terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Nº 20.904 - "CPI da Previdência já pode ser instalada"


28/02/2017


CPI da Previdência já pode ser instalada



Do Blog do Miro - terça-feira, 28 de fevereiro de 2017



Da Rede Brasil Atual:

Um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar a real situação da Previdência Social no país já conta com 29 assinaturas – duas a mais que o mínimo necessário –, coletadas pelo mandato do senador Paulo Paim (PT)-RS). "O governo diz que a Previdência é deficitária, mas nós dizemos que é superavitária. Queremos, então, tirar a prova e saber quem são os maiores devedores, além de entender como é a história das fraudes, sonegações e anistias", argumenta Paim,

O senador informou que fará o pedido formal de instalação da CPI da Previdência ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), nos próximos dias.O pedido recebeu assinaturas até mesmo de senadores do PMDB, partido do presidente Michel Temer, e de outros partidos governistas. Com a adesão de membros da base aliada, o debate em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que trata da Reforma da Previdência, deve se intensificar entre governo e oposição, logo após o Carnaval.

"Nós começamos no Senado colher assinaturas para uma CPI da Previdência Social com uma palavra de ordem: parem essa bomba de reforma e vamos ver quem está com a razão", disse Paim. Ele considera a CPI fundamental para ver quem está roubando a previdência de todos os brasileiros. Entidades ligadas à auditoria fiscal apontam R$ 400 bilhões em dívidas que precisam ser cobradas dos empresários. "Se pegarmos os grandes devedores, aí se comprovará, mais uma vez, que não há déficit na Previdência, mas superávit. Esse discurso falso do governo golpista não se sustenta", afirmou o senador, em reportagem da Agência PT no Senado.

Ao jornal Dia, Paim afirmou que tem sofrido pressão por parte do governo para que não dê seguimento à criação da CPI. "O governo está fazendo terrorismo, inclusive ameaçando senadores para que eles retirem o nome, mas quem não deve não teme. Quem tem medo de uma investigação?", questionou.

Se instalada, a comissão terá 120 dias para convocar pessoas para depor, ouvir testemunhas, requisitar documentos e determinar diligências, entre outras medidas que julgue necessárias para as investigações sobre a real situação da Previdência.

A PEC 287, que trata da reforma da Previdência, altera regras para que o trabalhador acesse benefícios previdenciários, como estabelecer idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres darem entrada no pedido de aposentadoria junto ao INSS, além de impor mecanismos diferentes de cálculo e o fim da cumulatividade de pensão com aposentadoria, entre outros pontos.

A medida tem recebido fortes críticas de parlamentares da oposição e até membros da base aliada de Michel Temer, que se queixam do caráter austero da proposta.

.

Nº 20.903 - "Após Yunes dizer que foi 'mula' de Padilha, deputado pede impeachment de Temer"


28/01//2017


Após Yunes dizer que foi "mula" de Padilha, deputado pede impeachment de Temer


Após Yunes dizer que foi "mula" de Padilha, deputado pede impeachment de Temer


Jornal GGN - TER, 28/02/2017 - 13:34  ATUALIZADO EM 28/02/2017 - 13:45


Jornal GGN - "São diversas as notícias dando conta do profundo envolvimento do governo peemedebista de Michel Temer e o próprio Michel Temer nas práticas de corrupção, as mais vergonhosas e as mais aprofundadas que se tem notícia", manifestou o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ).

Em sua página do Facebook, o parlamentar iniciou uma campanha pedindo o impeachment de Michel Temer e Diretas Já! para votação e escolha no novo presidente do país. "Temos a notícia de que o senhor José Yunes, amigo íntimo de Michel Temer, em entrevista a um jornalista do jornal O Globo, disse literalmente: 'fui mula'- mula é aquele que transporta a droga, entrega ao traficante para terceiros- 'fui mula de um pacote de dinheiro para o chefe da Casa Civil de Michel Temer, Eliseu Padilha'".

Enviado por Jackson da Viola

.

Nº 20.902 - "MÍDIA SE DESESPERA E PEDE QUE JUDICIÁRIO CONDENE LULA E CONCLUA O GOLPE"

.
28/02/2017


MÍDIA SE DESESPERA E PEDE QUE JUDICIÁRIO CONDENE LULA E CONCLUA O GOLPE



Brasil 247 - 28 DE FEVEREIRO DE 2017 ÀS 10:34



Nesta terça-feira 28, os dois principais jornais de São Paulo, Folha e Estado, concentram suas forças em pressionar o Judiciário para que a condenação do ex-presidente Lula aconteça rapidamente, a tempo de impedir que o petista se candidate à presidência em 2018; reportagem da Folha dá como certa a condenação de Lula pelo juiz Sergio Moro em primeira instância e prevê que a condenação em segunda instância ocorra entre julho e outubro, em plena campanha presidencial; editorial do Estadão afirma que "a derrota do petista é certa" no campo jurídico, uma vez que, segundo o jornal, "sobram provas contra ele"; desespero toma forma poucos dias após pesquisa mostrar Lula liderando a disputa para presidente

 
247 – Alertada pelas pesquisas que apontam o ex-presidente Lula liderando todos os cenários de disputa à presidência da República em 2018, a mídia tradicional pede pressa ao Judiciário, para que o petista seja condenado a tempo de não poder se candidatar e voltar ao poder.

Nesta terça-feira 28, os dois principais jornais de São Paulo, Folha e Estado, concentram suas forças nesse apelo. Reportagem da Folha dá como certa a condenação de Lula pelo juiz Sergio Moro em primeira instância e prevê que a condenação em segunda instância ocorra entre julho e outubro, em meio à campanha presidencial.

Editorial do Estadão afirma que "a derrota do petista é certa" no campo jurídico, uma vez que, segundo o jornal, "sobram provas contra ele". O texto do jornal da família Mesquita diz que os argumentos dos advogados de Lula não se sustentam, critica o recurso apresentado pela defesa à ONU em que denuncia perseguição jurídica ao ex-presidente e atesta que o PT "e seu demiurgo não apenas são os responsáveis pela pior crise econômica da história brasileira, mas também são as estrelas do maior escândalo de corrupção que já se viu no País".

Nesta segunda, os dois jornais já haviam demonstrado seu receio com o retorno de Lula. A Folha colocou em xeque a candidatura do líder do PT - "é a dúvida no campo da centro-esquerda" em uma reportagem, enquanto o Estadão, novamente em um editorial, demonstrou seu inconformismo com a liderança de Lula na pesquisas: "Será que os brasileiros não aprendem a lição?", questiona o texto.

.

Nº 20.901 - "LULA REBATE ESTADÃO: CURANDEIRISMO JURÍDICO"

.
28/02/2017


LULA REBATE ESTADÃO: CURANDEIRISMO JURÍDICO


Brasil 247 - 28 DE FEVEREIRO DE 2017 ÀS 14:03


Advogados do ex-presidente rebatem editorial publicado nesta terça-feira 28 pelo jornal O Estado de S. Paulo em que diz que a condenação do ex-presidente Lula "é certa"; para a defesa, trata-se de "curandeirismo jurídico", que não apresenta, apesar de dizer que "sobram provas" contra o petista, "qualquer argumento jurídico para sustentar sua posição e a tese que pretende reforçar junto aos leitores. A realidade é bem diversa daquela exposta pelo jornal"; a nota acusa ainda a mídia de "acumpliciamento" com o juiz Sergio Moro, pelo fato de o editorial "confundir a combatividade de nossa atuação" com "tentativas de irritar o magistrado"; jornal da família Mesquita pede a condenação de Lula por medo de que ele vença as próximas eleições presidenciais


247 - A defesa do ex-presidente Lula divulgou uma nota em que rebate o editorial divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira 28. No texto, o jornal da família Mesquita diz que a condenação de Lula "é certa", uma vez que "sobram provas contra ele".

Para a defesa, trata-se de "curandeirismo jurídico" do jornal, que não apresenta "qualquer argumento jurídico para sustentar sua posição e a tese que pretende reforçar junto aos leitores. A realidade é bem diversa daquela exposta pelo jornal".

A nota acusa ainda a mídia de "acumpliciamento" com o juiz Sergio Moro, pelo fato de o editorial "confundir a combatividade de nossa atuação" com "tentativas de irritar o magistrado". O jornal pede a condenação de Lula por medo de que ele vença as próximas eleições presidenciais.

Leia a íntegra da nota dos advogados:

Nota

A pretexto de analisar a visão política de um dos membros do Partido dos Trabalhadores (PT) em entrevista concedida ao Valor, o jornal O Estado de S.Paulo volta a praticar curandeirismo jurídico em seu editorial de hoje (28/02) para sustentar que "se os processos contra Lula forem analisados somente no âmbito jurídico, a derrota do petista é certa". O próprio jornal, no entanto, não apresentou qualquer argumento jurídico para sustentar sua posição e a tese que pretende reforçar junto aos leitores. A realidade é bem diversa daquela exposta pelo jornal.

Em uma das ações penais que o Ministério Público Federal promoveu contra Lula, valendo-se do espalhafatoso e indigno uso de um Powerpoint que chocou a comunidade jurídica nacional e internacional, sustentou-se que o ex-Presidente teria organizado um esquema que possibilitou o desvio de valores de três contratos firmados entre a Petrobras e uma empreiteira, e o produto desse ilícito teria sido utilizado para a "compra de governabilidade" (daí o aumento da base parlamentar em seu governo) e resultado em benefícios pessoais (a propriedade de um apartamento "tríplex" no Guarujá, SP, e o pagamento da armazenagem de parte do acervo presidencial.

As 65 testemunhas ouvidas, até o momento, nessa ação - sendo 27 selecionadas pelo Ministério Público Federal - quebraram a espinha dorsal da acusação. Nenhuma, inclusive os notórios delatores da Lava Jato, fez qualquer afirmação que pudesse vincular Lula a qualquer desvio na Petrobras, à propriedade do triplex ou ainda a recursos utilizados para a armazenagem do acervo presidencial. Ao contrário, os depoimentos apontaram a colossal distância entre esses supostos ilícitos na petroleira – que não foram identificados, diga-se de passagem, por qualquer órgão de controle interno ou externo – e o ex-Presidente Lula.

Foi nessa mesma ação penal que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, ao ser confrontado com a prática de ilícitos na Petrobras no período em que era o dirigente máximo do País, com o envolvimento de alguns dos mesmos atores que hoje figuram na Lava Jato, reconheceu que "o Presidente da República não tem como saber de tudo". FHC também esclareceu que mantém seu acervo presidencial através de doações, exatamente como fez Lula.

Tamanha é a segurança na inocência de nosso cliente que pedimos - também nessa ação - a realização de uma prova pericial que pudesse analisar, dentre outras coisas, se algum valor desviado da Petrobras foi utilizado em benefício do ex-Presidente Lula. Mas a prova foi negada pelo juiz sem maior fundamentação. E por quê? Simplesmente, porque iria demonstrar, de uma vez por todas, que nenhum valor proveniente da Petrobras foi usado para beneficiar Lula. Outras provas requeridas também foram negadas da mesma forma.

Quem acompanha o que acontece na 13ª Vara Federal de Curitiba - presencialmente ou pelas gravações realizadas - sabe a distância entre o que afirma O Estado de S.Paulo e a condução real das audiências pelo magistrado responsável pelos processos. São rotineiramente desrespeitadas expressas disposições legais, como aquelas que asseguram às partes o direito de gravar as audiências independente de autorização judicial. A OAB/PR já aderiu à nossa impugnação sobre o tema e deu prazo para o magistrado se explicar.

O jornal confunde a combatividade de nossa atuação – que deveria nortear a conduta de qualquer advogado - com tentativas de "irritar o magistrado", deixando evidente a falta de seriedade de sua análise e a conivência do diário com as ilegalidades praticadas naquele órgão judiciário.

Aliás, esse acumpliciamento entre o juízo e alguns setores da imprensa está longe de ser novidade. Quando o principal ramal do nosso escritório foi interceptado, gravando a conversa de 30 advogados, o jornal ficou absolutamente silente, a despeito de violação flagrante às nossas prerrogativas. Bem diferente foi a posição quando se buscou quebrar o sigilo de jornalistas, o que mostra o casuísmo presente nas análises.

Os abusos praticados contra Lula pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba não são denunciados apenas por nós, seus advogados. No último dia 26.02, por exemplo, o próprio O Estado de S.Paulo veiculou entrevista com Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e com atuação nas mais diversas áreas do governo, afirmando que a condução coercitiva de Lula foi arbitrária. Ele também lembrou outros atentados jurídicos praticados contra o ex-Presidente pelo mesmo juiz.

Aliás, foi esse cenário de flagrantes arbitrariedades e ilegalidades, que afrontam claramente as garantias fundamentais de Lula, associado à ausência de um remédio eficaz para paralisá-las, que motivou o Comunicado de junho de 2016 ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que assinamos juntamente Geoffrey Roberston, um dos maiores especialistas no mundo sobre o tema. Em momento algum deixamos de apresentar, com técnica jurídica, a defesa em favor de Lula.

A propósito, não só elaboramos consistentes trabalhos jurídicos de defesa, como tornamos publico esse material (site www.averdadedelula.com.br). Oportuno lembrar, ainda, que o Congresso Nacional reconheceu em 2009 a possibilidade de qualquer brasileiro levar um comunicado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, de forma que a providência tem expresso amparo na legislação nacional. Os erros já cometidos pelo jornal no acompanhamento da tramitação do comunicado em Genebra também são a prova cabal da clara e deliberada confusão entre a opinião do diário e a apuração jornalística. A segunda está a reboque da primeira.

Das demais ações penais propostas contra Lula nesse assédio de alguns membros do MPF, com o cristalino objetivo de prejudicar ou inviabilizar sua atividade política, existe uma em estágio mais avançado, que tramita perante a 10ª Vara Federal de Brasília. Essa ação penal trata da – absurda – "compra do silêncio de Nestor Cerveró" e está baseada exclusivamente em acusação feita pelo senador cassado Delcídio do Amaral em delação premiada negociada com o MPF, que permitiu que ele deixasse a prisão. A ação foi proposta sem que Cerveró sequer tivesse sido ouvido sobre essa acusação de Delcídio, mostrando que a apuração ou a verdade dos fatos não foram os nortes seguidos pelos acusadores. Também os depoimentos ali colhidos mostram o óbvio: Lula jamais participou de qualquer ato objetivando interferir, direta ou indiretamente, na delação de Nestor Cerveró. O próprio delator deixou claro esse fato quando foi ouvido em juízo, na mesma linha seguida pelas demais testemunhas.

Esse balanço é suficiente para mostrar as impropriedades cometidas pelo jornal, em seu editorial de hoje, sob o disfarce de uma análise jurídica para a qual sequer dispõe de expertise e isenção para realizar. Sintomática igualmente a afirmação ali contida de que "sobram provas" contra Lula, mas nenhuma foi apontada, exatamente porque não existem! São apenas fruto de construções grosseiras, que O Estado de S.Paulo insiste em reverberar, com a divulgação constante de erros factuais em sua pretensa cobertura jornalística "isenta".


Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins

.

Nº 20.900 - "Pós-Carnaval, o desespero da imprensa com as chances de Lula para 2018"

.
28/02/2017

Pós-Carnaval, o desespero da imprensa com as chances de Lula para 2018


Jornal GGN - TER, 28/02/2017 - 10:37ATUALIZADO EM 28/02/2017 - 10:40



Patricia Faermann

 

Jornal GGN - Os jornais amanheceram no último dia de festejos de carnaval anunciando o que aguardam para os próximos acontecimentos do ano: a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não à toa ou coincidências, que a Folha de S. Paulo manchetou "Pelo prazo médio da Lava Jato, Lula pode ficar inelegível durante eleição", enquanto o Estado de S. Paulo dedicou editorial à pressão direta.

São desdobramentos de uma entrevista há quase uma semana do ex-ministro Gilberto Carvalho, afirmando o que todos já sabiam: "Lava Jato fará de tudo para condenar Lula", disse ao Valor. Sintetizava a expectativa do próprio ex-presidente e de todos seus aliados, de que a intenção dos investigadores e do juiz Sérgio Moro era condená-lo na primeira instância, deixando-o inelegível.

Entretanto, acrescentava Carvalho, em trecho ainda mais importante da entrevista: "Na primeira instância, podem condená-lo. Mas a repercussão e a nossa guerra será tanta que apostamos que na segunda instância possamos reverter [a condenação], e também nos tribunais superiores. Lula, ao fim e ao cabo, será candidato".

Mas essa parte foi ignorada. A repercussão foi mesmo da inelegibilidade nos jornais, que aguardaram para recuperar a entrevista logo no fim do carnaval, iniciando "oficialmente" o ano. "O desespero do PT", é o título do editorial do Estadão nesta manhã, que preferiu transferir os ânimos do jornal para o partido, em interpretação.

"O Partido dos Trabalhadores (PT), que, mais do que nunca, não passa de um apêndice de Luiz Inácio Lula da Silva, deflagrará uma “guerra” caso seu timoneiro seja condenado pela Justiça em algum dos diversos processos nos quais é réu", iniciou o diário.

O espaço opinativo se debruça naquilo que o ex-ministro Gilberto Carvalho poderia ter falado ao Valor, mas não falou, o que levanta a impressão de que faltavam sustentações para o editorial.

"Carvalho não se preocupou, em nenhum momento, em contestar as acusações que pesam contra o Padrinho, pois obviamente não é disso que se trata – e se nem os ativos advogados de Lula da Silva conseguem alinhavar argumentos em sua defesa, por que Carvalhinho o faria? Para Carvalho, como para os petistas em geral, o único crime pelo qual Lula será condenado é o de ter ajudado os pobres", continua.

Na entrevista, o ex-ministro deixou claro que a vitória de Lula contra a Lava Jato virá na segunda instância, porque já naquela Justiça não poderá haver espaços para erros e abusos judiciais, sob o risco de um crime histórico. "Eles pensarão duas vezes antes de fazer bobagem", lembrou, diante da óbvia reação popular em caso de condenação ou prisão do ex-presidente.

Mas a conclusão do Estadão foi: "Não há outra maneira de entender as inspiradas palavras de Carvalho – leia-se Lula. Ele aposta que a mística em torno do grande líder será capaz de levar a militância às ruas para intimidar os magistrados. O PT sabe que, se os processos contra Lula forem tratados somente no âmbito jurídico, a derrota do petista é certa, e não porque a Lava Jato “persegue” Lula, mas sim porque, ao que tudo indica, sobram provas contra ele".

Nessa linha, mas em formato "informativo" publicou a Folha de S. Paulo em suas duas reportagens dedicadas ao tema. Uma delas, direto de Curitiba, a repórter Estelita Hass Carazzai mostra entregar o veredicto da Justiça daquela região: "Se seguirem o ritmo de outros processos, as ações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que correm pelas mãos de Sergio Moro podem torná-lo inelegível ainda antes do pleito de outubro de 2018".

Na verdade, o que fez a repórter foi calcular quanto tempo o Tribunal Regional Federal julgou recursos de réus contra o juiz Sérgio Moro. As contas chegaram a 1 ano e 10 meses, desde uma denúncia até o julgamento da segunda instância. "Mantido esse ritmo, o petista ficaria inelegível em meio à campanha de 2018 –entre julho e outubro".

O jornal não detalhou, entretanto que, ainda que Lula responda a dois processos no Paraná, pelo apartamento triplex no Guarujá e por suposto benefício obtido da Odebrecht, em terreno onde seria a sede do Instituto Lula, cada caso da Lava Jato leva um tempo de investigação. E que o andamento da fase de testemunhas pode retroceder as estimativas da imprensa e do Paraná, uma vez que os depoimentos negam as teses sustentadas.

A outra publicação do diário paulista é assinada por Igor Gielow, antes diretor da sucursal de Brasília da Folha, passou recentemente a publicar coluna de opinião. Nesta, buscou revestir a publicação de aparente imparcialidade, porque conversou com "observadores" para se chegar a conclusão.

"Apesar dos anos de desgaste, o cenário atual entre observadores prevê alguém da centro-esquerda com chances de ir ao segundo turno em 2018", inicia. "Os olhos convergem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, único nome do PT com densidade eleitoral, exceto que o partido aposte em algum derrotado de 2016, como o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad", completa.

Já admitindo que o ex-presidente pode, sim, conseguir vencer a Lava Jato, focou o artigo no desgaste para Lula de enfrentar uma campanha política, após todos os questionamentos da Lava Jato e pressões diversas.

A exasperada coluna do Estadão, após insistentemente defender uma indiscutível inelegibilidade, chega a conclusão de admitir de que o ex-presidente pode sim avançar contra as acusações da Lava Jato, mostrando o desespero com os resultados recentes das pesquisas, com as grandes chances de Lula nas eleições 2018.

Não deixando de atirar: "O partido e seu demiurgo não apenas são os responsáveis pela pior crise econômica da história brasileira, mas também são as estrelas do maior escândalo de corrupção que já se viu no País.

"O problema é que os “fatos alternativos” dos petistas podem não ser suficientes para esconder a dura realidade de que, além de Lula – que pode não concorrer em razão de seus enroscos com a Justiça –, o PT não tem outro candidato. 'Depois do Lula, quem?'", conclui.

________________________________


PITACO DO ContrapontoPIG

A esquerda brasileira precisa deixar bem claro que uma eventual condenação de Lula poderá incendiar o País. 

_________________________________

.

Nº 20.899 - "GOLPE DESTRÓI A IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR"

.
28/02/2017


GOLPE DESTRÓI A IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR



Brasil 247 - 28 DE FEVEREIRO DE 2017 ÀS 06:17


Lula Marques/ Agência PT


A imagem do Brasil nunca foi tão negativa, quanto em 2016, ano do golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha, que colocou Michel Temer no poder; nada menos que 81% das reportagens sobre o País publicadas em 14 veículos internacionais foram negativas; este levantamento, que começou a ser feito pela empresa Imagem Corporativa em 2009, revela que o Brasil foi do céu ao inferno; em 2009, no auge do governo Lula, nada menos que 80% das reportagens eram positivas; autodestruição brasileira foi decisiva para a contaminação da imagem do País, assim como o assalto à democracia; na opinião do escritor português Miguel Sousa Tavares, o impeachment foi uma assembleia de bandidos presidida por um bandido


247 – O Brasil, que em 2009, no auge do governo Lula, era um dois países mais admirados do mundo, hoje é um dos mais desprezados, depois do golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha, que colocou Michel Temer no poder.

No ano passado,nada menos que 81% das reportagens sobre o País publicadas em 14 veículos internacionais foram negativas.

Este levantamento, que começou a ser feito em 2009 pela empresa Imagem Corporativa em 2009, revela que o Brasil foi do céu ao inferno.

No primeiro ano da pesquisa, nada menos que 80% das reportagens eram positivas.

Esse processo de autodestruição nacional foi decisivo para a contaminação da imagem do País, assim como o assalto à democracia.

Na opinião do escritor português Miguel Sousa Tavares, o impeachment foi uma assembleia de bandidos presidida por um bandido.


Com Temer, o Brasil já teve oito ministros que deixaram o cargo por suspeitas de corrupção e o País ainda passou o vexame de ver seu ministro da Cultura, Roberto Freire, agredir Raduan Nassar, o maior escritor brasileiro vivo, durante a entrega de um prêmio literário binacional.

.

Nº 20.898 - "A construção da candidatura de Lula ganhará novo fôlego após a quarta-feira de cinzas. Por Paulo Moreira Leite"


28/02/2017


A construção da candidatura de Lula ganhará novo fôlego após a quarta-feira de cinzas. Por Paulo Moreira Leite




Diário do Centro do Mundo - Postado em 28/02/2017


Publicado no 247.



Por Paulo Moreira Leite


No Brasil que transformou o Carnaval de 2017 num protesto inesquecível contra Michel Temer, o esforço para construir a candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva ganhará novo fôlego após a Quarta-Feira de Cinzas.

Estimulado por personalidades ligadas à resistência democrática, a começar por Chico Buarque e Leonardo Boff, em conversas reservadas ocorridas nos últimos dias, Lula tem deixado claro que está inteiramente convencido de que deve assumir de uma vez por todas a candidatura a presidente da República na sucessão de Michel Temer.

Quando os interlocutores perguntam se estaria disposto a voltar à presidência do Partido dos Trabalhadores, que em 2017 enfrenta a mais grave crise em quase 40 anos de  história, a resposta de Lula tem sido um não categórico. Ele deixa claro que compreende a necessidade de  ocupar cargos na direção do partido e participar dos debates essenciais que irão ocorrer antes e depois do próximo Congresso, a realizar-se em junho.

Mas, com a autoridade de quem lidera todas as pesquisas eleitorais, em função do reconhecimento popular pelas políticas econômicas favoráveis ao crescimento e distribuição de renda associadas a seu governo, o compromisso é concentrar-se na candidatura presidencial e discutir propostas que possam ajudar o Brasil a vencer a pavorosa crise — econômica, social, política — em que se encontra. A ideia central, aqui, é debater com urgência propostas de crescimento, visto como eixo que deve centralizar as preocupações com os destinos — próximos e remotos — dos brasileiros.

Dias atrás, a economista Laura Tavares levou a Lula dados sobre a Previdência que confirmam uma verdade fundamental no principal debate político dos próximos meses, tanto no Congresso como nos sindicatos e na casa de cada família de trabalhadores. Os números mostram que a saúde financeira de nosso sistema público de aposentadorias não envolve uma discussão no vazio de especialistas e consultores alinhados,  mas alimenta-se de um componente essencial — o comportamento da economia. Assim, nos anos de crescimento e ampliação do emprego com carteira assinada, a Previdência ganhou uma contabilidade saudável e até produziu receitas superiores a seus gastos.

Já nos períodos de recessão, perda de empregos e isenções de contribuições, tragédia acentuada com o desemprego recorde após  o golpe, ocorreu aquilo que até uma criança poderia imaginar — os números se tornaram negativos. A ideia é deixar claro que essa realidade não constitui nenhuma surpresa mas permite reafirmar uma noção que Lula estabeleceu durante em seus oito anos de mandato: um  país como o Brasil não tem alternativa além de crescer, crescer  ou crescer.

No ambiente de dúvidas imensas que alimentam a conjuntura política de 2017, que envolvem inclusive a  capacidade de sobrevivência de Michel Temer até 2018, o debate sobre o lançamento da candidatura Lula se apoia numa visão sobre o golpe parlamentar de agosto de 2016, partilhada por dirigentes e quadros experimentados do PT e dos movimentos sociais que têm participado de muitas conversas.

A análise é que a partir de maio de 2016, quando a Câmara aprovou o afastamento de Dilma, entrou em movimento um golpe que não se reduz a um lance único, mas deve ser compreendido como uma sequencia de operações destinadas a construir um estado de exceção. Desse ponto de vista, toda avaliação sobre o papel político de Lula na conjuntura só pode ser compreendido em acordo com a visão das partes interessadas.

Para os aliados de Temer e demais beneficiários do golpe, não apenas no universo político, mas também na República de Curitiba, Lula é o principal entrave para a consolidação do novo estado de coisas. Numa comparação que este blogueiro já explicitou em artigos anteriores neste espaço, em 2017  Lula tornou-se um personagem que,  a exemplo de Juscelino Kubitschek em 1964, encontra-se no ponto de encruzilhada do momento político.

Caso Lula seja removido de cena à força — como ocorreu com JK, cassado dois meses depois da queda de Goulart — a evolução política irá avançar  em direção ao enfraquecimento ainda maior da resistência democrática ao mais radical projeto conservador em curso no país desde o fim da República Velha, em 1930.

Caso tenha seus direitos políticos preservados, e, como candidato, possa fazer o debate sobre os rumos do país, expressando uma visão legítima, apoiada por uma parcela respeitável da população — a mesma que assegurou  quatro vitórias consecutivas em eleições presidenciais, feito raro em qualquer democracia moderna –, a evolução será em outra direção.

Não é preciso confundir as coisas. O que se trata, como prioridade, é impedir um veto a sua candidatura — no estilo que, em 1955, os adversários quiseram impor a JK, alvo de sucessivas maquinações antes, durante e depois de uma vitória clara nas urnas. Caso uma eventual candidatura de Lula não seja vitoriosa nas urnas, hipótese prevista em toda disputa eleitoral digna desse nome, a preservação de seus direitos políticos representa a continuidade da democracia nascida com a carta de 1988, que criou o mais amplo regime de liberdades desde a Independência, que  assegura o respeito absoluto a liberdade de expressão e de opinião.

Essa convicção — de que um veto a Lula é absolutamente inaceitável — contribui para o desgaste de Ciro Gomes junto a diversos interlocutores do presidente. Sem deixar de reconhecer o comportamento leal que Ciro demonstrou em vários momentos, inclusive na AP 470, eles avaliam que Ciro só conforta os adversários do campo político à esquerda quando diz que a candidatura de Lula é um “desserviço” ao país.

Para começar, é uma postura que não o aproxima de eleitores do PT, que, obviamente não acham que a candidatura Lula faz mal ao Brasil. Outro problema é que não consegue dar ao próprio Ciro um traço essencial a toda liderança política, em particular numa situação de beira de abismo — a capacidade de colocar-se acima de projetos pessoais.

Um dado animador para a campanha de Lula reside na temperatura política interna do PT. Guardiã da memória do partido e sua principal fonte de energia nas horas difíceis da luta política, a militância tem ensaiado um movimento rumo às próprias raízes, a partir de um balanço crítico do golpe e dos erros cometidos no governo e no Congresso.

Uma amostra desse novo momento tornou-se visível quando a bancada de deputados foi forçada a renunciar a uma aliança com Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, sendo levada a apoiar uma candidatura de oposição a Temer. Não se trata de um gesto isolado, mas de uma nova melodia, que contraria a postura que se verificava em tempos recentes.

O preço cobrado por 13 anos consecutivos de governo federal, somados ao impressionante conjunto de prefeituras conquistadas e acumuladas, foi um esvaziamento do partido, que perdeu quadros e dirigentes para as funções de Estado. O PT também perdeu autoridade nas discussões políticas, em grande parte monopolizadas por quem se ocupava das funções de governo — ou assumia funções parlamentares.  O golpe contra Dilma, somado ao massacre municipal, modificou essa situação e abriu a necessidade do partido se revalorizar, tornando-se um centro real de discussão e tomada de decisão, o que só irá reforçar sua importância política. O debate sobre a nova direção, tema principal do Congresso, ganha uma importância particular em função disso.

.

Nº 20.897 - "Verri: Reformas do MT tiram a dignidade do trabalhador"

 

28/02/2017

Verri: Reformas do MT tiram a dignidade do trabalhador


Negociado vale mais que o legislado?



Conversa Afiada - publicado 28/02/2017


Bessinha CLT.jpg


Conversa Afiada extrai, do Blog do Esmael Morais, artigo do deputado federal 

Enio Verri (PT-PR):


O fim de quase um século de mínima dignidade


As reformas Trabalhista e Previdenciária são duas medidas com as quais o grupo político que tomou o governo de assalto paga parte da dívida às elites industrial e financeira, pela sustentação ao golpe. As duas tramitam no Congresso Nacional e podem ser consideradas, junto com a entrega das riquezas energéticas nacionais ao mercado internacional, crimes de lesa-pátria.

Em relação à primeira, de todas as propostas, nenhuma é tão nefasta aos trabalhadores quanto à da prevalência do negociado sobre o legislado. Isso significa que, acordo entre patrão e empregado, ainda que ao arrepio dos direitos humanos, vale mais do que a legislação construída ao longo de quase um século de avanços e retrocessos, negociações, greves e enfrentamentos por dignidade no trabalho.

Aprovada a medida, estará feita a “reforma” pretendida pelo mercado. Todo arcabouço jurídico estabelecido na proposta de Temer torna-se secundário diante da absoluta suspensão dos direitos trabalhistas, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Sim, quando o acordo prevalecer sobre o legal, Lei para quê?

Historicamente, os donos dos meios de produção estabeleceram as condições de trabalho, até que os operários se organizaram e exigiram dignidade para vender a sua força do trabalho. É bom não esquecer que, a consolidação dos direitos em lei foi escrita com o suor e o sangue dos trabalhadores. Afinal, os donos dos meios de produção são aliados do braço armado do Estado, destinado a proteger a propriedade privada.

Nota-se que os patrões não são mais os clássicos proprietários das máquinas e das terras. Durante o aperfeiçoamento do capitalismo, ao longo dos séculos, esses meios passaram a ser propriedade do mercado financeiro.

Trata-se de uma modalidade de capitalismo, o estático, em cujos interesses não se encontram, necessariamente, o de produzir bens de consumo, mas sim o rentismo das empresas de papel das bolsas de valores. É um capital volátil, ou vadio, como diz o senador Roberto Requião.

Um capital que pode transladar de um continente para outro, sem produzir um único grampo de prender roupas no varal. Ao mesmo tempo, não cria postos de trabalho, consumo ou recolhe impostos. A indiscriminada e desregulada migração do capital, de países desestabilizados política e economicamente, para onde houver taxas mais atraentes de juros, aumenta a concentração de renda, a disparidade social, joga o país numa recessão e deixa um mar de desempregados.

O Brasil vive duas crises, política e econômica. Não há democracia, nem leis e a economia é recessiva. Nessa conjuntura, o negociado sobre o legislado penderá a balança de negociação das condições de trabalho, favoravelmente para os patrões. Eles querem economizar em meio a uma crise econômica, mas não cortam da sua margem de lucro e nem da isenta retirada de dividendos de suas empresas. Quem paga a conta?

Serão condições absolutamente injustas de negociação. Os donos dos meios de produção terão a vantagem da ausência de leis que ainda protegem direitos à dignidade dos trabalhadores. Os empregados trabalharão segundo a expectativa da satisfação de produção, aliada ao que se pode economizar com os custos da mão de obra, estabelecendo condições medievais de trabalho, como 12 horas por dia.

Na reforma proposta há medidas terríveis, como a de impedir os trabalhadores de ingressar com reclamação judicial; a de dividir e reduzir férias, a de flexibilizar a jornada de trabalho e a famigerada terceirização da atividade fim de uma empresa. Todas essas e muitas outras propostas são altamente prejudiciais à classe trabalhadora.

O governo é apoiado por cerca de 400 deputados, o suficiente para aprovar essas e outras barbáries. As forças progressistas de esquerda estão mobilizadas e organizadas para protelar, ao máximo, a agenda de retrocessos do governo Temer. Mas, infelizmente, cedo ou tarde farão o uso da maioria.

Para que cerca de 90 anos de luta por dignidade de quem produz a riqueza da sociedade, os trabalhadores, não sejam jogados no lixo, se faz necessária a organização nos estados e municípios. O PT e a Frente Brasil Popular orientam as pessoas a cobrarem dos vereadores, prefeitos, deputados, estaduais e federais e senadores, esclarecimento e posicionamento de voto quanto à proposta de Temer. Pressionar nas bases, essa é a ação necessária para dizer que a população está atenta às suas conquistas e não vai abrir mão.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Nº 20.896 - "A Lava Jato e seus inimigos íntimos, por Aldo Fornazieri"

.
27/02/2017


A Lava Jato e seus inimigos íntimos, por Aldo Fornazieri


Jornal GGN - SEG, 27/02/2017 - 07:45



A Lava Jato e seus inimigos íntimos

por Aldo Fornazieri

A grande frente que se formou para perpetrar o golpe do impeachment está se desfazendo aos poucos. O ponto de convergência desta frente foi a Operação Lava Jato. Ela era o estandarte, a bandeira tremulante, na qual estava estampada a cruz  para liderar o expurgo dos corruptos que haviam se apossado do país. Sérgio Moro parecia ser uma espécie de São Bernardo de Clairvaux, cujos pareceres nos processos e nos mandatos eram verdadeiras chamadas à mobilização de cruzados. Ou, quem sabe, era o bispo Fulk um dos chefes da Cruzada Cátara para combater com violência os hereges porque, entre outras coisas, estes queriam uma maior igualdade.

Nas cruzadas do impeachment todos eram santos: os que foram às ruas, os integrantes do judiciário, os porta-vozes da grande mídia, os políticos contrários ao governo Dilma, os deputados do indescritível espetáculo do 17 de abril, os grupos que pregavam a volta dos militares etc. São Michel, com seu cortejo de anjos e arcanjos, haveria de purificar o Brasil com seu jeitinho manso, com sua habilidade de conversar, com sua capacidade de construir consensos. O Brasil, livre dos demônios vermelhos, seria unificado, num estalar de dedos a economia voltaria a crescer e o manto verde e amarelo da ordem e do progresso haveria de produzir paz, contentamento, empregos e opulência.

Esta grande mentira, que embebedou boa parte da sociedade, hoje não passa de um espelho estilhaçado em mil pedaços, todos eles refletindo a face da maior quadrilha de corruptos que se apossou do poder. Todos eles refletindo as faces de um grupo indigesto de políticos que se acotovelam para participar da suruba do Foro Privilegiado. Todos eles refletindo as faces de antigos comparsas que agora querem queimar o sagrado estandarte no fogo cruzado que objetiva bloquear a marcha da libertação da terra santa. Até os santos, os chefes dos cavaleiros templários, o São Bernardo, são diariamente chamuscados pelas chamas que vêm das barricadas que tentam bloquear a justiça purificadora.

O PMDB, principal beneficiário, se tornou também o principal inimigo da Lava Jato. Já tentou várias manobras no Congresso para detê-la. Agora vêm os ataques públicos. Junto com alguns colunistas e blogueiros de direita, que se valeram de todas as ilegalidades da Lava Jato e do juiz Moro para derrubar o governo Dilma, desferem petardos contra os vazamentos seletivos, contra a criminalização da política, contra as conduções coercitivas, contra a manutenção de acusados na cadeia para que eles façam delações premiadas, contra o "lado obscuro" da operação e assim por diante. Investigar corruptos do PMDB e do PSDB virou sinônimo de "criminalização da política". Contra o PT se tratava de "limpeza moral". Mas a partir do governo Temer, a fetidez do ar bloqueou até mesmo a chuva nos céus de Brasília.

O PMDB está na linha de frente no combate à Lava Jato. Age como se fosse uma infantaria, uma espécie de bucha de canhão. Já, o PSDB, age como se fosse um grupo de comando de forças especiais. Usa a inteligência, tem infiltrados poderosos nas trincheiras "inimigas" como Rodrigo Janot, o próprio Moro, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e o ministro plagiador. Entre os infiltrados, nem todos são amigos entre si. O único ponto de convergência consiste em proteger os caciques do tucanato. Uns torpedeiam a Lava Jato, citando, inclusive, ilegalidades contra petistas; outros, querem preservá-la no que lhes interessa.

As direitas que patrocinaram as mobilizações de rua agora estão divididas. De um lado estão aqueles que querem salvar Temer para salvar o PSDB em 2018. Além de atacarem a Lava Jato, acusam seus ex-colegas classificando-os de "direita xucra", de fazer o jogo da esquerda por querem continuar mobilizando contra a corrupção. Ocorre que as perspectivas de 2018 colocam as direitas em uma encruzilhada, em marchas para caminhos distintos. A "direita xucra" quer a continuidade das mobilizações por duas razões: 1) ficar com Temer poderá significar um naufrágio; 2) não quer uma alternativa tucana, pois está engajada na construção de um projeto mais à direita - talvez Bolsonaro, talvez um outro candidato a la Trump.

Temer deveria renunciar e Moro se afastar

Não é necessário muito esforço de lógica para perceber o que a "Operação Mula", que envolve José Yunes, Eliseu Padilha e Michel Temer quer esconder. O PMDB tinha três chefes que recebiam e distribuíam propinas: Michel Temer, Eduardo Cunha e Eliseu Padilha. Não se tratava atos fortuitos, ocasionais, mas de operações sistemáticas de corrupção tramadas, inclusive, em palácios da República.

A continuidade de Temer na presidência da República foi, é e será uma afronta à dignidade nacional, à moralidade social, aos conceitos fundantes da Constituição Federal. Se ainda restam alguns resquícios de comunidade política nacional, Temer precisa se afastar ou ser afastado. Aqui cabe uma cobrança às sumidas oposições: sem o afastamento de Temer, o futuro da dignidade da política, da sua moralidade, da responsabilidade, estará comprometido por anos seguidos. Sem a saída de Temer a herança que ficará serão os escombros da democracia e a percepção de que golpes valem a pena.

O juiz Moro, por seu turno, não  tem mais condições morais de permanecer à frente da Lava Jato. Em recente palestra proferida nos Estados Unidos ele afirmou que não contribuiu para derrubar Dilma. Ele não só contribuiu de forma decisiva como, agora se sabe, agiu deliberadamente para proteger os mal-feitos de Temer ao cancelar perguntas dirigidas pela defesa de Cunha ao presidente-usurpador. Ao barrar as perguntas de Cunha, o juiz Moro cometeu duas ilegalidades: 1) barrou o direito de defesa, algo que não cabe a nenhum juiz praticar; 2) prevaricou, pois o certo era permitir que se pudesse conhecer aquilo que as perguntas pretendiam revelar.

Vejam-se apenas duas das perguntas barradas por Moro dirigidas a Temer: "Qual a relação de Vossa Excelência com o Sr. José Yunes?" e "O Sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB?". Moro classificou como "chantagem" e "provocações" as perguntas da defesa de Cunha. Está claro que ele agiu para proteger Temer, protegendo um esquema criminoso.

A cada dia que passa, as provas deixam mais evidente que quem destruiu a Petrobras pela corrupção foi o PMDB. A destruiu para agora entregar os seus ativos ao capital estrangeiro. Este governo foi instituído para liquidar as empresas brasileiras a preço de banana, para entregar os direitos dos trabalhadores ao capitalismo de predação, para vender as aposentadorias de pobres idosos ao capital financeiro, para destruir a educação e a saúde públicas.

Agora a mídia e setores de direita querem vender a seguinte equação: a política vai mal, mas a economia vai bem, pois os indicadores estariam melhorando. Proclamar a queda da inflação e dos juros como grande feito desse governo significa vender fumaça, pois os dois indicadores são consequência do efeito inercial da recesssão. Na verdade, a política está podre e a economia vai mal. Uma economia que tem mais de 12% de desempregados não pode estar bem. Uma economia que produz novos pobres todos os dias não pode estar bem. Uma economia que destrói o pouco de seguridade social do seu povo vai muito mal.



Aldo Fornazieri - Professor da Escola de Sociologia e Política.

.

Nº 20.895 - "Xadrez do elo desconhecido entre Temer e Yunes"

.

27/02/2017

Xadrez do elo desconhecido entre Temer e Yunes

O CASO DO PRIMEIRO AMIGO



Jornal GGN - SEG, 27/02/2017 - 07:44 ATUALIZADO EM 27/02/2017 - 19:33



Luis Nassif


Atualizado às 19:15 do dia 27/02



Qual a razão do primeiro amigo de Michel Temer, José Yunes, ter entrado em pânico, quando seu nome apareceu em delação de executivo da Odebrecht, a ponto de procurar o Ministério Público Federal para uma delação sem sentido.

A jornalistas, Yunes disse que lhe foi solicitado por Elizeu Padilha – Ministro-Chefe licenciado da Casa Civil – que recebesse “documentos” em seu escritório. Os tais “documentos”, na verdade, eram propinas pagas pela Odebrecht e levadas até ele pelo notório doleiro Lúcio Funaro.

Aos jornalistas, Yunes declarou ter sido apanhado de surpresa. E, assim que se deu conta do ocorrido, procurou o amigo Temer, que o acalmou.

Ao MPF, declarou que nada disse a Temer.

De sua parte, Temer mandou informar os jornais que exigirá explicações de Padilha.

O que está por trás dessa dança dos lobos, tão desesperada e tão sem nexo?

Dias atrás o grupo Anonymous divulgou um pacote de documentos sobre negócios de Yunes, Temer e outros sócios.

No primeiro artigo da série, mostramos que a principal suspeita levantada – a associação de Yunes com grandes bilionários – na verdade era uma sociedade para um condomínio a ser construído na Bahia.

Vamos, agora, à parte perigosa revelada pelos documentos, ajudado por comentaristas do Blog que passaram informações centrais para fechar a narrativa.


Peça 1 – as diversas formas de lavagem de dinheiro

Por que interessa conhecer os negócios de José Yunes, o primeiro amigo?

Primeiro, porque, após a delação do executivo da Odebrecht, descobriu-se que ele participava dos esquemas de captação de recursos de Michel Temer.

Depois, porque um dos modus operandi de muitos políticos é o de receberem no exterior, através de depósitos em fundos de investimento com aparência de legalidade. Em vez de contas convencionais em países estrangeiros, fundos de investimento através dos quais entram no Brasil como investimento externo.

De certo modo, é o caso de José Serra, conforme esmiuçado por Amaury Ribeiro Jr no livro “A privataria tucana”.

O fundo de investimentos de sua filha Verônica acumulou um patrimônio significativo. Em pelo menos um caso, sabe-se que foi utilizado para troca de favores com empresas.

Foi o caso da Serasa Experian, que, no final do mandato de Serra como governador de São Paulo, ganhou de graça o Cadin estadual (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais).

Assim que Serra deixou o governo, Verônica intermediou para a Serasa-Experian a venda de um site de e-mail marketing, a Virid. Na época, o mercado avaliava o preço em no máximo R$ 30 milhões. A Experian pagou R$ 104 milhões. Empresa de capital aberto na Bolsa de Londres, manteve o valor da transação em sigilo. Para todos os efeitos, foi um lucro legalizado do fundo de investimentos de Verônica.

Sérgio Machado tinha investimentos no exterior, através de um filho que era alto funcionário do Credit Suisse – e, ao que consta, foi sacrificado pela gula do pai e do irmão político.

Portanto, há uma probabilidade de que as empresas de Yunes possam ter servido para abrigar recursos políticos captados por Temer.

Não faltará paraíso fiscal no purgatório político em que se meteu Yunes, caso os Anjos Gabriel do Ministério Público Federal resolvam investigar a sério.

O dossiê disponibilizado pelo grupo Anonymous na Internet traz algumas pistas que precisam ser bem investigadas, das empresas dos Yunes.


Peça 2 – o Banco Pine

Aqui, aí se chega no elo desconhecido, o Banco Pine, ou Fist Pinebank, Inc, ou FPB.

O Banco Pine é o sucessor do BMC (Banco Mercantil de Crédito), da família Pinheiro, do Ceará, de três irmãos, Norberto, Nelson e Jaime Pinheiro, que chegaram a montar um banco médio, bem-sucedido. Assim como outros bancos cearenses, especializou-se em AROs (Antecipação de Receita Orçamentária) para prefeituras e em crédito consignado para funcionários públicos.

Em 1997, dois dos irmão, Norberto e Nelson, montam o banco Pine, depois de venderem sua participação no BMC para o irmão Jaime.

Em 2005, Nelson Pinheiro vende a integralidade de sua participação no Banco Pine a Noberto Pinheiro e passa a se dedicar aos seus negócios financeiros: Brickell S.A. - Crédito, Financiamentos e Investimentos e FPB Bank. 2006: Banco BMC foi vendido ao Banco Bradesco pelo seu acionista Jaime Pinheiro.

O First Pinebank que, depois de uma passagem turbulenta pelos Estados Unidos, tornou-se um banco panamenho; e a BR Partners, uma associação de Ângela Pinheiro, filha do patriarca Jaime Pinheiro, com Ricardo Lacerda, ex-presidente da Goldman Sachs do Brasil.
Aqui, começa nosso pequeno quebra-cabeça:

Em 2005, o nome do Pine Bank já apareceu associado ao doleiro Toninho Barcelona, no escândalo do Banestado (https://goo.gl/wQh4dq)

Em julho passado, a Lava Jato já tinha batido no FPB (https://goo.gl/opDxOv), através da Operação Caça-Fantasmas, da 32a fase. Identificou o FPB Banc Inc – àquela altura, um banco panamenho, o PKB da Suiça e o Carregosa, de Portugal, suspeitos de montarem representações clandestinas para clientes interessados em abrir contas em paraísos fiscais. Outro nome que apareceu no FPB foi o de Eduardo Rosa Pinheiro, também a família Pinheiro.

A suspeita da Lava Jato é que esse esquema teria sido usado por doleiros e operadores de propina para esconder o dinheiro da corrupção da Petrobras e de outras empresas públicas, investigadas pelas operações Lava Jato, Custo Brasil, Saqueador e Recebedor.

Os bancos tinham ligação direta com a Mossak Fonseca. A Polícia Federal e o MPF pediram prisão preventiva dos funcionários do banco, mas o juiz Sérgio Moro permitiu apenas condução coercitiva. Alegou que as evidências levantadas pela Lava Jato apenas apontavam atuação clandestina no país.


Assim como na batida na Mossak Fonseca, quando se constatou que não havia pistas que levassem a Lula – mas a alguns bilionários influentes -, abafou-se a investigação e manteve-se em sigilo as descobertas.

Mas outros países atuaram. No dia 10 de fevereiro de 2017, menos de duas semanas atrás, a Superintendência Bancária do Panamá suspendeu a licença de corretagem do Pine Bank, a partir de informações levantadas pela Lava Jato (https://goo.gl/KYF0gc). No Panamá, era um banco pequeno, com US$ 134 milhões em depósitos e apenas US$ 13 milhões de capitalização declarada,

Constatou-se que o banco recorria apenas à Serasa para analisar sua carteira de clientes, em vez de colocar relatórios reais das empresas. Além disso, a FPB tinha montado 44 empresas através dos escritórios da Mossak Fonseca, provavelmente para desviar dinheiro de suborno.

Os jornais do Panamá apontavam o fato do site do banco não informar nada sobre seus proprietários e acionistas. Sabia-se apenas que o banco pertencia a uma família de empresas debaixo do guarda-chuva de Brickell Group.

O jornal Panama News anotava que o FBK tinha um presidente de nome Eduardo Pinheiro, um gerente geral chamado José Palucci e um convidado especial para a inauguração da sede, de nome Mailson da Nóbrega.

O jornal levantou o nome da consultoria Brickell Management Services Inc, de Miami, com apenas 6 funcionários. E constatou que Pine Bank foi acusado pelo FED de violar vários pontos da lei anti-lavagem de capitais, tendo encerrado as operações nos Estados Unidos. Segundo o jornal, “propriedade anônima, gestão aparentemente ausente – um banco estranho para se fazer negócios, exceto se houver algum priopósito especial”.


Peça 3 – os negócios da família Yunes

Ao longo das últimas décadas, a família de José Yunes expandiu seus negócios por vários setores. Aparentemente, tem dois filhos bastantes empreendedores, dos quais Marcos Mariz de Oliveira Yunes é o que fica à frente dos negócios.

A principal empresa do grupo é a Yuny.

Trata-se de uma grande incorporadora criada em 1996 (https://goo.gl/9iirmz). Em 2007 recebeu aporte de R$ 700 milhões do Golden Tree Insite Partners. Pode ser coincidência de nomes, mas há uma Golden Tree Insite Partners no Reino Unido (https://goo.gl/0WddPa) que em 2010 foi declarada insolvente.

Mais tarde, a VR tornou-se sócia da Yuny. Hoje em dia, do Conselho participam Abraham  Szajman e Ury Rabinowitz, este alto funcionário da Brasil Telecom nos tempos de Daniel Dantas – em princípio, significa apenas que é um executivo requisitado. Depois, montou uma joint-venture com a Econ Construtora, a Atua Construtora, para imóveis de baixa renda.

No grupo, há outras empresas menos transparentes.

Uma delas é a Stargate do Brasil Estética de Produtos e Serviços

Criada em 30 de abril de 2007, é sociedade de José Yunes com Arlito Caires dos Santos. No Google, consegue-se chegar próximo com um Carlito Aires dos Santos – trocando o C do sobrenome para o nome, empresário mato-grossense de Peixoto de Azevedo, cuja empresa foi aberta em 20 de março de 2015 (https://goo.gl/lv7cpF).

Por sua vez, a Stargate é sócia da Golden Star, Serviços e Participações Ltda. Aparentemente, a intenção da sociedade foi a aquisição dos bens do panamenho Kamal Mohan Mukhi Mirpuri por Gilberto Pereira de Brito. O endereço de Kamal remete às proximidades do Trump International Hotel em Colon, Panamá. Kamal é proprietário da Multitrade Export Ltda, do Panamá.

Não é o único elo panamenho na nossa história, como se viu no caso do PInebank.


Peça 4 – as ligações do Pine com os Yunes

Em outros tempos, uma das maneiras de “esquentar” dinheiro frio, depositado fora do país, era através de uma operação cruzada. O investidor depositava seus dólares nas agências externas do banco; e elas serviam de garantias para empréstimos que eram concedidos, aqui, para empresas controladas por ele. Foi assim com o Banco Excel, de um membro da família Safra, que chegou a adquirir a massa falida do Econômico, mas quebrou quando a apreciação do real promoveu o descasamento das garantias externas com os financiamentos internos.

No dossiê do Anonymous são inúmeras as evidências de ligações comerciais do Banco Pine com as empresas dos Yunes, particularmente com a incorporadora Yuny.

·      Em setembro de 2010, a Atua Construtora e Incorporadora convoca AGE para autorizar a contratação de financiamento de R$ 5 milhões junto ao Banco Pine


·      Em dezembro de 2011, outra AGE  para autorizá-la a tomar mais R$ 5 milhões com o Pine
·      Em 18 de julho de 2013, outros R$ 5 milhões (ou renovação do crédito rotativo) novamente junto ao Pine


Peça 5 – os negócios de Temer com Yunes

Os caminhos de Michel Temer, da família Pinheiro, do Banco Pine e da incorporadora Yuny se cruzam em vários imóveis de Michel Temer e de sua holding Tabapuã.

Edifício Lugano

Temer tem duas unidades no edifício Lugano, na rua Pedroso Alvarenga 900, uma construção luxuosa com conjuntos comerciais de 102 a 202 m2.




A incorporadora é a Yuny, dos Yunes.


Spazio Faria Lima

Temer possui duas salas no edifício na rua Iguatemi  (https://goo.gl/4XecSC), com escritórios que vão de 350 a 700 m2. Na região, escritórios de 350 m2 custam de R$ 3,5 a R$ 7 milhões.

Trata-se de uma obra faustosa também da Yuny.





Em 23 de maio de 2011, transferiu para a Tabaupã, empresa que tem em sociedade com a filha Luciana.



Quem aluga o escritório é Andréa Pinheiros, da BR Partners, e uma das herdeiras do banco Pine, filha de Jaime Pinheiro, o patriarca.

Conclusão do jogo

Tem-se, então, todas as peças do jogo:

1.     O melhor amigo do presidente, José Yunes,  participava dos processos de arrecadação de propinas das empresas investigadas pela Lava Jato

2.      As empresas de Yunes tinham financiamento farto com o Banco Pine, da família Pinheiro, que tem um dos irmãos envolvido com os escândalos da Lava Jato, fechado nos Estados Unidos por acusação de lavagem de dinheiro e, há duas semanas, fechado tambem no Panamá.

3.     Temer com grandes investimentos em projetos da Yuny, a incorporadora da família Yunes, convidando o patriarca José Yunes para assessor especial..

Dificilmente toda essa movimentação passaria despercebida pela Lava Jato, ainda mais depois de invadir os escritórios da Mossak Fonseca e ter identificado o papel do Pine Bank.

Um dia se saberá ao certo a razão de terem segurado essas informações.

Correção

A matéria original foi corrigida com informações enviadas pelo Banco Pine.

.
.

Nº 20.894 - "Temer e a pouca vergonha de nossos tempos, por Eugênio Aragão"


27/02/2017


Temer e a pouca vergonha de nossos tempos, por Eugênio Aragão




Jornal GGN - SEG, 27/02/2017 - 14:37  ATUALIZADO EM 27/02/2017 - 19:35


"Delação de Yunes apontam que Temer preparou traição antes das eleições de 2014"




Temer e a pouca vergonha de nossos tempos


Por Eugênio Aragão*


As frações de informação tornadas públicas na entrevista do advogado José Yunes, insistentemente apresentado pelos esbulhadores do Palácio do Planalto como desconhecido de Michel Temer, embrulham o estômago, causam ânsia de vômito em qualquer pessoa normal, medianamente decente.

Conclui-se que Temer e sua cambada prepararam a traição à Presidenta Dilma Vana Rousseff bem antes das eleições de 2014. A aliança entre o hoje sedizente presidente e o correntista suíço Eduardo Cunha existia já em maio daquele ano, quando o primeiro recebeu no Palácio do Jaburu, na companhia cúmplice de Eliseu Padilha, o Sr. Marcelo Odebrecht, para solicitar-lhe a módica quantia de 10 milhões de reais.Não para financiar as eleições presidenciais, mas, ao menos em parte, para garantir o voto de 140 parlamentares, que dariam a Eduardo Cunha a presidência da Câmara dos Deputados, passo imprescindível na rota da conspiração para derrubar Dilma.

Temer armou cedo o golpe que lhe daria o que nunca obteria em uma disputa democrática: o mandato de Presidente da República. Definitivamente, esse sujeitinho não foi feito para a democracia. É um gnomo feio, incapaz de encantar multidões, sem ideias, sem concepções, sem voto, mas com elevada dose de inveja e vaidade. Para tomar a si o que não é seu, age à sorrelfa, à imagem e semelhança de Smeágol, o destroncado monstrengo do épico "O Senhor dos Anéis".


Muito ainda saberemos sobre o mais vergonhoso episódio da história republicana brasileira, protagonizado por jagunços da política, gente sem caráter e vergonha na cara, que só conseguiu seu intento porque a sociedade estava debilitada, polarizada no ódio plantado pela mídia comercial e reverberado com afinco nas redes sociais, com a inestimável mãozinha de carreiras da elite do serviço público.


O resultado está aí: o fim de um projeto nacional e soberano de desenvolvimento sustentável e inclusivo. A mais profunda crise econômica que o país já experimentou. A desconstrução do pouco de solidariedade que nosso Estado já prestou aos mais necessitados. A troca do interesse da maioria pela mesquinhez gananciosa e ambiciosa da minoria que, "em nome do PIB" ou "do mercado", se deu o direito de rasgar os votos de 54 milhões de brasileiras e brasileiros. Rasgaram-nos pela fraude e pelo corrompimento das instituições, com o único escopo de liquidar os ativos nacionais e fazer dinheiro rápido e farto, como na privatização de FHC. Dinheiro que o cidadão nunca verá.


É assim que se despedaça e trucida a democracia: dando o poder a quem perdeu as eleições, garantindo aos derrotados uma fatia gigantesca do governo usurpado e até a nomeação de um dos seus para o STF, para assegurar vida mansa a quem tem dívidas com a justiça. A piscadela de Alexandre de Moraes a Edison Lobão, na CCJ, diz tudo.

Assistiremos a tudo isso sem nenhum sentimento de pudor?

A essa altura dos acontecimentos, o STF e a PGR só podem insistir na tese da "regularidade formal" do impedimento da Presidenta Dilma Roussef com a descarada hipocrisia definida por Voltaire como "cortesia dos covardes".

Caiu o véu da mentira. Não há mais como negar: o golpe foi comprado e a compra negociada cedinho, ainda no primeiro mandato de Dilma. O golpe foi dado com uma facada nas costas, desferida por quem deveria portar-se com discreta lealdade diante da companheira de chapa. O Judas revelado está.

E os guardiões da Constituição? Lavarão as mãos como Pilatos - ou tomarão vergonha na cara?


*Eugênio Aragão é sub-procurador-geral da República e foi ministro no governo de Dilma antes do golpe.

.

Nº 20.893 - " Noblat angustiado: ‘Temer subiu no telhado’ "

.
27/02/2017

Noblat angustiado: ‘Temer subiu no telhado’


Blog do Miro - segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


Resultado de imagem para ricardo noblat

Por Altamiro Borges


O jornalista Ricardo Noblat, blogueiro de estimação da famiglia Marinho, até que se entusiasmou com o Judas Michel Temer e, principalmente, com Marcela Temer – a “primeira-dama recatada e do lar”. Na patética entrevista coletiva com o golpista, realizada em novembro passado, a pergunta mais crítica e incisiva que ele conseguiu fazer foi: “Temer, como você conheceu Marcela?”. Haja subserviência e chapa-branquismo! Agora, porém, ele parece angustiado. Em artigo postado nesta sexta-feira (24) em seu blog, hospedado no site do jornal O Globo, ele lamentou: “O governo Temer subiu no telhado”.

Segundo a sua lamúria, “para o presidente Michel Temer, a quarta-feira de cinzas chegou antes do carnaval. A Igreja Católica trata a quarta-feira de cinzas como um dia para lembrar a fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Temer está em ótima forma física. Quanto à saúde do seu governo, ela passou a inspirar sérios cuidados desde que o advogado José Yunes depôs à PGR no último dia 14, em Brasília. Amigo de Temer há mais de 40 anos, assessor especial dele na presidência da República, Yunes pediu demissão do cargo em dezembro depois de ter seu nome citado na delação de executivos da Odebrecht”.

No inflamável depoimento, o “quase-irmão” do golpista relatou que serviu de “mula” do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebendo um “pacote” que poderia conter parte dos R$ 10 milhões em propina da Odebrecht. Para Ricardo Noblat, o que José Yunes contou na Procuradoria-Geral da República “deixa Temer muito mal”. O serviçal do Grupo Globo cita a entrevista concedida à edição desta semana da revista Veja. “Fui mula involuntária”, declarou Yunes, apresentando-se como um inocente útil nas mãos de Padilha”. Diante desta bomba, que antecipa a quarta-feira de cinzas, o porta-voz informal da famiglia Marinho concluiu:

“O estrago que a entrevista causará na imagem do governo será muito grande. Por mais que Temer tenha dito que só afastará do cargo o ministro que tenha sido denunciado pela PGR ao Supremo Tribunal Federal, a situação de Padilha se tornará insustentável. Se ele não agir com rapidez livrando-se desde logo de Padilha, sua própria situação deverá ser duramente afetada. Afinal, segundo Yunes, Temer foi informado por ele há mais de dois anos sobre como tudo se passou, não procurou Padilha para tratar do assunto e o nomeou ministro depois que assumiu a vaga da ex-presidente Dilma Rousseff”.

A conclusão de Ricardo Noblat, que só fala o que os donos autorizam, pode indicar que a Rede Globo, principal protagonista do “golpe dos corruptos”, prepara-se para desembarcar do covil de Michel Temer. Bem informada, inclusive pelo compadre Sergio Moro – tão premiado pelo império global devido aos serviços prestados na seletiva e midiática Lava-Jato –, a famiglia Marinho talvez até já tenha obtido acesso a outros vazamentos sobre as relações sinistras entre José Yunes, Eliseu Padilha e o chefão da quadrilha, o presidente ilegítimo. Daí a conclusão de que “o governo Temer subiu no telhado”.

Em tempo: Na semana passada, o covil golpista obteve duas vitórias na sua missão para “estancar a sangria” das investigações sobre corrupção. Emplacou o nome do “guarda-costas” Alexandre de Moraes como ministro do Supremo Tribunal Federal e nomeou Osmar Serraglio, fiel aliado do correntista suíço Eduardo Cunha, para a função de ministro da Justiça. Tudo parecia uma festa na semana de abertura do Carnaval. As confissões do “ingênuo” José Yunes, porém, estragaram a “suruba”. Para complicar ainda mais o cenário, antecipando a quarta-feira de cinzas, nesta sexta-feira (24), a Interpol prendeu em Miami, na Flórida, os dois principais operadores do PMDB em contas no exterior – os ricaços Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho. Eles já chegaram ao Brasil e podem atazanar de vez a vida da quadrilha que assaltou o poder. A conferir!
Noblat angustiado: ‘Temer subiu no telhado’
Por Altamiro Borges

O jornalista Ricardo Noblat, blogueiro de estimação da famiglia Marinho, até que se entusiasmou com o Judas Michel Temer e, principalmente, com Marcela Temer – a “primeira-dama recatada e do lar”. Na patética entrevista coletiva com o golpista, realizada em novembro passado, a pergunta mais crítica e incisiva que ele conseguiu fazer foi: “Temer, como você conheceu Marcela?”. Haja subserviência e chapa-branquismo! Agora, porém, ele parece angustiado. Em artigo postado nesta sexta-feira (24) em seu blog, hospedado no site do jornal O Globo, ele lamentou: “O governo Temer subiu no telhado”.

Segundo a sua lamúria, “para o presidente Michel Temer, a quarta-feira de cinzas chegou antes do carnaval. A Igreja Católica trata a quarta-feira de cinzas como um dia para lembrar a fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Temer está em ótima forma física. Quanto à saúde do seu governo, ela passou a inspirar sérios cuidados desde que o advogado José Yunes depôs à PGR no último dia 14, em Brasília. Amigo de Temer há mais de 40 anos, assessor especial dele na presidência da República, Yunes pediu demissão do cargo em dezembro depois de ter seu nome citado na delação de executivos da Odebrecht”.

No inflamável depoimento, o “quase-irmão” do golpista relatou que serviu de “mula” do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebendo um “pacote” que poderia conter parte dos R$ 10 milhões em propina da Odebrecht. Para Ricardo Noblat, o que José Yunes contou na Procuradoria-Geral da República “deixa Temer muito mal”. O serviçal do Grupo Globo cita a entrevista concedida à edição desta semana da revista Veja. “Fui mula involuntária”, declarou Yunes, apresentando-se como um inocente útil nas mãos de Padilha”. Diante desta bomba, que antecipa a quarta-feira de cinzas, o porta-voz informal da famiglia Marinho concluiu:

“O estrago que a entrevista causará na imagem do governo será muito grande. Por mais que Temer tenha dito que só afastará do cargo o ministro que tenha sido denunciado pela PGR ao Supremo Tribunal Federal, a situação de Padilha se tornará insustentável. Se ele não agir com rapidez livrando-se desde logo de Padilha, sua própria situação deverá ser duramente afetada. Afinal, segundo Yunes, Temer foi informado por ele há mais de dois anos sobre como tudo se passou, não procurou Padilha para tratar do assunto e o nomeou ministro depois que assumiu a vaga da ex-presidente Dilma Rousseff”.

A conclusão de Ricardo Noblat, que só fala o que os donos autorizam, pode indicar que a Rede Globo, principal protagonista do “golpe dos corruptos”, prepara-se para desembarcar do covil de Michel Temer. Bem informada, inclusive pelo compadre Sergio Moro – tão premiado pelo império global devido aos serviços prestados na seletiva e midiática Lava-Jato –, a famiglia Marinho talvez até já tenha obtido acesso a outros vazamentos sobre as relações sinistras entre José Yunes, Eliseu Padilha e o chefão da quadrilha, o presidente ilegítimo. Daí a conclusão de que “o governo Temer subiu no telhado”.

Em tempo: Na semana passada, o covil golpista obteve duas vitórias na sua missão para “estancar a sangria” das investigações sobre corrupção. Emplacou o nome do “guarda-costas” Alexandre de Moraes como ministro do Supremo Tribunal Federal e nomeou Osmar Serraglio, fiel aliado do correntista suíço Eduardo Cunha, para a função de ministro da Justiça. Tudo parecia uma festa na semana de abertura do Carnaval. As confissões do “ingênuo” José Yunes, porém, estragaram a “suruba”. Para complicar ainda mais o cenário, antecipando a quarta-feira de cinzas, nesta sexta-feira (24), a Interpol prendeu em Miami, na Flórida, os dois principais operadores do PMDB em contas no exterior – os ricaços Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho. Eles já chegaram ao Brasil e podem atazanar de vez a vida da quadrilha que assaltou o poder. A conferir!

.

Nº 20.892 - "Temer já tem as delações. E não tem para onde ir. Por Luciano Martins Costa"


27/02/2017


Temer já tem as delações. E não tem para onde ir. Por Luciano Martins Costa



Do Tijolaço · 27/02/2017


dukecarnaval



Por Fernando Brito


Do experimentadíssimo Luciano Martins Costa, no site  Brasileiros, a suspeita – já certeza – de que a doença que grassa, mesmo, no núcleo do Governo Temer é a delatite.


Os integrantes e associados do governo enterino do sr. Michel Temer já receberam cópias do conteúdo das delações da Odebrecht.

A conclusão é dos advogados que editam o site e boletim Migalhas, especializado em questões jurídicas.

Para quem estranhava a súbita renúncia do ex-ministro das Relações Exteriores José Serra, eis aí uma boa pista.

Sob o título “Ai que dó”, a nota observa que o advogado José Yunes acaba fazendo a revelação ao se complicar nas explicações sobre como recebeu um pacote de dinheiro do doleiro Lúcio Funaro: ele confessou ter atuado como “mula” do agora ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil.

Deve o autor, evidentemente, se desculpar publicamente com a nobre estirpe dos muares.

“Ai que dó” é como o Migalhas se refere à alegação de Yunes, de que não sabia que o pacote entregue por Funaro continha dólares.

“A informação de Yunes revela que ‘eles’ já tiveram acesso à delação da Odebrecht. E estão, todos, montando suas versões”, diz o boletim.

O fato é muito grave e coloca uma pá de cal sobre a credibilidade da força-tarefa que conduz a operação Lava-Jato: o conteúdo da delação de Claudio Mello Filho, da Odebrecht, nunca foi revelado, o que significa que a equipe liderada pelo juiz Sergio Moro vazou para os acusados o teor das acusações, para que eles possam planejar suas defesas.

O presidente-tampax vê se desmoralizar ainda mais seu gabinete quando o ministro Serra deixa abruptamente o cargo e alega um problema de coluna, ou, como se apressou a divulgar a mensageira Eliane Cantanhede (Grupo Globo e Estado de S. Paulo), Serra estava “tristinho” no cargo de ministro das Relações Exteriores.

Serra saiu para tentar se desviar da enxurrada de esterco que a Lava-Jato procura esconder.

Esse é o episódio que irá marcar definitivamente as biografias dos integrantes do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça.

A evidência de favorecimento, por parte dos personagens que são tidos pelos midiotas como heróis da moralidade pública, a integrantes da quadrilha abrigados no poder federal, não admite omissão: cumpre ao CNJ agir, cumpre ao STF dar aos brasileiros um sinal de que nem tudo é esculhambação.

Nem se deve, a esta altura, cobrar alguma responsabilidade da imprensa hegemônica, porque de onde nada se espera é que nada sai, mesmo.

Mas pode-se apostar que pelo menos a Folha de S. Paulo, o jornal que atua como uma espécie de agência privada do ex-ministro Serra, venha a trazer alguma informação nova enquanto repinicam os tamborins.

Os midiotas, atordoados pela comprovação de que o impeachment de Dilma Rousseff instalou as raposas no galinheiro, não têm mais como ficar repetindo que o mandato do sr. Temer é transitório, porque a transição significa que se sai de um lugar para outro, e ele demonstra não saber onde está.

Faltava ao inquilino do Planalto legitimidade. Depois se constatou que faltava estofo e carisma para conduzir o que, segundo seus acólitos, seria a transição para fora da crise econômica; agora não há como esconder que falta honestidade, falta estratégia, falta respaldo popular, falta competência.

O governo enterino não tem para onde ir.

Aliás, alguns de seus integrantes e ex-integrantes têm, sim: o presídio da Papuda.

.