quinta-feira, 31 de março de 2016

Nº 19.025 - "Moro pede desculpas ao STF depois de ter, como um Nero, incendiado o Brasil"



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31/03/2016

 


Palavra Livre - 31/03/2016




Por Davis Sena Filho
 
"Jamais foi a intenção desse julgador, ao proferir a aludida decisão de 16/03 (vazamento para público do diálogo entre Dilma e Lula), provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal Federal". (Juiz de primeira instância Sérgio Moro)

As desculpas esfarrapadas do juiz de primeira instância, Sérgio Moro, do PSDB do Paraná, aos juízes do STF por ter vazado, ilegalmente e criminosamente, o diálogo entre Lula e Dilma Rousseff sobre sua posse como ministro da Casa Civil são um exemplo de hipocrisia e cinismo retumbantes. A perfídia que o juiz Sérgio Moro — o Humilde I — cometeu chega às raias da insanidade alimentada pelo seu ódio e obsessão messiânica sem limites.

Certamente tomado de incontrolável fúria e frustração contra o ex-presidente Lula, tal magistrado, de índole e caráter de essências condestáveis, incendiou o País, tal qual o Nero romano, porque grampeou e divulgou as conversas de uma presidente da República, que tem foro privilegiado, bem como atentou contra a segurança nacional, pois a mandatária cuida dos interesses do Estado e da Presidência da República. Porém, Moro pouco se lixou.

A verdade é que Sérgio Moro não conseguiu levar Lula, um cidadão que não responde a quaisquer processos, assim como não é réu, para o manicômio de Curitiba transformado em cárcere, onde penam dezenas de pessoas, sem culpa formalizada, sem serem julgadas, como presidiários condenados fossem, o que não é o caso de muitos dos presos. Corrupção se combate. Tem de ser combatida e todos os brasileiros querem isto, mas dentro da Lei.

Pessoas que se submetem à delação "premiada" de caráter seletivo, porque somente os políticos do PT ou as pessoas ou empresas ligadas ao partido ou que serviram ao Governo Trabalhista foram presas, o que, indelevelmente, não acontece com os demotucanos, que no Brasil são inimputáveis. A maior prova do que eu assevero se cristaliza na lista de mais de 300 políticos, a maioria do PSDB, DEM e partidos aliados dos tucanos, que receberam financiamento eleitoral e propinas da Odebrecht.

Rapidamente, o juiz Moro e o MPF/PSDB trataram de não aceitar a delação de Marcelo Odebrecht, porque, de uma forma quase "ingênua", segundo os procuradores, os nomes da lista da Odebrecht não deixa claro se o recebimento de dinheiro por parte de políticos demotucanos foi por meio de propina ou recebido de forma legal. Não está claro para os procuradores e para o Moro, obviamente. Creio eu e muitas outras pessoas que a questão não é esta.

O que "pegou" para os Intocáveis procuradores é que não consta na lista quase ninguém do PT, mas, sim, a oposição demotucana em peso, bem como os nomes de Lula e Dilma não estão na super lista de Marcelo Odebrecht para o desgosto dos golpistas. Então, se não tem petista, "Não vem ao caso" — não é juiz Sérgio Moro? A seletividade e partidarismo dessas autoridades do Judiciário retiram da Lava Jato sua credibilidade e honorabilidade. E a história costuma ser cruel, principalmente para os golpistas. Vide 1964.

A intenção das ações arbitrárias de Moro, à revelia da Lei, são bancadas pela cumplicidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aquele político de oposição de direita que pensa, equivocadamente, que sua aprovação em concurso público há cerca de 30 anos lhe dá a supremacia funcional e a importância social acima dos cidadãos eleitos, como o caso, por exemplo, de Dilma Rousseff.

Trata-se da total inversão de valores, pois faz com que servidores públicos de alto escalão se considerem mais importantes que o sistema político, a democracia e o Estado de Direito. Se o doutor Janot não sabe ou dissimula não saber, salutar se torna informá-lo que a autoridade eleita pelo voto é amparada legalmente e constitucionalmente pela soberania do povo, conforme reza a Constituição. O eleito é mais importante, porque ungido pela autoridade do povo. É dessa forma que tem de ser compreendida a democracia.

Moro faz política inadvertidamente e há dois anos incendeia o Brasil por motivos políticos e ideológicos, porque o combate à corrupção não precisa ser midiático, como exageradamente acontece no Brasil. Vivemos em um circo de horrores, porque a intenção é o golpe de direita ser sacramentado. Moro leva a malta de coxinhas de classe média e média alta a sair histérica e encolerizada às ruas, muitos deles com características fascistas, em várias cidades grandes e médias, a tentar, inclusive, como ocorreu em Brasília, invadir o Palácio do Planalto.

O vazamento ilegal e criminoso realizado por um juiz de província impediu que Lula assumisse a Casa Civil oficialmente, fato este que cooperou, indubitavelmente, para constranger o ex-presidente e fazer com que parte da população branca e reacionária alterasse seus ânimos e se dispusessem a ocupar as ruas para pedir um golpe contra o Estado Democrático, a democracia, a presidente Dilma Rousseff, bem como contra o Lula, que já vinha a amarrar uma coalizão política com vários partidos, principalmente com o PMDB, porque a finalidade é garantir a maioria no Congresso para que o Governo Trabalhista pudesse aprovar seus projetos e tocar os programas e as obras que estão praticamente paralisadas em todo o País, desde que a crise política se alastrou como um câncer no organismo do sistema político e partidário.

O juiz de primeira instância Sérgio Moro tem o beneplácito de alguns juízes da Alta Corte, bem como o apoio incondicional de outra cabeça do golpe, o procurador Rodrigo Janot. A intenção desses servidores públicos ideologizados e partidários à direita é efetivar um golpe contra a presidente Dilma e impedir que Lula faça política e recomponha a base do Governo Trabalhista, assim como dê início à recuperação da economia, a mudar alguns paradigmas neoliberais, que estão a vicejar no Ministério da Fazenda e no Banco Central do Brasil.

Quando foi anunciada a posse de Lula, o juiz Moro incorreu em crime e vazou um grampo ilegal. Ressalta-se que tal magistrado de província, que pensa que o Brasil é dele e dos togados sem um único voto que o circundam, já tinha dado ordem à PF para que se encerrasse as escutas nos telefones de Lula. Mesmo assim ele teve a audácia, a prepotência e a ousadia de vazar diálogos em que um dos grampeados é a presidente da República, além de vários ministros e parlamentares.

Moro pediu desculpas ao "egrégio tribunal", como bem disse. Contudo, como se trata de um agente público partidarizado e de direita, não pediu desculpas a quem deveria pedir: a presidenta Dilma Rousseff, pois, ao que parece, "Não vem ao caso". O que vem ao caso, certamente, é derrubar governo constituído. Tal tucano pertence às hostes da oposição de direita, que, desde o dia seguinte à derrota do político golpista e incendiário de alma lacerdista, senador Aécio Neves, não aceitam os resultados das urnas e, inconsequentes e irresponsáveis, tocam fogo no País, paralisam sua economia, causam desemprego aos trabalhadores e tentam impor, por meio de um golpe, um programa econômico draconiano, que denominaram de "Uma ponte para o futuro". Realmente, tal "ponte" é um verdadeiro deboche e desfaçatez.

Só se o futuro é o inferno, cujo patrono é o satanás sadomasoquista à espera do sofrimento do povo brasileiro. Um programa do PMDB/PSDB que retoma o neoliberalismo dos tempos dos governos sombrios de FHC — o Neoliberal I —, que também afundou o mundo em uma crise sem precedentes e transformou o Brasil em um pardieiro do FMI e do Bird, que desde o Governo Lula não vem ao País cagar regras e impor receitas econômicas e financeiras, que nem lúcifer seria capaz de ratificá-las, no que diz respeito a massacrar o povo do Brasil.

Golpistas que desejam e pretendem julgar uma presidente que não cometeu quaisquer malfeitos ou crimes, sejam eles comuns ou de responsabilidade. Ladrões, corruptos, políticos processados e réus querem dar um golpe travestido de impeachment, com o apoio irrestrito da pior escória deste País, a imprensa de negócios privados dos magnatas bilionários, que há muito tempo deveriam ser levados às barras dos tribunais por crimes de traição e conspiração, no sentido de serem historicamente os arautos de golpes contra mandatários eleitos pelo povo.

Além disso, tais magnatas bilionários de imprensa são acusados de sonegação, lavagem de dinheiro, contrabando de equipamentos, pagamentos de propinas a fiscais do Carf com a intenção de diminuir os valores de multas ou até mesmo extingui-las, remessa ilegal de dinheiro, contas não declaradas no exterior, bem como proprietários de patrimônios em nome de testas de ferro, dentre muitos outros crimes que "Só eles e Deus sabem", como define o velho adágio popular.

E é esta gente corrompida que evidencia e quer efetivar um golpe. Ressalva-se: em presidente que não cometeu crimes. Enquanto isso, os crimes do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, são "esquecidos" pela grande mídia corrupta. Por isto que o impeachment nas condições que se apresenta não passa de golpe rasteiro e criminoso, porque invalida os 54,5 milhões de votos depositados nas urnas em nome do PT e de Dilma Rousseff, que novamente ressalto: não cometeu crimes.

Os golpistas querem dar um golpe como se não tivesse importância os votos e a soberania daqueles que apoiam os programas sociais e as obras do Governo Trabalhista, que desde 2003 trabalha em prol da igualdade de oportunidades e da justiça social. Um Governo democrático, que jamais reprimiu os trabalhadores por meio de cassetetes da polícia e da negação em atender suas reivindicações sociais seculares. E foi o que os governantes trabalhistas fizeram e a direita quer que o povo esqueça seus benefícios e conquistas. Só que não vai esquecer...

Não vai ter golpe! Porém, enquanto isso Moro se desdobra para, de forma infeliz e lamentável, pedir "escusas" ao STF, porque como um ser super "humilde", bem como de coração "ingênuo", sua intenção ao vazar os diálogos de Lula e Dilma às vésperas do nomeação do líder petista para a Casa Civil não tinha por objetivo de "Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo e da decisão de V.Ex.ª {juiz Teori Zavascki}, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários". Como o Moro é bonzinho e cônscio de suas artimanhas dissimuladas perante o egrégio tribunal.

Não é fantástico? Chega a ser comovente as explicações em aspas do juiz do PSDB do Paraná, Sérgio Moro. E sabe por quê? Porque todo mundo é idiota ou burro neste País. Ou assim pensa o sistema judiciário à moda Catta Preta, mas de maneira muito equivocada, diga-se de passagem. Quer dizer então que o bondoso varão de Plutarco e puro de alma, o juiz Moro, jamais pensou que vazar de forma inconstitucional e à margem da Lei os grampos telefônicos não daria em nada? Não faria com que coxinhas despolitizados e fascistas financiados saíssem às ruas para atacar o Governo? Então,  tá...

Só que há um paradoxo em sua conduta e ações, pois horas antes os grampos foram suspensos por ordem do próprio juiz de Maringá. Mesmo assim, e de forma política e ideológica, o magistrado decidiu repercutir a arapongagem, sendo que o porta-voz de sua ação golpista foi, ora veja, a Globo News. Não poderia ser diferente, até porque como "funcionário" padrão dos Marinho, este juiz de primeira instância "Faz Diferença". Não é mesmo?

Moro acendeu o rastilho de pólvora e deu no que deu: incendiou o País. Coxinhas apopléticos, a babar a baba do ódio, saíram às ruas alucinadamente e fizeram aquele escarcéu fascistoide, a imitar a fúria do Moro, um Nero tupiniquim com muita disposição para fazer política a partir do Judiciário, com o propósito de derrubar o Governo eleito e impedir que ele dê sequência a seus projetos. Moro quis dar fôlego ao impeachment de Dilma e enfraquecer politicamente o ex-presidente Lula perante a sociedade e o fez de forma perversa e criminosa, porque vazou grampos ao público onde constavam as falas da presidente da República.

Sérgio Moro, na verdade, cometeu crimes de forma premeditada, calculada, de fundo político e partidário. Moro é profundamente ideológico, um juiz irremediavelmente politizado, que judicializou e criminalizou a política, mas, contraditoriamente, faz política a se aproveitar de seu cargo vitalício, que não passa pelo crivo das urnas. Moro quis impedir a posse de Lula e, se fosse possível, polemizar e prejudicar sua ascensão ao cargo de ministro da Casa Civil, ao dar conotação de que Lula não queria ser julgado por ele, como se o juiz Moro fosse o melhor juiz do Brasil, o mais honesto e republicano, e, por sua vez,  o único apto a combater a corrupção. Realidades estas que não se confirmam. 

Moro como Janot apostam no golpe e são peças importantes de uma engrenagem que faz funcionar o consórcio do golpe formado por juízes, promotores, delegados da PF, procuradores, políticos de oposição e empresários, a terem como seus porta-vozes a imprensa golpista da casa grande, bem como os coxinhas despolitizados de classe média vestidos de amarelo como se gostassem do Brasil, coisa que não é real, porque coxinhas, e todo mundo sabe disso, inclusive eles, gostam é de Miami, desprezam o povo e odeiam o País. O coxinha autêntico é preconceituoso e sectário. São falsos moralistas e estão revoltados e inconformados, na verdade, porque os pobres passaram a "invadir" um pouquinho a praia dessa gente de alma pequena e espírito de porco.  

No dia 16, o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, transformou-se no imperador Nero e tocou fogo no Brasil. Ele apagou o incêndio com gasolina e sabia, sem dúvida, o que estava a fazer, ou seja, fazer funcionar a sinalização da estrada do golpe de direita. Não vai ter golpe! Vai ter luta! No dia 31 de março os golpistas vão ver como se derrota o golpe. Povo mobilizado é povo organizado. É isso aí. 
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