Tudo a ganhar, nada a perder
- O governo Dilma sai da defesa. Desde o primeiro dia de seu segundo mandato, Dilma vive sob ataques incessantes da tríade sinistra mídia-oposição-justiça.
O objetivo é derrubá-la. Um fato novo e relevante como ter
Lula em sua equipe mostra que Dilma está disposta a lutar pelo seu
mandato em vez de esperar que a espremam até a última gota.
- Lula leva ao governo uma capacidade de articulação política que Dilma e seus comandados jamais tiveram.
O que falta a Dilma em capacidade – e paciência – de fazer política
sobra em Lula. Se há alguém capaz de devolver a capacidade de governança
do governo, por meio de articulações políticas, é Lula.
- Toda a mídia está criticando.
Brizola dizia que era fácil tomar uma decisão a respeito de coisas da
política no Brasil. Se a Globo é a favor, dizia ele, você deve ser
contra. Neste caso, não é apenas a Globo – mas todas as empresas
jornalísticas. Convém para elas que Lula continue acuado, à mercê das
arbitrariedades de Moro, dos promotores de São Paulo e de juízes em
geral.
- É um sinal de que Lula enfim percebeu que não dá para jogar como cavalheiro contra adversários inescrupulosos e desleais.
Desde que chegou ao poder Lula agiu com um republicanismo que seus
oponentes jamais tiveram. FHC nomeou juízes partidários como Gilmar
Mendes para o STF e um procurador-geral que engavetou qualquer processo
que embaraçasse seu governo. Manteve a Polícia Federal sob controle.
Lula quis inovar, e acabou se dando mal. Em nome do republicanismo,
manteve até as verbas de publicidade multimilionárias para empresas de
mídia interessadas em destruí-lo. Para ver a conduta dos adversários,
basta analisar a atitude de políticos como Aécio e Alckmin: dinheiro, só
para amigos.
- Lula escapa da perseguição de Moro.
O juiz Sérgio Moro já deixou claro que o real objetivo da Lava Jato,
longe de ser erradicar a corrupção, é prender Lula e massacrar o PT.
Moro, em sua soberba enceguecedora, sequer se dá conta do ridículo
que é dizer que não tem motivações partidárias num evento promovido pelo
líder tucano João Dória.
- Lula demonstra não ter perdido a capacidade de arriscar.
Pode ter errado? Pode. Toda manobra ousada por dar errado. Mas pior
que tudo, a esta altura, é ficar parado. Como diz o célebre adágio,
antes morrer de pé do que de joelhos.
Paulo Nogueira. Jornalista. fundador e diretor editorial do
site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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