Mostrando postagens com marcador frente parlamentar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador frente parlamentar. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de abril de 2011

Contraponto 5111 - "A Frente Parlamentar, o governo Dilma, o FUST e a mídia"

.
03/04/2011


A Frente Parlamentar, o governo Dilma, o FUST e a mídia

Do Viomundo - 1 de abril de 2011 às 23:58

por Luiz Carlos Azenha

Fui ao evento de sexta-feira à noite que marcou o pré-lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular.

O lançamento mesmo acontece no próximo dia 19 de abril, em Brasília, às 14 horas, no auditório Nereu Ramos do Congresso.

O objetivo inicial é lotar o auditório naquela data, o que nos leva desde já a estender o convite a todos os brasilienses que se interessam pelo assunto, especialmente aos blogueiros progressistas da Capital federal e seus leitores.

Os últimos dados, de ontem à noite, indicavam que havia 171 assinaturas de adesão à frente, mas por motivos óbvios a gente prefere falar em 170.

Do debate, na sede do Sindicato dos Bancários, participaram os deputados federais (atenção, anotem os nomes deles para as próximas eleições) Brizola Neto (PDT-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Emiliano José (PT-BA). A deputada Luisa Erundina (PSB-SP) não pôde comparecer por motivos pessoais.

De qualquer forma, ficou claro que pelo menos na esquerda existe um consenso de que é preciso fazer avançar o debate sobre a questão da comunicação no Brasil.

O evento serviu também para lançar “Jornalismo de Campanha e a Constituição de 1988″, de Emiliano José, autor também de “Imprensa e Poder, Ligações Perigosas”, ambos editados pela Editora da Universidade Federal da Bahia.

Houve durante o debate apelos urgentes para que se impeça a aprovação do projeto que modifica a lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), conforme denúncia feita pelo coletivo Intervozes publicada, entre outros, pelo Viomundo (aqui).

Houve apelos para que o governo Dilma, que financia com milhões e milhões de reais o que se convencionou chamar de PIG, aprofunde a pulverização das verbas publicitárias oficiais e que faça isso não apenas por critérios de mercado, mas que visem a incentivar o pluralismo na produção de conteúdo.

Houve apelos — corretos, em minha modesta opinião — para que a Frente Parlamentar receba o reforço dos movimentos sociais. Ou seja, que a questão da comunicação esteja presente em todas as demais conferências nacionais setoriais promovidas no país.

O próprio deputado Emiliano José disse que, se a esquerda parece unida no Congresso em relação ao tema, é preciso agregar outras forças políticas, especialmente do centro, ao debate.

Movimentos sociais + centro político + Frente Parlamentar + blogueiros progressistas me parece uma combinação mínima para fazer avançar o debate, além da escolha de uma agenda mínima que seja consensual (Plano Nacional de Banda Larga, regulamentação da mídia eletrônica, propriedade cruzada e por aí vai).

Levantou-se a dúvida sobre o destino que seria dado ao projeto deixado pelo ministro Franklin Martins: será descartado por personagens que estão “costeando o alambrado”, como dizia Leonel Brizola?

O deputado Emiliano José voltou a dizer, conforme já havia escrito em artigo publicado pela CartaCapital e reproduzido aqui, que o namoro do PIG com o governo Dilma tem data para terminar: depois que forem concluídas as tentativas de desconstruir a imagem de Lula.

No particular, houve discordâncias em relação ao atual governo.

Por exemplo, no lamento “em off” de um dos participantes a respeito do poder de primeiro-ministro que Antonio Palocci tem no governo Dilma (que se estende até mesmo à Biblioteca Nacional).

Porém, se está claro que há divergências na avaliação que se faz do governo Dilma até aqui, não há dúvida de que a dura tarefa de modificar o panorama do setor midiático no Brasil exigirá uma ampla coalizão de forças em torno de uma agenda mínima.

Não nos resta outra alternativa, a não ser começar lotando o Nereu Ramos.

.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Contraponto 4972 - "Frente parlamentar: a bola da vez"

.
17/03/2011
Frente parlamentar: a bola da vez

Do Blog do Miro - quinta-feira, 17 de março de 2011

Por Altamiro Borges

Em reunião realizada ontem (16) na sala da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, sob comando o deputado Emiliano José (PT), foi aprovado o lançamento oficial da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular. Ele será feito em 19 de abril, às 14 horas, no auditório Nereu Ramos, que comporta cerca de 400 pessoas.



94 deputados já aderiram

Com a presença de várias entidades da sociedade civil, a reunião também fez um balanço das adesões à proposta de criação da frente. Até ontem, 94 parlamentares já tinham assinado a solicitação – incluindo integrantes do PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e também do PMDB, PV, PSDB, DEM, entre outros partidos. Pelo regimento interno da Câmara Federal, são necessárias 171 assinaturas para formalizar uma frente parlamentar.

Na avaliação de Emiliano José não será difícil conseguir o restante das adesões. “Nenhum parlamentar será contra o debate sobre a liberdade de expressão. A discussão sobre o novo marco regulatório dos meios de comunicação está em pauta no país e o Congresso Nacional não vai se omitir”. Nos próximos dias, os integrantes da frente, liderada pela deputada Luiza Erundina (PSB), intensificarão a coleta das assinaturas.

Versão final do manifesto

A reunião também deu os últimos retoques e aprovou a versão final do manifesto da frente. Conforme ele explicita logo na abertura, ela “é uma iniciativa de membros da Câmara dos Deputados, em parceria com entidades da sociedade civil, que visa promover, acompanhar e defender iniciativas que ampliem o exercício do direito humano à liberdade de expressão e do direito à comunicação”.

Entre outros objetivos, a frente irá “defender os princípios constitucionais relativos ao tema, especialmente aqueles previstos nos artigos 5º e 220 a 224 da Constituição Federal; lutar contra qualquer tipo de ação direta ou indireta de censura prévia de caráter governamental ou judicial; contribuir para a regulamentação dos artigos 220, 221 e 223 da Constituição Federal; defender a ampliação do acesso da população à banda larga; trabalhar pela liberdade na internet, tendo como parâmetros a proteção à neutralidade da rede e ao direito à privacidade e à liberdade de expressão”.

Concentrar energias na mobilização

O ponto de pauta mais importante da reunião foi o lançamento oficial da frente em 19 de abril. A idéia é promover um ato político representativo e amplo. Ficou acertado que os parlamentares concentrarão suas energias na convocação de representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e das entidades de caráter nacional – incluindo as empresariais, a CNBB, a OAB e outras.

Já as entidades da sociedade civil presentes à reunião ficaram responsáveis pela massiva mobilização dos movimentos sociais e das várias frentes de luta pela democratização da comunicação. Em recente plenária, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que reúne centrais sindicais, entidades estudantis e outras organizações populares, aprovou como prioridade a luta pela regulação da mídia.

Batalha difícil e decisiva

O lançamento oficial da frente parlamentar tende a ser a mais importante iniciativa nesta frente estratégica de luta após a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em dezembro de 2009. O desafio agora é garantir que o ato seja representativo e massivo – lotando as dependências do Congresso Nacional. O êxito do evento contribuirá para fazer deslanchar o debate sobre o novo marco regulatório.

Esta é a bola da vez para quem encara a luta pela democratização da comunicação como estratégica. O ideal seria que todas as entidades representativas do campo popular colocassem o ato de lançamento como agenda prioritária e fixassem metas de mobilização no país. A batalha pela regulação da mídia é dificílima. Os barões da mídia inclusive já se movimentam para sabotar a frente parlamentar. O desafio está lançado!
.