22/06/2012
Presidente brasileira sinalizou que poderá haver sanções contra o novo governo paraguaio: “Disso sai uma consequência”; governo vizinho poderá ser excluído de organismos multilaterais, como Unasul, OEA e Mercosul
247 – No dia de encerramento da Rio+20, a presidente Dilma Rousseff estava visivelmente irritada com a questão paraguaia, que acabou ofuscando a conferência ambiental. Numa rápida entrevista antes do encerramento do encontro, a presidente falou sobre o assunto, sinalizando que o país poderá sofrer sanções de seus vizinhos sul-americanos. “Disso sai uma consequência”, disse a presidente Dilma Rousseff.
Na visão dos diplomatas brasileiros, o que ocorreu no Paraguai foi um golpe branco. O pretexto foi o assassinato de camponeses numa zona rural. Dilma, que enviou o chanceler Antônio Patriota a Assunção, falou sobre a questão democrática no continente. “Nós passamos por um processo muito doloroso de golpe, passamos por um processo de retomada da democracia”, disse a presidente. “Dar valor a ela é algo muito importante”.
No Paraguai, o presidente Fernando Lugo aceitou a decisão do Congresso, que impôs seu impeachment num processo relâmpago, mas pesquisas internas apontam que mais de 65% da população condena a deposição.
Chanceleres de 12 países sul-americanos avaliam a possibilidade de propor a exclusão do Paraguai de organismos multilaterais como a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), da OEA (Organização dos Estados Americanos) e do próprio Mercosul. Todas essas entidades têm cláusulas democráticas, que impõem a seus membros o respeito ao devido processo legal. Dilma falou sobre essa hipótese. “Posso dizer o que está previsto no protocolo, que é a não participação nos órgãos multilaterais".
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