.114 - "Lula: É mentira que a terceirização vai criar emprego e melhorar salário; em lugar nenhum no mundo ela beneficiou o trabalhador; veja vídeo"

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30/03/2017


Lula: É mentira que a terceirização vai criar emprego e melhorar salário; em lugar nenhum no mundo ela beneficiou o trabalhador; veja vídeo


Do Viomundo - 29 de março de 2017 às 19h09


Logo após a votação da terceirização na Câmara dos Deputados: as fotos do plenário e da mesa são de Lula Marques, da Agência PT
 
Logo após a votação da terceirização na Câmara dos Deputados: as fotos do plenário e da mesa são de Lula Marques, da Agência PT

Lula: “Eu não me conformo de ver o cinismo dessa gente que aprovou a terceirização, quase que levando os trabalhadores a ficar sem nenhum direito”.

da página do PT no Facebook

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Nº 21.113 - "Pesquisas 'sumiram' para preparar Dória"

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30/03/2017


Pesquisas “sumiram” para preparar Dória



Do Tijolaço · 30/03/2017


pesqdoria


Por Fernando Brito


Ano passado, em plena onda do impeachment, o Datafolha divulgou pesquisas de intenção de voto presidencial para 2018 em fevereiro, em março e em abril. Antes, fizera uma em dezembro de 2015

Na época, Lula ficava em situação de empate técnico – pouco atrás ou pouco à frente – de Marina Silva e de Aécio Neves. E perdia em todas as simulações de 2° turno, com larga margem…

Estamos fechando março e, depois que os números, em dezembro passado, passaram a favorecer Lula e mostrar o inferno astral dos tucanos, nenhuma pesquisa mais…

Também não apareceu a pesquisa que Lauro Jardim diz ter sido realizada entre os dias 16 e 19 deste mês, pelo Ibope, a mando da Confederação Nacional das Indústrias.


O caldeirão dos institutos está cozinhando um suculento João Dória, feito de picadinho de Aécio e Alckmin.

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Nº 21.112 - "A sombra do estado de exceção se ergue sobre nós"


30/03/2017


A sombra do estado de exceção se ergue sobre nós


Resultado de imagem para lula

Do Facebook 30/03/2017



Eduardo Affine Neto
8 h

A sombra do estado de exceção se ergue sobre nós

Lula, em artigo na Folha, hoje

Em mais de 40 anos de atuação pública, minha vida pessoal foi permanentemente vasculhada -pelos órgãos de segurança, pelos adversários políticos, pela imprensa. Por lutar pela liberdade de organização dos trabalhadores, cheguei a ser preso, condenado como subversivo pela infame Lei de Segurança Nacional da ditadura. Mas jamais encontraram um ato desonesto de minha parte.


Sei o que fiz antes, durante e depois de ter sido presidente. Nunca fiz nada ilegal, nada que pudesse manchar a minha história. Governei o Brasil com seriedade e dedicação, porque sabia que um trabalhador não podia falhar na Presidência. As falsas acusações que me lançaram não visavam exatamente a minha pessoa, mas o projeto político que sempre representei: de um Brasil mais justo, com oportunidades para todos.

Às vésperas de completar 71 anos, vejo meu nome no centro de uma verdadeira caçada judicial. Devassaram minhas contas pessoais, as de minha esposa e de meus filhos; grampearam meus telefonemas e divulgaram o conteúdo; invadiram minha casa e conduziram-me à força para depor, sem motivo razoável e sem base legal. Estão à procura de um crime, para me acusar, mas não encontraram e nem vão encontrar.

Desde que essa caçada começou, na campanha presidencial de 2014, percorro os caminhos da Justiça sem abrir mão de minha agenda. Continuo viajando pelo país, ao encontro dos sindicatos, dos movimentos sociais, dos partidos, para debater e defender o projeto de transformação do Brasil. Não parei para me lamentar e nem desisti da luta por igualdade e justiça social.

Nestes encontros renovo minha fé no povo brasileiro e no futuro do país. Constato que está viva na memória de nossa gente cada conquista alcançada nos governos do PT: o Bolsa Família, o Luz Para Todos, o Minha Casa, Minha Vida, o novo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o Programa de Aquisição de Alimentos, a valorização dos salários -em conjunto, proporcionaram a maior ascensão social de todos os tempos.

Nossa gente não esquecerá dos milhões de jovens pobres e negros que tiveram acesso ao ensino superior. Vai resistir aos retrocessos porque o Brasil quer mais, e não menos direitos.
Não posso me calar, porém, diante dos abusos cometidos por agentes do Estado que usam a lei como instrumento de perseguição política. Basta observar a reta final das eleições municipais para constatar a caçada ao PT: a aceitação de uma denúncia contra mim, cinco dias depois de apresentada, e a prisão de dois ex-ministros de meu governo foram episódios espetaculosos que certamente interferiram no resultado do pleito.

Jamais pratiquei, autorizei ou me beneficiei de atos ilícitos na Petrobras ou em qualquer outro setor do governo. Desde a campanha eleitoral de 2014, trabalha-se a narrativa de ser o PT não mais partido, mas uma “organização criminosa”, e eu o chefe dessa organização. Essa ideia foi martelada sem descanso por manchetes, capas de revista, rádio e televisão. Precisa ser provada à força, já que “não há fatos, mas convicções”.

Não descarto que meus acusadores acreditem nessa tese maliciosa, talvez julgando os demais por seu próprio código moral. Mas salta aos olhos até mesmo a desproporção entre os bilionários desvios investigados e o que apontam como suposto butim do “chefe”, evidenciando a falácia do enredo.

Percebo, também, uma perigosa ignorância de agentes da lei quanto ao funcionamento do governo e das instituições. Cheguei a essa conclusão nos depoimentos que prestei a delegados e promotores que não sabiam como funciona um governo de coalizão, como tramita uma medida provisória, como se procede numa licitação, como se dá a análise e aprovação, colegiada e técnica, de financiamentos em um banco público, como o BNDES.

De resto, nesses depoimentos, nada se perguntou de objetivo sobre as hipóteses da acusação. Tenho mesmo a impressão de que não passaram de ritos burocráticos vazios, para cumprir etapas e atender às formalidades do processo. Definitivamente, não serviram ao exercício concreto do direito de defesa.

Passados dois anos de operações, sempre vazadas com estardalhaço, não conseguiram encontrar nada capaz de vincular meu nome aos desvios investigados. Nenhum centavo não declarado em minhas contas, nenhuma empresa de fachada, nenhuma conta secreta.

Há 20 anos moro no mesmo apartamento em São Bernardo. Entre as dezenas de réus delatores, nenhum disse que tratou de algo ilegal ou desonesto comigo, a despeito da insistência dos agentes públicos para que o façam, até mesmo como condição para obter benefícios.

A leviandade, a desproporção e a falta de base legal das denúncias surpreendem e causam indignação, bem como a sofreguidão com que são processadas em juízo. Não mais se importam com fatos, provas, normas do processo. Denunciam e processam por mera convicção -é grave que as instâncias superiores e os órgãos de controle funcional não tomem providências contra os abusos.

Acusam-me, por exemplo, de ter ganho ilicitamente um apartamento que nunca me pertenceu -e não pertenceu pela simples razão de que não quis comprá-lo quando me foi oferecida a oportunidade, nem mesmo depois das reformas que, obviamente, seriam acrescentadas ao preço. Como é impossível demonstrar que a propriedade seria minha, pois nunca foi, acusam-me então de ocultá-la, num enredo surreal.

Acusam-me de corrupção por ter proferido palestras para empresas investigadas na Operação Lava Jato. Como posso ser acusado de corrupção, se não sou mais agente público desde 2011, quando comecei a dar palestras? E que relação pode haver entre os desvios da Petrobras e as apresentações, todas documentadas, que fiz para 42 empresas e organizações de diversos setores, não apenas as cinco investigadas, cobrando preço fixo e recolhendo impostos?

Meus acusadores sabem que não roubei, não fui corrompido nem tentei obstruir a Justiça, mas não podem admitir. Não podem recuar depois do massacre que promoveram na mídia. Tornaram-se prisioneiros das mentiras que criaram, na maioria das vezes a partir de reportagens facciosas e mal apuradas. Estão condenados a condenar e devem avaliar que, se não me prenderem, serão eles os desmoralizados perante a opinião pública.

Tento compreender esta caçada como parte da disputa política, muito embora seja um método repugnante de luta. Não é o Lula que pretendem condenar: é o projeto político que represento junto com milhões de brasileiros. Na tentativa de destruir uma corrente de pensamento, estão destruindo os fundamentos da democracia no Brasil.

É necessário frisar que nós, do PT, sempre apoiamos a investigação, o julgamento e a punição de quem desvia dinheiro do povo. Não é uma afirmação retórica: nós combatemos a corrupção na prática.

Ninguém atuou tanto para criar mecanismos de transparência e controle de verbas públicas, para fortalecer a Polícia Federal, a Receita e o Ministério Público, para aprovar no Congresso leis mais eficazes contra a corrupção e o crime organizado. Isso é reconhecido até mesmo pelos procuradores que nos acusam.

Tenho a consciência tranquila e o reconhecimento do povo. Confio que cedo ou tarde a Justiça e a verdade prevalecerão, nem que seja nos livros de história. O que me preocupa, e a todos os democratas, são as contínuas violações ao Estado de Direito. É a sombra do estado de exceção que vem se erguendo sobre o país.

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