domingo, 31 de outubro de 2010

Contraponto 3797 - A vitória de Dilma

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31/10/2010


Dilma venceu. O Brasil vai dormir tranquilo.
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Contraponto 3796 - "A fala de Dilma"


31/10/2010

A fala de Dilma

Do Tijolaco - 31/10/2010

Transmissão encerrada. Abaixo, a transcrição:

Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui.

Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida.

Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.

Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.

Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.

Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.

Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.

Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões.

O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família.

É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.

A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro.

Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos.

Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público.

Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo.

Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.

Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas.

Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde.
Me comprometi também com a melhoria da segurança pública.

Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos.

Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade.

É aquela que convive com o meio ambiente sem agredi-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa.

Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho.

Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós.

Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta.

Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado.

Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo.

Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união.

União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada,

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Contraponto 3795 - "Dilma representa luta que 'vem de longe' "

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31/10/2010


Fio da História

Dilma representa luta que “vem de longe”

Café da manhã no dia histórico

Escrivinhador - publicada domingo, 31/10/2010 às 09:27
e atualizada domingo, 31/10/2010 às 10:43

Rodrigo Vianna

Serra não deu as caras pela manhã nesse dia decisivo. Ele prefere a noite e as sombras. Dilma começou a jornada com um café-da-manhã simbólico em Porto Alegre: ao lado de Alceu Collares (PDT), Olívio Dutra e Tarso Genro (PT). Já escrevi aqui que Dilma é o reencontro do PT com o trabalhismo de origem varguista.

Depois de lutar contra a ditadura em organizaçções de esquerda marxista, Dilma optou pelo PDT quando a democracia voltou, nos aos 80. Esteve ao lado de Brizola, foi secretária de Alceu Collares no governo gaúcho. E não renega essa história, assim como não renega o passado de resistência à ditadura.

Brizola, esse grande brasileiro, costumava dizer: “venho de longe, de muito longe”. A frase tinha um sentido duplo: ele queria dizer que vinha de uma cidadezinha lá do interior gaúcho, e ao mesmo tempo que representava uma corrente de lutas enraizada no imaginário popular. Era um contraponto ao PT – que na época imaginava que as lutas populares no Brasil tinham começadao em 79, com as greves do ABC.

Dilma vem de longe, sim!

Dilma representa as lutas sociais do Brasil, e poderíamos ir buscar esse fio da história lá nas lutas anti-coloniais e anti-escravistas – de Tiradentes e Zumbi. Mas fiquemos no passado mais recente. Dilma é o tenentismo que lutou contra a República Velha. Dilma é o trabalhismo de esquerda. Dilma é o nacionalismo de Vargas – com Petrobrás, BNDES e o fortalecimento do Estado. Não é à toa que o ódio da elite anti-nacional contra Vargas tenha reaparecido agora com o ódio contra Lula e Dilma.

A candidata petista vem de muito longe.

Dilma é a Campanha da Legalidade em 61 – movimento em que Brizola resistiu contra o golpe, entricheirando-se no Palácio do Piratini e convocando a Rede da Legalidade.

Dilma é Luiz Carlos Prestes. Dilma é Arraes. Dilma é Francisco Julião e suas Ligas Camponesas.

Dilma é a resistência ao Golpe de 64, a resistência à ditadura e ao AI-5. Dilma é Lamarca, é Marighella e a esquerda de armas na mão contra a ditadura. Mas Dilma é também o MDB de Ulysses e da luta pela democracia formal. Nos anos 70, parecia que essa duas vertentes não iriam se encontrar nunca. Mas elas se encontraram!

Dilma é a greve de 79. Dilma é Vila Euclides. Dilma é a Campanha das Diretas e a Constituição cidadã de 88.

Dilma é Brizola. Dilma é Lula.

Dilma vem de longe. Concentra em sua candidatura lutas históricas do povo brasileiro. Dilma é a defesa de um legado de 8 anos. Defesa de um governo que teve, sim, muitos erros. Mas significou um avanço tremendo nesse país de tradição oligárquica e conservadora.

Dilma é a retomada do fio da história do Brasil. Um fio interrompido em 64. Dilma é o MST e as centrais sindicais. Dilma é o Brasil dos movimentos sociais, da luta contra concentração de terra e renda, contra a concentração da informação na mão de meia dúzia de famílias.

É importante eleger uma mulher – sim! Importantíssimo, e nos próximos dias poderemos avaliar isso melhor. Mas Dilma não é simplesmente “mulher”. É uma brasileira que ousou lutar contra a ditadura, em organizações clandestinas. Isso a velha elite não perdoa. É uma marca tão forte quanto os quatro dedos do operário que nunca será aceito na velha turma.

Dilma vem de longe. Dilma não é uma “invenção do Lula”. Dilma concentra a esperança de um Brasil mais justo.

Nesse dia histórico, depois de uma campanha exaustiva e lamentável por parte da direita, é preciso ainda estar atento. Porque do outro lado há gente que também vem de longe.

Serra representa o golpismo de Lacerda, Olympio Mourão, das marchas com Deus e a família. Serra é a concentração de renda dos militares, Serra é a ditadura. Infelizmente, jogou no lixo sua história somando-se ao que há de pior na história brasileira.

Serra vem de longe também. Serra é o liberalismo de FHC, Serra é o desmonte do Estado, Serra é Brasil dos anos 90 que se ajoelhava diante dos EUA, e que desprezava a unidade latino-americana.

Serra é um Brasil que vem de longe nos grandes e pequenos golpes contra a democracia. Por isso, é preciso estar atento nessa dia decisivo. Atento às urnas, aos boletins de urna, à fiscalização das urnas.

Votar em Dilma é votar num país que vem de longe. E que pode chegar muito mais longe nas próximas décadas.
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Contraponto 3794 - Dilma lá

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31/10/2010

Dilma lá


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Contraponto 3793 - "Boca de Urna do Ibope mostra Dilma com 57%"

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31/10/2010
Boca de Urna do Ibope mostra Dilma com 57%

Enviado por luisnassif, dom, 31/10/2010 - 17:58

Por nsdel
Boca de urna do Ibope mostra Dilma com 57% e Serra com 43%
DE BRASÍLIA

A pesquisa de boca de urna apurada pelo Ibope neste domingo trará Dilma Rousseff à frente do tucano José Serra com folga. Segundo a Folha apurou, Dilma recebeu 57% dos votos e Serra, 43%.

www.uol.com.br
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sábado, 30 de outubro de 2010

Contraponto 3792 - Chegou a hora: Dilma 13 - confirma

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30/10/2010

Chegou a hora: Dilma 13 - confirma


Por Célvio Brasil Girão*


Estamos diante de 2 caminhos:


- De um lado o caminho de Dilma Rousseff, que representa a continuidade de governo de Lula, vitorioso nas suas realizações no campo das políticas sociais do combate à pobreza e à desigualdade; na inserção de numerosa camada da população ao mercado de trabalho; no plano do equilíbrio e do crescimento econômico; no aspecto da afirmação do Brasil como peça chave na integração da América Latina e no ponto de vista do posicionamento do nosso País como participante expressivo no cenário internacional.

- Do outro lado, o caminho de Serra, que se traduziria na volta das elites tradicionais ao poder; no retorno ao neoliberalismo da era FHC; na volta ao alinhamento automático com os Estados Unidos; na diplomacia vira-latas; no retorno às privatizações desastradas; no confronto com países irmãos da América do Sul como pregou o próprio candidato do PSDB em sua campanha.

Com a vitória de Dilma, a esquerda brasileira imprimirá uma derrota estratégica à direita retrógrada do nosso país; à imprensa golpista representante de uma elite egoísta e perversa - mandando para a aposentadoria uma geração de políticos direitistas execráveis. Abrirá, ademais, espaço para a saída definitiva do modelo neoliberal ensejando a possibilidade da construção de um país democrático, justo, solidário e soberano.



A minha escolha está feita: sou Brasil, sou Lula.


Para Presidente: Voto Dilma 13 - confirmo.


*Célvio Brasil Girão é editor do Blog ContrapontoPIG.
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Contraponto 3791 - "Ibope, Datafolha, Vox Populi e Sensus apontam vitória de Dilma"

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30/10/2010


Ibope, Datafolha, Vox Populi e Sensus apontam vitória de Dilma

Vermelho
- 30 de Outubro de 2010 - 20h23

Os quatro principais institutos de pesquisa que mediram as intenções de voto para a Presidência neste segundo turno já divulgaram suas últimas pesquisas. Na média, a candidata Dilma Rousseff (PT) tem 56,5% dos votos válidos e José Serra (PSDB) tem 43,5%. Não houve nenhuma mudança significativa em comparação com levantamentos anteriores, o que indica que há enorme chance destes índices se refletirem nas urnas. Veja, abaixo, um resumo das 4 pesquisas:

IBOPE: Nos totais, Dilma 52%, Serra 40%; nos válidos Dilma 56%, Serra 44%

A petista Dilma Rousseff deve ser eleita presidente da República neste domingo 31, com 56% dos votos válidos (que exclui brancos, nulos e indecisos), aponta pesquisa Ibope/Estado/Globo divulgada neste sábado, 30. Seu rival José Serra (PSDB) tem 44% dos votos válidos. Os números mostram uma pequena oscilação em relação à pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira, 28, quando Dilma tinha 57% contra 43% de Serra.

Considerando-se o total de votos, Dilma aparece com 52%, contra 40% de Serra. Brancos e nulos somam 5% e indecisos são 3%. Na pesquisa anterior, a petista tinha os mesmos 52% contra 39% do tucano. Brancos e nulos eram os mesmos 5% e indecisos, 4%.

86% afirmaram que seu voto é definitivo e 11% admitiram que ainda podem mudar o voto.

A pesquisa foi realizada no dia 30 de outubro com 3.010 eleitores em 203 municípios de todo o País. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE sob o número 37.917/2010.

VOX POPULI: Nos totais, Dilma 51%, Serra 39%; nos válidos Dilma 57%, Serra 43%

Na última pesquisa Vox Populi/iG antes do segundo turno, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, confirma a dianteira de 12 pontos sobre o adversário tucano José Serra evidenciada nos demais levantamentos de intenção de voto. De acordo com os números coletados neste sábado pelo instituto, Dilma tem 51% das intenções de voto, enquanto Serra contabiliza 39%. A um dia da ida às urnas, o número de indecisos totaliza 5%, enquanto brancos e nulos chegam em 5%.

Quando o instituto considera apenas os votos válidos - ou seja, não inclui indecisos, brancos e nulos - Dilma apaece com 57%, enquanto o tucano fica com 43%.

Os números divulgados hoje apontam uma ampliação da vantagem de Dilma sobre Serra. Na última pesquisa Vox Populi/iG, divulgada em 25 de outubro, a petista tinha 49% considerado o total das intenções de votos contabilizadas, dois pontos a menos do que no novo levantamento. Serra, por sua vez, manteve-se estável, já que tinha 38% na pesquisa anterior.

A pesquisa ouviu 3.000 mil eleitores neste sábado e possui margem de erro de 1,8 ponto porcentual, para mais ou para menos. Os dados do levantamento foram registrados na Justiça Eleitoral sob número 37.844/10.

O instituto apontou também que, na véspera da eleição, 90% do eleitorado dizem já ter certeza da escolha de seu candidato para presidente. O índice é maior entre eleitores da petista (94%). Entre eleitores de Serra, 89% afirmam estar certos do voto.

O Vox Populi apontou ainda que 49% dos eleitores assistiram a pelo menos um debate entre os candidatos na TV. Entre esse grupo, 47% dizem que Dilma se saiu melhor nos confrontos, contra 40% que afirmaram o mesmo sobre o desempenho de Serra. A região onde mais eleitores acompanharam os debates televisionados foi o Nordeste: 52%.

A campanha de Dilma também tem maior índice de avaliação positiva (43%) em comparação com a do tucano (32%).

DATAFOLHA: Nos totais, Dilma 51%, Serra 41%; nos válidos Dilma 55%, Serra 45%

Segundo o instituto Datafolha, caso as eleições fossem hoje, a candidata do PT à Presidência da República Dilma Rousseff seria eleita com 51% dos votos contra 41% do candidato do PSDB, José Serra. A pesquisa, realizada ontem e hoje, mostra resultados estáveis, com os dois candidatos oscilando (cada) apenas um ponto positivamente desde quinta-feira.

A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais. O percentual de indecisos se manteve em 4%. Os eleitores decididos a votar em branco, nulo ou nenhum também atingem 4%. Quando analisados apenas os votos válidos, Dilma tem 55% dos votos válidos. A candidata está dez pontos à frente de José Serra (PSDB), que pontuou 45%.

Em levantamento realizado pelo mesmo instituto nesta última quinta-feira, Dilma tinha 56% e oscilou negativamente um ponto. Serra atingia 44% e atingiu um ponto para cima. De acordo com o instituto, do ponto de vista estatístico, é impossível afirmar se houve ou não variação no período.

O Datafolha entrevistou 6.554 pessoas neste sábado, um número maior do que o de outras sondagens recentes. A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela Rede Globo e está registrada no TSE sob o número 37903/2010.

SENSUS: Nos totais, Dilma 50%, Serra 38%; nos válidos Dilma 57%, Serra 43%

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, manteve a liderança da disputa presidencial de acordo com a pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (30). Considerando apenas os votos válidos, a petista tem 57,2% e José Serra (PSDB), 42,8%. São 14,4 pontos de vantagem para Dilma. No levantamento anterior, Dilma tinha 58,6% ante 41,4% do tucano, ou seja, ambos oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa, que é 2,2 pontos para mais ou para menos.

Considerando os votos totais, Dilma aparece com 50,3% das intenções de voto contra 37,6% do adversário tucano. Dos eleitores entrevistados, 7,9% disseram estar indecisos e 4,1% afirmaram votar em branco ou nulo.

Com relação à última pesquisa do instituto, a rejeição à petista subiu de 32,5% para 34,1% do eleitorado. Já a rejeição a Serra caiu de 43% para 41,7%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

No detalhamento por região, Dilma só perde para Serra no Sul. No Norte/Centro Oeste, a petista tem49,7% contra 44,2% de Serra. No Nordeste, Dilma tem o dobro das intenções de voto do tucano (61,2% contra 30,5%). No Sudeste, a liderança também é de Dilma. Ela tem 47,2% contra 37,6% de Serra. No Sul, a vantagem é do tucano: 44,7% para Serra contra 38,7% d Dilma.

Dilma lidera entre os homens e também no voto feminino. Entre os homens, a petista tem 53% e Serra 37,2%. Já entre as mulheres, Dilma é a preferida de 47,8% das eleitoras e Serra tem o votos de 38,1% das mulheres.

Quando o eleitorado é dividido por escolaridade, Dilma lidera em todos os segmentos, inclusive os com curso superior (48% para Dilma, 41% para Serra). Quando a divisão é por renda, a petista vence o tucano em todas as faixas com exceção dos que ganham acima de 20 salários mínimos, onde Serra tem 57% contra 27% de Dilma. Mas é bom lembrar que apenas 1,3% do eleitorado está nesta faixa de renda.

67,8% acham que Dilma vence

A pesquisa também perguntou aos entrevistados quem eles acham que ganhará as eleições, independente de seus candidatos. Segundo os eleitores, a expectativa de vitória da candidata Dilma Rousseff é de 67,8% e de José Serra é de 23,3%. A taxa de definição de votos está em 78,6%, que corresponde a eleitores que declararam impossibilidade de mudança de voto.

A pesquisa entrevistou dois mil eleitores entre os dias 28 e 29 de outubro, em 136 municípios, e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37919/2010.

Da redação,
com agências
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Contraponto 3790 - "Novas pesquisas indicam vantagem estável de Dilma"

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30/10/2010


Novas pesquisas indicam vantagem estável de Dilma

Tijolaço - 30/10/2010

Brizola Neto

Os números divulgados pelo colunista Ricardo Noblat sobre o Ibope que será divulgado daqui a pouco no Jornal Nacional indicam estabilidade nas intenções de voto. Dilma, apontaria a pesquisa, tem 52% dos votos totais; Serra, 40%. Desconsideradas aproximações que possam ter havido nestes números, isso dá 56,52% para Dilma e 43,48% para Dilma. Como o Ibope calcula a partir dos resultados fracionários (sem arredondamento) do total de votos, pode haver diferença de 1% nestes resultados.

Já no Datafolha, segundo o colunista, os números totais dicariam em 51% para Dilma e 41% para Serra, o que daria 55,43% dos válidos para Dilma e 44,57% para Serra, ocorrendo aí a mesma diferença possível de um ponto, pelo critério de arredondamento.

Atualização: Na pesquisa Vox Populi/iG , Dilma Rousseff tem 51% das intenções de voto, enquanto Serra fica em 39%. Os indecisos são 5%, o mesmo que os brancos e nulos. A diferença de 12 pontos, considerados apenas os votos válidos sobe para 14: 57% para Dilma, 43% para Serra.
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Contraponto 3789 - "CNT/Sensus: Dilma tem 50,3% das intenções de voto contra 37,6% de Serra"

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30/10/2010

CNT/Sensus: Dilma tem 50,3% das intenções de voto contra 37,6% de Serra

Do UOL
Eleições - 30/10/2010 - 17h36 | do UOL Eleições
Em São Paulo

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, manteve a liderança da disputa presidencial de acordo com a pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (30). A petista tem 50,3% das intenções de voto contra 37,6% do adversário José Serra (PSDB). Dos eleitores entrevistados, 7,9% disseram estar indecisos e 4,1% afirmaram votar em branco ou nulo.

Na pesquisa anterior, divulgada no dia 27, Dilma tinha 51,9% das intenções de votos, e Serra 36,7%.

Considerando-se apenas os votos válidos, excluindo-se nulos e brancos, Dilma tem 57,2% e Serra, 42,8%. No levantamento anterior, Dilma tinha 58,6% ante 41,4% do tucano.

Com relação à última pesquisa do instituto, a rejeição à petista subiu de 32,5% para 34,1% do eleitorado. Já a rejeição a Serra caiu de 43% para 41,7%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

A pesquisa entrevistou dois mil eleitores entre os dias 28 e 29 de outubro, em 136 municípios, e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37919/2010.
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Contraponto 3788 - "Debate na TV Globo: Dilma comemora"

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30/10/2010

Debate na TV Globo: Dilma comemora


Blog do Miro
- 30/10/2010

Reproduzo artigo de André Cintra, publicado no sítio Vermelho:

A TV Globo bem que tentou dar uma forcinha para o tucano José Serra, no último debate entre os presidenciáveis, na noite desta quarta-feira (29). Mas quem fez a festa nos estúdios da emissora no Rio de Janeiro, logo após o encontro, foram os apoiadores de Dilma Rousseff – e com razão. Ao superar um dos mais temidos obstáculos da campanha, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando passou a ter chances ainda mais concretas de se tornar a sucessora do presidente Lula.

Numa atração com 25 pontos de média no Ibope (cada ponto equivale a 55 mil televisores na Grande São Paulo), Dilma soube explorar o formato do debate melhor do que Serra. Pela primeira vez nestas eleições, não houve perguntas de candidato para candidato. As 12 questões foram formuladas e lidas por eleitores supostamente indecisos, que não tinham o direito de comentar as respostas. Sem o confronto direto, o candidato que está à frente nas pesquisas – no caso, Dilma – larga em vantagem.

Mas a petista não se contentou com esse trunfo. Seu principal acerto foi captar a singularidade das perguntas, demonstrando estar interessada não só em expor seu plano geral de governo – mas também em dar perspectivas até para questões mais pontuais. De longe, foi Dilma quem conseguiu estabelecer um diálogo mais franco e natural com o grupo de eleitores indecisos. Ao mesmo tempo, Dilma frisava melhor as diferenças de concepções e projetos das duas candidaturas.

Serra, ao contrário, causou ruído já na hora de agradecer às perguntas que lhe foram feitas. Pesquisas qualitativas realizadas durante o debate apontaram particular rejeição à maneira como Serra, com sorriso forçado e de forma pouco convincente, atribuía “grande importância” a todas as questões.

Sem contar suas frases de efeito, ocas a não mais poder: “Investir no serviço público é melhorar a autoestima do país”; “A batalha da saúde tem que ser para que hoje seja melhor do que ontem e amanhã melhor que hoje”; “A primeira condição para enfrentar o problema da segurança é admitir que o problema é sério”; “Saúde e segurança são a vida, mas a educação é o futuro”.

Funcionalismo

Logo na primeira pergunta do debate – sobre propostas para os servidores públicos –, as diferenças entre Serra e Dilma se impuseram. Serra, um notório inimigo do funcionalismo, defendeu propostas genéricas – “a carreira e o concurso, a valorização dos profissionais”, a “despartidarização” das agências reguladoras.

Mais tarde, o tucano teve a oportunidade de voltar ao assunto, quando uma eleitora baiana contou estar penalizada pela filha, que é professora sem ser valorizada. Serra disse defender um pacto nacional pela educação (abstração pura) e o combate ao analfabetismo. E a valorização do professor – onde é que fica?

Dilma, em suas réplicas, lembrou que o governo Lula já iniciou uma política de valorização do funcionalismo, com destaque para a aprovação do piso salarial nacional dos professores. Para se diferenciar da política à “base de cassetetes” praticada pelo PSDB em São Paulo, a candidata mostrou que não há saída para o funcionalismo se o governo não ouvir os principais interessados. “Um governante não pode estabelecer uma relação de atrito quando o professor pede diálogo.”

Serra acusou o governo Lula de “duplicar impostos sobre saneamento”, mas patinou ao fugir do compromisso de desonerar a folha de pagamento em benefício dos pequenos empreendedores. “Temos de ser responsáveis, não é moleza”, argumentou. Dilma não perdeu a oportunidade e defendeu abertamente “uma reforma tributária que diminua a oneração”.

“Percebemos que, quando diminui a tributação, não diminui a arrecadação”, afirmou, pondo em destaque as inúmeras reduções do IPI pelo governo Lula durante a crise de 2008-09. “Eu concordo com a desoneração. A pessoa contrata mais, e mais pessoas consomem. É um círculo virtuoso.”

Uma eleitora relatou o trauma de ter sido assaltada a mão armada. Serra voltou a bater na tecla da criação de um Ministério da Segurança Pública e no combate ao tráfico de drogas. Dilma, mais sensível, disse que boa parte da criminalidade exige uma ação específica. Comprometeu-se, assim, a levar polícias comunitárias aos bairros populares, com ação concentrada e fiscalização.

Social

Um eleitor de São Paulo cobrou iniciativas para que os programas sociais, como o Bolsa Família, não sejam “vitalícios. Outro, do Paraná, reclama que os brasileiros pagam muito impostos, sem receber nada em troca. Dilma interveio a favor dos programas sociais – uma questão que, segundo ela, será “central” em seu governo.

Agregou que o ProUni, com seus mais de 700 mil beneficiados de renda média e baixa, é um exemplo de como o governo Lula tenta incluir quem paga imposto e foi historicamente desprezado. Serra, mais uma vez, tentou fazer da pergunta um trampolim para ele falar de seu programa para outras áreas – “Política social é também saúde e segurança”, tentou justificar-se.

Quando o eleitor de Pernambuco reclamou que seis irmãos seus estão na informalidade e não conseguem pagar a Previdência, Serra falou em “empuxo político” e incentivo ao empreendedorismo. “Se a contribuição for pesada, ninguém vai pagar”, rebateu Dilma, em defesa da formalização máxima do mercado de trabalho e, somado a isso, de contribuições variadas à Previdência de acordo com a faixa de renda.

Nas considerações finais, uma inesperada manipulação: a Globo usou câmeras panorâmicas para expor Dilma, enquanto Serra mereceu uma transmissão em close. As reações de protesto no estúdio foram automáticas. No conteúdo, Dilma disse representar a continuidade de “um projeto que fez com que o Brasil despertasse para a consciência de sua grandeza”.

Saber enfrentar Serra e a Globo, a dois dias das eleições, também mostra como Dilma percebeu sua própria grandeza e está à altura de governar o Brasil. A vitória ficou mais próxima.
Que venha 31 de outubro!
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Contraponto 3787 - "Vitória de Dilma em debate cauteloso"

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30/10/2010

Vitória de Dilma em debate cauteloso


Tijolaço - 30/10/2010

Brizola Neto

É muito difícil que uma edição mal intencionada nos telejornais possa prejudicar o desempenho de Dilma no debate da Globo. O modelo criado pela emissora deixou os candidatos cautelosos e as respostas não foram muito além do que já vinha sendo dito nos programas eleitorais. mesmo assim, minha opinião é a de que Dilma se saiu significativamente melhor do que Serra.

E recebi uma informação de que isso foi também registrado dos grupos de pesquisa montados pela direção da campanha para avaliar o debate.

É muito bom que tenha sido assim, mesmo que, a esta altura, um empate não tivesse força para interferir nessa eleição e os indecisos nem são tantos assim que pudessem modificar o curso que aponta para a vitória de Dilma, de acordo com todos os institutos de pesquisa. Só o que nos pode ameaçar é algum golpe de mídia – que tem pouco tempo para repercutir – e uma eventual acomodação que tire de nós a iniciativa, a alegria e o empenho na conquista final de cada voto e no clima de confiança que temos de transmitir aos eleitores.

Acho que Dilma foi bem,embora não tenha sido um massacre, que seria possível pela falta de credibilidade que Serra passa e por seu mau desempenho, sobretudo pela incapacidade de dar respostas objetivas. Sobretudo para quem trabalha ou se interessa pelo tema educação, ficou claro que Serra defende modelos privados de gestão na educação pública, que não costumam funcionar e que foram repudiados pelos educadores em São Paulo.

Dilma aproveitou diferentes perguntas para frisar programas do governo Lula importantes para a população, como o “Luz para Todos”, o “Minha Casa, Minha Vida” e o “Bolsa Família”. E também soube rebater Serra quando o tucano levantou falsas questões, como falta de crédito agrícola e a impossibilidade dos pequenos agricultores suportarem os juros. Nesse momento, Dilma expôs com números a elevação do crédito e esclareceu que o juro para o agricultor é subsidiado e nada tem a ver com a taxa real de juros do país.

A questão da corrupção caiu para Serra, o que lhe permitiu falar duas vezes sobre o tema, mas como o eleitor escolhido para a questão era de Brasília, o tucano não se aventurou a críticas exacerbadas com medo que o ex-governador cassado e seu aliado José Roberto Arruda lhe caisse na cabeça. A cautela, aliás, foi a tônica do debate. Serra não atacou como de outras vezes. Dilma também se conteve, mas deu algumas estocadas bem interessantes, sem exageros.

Dilma aproveitou para falar da profissionalização da Polícia Federal e da prisão de peixes grandes em suas operações, o que não acontecia antes no país. Ela também acuou Serra ao lembrar a Operação Sanguessuga, de combate ao desvio de dinheiro público na saúde, que envolveu a gestão do tucano.

Dilma também não perdeu a oportunidade de dar umas estocadas em Serra, como ao discutir política social, ressaltando que “quem cuida de pobre em São Paulo é o governo federal”. Dilma disse que São Paulo tem 1,4 milhão de pessoas em condições de serem atendidas pelo Bolsa Família, e que o governo alcança 1,1 milhão, porque as outras 300 mil não foram cadastradas pelo estado (PSDB) ou pelo município (DEM).

Em relação às condições de trabalho dos professores da rede pública, Dilma destacou que não se pode estabelecer relação de atrito com os professores quando reivindicam melhores salários, tratando-os a cassetete, numa referência direta ao governo de Serra em São Paulo.

Dilma teve um pequeno problema na administração do tempo, muitas vezes não concluindo o raciocínio antes de ser interrompida pelo apresentador. Mas nada que comprometesse o seu desempenho ou a colocasse em desvantagem. E ainda teve o “erro” do cronômetro, que roubou 15 segundos da candidata. Ela soube administrar o protesto com a gentileza e deixou o Bonner descadeirado.

Nas considerações finais, Dilma enfatizou representar o projeto que tem foco principal nas pessoas e não nos números. Aproveitor para lembrar de sua tristeza com as calúnias que sofreu por meio de panfletos e telefonemas, que partiram da campanha de Serra, mas disse não guardar mágoas.

Em entrevista logo a seguir no Jornal da Globo disse esperar ter convencido os indecisos a seu favor. Serra teve a pachorra de falar da importância infundada da alternância no poder, fingindo ignorar que seu partido governa São Paulo há 16 anos.

Resumindo, acho que Dilma, que poderia ter empatado ou perdido de pouco, ganhou inequivocamente.

E vai vencer, no domingo, com a força do povo.
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Contraponto 3786 - Mensagem de Lula

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30/10/2010


Tijolaço
- 30/10/2010

Lula: é hora de agir!



A mensagem de Lula aos internautas. Temos mais 24 horas para transformarmos uma vitória eleitoral em um triunfo político de um novo tempo, que contém as experiências e dá a elas a forma do presente. E do futuro.
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Contraponto 3785 - A carta de Dilma contra as calúnias

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30/10/2010
A carta de Dilma contra as calúnias

Enviado por luisnassif, sab, 30/10/2010 - 00:36
Por João Maria Fernandes de S...

Dilma divulga carta contra calúnias

http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/dilma-divulg...

G1 - Dilma divulga carta para 'pôr um fim definitivo à campanha de calúnias' - notícias em Eleições 2010


Dilma divulga carta para 'pôr um fim definitivo à campanha de calúnias'
Religiosos assinam outro documento pró-candidata com a mesma finalidade.
MST lança manifesto em que pede apoio à eleição de Dilma no segundo turno.

Robson Bonin Do G1, em Brasília


A campanha da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, divulgou nesta sexta-feira (15) carta intitulada "Mensagem da Dilma", na qual ela reafirma posições sobre aborto, liberdades religiosas, garantias constitucionais e preceitos que não afrontem a família.
saiba mais

No documento, Dilma manifesta o desejo de pôr “um fim definitivo” aos boatos que envolvem sua campanha, “para não permitir que prevaleça a mentira com arma em busca de votos”

A exemplo de Dilma, um grupo de 168 pessoas, na maioria religiosos, além de professores, intelectuais e artistas, também divulgou nesta sexta manifesto contra boatos e a favor da candidatura da petista [veja mais abaixo].

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também distribuiu nesta sexta (15) manifesto de apoio à candidata intitulado "Vamos eleger Dilma Rousseff presidenta do Brasil". [leia ao final deste texto].

Na carta, Dilma aponta "adversários eleitorais" como responsáveis pela difusão de "calúnias e boatos". “Dirijo-me mais uma vez a vocês, com o carinho e o respeito que merecem os que sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos. É com esta convicção que resolvi pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais”, diz Dilma na carta.

Em seis pontos abordados na carta, a candidata do PT defende a liberdade religiosa, afirma ser “pessoalmente contra o aborto” e se compromete, se eleita, “não propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto”.

Dilma também afirma que não irá adotar, em um eventual governo, medidas que venham a alterar ‘temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no país”. A candidata petista faz referência ao Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) e afirma que, se eleita, não irá promover iniciativas que “afrontem a família”.

Sobre o Projeto de Lei Complementar 122, em tramitação no Senado, que torna crime a discriminação contra idosos, deficientes e homossexuais, Dilma afirma que "será sancionado no meu futuro governo nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais existentes no Brasil.”

A petista se compromete a fazer um governo “que tenha a família como foco principal”. “Se Deus quiser e o povo brasileiro me der, a oportunidade de presidir o país, pretendo editar leis e desenvolver programas que tenham a família como foco principal, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros que resgatam a cidadania e a dignidade humana”, afirma Dilma.

Ao final do documento, Dilma pede apoio dos eleitores para “deter a sórdida campanha de calúnias".

"Com estes esclarecimentos, espero contar com vocês para deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada. Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos de manipular a fé e a religião tão respeitada por todos nós. Minha campanha é pela vida, pela paz, pela justiça social, pelo respeito, pela propriedade e pela convivência entre todas as pessoas.”
Carta divulgada pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/G1)Carta divulgada pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/G1)


Religiosos
Em comunicado divulgado pela assessoria da campanha de Dilma, juntamente com a carta assinada pela candidata, um grupo de 168 religiosos, intelectuais, professores universitários, políticos e artistas manifesta “fidelidade à verdade” e faz a defesa da candidatura petista.

Sete bispos encabeçam a lista dos que assinam o documento: dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás Velho (GO); dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Felix do Araguaia (MT); dom Demetrio Valentini, bispo de Jales (SP); dom Luiz Eccel, bispo de Caçador (SC); dom Antonio Possamai, bispo emérito de Rondônia; dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana (MA); e dom Xavier Gilles, bispo emérito de Viana (MA).

Confira abaixo a íntegra do documento:



"Se nos calarmos, até as pedras gritarão

Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como ‘contrárias à moral’. A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: ‘se nos calarmos, até as pedras gritarão!’ (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.”

MST
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), juntamente com o a Via Campesina Brasil, divulgou nesta sexta-feira (15) um manifesto intitulado "Vamos eleger Dilma Rousseff presidenta do Brasil", de apoio à candidata do PT no segundo turno da eleição.

Os movimentos sociais afirmam que, no primeiro turno, atuaram com o objetivo de "lutar para que não houvesse a vitória eleitoral de uma proposta neoliberal, representada pelo candidato do PSDB, José Serra."

De acordo com o manifesto, os "avanços do governo Lula em direção a propostas democrático-populares defendidas pelo MST e Vila Campesina Brasil foram insuficientes".

O documento diz que causa "preocupação" o arco de alianças da candidatura Dilma Rousseff, "com forças políticas que se contrapõem a essas demandas sociais".

Mas julgam o candidato José Serra um "inimigo" devido ao "caráter anti-democrático e anti-popular dos partidos que compõem sua aliança eleitoral e por sua personalidade autoritária."

"Precisamos derrotar a candidatura Serra, que representa as forças direitistas e fascistas do país", diz o manifesto.

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Contraponto 3784 - "Novo Datafolha mantem 12 pontos de Dilma"


29/10/2010

Novo Datafolha mantem 12 pontos de Dilma

Enviado por luisnassif, sex, 29/10/2010 - 21:43

Por José Olavo


Nova pesquisa Datafolha:

Eleições 2010 - 29/10/2010

Disputa permanece estável

Dilma mantém 56% dos votos válidos e Serra 44%

A três dias do segundo turno da eleição para presidente da República, a candidata do PT, Dilma Rousseff, mantém a liderança da disputa com 56% dos votos válidos contra 44% de José Serra. Pesquisa nacional realizada pelo Datafolha no dia 28 de outubro junto a 4205 eleitores em todas as unidades da Federação mostra estabilidade no cenário de votos válidos. No levantamento anterior, feito há dois dias, os dois candidatos apresentavam exatamente as mesmas taxas.

Quando se observa o total das intenções de voto, nota-se queda no índice de eleitores indecisos e oscilação positiva nas menções aos dois candidatos. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, as variações obtidas pela petista e pelo tucano não são expressivas. Dilma passou de 49% para 50% e Serra de 38% para 40%. A taxa dos que não sabem em quem vão votar caiu de 8% para 4%. A dos que pretendem votar em branco ou anular o voto manteve-se em 5%. A soma dos percentuais de intenção de voto não totaliza 100% por conta do arredondamento de casas decimais.

Segmentando-se os resultados, nota-se que Dilma cresceu nos últimos dois dias quatro pontos percentuais entre os que moram no Norte e Centro-Oeste do país (de 47% para 51%). Já Serra cresceu quatro pontos no Sul (de 48% para 52%) e cinco pontos entre os que têm nível fundamental de escolaridade (de 32% para 37%). A taxa de indecisos caiu de forma homogênea em quase todos os estratos do eleitorado, mas é mais nítida entre os habitantes do Sudeste (cinco pontos – de 9% para 4%), entre os que têm de 45 a 59 anos (também cinco pontos – de 9% para 4%) e entre as mulheres (quatro pontos de queda – de 10% para 6%) contra uma oscilação de dois pontos entre os homens (de 5% para 3%)

Entre os que votaram em Marina Silva (PV) no primeiro turno, a taxa de indecisos caiu seis pontos percentuais (de 14% para 8%), equivalente ao crescimento do índice dos que pretendem votar em branco ou anular o voto nesse segmento (de 12% para 18%). Ainda nesse estrato, Dilma perdeu três pontos (de 30% para 27%) e Serra ganhou quatro (de 44% para 48%).

Sobre o conhecimento do número dos candidatos, 87% acertam os algarismos que deverão digitar na urna para votar – mesma taxa observada há dois dias. Entre os eleitores de Dilma, esse percentual corresponde a 90% e entre o de Serra a 88%.

São Paulo, 28 de outubro de 2010
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Contraponto 3783 - Último programa de TV da Presidente DILMA

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29/10/2010


Último programa de TV da Presidente DILMA - Noite de hoje, 29/10/2010

Do Blog do Saraiva - sexta-feira, 29 de outubro de 2010



Contraponto 3782 - Desfaçatez, cinismo, hipocrisia? Ou as três coisas?!

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29/10/2010
Imagens da devoção
Do martelo à santa: a trajetória de Serra


Escrivinhador - publicada sexta-feira, 29/10/2010 às 19:39
e atualizada sexta-feira, 29/10/2010 às 20:59

À primeira vista, nem parece uma santa o que Serra está a beijar na capa da “Folha”. Reparem bem…


E, de toda forma, ficou claro ao longo da campanha que a devoção maior de Serra não é pelos santos ou pelos dogmas da Igreja Católica.

De 1995 a 2010. É tudo muito nítido. Serra estava muito mais à vontade nos velhos tempos da era fernandina. Em vez da santa, empunhava os martelos da privatização – pelos quais nutria verdadeira devoção.

Reparem que o olhar na foto acima é fugidio. Como se a santa estivesse a lhe escapar dos lábios.

Na foto abaixo (durante leilão do setor elétrico no governo FHC), Serra parece mais concentrado – e verdadeiramente satisfeito.


E abaixo, mais um exemplo de devoção de Serra…

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Contraponto 3781 - Leonardo Boff, aborto e o Papa: “É importante não sermos vítimas de hipocrisia”

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29/10/2010
Leonardo Boff, aborto e o Papa:
“É importante não sermos vítimas de hipocrisia”

Viomundo - 29 de outubro de 2010 às 16:32

por Leonardo Boff, no informativo Rede de Cristãos

É importante que na intervenção do Papa na política interna do Brasil acerca do tema do aborto, tenhamos presente este fato para não sermos vítimas de hipocrisia: nos catolicíssimos países como Portugal, Espanha, Bélgica, e na Itália dos Papas já se fez a descriminalização do aborto (Cada um pode entrar no Google e constatar isso). Todos os apelos dos Papas em contra, não modificaram a opinião da população quando se fez um plebiscito. Ela viu bem: não se trata apenas do aspecto moral, a ser sempre considerado (somos contra o aborto), mas deve-se atender também a seu aspecto de saúde pública. No Brasil a cada dois dias morre uma mulher por abortos mal feitos , como foi publicado recentemente em O Globo na primeira página. Diante de tal fato devemos chamar a polícia ou chamar médico? O espírito humanitário e a compaixão nos obriga a chamar o médico até para não sermos acusados de crime de omissão de socorro.

Curiosamente, a descriminalização do aborto nestes países fez com que o número de abortos diminuisse consideravelmente.

O organismo da ONU que cuida das Populações demonstrou há anos que quando as mulheres são educadas e conscientizadas, elas regulam a maternidade e o número de abortos cai enormente. Portanto, o dever do Estado e da sociedade é educar e conscientizar e não simplesmente condenar as mulheres que, sob pressões de toda ordem, praticam o aborto. É impiedade impor sofrimento a quem já sofre. (Grifo do ContrapontoPIG)

Vale lembrar que o canon 1398 condena com a excomunhão automática quem pratica o aborto e cria as condições para que seja feito. Ora, foi sob FHC e sendo ministro da saúde José Serra que foi introduzido o aborto na legislação, nas duas condições previstas em lei: em caso de estupro ou de risco de morte da mãe. Se alguém é fundamentalista e aplica este canon, tanto Serra quanto Fernando Henrique estariam excomungados. E Serra nem poderia ter comungado em Aparecida como ostensivamente o fez. Mas pessoalmene não o faria por achar esse cânon excessivamente rigoroso.

Mas Dom José Sobrinho, arcebispo do Recife o fez. Canonista e extremamente conservador, há dois anos atrás, quando se tratou de praticar aborto numa menina de 9 anos, engravidada pelo pai e que de forma nenhuma poderia dar a luz ao feto, por não ter os orgãos todos preparados, apelou para este canon 1398 e excomungou os medicos e todos os que participaram do ato. O Brasil ficou escandalizado por tanta insensibilidade e desumanidade. O Vaticano num artigo do Osservatore Romano criticou a atitude nada pastoral deste Arcebispo.

É bom que mantenhamos o espírito crítico face a esta inoportuna intervenção do Papa na política brasileira fazendo-se cabo eleitoral dos grupos mais conservadores. Mas o povo mais consciente tem, neste momento, dificuldade em aceitar a autoridade moral de um Papa que durante anos, como Cardeal, ocultou o crime de pedofilia de padres e de bispos.

Como cristãos escutaremos a voz do Papa, mas neste caso, em que uma eleição está em jogo, devemos recordar que o Estado brasileiro é laico e pluralista. Tanto o Vaticano e o Governo devem respeitar os termos do tratado que foi firmado recentemente onde se respeitam as autonomias e se enfatiza a não intervenção na política interna do pais, seja na do Vaticano seja na do Brasil.

Um abraço fraterno
Leonardo Boff
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Contraponto 3781 - "Sérgio Guerra e Agripino afundam no lixo de Brasília"

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29/10/2010

Sérgio Guerra e Agripino afundam no lixo de Brasília

Conversa Afiada
- Publicado em 29/10/2010

Agripino e Guerra, a turma do Arruda (vote num careca e leve dois)

Depois do Paulo Preto.

Da concorrência de carta marcada do metrô do Serra – aquele que afunda.

Agora tem mais essa preciosidade: o presidente do PSDB (*) Sérgio Guerra e o senador do DEMO do Rio Grande do Norte, Agripino Maia afundam no escândalo do lixo de Brasília.

Ex-secretária devassa esquema Qualix


Carlos Carone
carone@jornaldebrasilia.com.br
A ex-secretária Domingas Gonçalves Trindade, 40 anos, foi ouvida ontem na Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil do Distrito Federal, sobre as acusações que faz contra o ex-governador Joaquim Roriz; o presidente do PSC-DF, Valério Neves; os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e José Agripino Maia (DEM-RN); o empresário Eduardo Badra; e o ex-diretor da Belacap (estatal responsável pelo serviço de ajardinamento e limpeza urbana do DF), Luís Flores. Todos são acusados de se servirem de um esquema de desvio de dinheiro envolvendo a Qualix, empresa que faz o recolhimento do lixo no DF.

O depoimento foi acompanhado da apresentação de uma série de provas documentais. Domingas denunciou um esquema que, até então, não tinha o respaldo de tantos elementos. Ela acusa Roriz, Valério, Agripino e Guerra de receberem propina proveniente de contratos firmados entre o GDF e a Qualix.

O Jornal de Brasília obteve um vídeo (cujos trechos estão ao lado) no qual Domingas faz as mesmas acusações que confirmou à polícia e apresenta as mesmas provas documentais. Ela apresentou aos delegados extratos telefônicos que confirmam contatos constantes entre os envolvidos. A ex-secretária fazia o serviço a mando de seu chefe, Eduardo Badra – que, à época, era diretor da Qualix. Domingas tinha como função organizar a agenda do patrão, além de fazer depósitos bancários e o que chamou de “serviços particulares”.

Enquanto era ouvida pelos investigadores, Domingas ainda apresentou lacres bancários emitidos pelo Banco Central que tinham a marcação de R$ 50 mil cada – são seis, num total de R$ 300 mil.
“Depois de dois, três meses, o doutor Eduardo passou a confiar em mim e fiquei responsável pela chave de um quarto, em uma casa no Lago Sul, onde guardavam o dinheiro. Era tanto dinheiro que ocupava uma cama de casal inteira. Eu cheguei a pegar um dos maços e pensar que ele seria capaz de resolver a minha vida”, contou, em certo trecho do vídeo.





Paulo Henrique Amorim

(*) Esse cargo de presiente do PSDB deve ter um enconsto. Eduardo Azeredo foi apanhado com a mão na botijo do Mensalão Tucano de MG e vai ter uma conversinha com o Ministro Joaquim Barbosa.

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Contraponto 3780 - O porquê do desprezo de Serra pelas mulheres

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29/10/2010

O porquê do desprezo de Serra pelas mulheres

Esquerdopata - 29/10/2010

Mauro Carrara


Nesta eleição, com em nenhuma outra, as mulheres foram desprezadas, ofendidas e humilhadas. Sem qualquer constrangimento, as forças conservadoras reativaram mitos e preconceitos que julgávamos sepultados há pelo menos 30 anos.

Nessa cruzada dos vanguardeiros do atraso, assistimos surpresos aos dramas encenados por um candidato à Presidência da República.

O teatro de agressões culminou com a exortação do comício em Uberlândia (MG), em que o candidato neoliberal misturou política com cafetinagem e tentou converter o processo eleitoral em um esquema de concessão negociada de favores femininos.

Sem ruborizar, determinou José Chirico Serra:

- Se você é uma menina bonita, tem que conseguir 15 votos. Pegue a lista de pretendentes e mande um e-mail. Fale que quem votar em mim tem mais chance com você.

Difícil imaginar uma mulher de bem, um pai, um irmão ou um avô que aprove o método de José Serra. Aliás, difícil conceber que o cidadão não se cubra de indignação diante desse episódio.

Sintomaticamente, Serra pronunciou essas palavras ao lado de Aécio Neves, conhecido por resolver na porrada suas diferenças com as namoradas. No entanto, essa foi apenas mais uma de tantas agressões à mulher, durante um transe em que o tucano não poupou a própria família.

Sabe-se que sua mulher, Mônica, praticou um aborto, tempos atrás. E desolada comunicou o fato a suas alunas na Unicamp. Obviamente, não convém apresentar julgamento sobre as razões da mulher do ex-governador paulista.

Estarrecedor foi o empenho de Serra em converter o tema no pilar de sua campanha. A hipocrisia é condenável. Mas ainda é a construção de um argumento que certamente feriu a esposa, compelida a recordar episódio doloroso de sua biografia.

Os esquemas de golpismo midiático do candidato envolveram a própria filha. Ao utilizar com propósitos eleitorais as quebras de sigilo encomendadas por seu "aliado" Aécio, o candidato expôs Verônica Serra de forma pública.

Nessa manobra, permitiu que a boa imprensa revelasse o escândalo da quebra de sigilo de quase 60 milhões de brasileiros, em 2001, malfeito da Decidir.com, empresa que tinha entre seus donos Verônica Serra e Verônica Dantas Rodenburg.

No contato com imprensa, Serra costuma desrespeitar as jornalistas. Um exemplo foi o barraco que armou antes da gravação do programa Jogo do Poder, da CNT. Inconformado com o fato de não poder definir, ele próprio, a pauta de perguntas, o candidato não poupou grosserias para intimidar a jornalista Marcia Peltier

Serra lida tão mal com as mulheres que chegou a protagonizar discussão acalorada até mesmo com uma aliada da imprensona, a jornalista Mirian Leitão, que sugeriu ser uma lobista do setor financeiro. Para completar, classificou a pergunta da profissional sobre a gestão do BC como "bobagem".

Não é preciso rememorar os inúmeros questionamentos enviesados de Serra sobre a competência de Dilma Rousseff. Em tom de sutil deboche, o tucano sugere que adversária seja incapaz, e que no comando do país será um fantoche do homem Lula.

Percebe-se claramente essa postura na construção obliqua de suas frases, na impostação de voz e nas demonstrações de desprezo que se revelam nas flexões de canto de boca.

Pode-se cogitar de que essa conduta seja resultado da influência dos fanáticos de extrema-direita que compuseram o agressivo e criminoso batalhão eleitoral de Serra: a TFP, a Opus Dei, a ala conservadora da CNBB, os monarquistas e os gestapo-boys da Tribuna Nacional.

Uma análise mais detalhada da trajetória política do candidato, no entanto, indica o contrário. Registram-se em sua biografia inúmeros eventos que revelam inequívoca tendência à ginofobia. Nesse caso, parece natural que Serra tenha se aproximado desses bandos. Pelo menos nisso, exibiu coerência.

Postado por Esquerdopata às 16:11

Contraponto 3779 - "União e olho vivo!"

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29/10/2010
União e olho vivo!

Carta Maior - Sexta-Feira, 29 de Outubro de 2010

É bom se cuidar contra a cama-de-gato e manter total calma e atenção. A própria campanha conservadora marcada pela clara linha de sufocar o debate democrático de projetos e propostas para o país, impondo uma pauta de corte moralista obscurantista, já tem a envergadura de um golpe midiático. E foi articulada junto aos laboratórios dos grandes poderes internacionais que alimentam a malignidade intrínseca da mídia comercial. A frustrada tentativa de transformar a bolinha de papel e uma fita adesiva, até agora invisível, em agressões que se equivaleriam a “terrorismo” revela uma intenção. Sinistra intenção. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida

É cama de gato
Olha a garra dele
É cama de gato
Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar.

................Gonzaguinha

Não se trata de paranóia, mas de leis da história, pelas quais, as classes poderosas na sociedade usam de todos os métodos, inclusive armações truculentas, inventam conflitos ou os promovem diretamente, para evitar que a vontade soberana de um povo seja vencedora.

Não há aqui nenhuma novidade, nem exagero. É bom se cuidar contra a cama-de-gato e manter total calma e atenção. A própria campanha conservadora marcada pela clara linha de sufocar o debate democrático de projetos e propostas para o país, impondo uma pauta de corte moralista obscurantista, já tem a envergadura de um golpe midiático. E foi articulada junto aos laboratórios dos grandes poderes internacionais que alimentam a malignidade intrínseca da mídia comercial. A frustrada tentativa de transformar a bolinha de papel e uma fita adesiva, até agora invisível, em agressões que se equivaleriam a “terrorismo” revela uma intenção. Sinistra intenção.

Lições que ficam

Vale relembrar alguns episódios mais recentes. Em 2002, uma passeata da oposição que percorria as ruas de Caracas com autorização dos poderes públicos foi subtamente desviada em direção ao Palácio Presidencial, mesmo sabendo que nas proximidades havia já outra manifestação de partidários do governo bolivariano. Ao chegar próxima à Ponte Llaguno, num determinado horário, assim que os líderes da passeata opositora retiraram-se, emblemáticamente, da manifsetação, uma enorme balaceira vinda dos terraços dos prédios começa a atingir fatalmente muitos dos manifestantes. Dezenas perderam a vida. A responsabilidade pelos tiros foi imediatamente atribuída ao governo, antes de qualquer investigação ou prova. Mas provocou uma comoção tal que horas mais tarde estava concretizado o golpe de estado que tirou da presidência, por 47 horas, mediante sequestro, o presidente da república, Hugo Chávez. O brilhante documentário “Puente Llaguno” acessível na internet, já desmacarou a farsa. Os responsáveis já foram indentificados, processados e muitos já estão presos. Pertenciam à Guarda Municipal, comandada pelo prefeito de Caracas, atuante no grupo de articuladores do golpe de estado. Mas, Rafael Correa, presidente do Equador, acaba de ser alvo de tentativa similar. Não será perdoado nunca por ter reitirado a Base Aérea Manta do comando militar dos EUA....

Outro episódio que deixa lições: as explosões na estação ferroviária de Atocha, em Madrid, em 11 de março de 2004, às vésperas das eleições gerais na Espanha. Imediatamente, o primeiro-ministro José Maria Aznar, candidato à reeleição responsabilizou a ETA, e, de certo modo a oposição por, segundo política conservadora, que incluía o envio de tropas para o Iraque e o Afeganistão, não permitir um enfrentamento mais duro com a questão basca. Seu pronunciamento era totalmente dirigido a pesar negativamente na tendência das eleições, com o apoio dos grandes meios de comunicação, quando já se evidenciava a vitória do PSOE, do hoje primeiro ministro José Maria Zapatero. No fora uma rebelião de jovens, intelectuais, sindicalistas, usando as novas tecnologias de comunicação, conseguiu parar o intuito golpista, quem sabe o candidato direitista não tivesse sido finalmente derrotado. Vitorosioso Zapatero, alguns meses depois a Espanha retirava suas tropas do Iraque.

Nem é preciso ir tão longe. O Brasil tem lamentáveis e traumáticas histórias de ações provocadoras organizadas para justificar guinadas mais à direita, para desestabilizar governantes democráticamente eleitos, para justificar golpes, enfim, para defender os interesses do grande capital em cada momento. A popularidade de Lula é um indicador singular, nem há a mesma condição do pré golpe de 64, mas Jango tinha uma popularidade de 71 por cento ao ser derrubado da presidência.

Uma história trágica

Alguém já lembrou por aí o Crime da Rua Toneleiros, quando foi morto o Major Vaz e, como desdobramento, instala-se uma Comissão de Inquérito no Galeão, instrumento desestabilização do Governo Vargas. Era uma iniciativa combinada com uma ação midiática golpista que proclamava abertamente, diuturnamente, a deposição do presidente eleito. Este preferiu paralisar o golpe com o tiro no coração que despertou a fúria popular.

Seguindo a trilha, para nos acautelar e ter consciência, mas não para nos intimidar, vale citar que a história do Brasil tem, nestas páginas lúgubres, o Plano Cohen, o Plano da Explosão do Gasômetro do Rio, a explosão do Rio-Centro, o Proconsult e o sequestro do empresário Abílio Diniz, na antevéspera da eleição presidencial de 1989.

Nem sempre há como evitar estas sinistras ações tramadas nos porões. Nem sempre funcionam. Mas sempre que a sociedade vai avançando em conquistas democráticas, em participação popular organizada, consolidando instituições, partidos, sindicatos, há um pouco mais de possibilidade travar ou intimidar estas iniciativas golpistas. Mesmo quando os grandes meios de comunicação comercial estejam pouco dispostos a investigar a sua verdadeira autoria, ou até mesmo ecoem tais episódios com o sensacionalismo mais exacerbado, destacando eventuais coincidências com sua linha editorial, na proporção inversamente contrária aos procedimentos obrigatórios para uma verdadeira apuração jornalística. O Rio-Centro, por exemplo, permanece em penumbra até hoje....

Nunca se sabe o que irá ocorrer, mas, sabemos sempre que quando bilionários ou trilionários interesses estiverem em jogo - como os do petróleo pré-sal, da riqueza imensa do nióbio e do urãnio, paenas para dar alguns exemplos - as oligarquias internacionais que promoveram guerras, golpes de estado, ditaduras, carnificinas mil, etc, estarão sempre cogitando a utilização de meios que lhes assegurem seus nefastos e injustificáveis privilégios sobre o patrimônio de outros povos.

Fiscalização

Da mesma forma que as mobilizações de rua, muito comuns em momento tão decisivo como este, devem ser organizadas com detalhes e contar algum dispositivo adequado de segurança, feita pelos próprios militantes, prática usada em muitos países de maior estabilidade democrática.

Além do que, toda manifestação pública das forças conservadoras não deve receber qualquer impeditivo, qualquer constrangimento, muito menos uma manifestação contrária. O dia 31 está chegando.

Mas, há sim o que pode ser feito e é um procedimento em que a militância pode ter papel decisivo. Trata-se da fiscalização da votação, do começo ao fim.

As fragilidades

Deve-se estar atento às conclusões do Fórum do Voto Seguro www.votoseguro.org.br indicando que a urna eletrônica brasileira foi rejeitada por TODOS os mais de 50 países que vieram conhecê-la . Que é proibida em dezenas de países por não materializar o voto e por identificar o eleitor (exemplo: Alemanha, Holanda, Reino Unido, 40 estados dos EUA, Argentina, México e Paraguai) e que até mesmo o inventor da Assinatura Digital condena a ausência da materialização do voto. E também quando aponta que é a Autoridade Eleitoral que executa/administra ,legisla/regulamenta (a fiscalização permitida é feita com regras do próprio fiscalizado) julga e muitas vezes ignora as próprias regras, que recebe as denúncias, protela ou arquiva, e finalmente, julga-se e normalmente absolve-se , só a participação militante pode fazer alguma diferença

Especialmente nos maiores colégios eleitorais, a militância deve estar atualizada sobre as fragilidades mais evidentes e com sua presença atenta e cidadã poderá evitar a ocorrência das irregularidades mais comuns.

Urna no cerrado

Entre elas, aquela que é feita ao final da votação. Os mapas eleitorais indicam que uma grande afluxo de votação estaria ocorrendo nos momentos finais, prestes ao fechamento da urna. Será? É indispensável que o fiscal esteja até o momento da totalização de cada seção eleitoral e exige uma cópia impressa do boletim de urna, conforme reza a lei eleitoral, mas nem sempre é cumprido. Uma fiscalização ausente, omissa, facilita esta irregularidade super comum, pois, sem emissão impressa da totalização de cada seção, no transporte da urna para o Tribunal muitos eventos heteroxos podem ocorrer, desde a troca do cartão ou pura e simplesmente a troca da própria urna. O deputado federal Geraldo Magela, candidato derrotado ao governo do Distrito Federal em 2002, relatou em Comissão na Câmara Federal sobre uma certa quantidade de urnas eletrônica encontradas abandonadas em pleno cerrado que rodeia Brasília naquele pleito. Mas, com a totalização impressa em mãos, aquela emitida na seção no ato de fechamento da urna, qualquer discrepância relevante poderá ser detectada quando do ato de se fazer a totalização em escala superior, já no Tribunal.

União e olho vivo

Assim, de olho em nossa complexa história, vale manter muita calma e maracujina diante de provocações, como diz a música do Gonzaguinha. E que toda a militância que apareceu pouco até momento, apareça agora generosa, atuante, inteligente e perspicaz na fiscalização cidadã e republicana.

Sem falar que muito mais importante e agradável que qualquer empurra-empurra de rua é a tarefa de dirigir argumentos convincentes aos que se abstiveram, aos que ainda acham, apesar de tudo, que os candidatos são iguais e por isso votaram nulo ou em branco. Este contingente está na escala dos milhões. Decide qualquer eleição. E pode decidir se o país seguirá construindo sua soberania com justiça social ou se retorna à era da vassalagem internacional e “à mania de falar fino com Washington”, como disse o Chico Buarque.
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