segunda-feira, 31 de julho de 2017

Nº 21.984 - "Meirelles, o lobista, detonou a economia"

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31/07/2017

Meirelles, o lobista, detonou a economia


Do Blog do Miro - segunda-feira, 31 de julho de 2017


Por Altamiro Borges


Na cavalgada contra a democracia, a mídia privada – nos dois sentidos da palavra – garantiu aos seus “midiotas” que bastaria derrubar a presidenta Dilma Rousseff para a economia voltar a crescer “instantaneamente”. Os famosos urubólogos, que antes só davam notícias negativas sobre o país, viraram otimistas infantis, garantindo a volta da confiança do “deus-mercado” e dos investimentos. No esforço para justificar o “golpe dos corruptos” e a chegada ao poder da quadrilha de Michel Temer, a mídia chapa-branca, nutrida com milhões de publicidade, elegeu o velhaco lobista Henrique Meirelles como o herói da retomada do crescimento. Alguns veículos não esconderam a sua torcida para que o czar da economia virasse o novo presidente do Brasil via eleições indiretas no Congresso Nacional. A aposta dos neoliberais, porém, não durou muito tempo e agora tudo descarrilhou.

Nesta semana, a revista Época, pertencente à famiglia Marinho, decretou a morte súbita de Henrique Meirelles. Em artigo dos colunistas Luís Lima e Marcos Coronato, a publicação confessa a sua decepção. “O ministro da Fazenda chegou ao cargo com jeitão de candidato óbvio à Presidência da República. Agora, parece ser o homem com o pior emprego do mundo”, afirma a abertura do texto que mais se parece com um editorial dos donos do Grupo Globo. Vale conferir alguns trechos:

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Parece fazer 1.000 anos que se considerava aposta certa: Henrique Meirelles, no governo Michel Temer, percorreria o caminho aberto por Fernando Henrique Cardoso no governo Itamar Franco – o de ministro da Fazenda que cumpre uma missão difícil e chega à Presidência da República. Continua possível apostar no sucesso de Meirelles, mas ele se torna mais difícil a cada dia. Muita coisa precisará dar muito certo num período muito curto, para que o brasileiro sinta que a atual política econômica o salvou da crise. E, nos últimos dias, não foi nessa direção que as coisas caminharam.

Na semana que passou, Meirelles precisou manter o discurso de sempre – perseguição obstinada da meta das contas públicas, corte de gastos, reforma da Previdência –, enquanto ruídos variados soavam mais alto. Ele integra agora o governo mais impopular de que se tem registro. Houve boato no mercado financeiro de que ele sairia do governo. Um site divulgou os milhões de reais que ele recebeu por seu trabalho no setor privado nos últimos anos e acrescentou que ele manteve parte do dinheiro no exterior – nenhuma acusação de ilegalidade, mas um constrangimento para um homem público que prega confiança no Brasil. Ao mesmo tempo, Temer coloca a própria sobrevivência política como prioridade máxima, acima do reajuste de contas.

Às vésperas da votação, na Câmara Federal, da denúncia que o acusa de corrupção passiva, num governo que precisa desesperadamente encolher e economizar, Temer criou mais cargos de confiança – foram 500 adicionais desde maio, segundo a ONG de fiscalização Contas Abertas. Ele também acelerou a liberação de dinheiro de emendas que deputados e senadores fazem ao Orçamento. O valor total empenhado (cuja liberação de recursos foi prometida) aumentou de R$ 102 milhões, entre janeiro e maio, para R$ 4,1 bilhões, entre junho e 19 de julho, um salto de 40 vezes. De acordo com a Contas Abertas, que fez o levantamento, os parlamentares que devem defender Temer no julgamento esperado para o próximo dia 2 de agosto receberam, em média, R$ 1 milhão a mais.

(...)

Essas promessas de gasto ocorrem num momento em que o mercado de trabalho, a atividade econômica e a arrecadação ainda não reagiram com força. O ajuste, prioridade absoluta de Meirelles, continua seriamente ameaçado. A resistência da crise política fez a votação da reforma da Previdência, principal pilar para o equilíbrio das contas públicas, ser adiada para data indeterminada. Por se tratar de uma emenda à Constituição, precisa do aval de três quintos dos 513 deputados, ou 308, um número ainda distante de ser consolidado. Sem ela, o teto de gastos – uma solução emergencial criada por Meirelles – será rompido até 2022, segundo o cenário traçado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado. 

Antes disso, porém, a combinação entre o descontrole do Orçamento e o limite imposto pelo teto total de gastos levará os serviços públicos a uma paradeira geral, enquanto o governo registra recordes seguidos de pior desempenho fiscal da história. No primeiro semestre, o descompasso entre receitas e despesas resultou em um rombo de mais de R$ 56 bilhões, o maior em 21 anos, desde que o Tesouro Nacional começou a organizar os dados.

Tem sido difícil para o ministro pensar no médio prazo, porque os problemas emergenciais se acumulam. Já em 2017, está difícil conter o saldo primário (receitas menos despesas, sem contar o gasto com juros da dívida pública) num déficit de até R$ 139 bilhões. Para atingir esse objetivo, a equipe econômica vem cortando investimentos e deslocando verba de uma Pasta para outra. Meirelles se recusa a mudar a meta e sabe que seu cumprimento depende de mais de R$ 57 bilhões em receitas incertas, extraordinárias, a entrarem até o fim do ano. 

O cálculo da trajetória do déficit foi atrapalhado por outros reveses sofridos pelo ministro nas últimas semanas. Diante de um governo vulnerável, os congressistas não se dispõem nem a preservar medidas que garantam aumentos de receita. Os deputados desfiguraram um projeto que parcela dívidas de grandes devedores com a Receita Federal, o Refis, e adiaram para o ano que vem o retorno da cobrança sobre a folha de pagamentos para dezenas de setores, a chamada reoneração. A solução encontrada por Meirelles e sua equipe para remendar as contas foi velha e imediatista: elevar tributos. Subiram PIS e Cofins sobre combustíveis.

(...)

Assim como diminuem as chances de o ministro conseguir construir um legado sólido apoiado no tremelicante governo Temer, o cidadão vê encolherem as expectativas de fim da crise econômica. Meirelles, como face mais visível da política econômica, tornou-se alvo fácil de críticas da oposição, da ala política do próprio governo e de parte do empresariado. Após o anúncio do aumento do PIS e Cofins sobre combustíveis, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, reagiu com “indignação” e botou para desfilar, em Brasília e em São Paulo, o pato gigante que se tornou símbolo da luta contra os impostos altos. Skaf classificou como “muito devagar” o ritmo de corte da taxa básica de juros, que caiu em mais 1 ponto, para 9,25%, na quarta-feira, dia 26. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que a alta tributária punirá as empresas. Outras entidades, como a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), também condenaram a medida.

Meirelles enfrenta condições de trabalho péssimas e alheias a sua vontade. Em parte, porém, o próprio ministro contribuiu com a criação desse ambiente. A equipe econômica se concentrou demais em apenas duas reformas impopulares, a da Previdência e a trabalhista. Por comparação, pareceu pequeno o empenho em outras frentes, como reformar a administração pública perdulária, reduzir a burocracia para as empresas (o que facilitaria a retomada da atividade) e corrigir falhas do mercado de crédito, que trabalha com juros dos mais altos do mundo. 

O brasileiro deve torcer pelo sucesso da política econômica de Meirelles, a única rota de saída da crise. A dificuldade na implementação dessa política, porém, fará com que seus resultados, na melhor hipótese, demorem a aparecer – e isso facilitará, na campanha de 2018, o surgimento de propostas alternativas irresponsáveis. Os atos de Meirelles e os resultados obtidos por ele terão efeito para muito além do governo atual – esteja o ministro ou não entre os postulantes à Presidência no ano que vem.

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A famiglia Marinho, que protagonizou o “golpe dos corruptos” que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, até afirma que “o brasileiro deve torcer pelo sucesso da política econômica de Meirelles, a única rota de saída da crise”. Mas já descarta a possibilidade do czar da economia substituir o odiado Michel Temer num processo de eleição indireta. A decepção decorre do rápido agravamento da crise, que a mídia chapa-branca até tentou esconder dos seus “midiotas” – mas que a realidade cruel do desemprego, das falências, da queda das vendas e de outras chagas evidenciou no cotidiano. Ela também deriva da acelerada perda de popularidade do usurpador, confirmada por todas as pesquisas. E, por fim, a decepção estimula o próprio fogo amigo que atinge o antes “impoluto e ético” Henrique Meirelles.

Sobre a trajetória suspeita do ministro, uma bomba foi lançada na semana passada. Não se sabe ainda se o petardo partiu do próprio covil golpista, preocupado com as ambições presidenciais de Henrique Meirelles e ancorado nos péssimos índices da economia. A Folha golpista, que também já descartou o ministro, repercutiu a denúncia em matéria publicada neste sábado (29): “Henrique Meirelles recebeu R$ 217 milhões em pagamentos no exterior por serviços prestados como consultor de empresas antes de assumir o ministério, de acordo com reportagem do site ‘BuzzFeed’. Documentos encontrados pelo site na Junta Comercial do Estado de São Paulo indicam que Meirelles recebeu pelo menos R$ 167 milhões em fevereiro do ano passado, três meses antes de assumir a pasta, e outros R$ 50 milhões em setembro. Entre os clientes que Meirelles teve antes de entrar no governo estiveram o grupo J&F, controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, o fundo de investimentos americano KKR e o grupo financeiro Lazard".

Já sobre o colapso na economia no reinado de Henrique Meirelles, vale conferir o artigo de Laura Carvalho:

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Aumento de impostos revela fracasso da política econômica


Folha de S.Paulo - 27/07/2017

O ministro Henrique Meirelles, em julho de 2016, tinha tranquilizado sua base ao afirmar que, para equilibrar as contas públicas, "o plano A é o controle de despesas, o B é privatização, e o C, aumento de imposto".

Um ano depois, com as frustrações sucessivas de arrecadação, o governo parece ter adotado o plano C, ressuscitado os patos amarelos da avenida Paulista.

E, se não vierem as receitas extraordinárias esperadas, podemos assistir a um completo apagão da máquina pública ou ainda, na melhor das hipóteses, à quarta redução da meta fiscal desde que foi dado o pontapé inicial do ajuste, em 2015.

Ainda em novembro de 2014, após aceitar o posto de ministro da Fazenda do segundo governo Dilma, Joaquim Levy anunciou que faria um ajuste fiscal rápido, que nos levaria diretamente do deficit de 0,6% do PIB de 2014 para um superavit primário de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% do PIB em 2016 e 2017.

As medidas de consolidação fiscal resultaram em um corte de 2,9% nas despesas primárias efetivas do governo federal no ano. Se excluirmos as despesas com a Previdência, a queda chegou a 6,1%. Os investimentos públicos federais, por sua vez, foram reduzidos em 37%.

Não deu certo. A recessão e a consequente frustração na arrecadação forçaram o anúncio, em julho de 2015, de uma redução da meta de 1,2% para 0,15% do PIB. O deficit primário do setor público aumentou de R$ 32 bilhões em 2014 para R$ 111 bilhões em 2015. As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram de 2% para 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente.

Em março de 2016, o governo encaminhou novo pedido de redução da meta. Ao invés do superavit prometido, a proposta autorizava um deficit de até R$ 96,65 bilhões em suas contas. O superavit agora viria somente em 2017 e 2018 e seria de 1,3% e de 2% do PIB, respectivamente.

A terceira redução da meta foi anunciada já no governo Temer. O deficit de R$ 170,5 bilhões para 2016, apresentado por Romero Jucá antes de ser afastado do Ministério do Planejamento, diferia da proposta de Nelson Barbosa por prever um contingenciamento menor de despesas e nenhuma nova fonte de receitas.

O Brasil fechou 2016 com deficit primário de 2,47% do PIB (ante 1,88% em 2015) – o pior resultado desde que começou a atual medição, há 15 anos.

Em termos absolutos, o deficit de R$ 155,791 bilhões ainda ficou abaixo da meta estabelecida pelo governo, graças ao aporte extraordinário de uma operação de repatriação de recursos no exterior.

Ainda assim, o governo caía nas graças dos analistas econômicos, que saudavam a aprovação da PEC do teto de gastos e a proposta de reforma da Previdência e não aparentavam mais nenhuma preocupação com o desequilíbrio fiscal de curto prazo.

Dois anos e meio após o início do que seria um ajuste fiscal rápido, os investimentos públicos federais – principal alvo dos cortes no Orçamento – já atingem seu menor nível em 15 anos em relação ao PIB, resultando na paralisação das obras de infraestrutura no país. Isso quando a economia precisa desesperadamente de motores de crescimento autônomo.

E, sem a retomada da arrecadação, a tarefa de equilibrar as contas continua hercúlea.

Nada disso é suficiente, no entanto, para convencer os vendedores de panaceias fiscais de que a política que defendem está no rumo errado. Diante do colapso iminente, insistem em que tudo se resolverá com a reforma da Previdência. O que revelam as mais recentes pesquisas de opinião é que pregam cada vez mais para convertidos.

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Nº 21.983 - "Igor Fuser: mídias corporativas sonegam informações sobre terrorismo da direita venezuelana"


31/07/2017


Igor Fuser: mídias corporativas sonegam informações sobre terrorismo da direita venezuelana


Do Cafezinho - 31/07/2017 Escrito por Miguel do Rosário, Postado em Redação


(Fotos: Ronaldo Schemidt/AFP)



Na Carta Capital


O futuro da Venezuela está em jogo

por Igor Fuser* — publicado 30/07/2017 01h11

Os avanços da Revolução Bolivariana estão ameaçados no cenário de incerteza política que envolve a eleição da Assembleia Constituinte

Chega a ser surreal. Em nome da “democracia”, governos de diversos países – entre eles, Estados Unidos, México, Colômbia e Panamá, além, é claro, dos golpistas brasileiros –, acompanhados pelas empresas de mídia mais influentes do mundo, se mobilizam contra a eleição de uma Assembleia Constituinte convocada com garantias à ampla participação da cidadania e ao pleno exercício das liberdades políticas, de acordo com a Constituição em vigor.

Esses supostos guardiães da liberdade mantêm silêncio sepulcral diante da ofensiva terrorista das milícias opositoras, que já causaram 110 mortes. Nos últimos dois meses, grupos de jovens sob o comando dos setores mais extremistas da oposição – em especial, o partido Vontade Popular, liderado por Leopoldo Lopez – desfecharam centenas de ataques contra pessoas identificadas como apoiadoras do governo e contra o patrimônio público, com o objetivo de criar um cenário de caos a ponto de inviabilizar a votação da Constituinte neste dia 30 de julho.

Centenas de prédios e equipamentos públicos foram depredados e, em alguns casos, incendiados. Entre eles estão ônibus, centros de abastecimento popular, postos de saúde, delegacias de polícia, escolas, quartéis, escritórios ou agências de instituições estatais como a Misión Vivienda (o equivalente ao programa Minha Casa, Minha Vida).

A divulgação desses fatos, presentes na realidade cotidiana da Venezuela desde a convocação da Constituinte pelo presidente Nicolás Maduro, em 1º de maio, é sistematicamente sonegada aos leitores, ouvintes e telespectadores das empresas midiáticas que manejam a quase totalidade daquilo que se faz passar por informação, no mundo inteiro. Em qualquer outro lugar do planeta, tais ações violentas seriam definidas como terrorismo, mas no caso da Venezuela os responsáveis por esses crimes são louvados pelos jornalistas estrangeiros como se fossem manifestantes “pacíficos”.

As mortes são atribuídas, de forma desonesta, às forças de segurança, quando se sabe perfeitamente, a partir da apuração das circunstâncias em que morreu cada uma das pessoas atingidas pela onda de violência, que mais de 60% dos casos fatais ocorreram em decorrência da ação dos grupos opositores, que usam armas de fogo e adotaram, entre outras práticas, a de incendiar pessoas identificadas com o chavismo. Nos incidentes que a ação policial resultou em morte ou ferimentos, os envolvidos estão presos e respondem a processos judiciais (há ainda episódios em que não se conseguiu identificar os responsáveis).

A manipulação da opinião pública pela mídia vai muito além da ideologia – o viés classista que impregna permanentemente os conteúdos de modo a conformar uma visão de mundo coerente com os interesses das classes dominantes no capitalismo global. O que está em curso, no tocante à Venezuela, é uma campanha em que as empresas de comunicação se engajam, conscientemente, numa operação política, conduzida a partir de Washington, para depor o governo de Maduro e substituí-lo por autoridades alinhadas com os interesses da burguesia local e do imperialismo estadunidense.

O sucesso ou fracasso dessa estratégia golpista depende, em grande medida, dos acontecimentos deste domingo e, em particular, do maior ou menor comparecimento às urnas para a escolha da nova Constituinte. Um índice baixo de votação agravará a crise política, fragilizando o governo diante da campanha desestabilizadora e dos atores internos e externos nela envolvidos. Já uma participação expressiva dos cidadãos reforçará a legitimidade do governo e criará um firme alicerce para a instalação de uma Constituinte capaz de enfrentar o impasse político e as gravíssimas dificuldades econômicas.

Não é exagero afirmar que a Venezuela vive um dos dias mais cruciais de sua história. O chamado às urnas para eleger uma Constituinte põe em jogo o futuro da Revolução Bolivariana, como foi chamado o amplo projeto de mudança política e social iniciado com a eleição de Hugo Chávez à presidência da Venezuela, em dezembro de 1998. Em quinze anos à frente do governo, Chávez inverteu as prioridades do Estado, ao afastar do poder as tradicionais elites econômicas ligadas aos interesses externos. A maior parte da renda petroleira passou a ser aplicada em benefício das demandas da maioria desfavorecida. Milhões de venezuelanos ganharam acesso a serviços de saúde adequados, por meio de uma rede imensa de postos de atendimento instalados nas áreas mais pobres e operados por médicos e outros profissionais cubanos, a Misión Barrio Adentro.

O analfabetismo foi erradicado e rede de ensino público em todos os níveis, inclusive o universitário, ampliou-se em tal escala que hoje a Venezuela é o país do mundo com mais estudantes no ensino superior, em proporção ao número de seus habitantes. Para enfrentar o déficit habitacional, já foram entregues mais de 1,7 milhão de moradias a famílias de baixa renda, mediante pagamentos simbólicos, compatíveis com sua condição econômica.

Os idosos conquistaram o direito à aposentadoria digna, os salários reais se elevaram significativamente e a participação popular nas decisões sobre gastos públicos se tornou prática cotidiana em milhares de conselhos comunitários espalhados pelo país inteiro. Tudo isso, em um contexto de plena democracia. A imprensa funciona livremente e em nenhum outro país do mundo se realizaram tantas eleições e consultas à população.

Protestos em Caracas
Opositores entram em confronto com a polícia durante protesto em Caracas, na sexta-feira 28
Todas essas conquistas (e muitas mais) estão ameaçadas no cenário de incerteza política que envolve a eleição da Constituinte. Em quase duas décadas de chavismo, a Revolução Bolivariana superou todas as tentativas das elites dominantes de recuperar seus privilégios, por meios legais e ilegais.

Nas urnas, o chavismo se saiu vencedor em quase todas as ocasiões. A via golpista foi derrotada em 2002, quando a direita política, apoiada por uma parcela das Forças Armadas e pelo aparato midiático, tomou de assalto o palácio de Miraflores, sob as bênçãos dos EUA, e chegou a levar preso o presidente Chávez. Mas o golpe fracassou diante da resistência da população mais pobre e da lealdade da maioria dos militares, e Chávez regressou à presidência em apenas três dias, nos braços do povo.

A morte do presidente, em 2013, e a queda dos preços do petróleo – produto do qual a economia do país é altamente dependente desde o início do século passado – encorajaram os opositores de dentro e de fora da Venezuela. Para a elite dominante dos EUA, é inaceitável a consolidação de um governo de esquerda na América do Sul (seu tradicional “quintal”) comprometido com a soberania nacional, o controle estatal dos recursos naturais e a aplicação de políticas públicas voltadas para a superação das desigualdades sociais, na contramão do neoliberalismo.

Intensificou-se então a chamada “guerra econômica”, ou seja, a utilização dos recursos de poder à disposição da burguesia venezuelana para provocar a inflação dos preços, a crise cambial e escassez de mercadorias essenciais, como alimentos, remédios e peças de reposição para automóveis. A sabotagem empresarial se somou às dificuldades decorrentes da redução da renda petroleira e aos graves erros de gestão governamental para gerar uma situação de crescente desconforto entre a população, angustiada com a alta dos preços e com as longas horas de fila necessárias para conseguir os produtos básicos do dia a dia.

Nesse cenário, a oposição reunida na Mesa de Unidade Democrática (MUD) alcançou, em dezembro de 2015, a sua primeira vitória eleitoral, ao obter 56% dos votos para a Assembleia Nacional, o parlamento venezuelano, o que (pelo sistema de voto distrital) representou a conquista de quase dois terços das cadeiras. Se os líderes da MUD estivessem dispostos a atuar de acordo com as regras do jogo democrático, usariam o domínio do Legislativo para impulsionar suas próprias propostas de superação da crise, acumulando forças para disputar, com chances, as eleições presidenciais de 2019. Mas, sem nada de concreto a propor, optaram pelo caminho insurrecional, de olho na conquista imediata do poder.

Essa aventura já tinha sido tentada em 2014, com a ofensiva de ações violentas denominada por eles como “A Saída”, que fracassou após deixar o saldo trágico de 43 mortes e danos materiais incalculáveis. Agora, diante do cenário econômico desfavorável, a direita se sente mais empoderada, e a disposição de Washington em intervir na política interna venezuelana se mostra mais efetiva.

O Legislativo declarou guerra ao Executivo e foi colocado fora da lei pelo Judiciário, diante da recusa da liderança da MUD em aceitar a impugnação de três deputados por conta de fraudes na eleição de 2015. O avanço das forças de direita em dois países vizinhos, Argentina e Brasil, viabilizou uma ofensiva diplomática para isolar a Venezuela e fragilizar ainda mais o seu governo. Enquanto isso, no plano interno, a guerra econômica atingiu o auge com a recusa de grande parte das empresas privadas em seguir produzindo, o que agravou o problema do desabastecimento.

Contra vento e maré, a Revolução Bolivariana resiste. Uma parcela significativa da população mantém sua fidelidade ao chavismo, consciente do terrível retrocesso político e social que significaria a derrubada do governo de Maduro e a tomada do poder por uma elite fascista, violenta, com sangue nos olhos, sedenta por vingança e pela recuperação dos privilégios perdidos. No plano externo, a ação concertada dos lacaios de Washington, como o argentino Mauricio Macri, o brasileiro Michel Temer e o mexicano Enrique Peña Nieto, fracassou até agora na tentativa de excluir a Venezuela do Mercosul e de aprovar, na Organização dos Estados Americanos (OEA), alguma resolução que signifique carta branca ao golpismo e à intervenção estrangeira.

As bases populares do chavismo estão mobilizadas no enfrentamento à crise econômica, articulando os Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAPs), até agora bem-sucedidos em fornecer a milhões de famílias mais necessitadas uma cesta de alimentos básicos vendidos a preços justos, evitando um colapso humanitário. E as Forças Armadas permanecem leais à Constituição, rejeitando a tentação do golpismo.

A proposta da Constituinte surgiu, nesse contexto, como meio de encontrar uma solução pacífica, democrática, em que o verdadeiro soberano – o povo – possa assumir em suas próprias mãos o controle das instituições políticas e definir os caminhos do futuro. É uma tentativa legítima, rigorosamente fundamentada na Constituição, de preservar os avanços sociais da Revolução Bolivariana e de impedir que a atual situação de confronto político degenere em uma guerra civil que, certamente, seria acompanhada de intervenção estrangeira direta. Se vai dar certo, ninguém sabe.


* Igor Fuser é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC) e integrante do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI).

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Nº 21.982 - "MP quer “fatiar” caso Lula para aumentar pena"

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31/07/2017

MP quer “fatiar” caso Lula para aumentar pena



Do Tijolaço· 31/07/2017


powergetulio


POR FERNANDO BRITO


A Força Tarefa Ministério Público, que não apresentou qualquer prova de que Lula tivesse participação em irregularidades cometidas nos contratos da Petrobras com a OAS  recorreu para que cada contrato gere uma condenação ao ex-presidente.

Contratos que, segundo disse Moro na resposta aos embargos apresentados pela defesa, também não têm ligação provada com o triplex do Guarujá:”Este Juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobrás foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-Presidente.”

Os procuradores, na sua ânsia insana de sustentar a “convicção” de que Lula, claro, é culpado de tudo e que tudo o que fazia na presidência tinha a finalidade de desviar recursos, chega a dizer que a aquisição, na planta, de um apartamento “meia-boca” no condomínio, era ” um plano traçado em 2005” para receber propinas sobre contratos – aqueles que Moro diz não serem origem da propina – que seriam firmados pela Petrobras em 2006 e em 2009, isso para receber um apartamento nove anos depois!

É a mesma tática de Carlos Lacerta, usada contra Getúlio Vargas há quase 70 anos atrás, quando Assis Chateaubriand abriu a ele a TV Tupi – que era a Globo de então – para ele fazer seu powerpoint que, na época, era num quadro negro.

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Nº 21.981 - "JANOT VOLTA A PEDIR A PRISÃO DE AÉCIO NEVES"


31/07/2017


JANOT VOLTA A PEDIR A PRISÃO DE AÉCIO NEVES



Brasil 247 - 31 DE JULHO DE 2017 ÀS 17:46


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir, nesta segunda-feira, a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), em razão da propina de R$ 2 milhões paga pela JBS a seu primo Fred Pacheco; derrotado nas eleições presidenciais de 2014, Aécio foi o principal responsável pelo golpe de 2016, que instalou Michel Temer no poder; hoje, os dois estão entre os políticos mais repudiados do Brasil, com rejeições de 90% e 94%, respectivamente; caberá à primeira turma do Supremo Tribunal Federal decidir sobre a prisão de Aécio, que lançou o Brasil à maior crise de sua história


Minas 247 – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir, nesta segunda-feira, a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), em razão da propina de R$ 2 milhões paga pela JBS a seu primo Fred Pacheco.

Derrotado nas eleições presidenciais de 2014, Aécio foi o principal responsável pelo golpe de 2016, que instalou Michel Temer no poder, mas, hoje, os dois estão entre os políticos mais repudiados do Brasil, com rejeições de 90% e 94%, respectivamente.

Caberá à primeira turma do Supremo Tribunal Federal decidir sobre a prisão de Aécio, que lançou o Brasil à maior crise de sua história.

O novo pedido de prisão foi revelado pelo jornalista Jailton de Carvalho. "O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir a prisão do senador Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, no caso em que ele é acusado de pedir e receber R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista. Janot também pediu para afastamento de Aécio do mandato de senador.

 O primeiro pedido de afastamento e prisão foi rejeitado em decisão monocrática do ministro Marco Aurélio. Caberá agora à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidir sobre o assunto", diz ele, em reportagem publicada no Globo. "Em 18 de maio, dia seguinte à revelação, pelo GLOBO, da delação de Joesley Batista e de outros executivos da JBS, o que incluía das gravações de conversas do empresário com o presidente Michel Temer e com Aécio Neves, a Polícia Federal deflagou uma operação que levou à prisão, temporariamente, Andréia Neves, irmã de Aécio. O pedido de prisão do senador, porém, foi rejeitado."

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Nº 21.980 - "LULA, AMORIM E HADDAD DENUNCIAM CRIME DE LESA-PÁTRIA DE TEMER"

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31/07/2017


LULA, AMORIM E HADDAD DENUNCIAM CRIME DE LESA-PÁTRIA DE TEMER



BRASIL 247 - 31 DE JULHO DE 2017 ÀS 04:50 



Michel Temer e seu governo querem fechar a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu (PR), acabando com importantes esforços de cooperação regional; a instituição recebe estudantes brasileiros e de outros países da América Latina e funciona como um polo agregador para a intelectualidade e a ciência latinoamericana; idealizadores do projeto, Lula, Celso Amorim e Fernando Haddad denunciam nesta segunda o que chamam de crime de lesa-pátria:  "Não podemos voltar ao tempo em que o diálogo tinha que passar necessariamente por instituições norte-americanas ou europeias. A integração da América do Sul e da América Latina e Caribe não é projeto de um governo apenas. Nada tem de ideológico. É a realização de um mandato constitucional", escrevem


247 - Idealizadores do projeto da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu (PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ex-ministros Celso Amorim e Fernando Haddad publicaram nesta segunda um artigo na Folha de S.Paulo em que denunciam a intenção de Michel Temer e seu governo de fecharem a instituição.

"Não podemos permitir que os povos latino-americanos e caribenhos deixem de dispor de um ponto de encontro para seus jovens intelectuais, professores e pesquisadores.

Não podemos voltar ao tempo em que o diálogo tinha que passar necessariamente por instituições norte-americanas ou europeias", escrvem

Confira abaixo o a íntegra do artigo:

A integração da América do Sul -e mais amplamente da América Latina e Caribe- foi uma prioridade de primeira hora de nosso governo, enunciada de forma clara já no discurso de posse, em 2003.

Seguiram-se ações concretas para o fortalecimento do Mercosul e avanços na integração sul-americana, que teve como um dos principais marcos o Acordo Mercosul-Comunidade Andina.

Deste acordo, nasceria a Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações), precursora da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

Em dezembro de 2008, alargamos o horizonte da cooperação com a realização da primeira Calc (Cúpula dos Países da América Latina e Caribe), passo inicial para a criação da Celac (Comunidade da América Latina e Caribe).

Não descrevemos todas essas siglas com o objetivo de embaralhar o leitor nessa teia de organizações internacionais. De fato essas foram medidas de grande alcance para que a América Latina pudesse cuidar de seus interesses, sem a tutela de nações ricas que sempre haviam exercido hegemonia sobre a nossa região.

Conflitos potenciais entre países e crises internas puderam ser encaminhados de forma adequada, sem interferências ou imposições de interesses exógenos. A América do Sul ganhou personalidade internacional, promovendo diálogo e cooperação com outras nações em desenvolvimento da África e do mundo árabe.

Faltava coroar o esforço de integração com uma instituição de natureza educativa e cultural, capaz de aproximar os povos da América Latina e do Caribe, a começar pelos jovens. A criação da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu (PR), veio suprir essa necessidade.

A instituição conta com 3.500 alunos matriculados, de diversas partes do Brasil e de outros 19 países da região. Oferece 22 cursos de bacharelado, sete cursos de licenciatura, 13 cursos de pós-graduação.

Em todos os cursos de graduação, a universidade oferece metade das vagas para estudantes brasileiros e metade para estrangeiros. No decorrer deste ano, realizou 160 projetos de extensão e 326 de pesquisa. Tais ações beneficiam mais de 115 mil pessoas de 20 municípios da região-fronteiriça.

É inacreditável que um projeto dessa grandeza, de alto valor simbólico, esteja ameaçado por uma proposta parlamentar que visa a extinguir a Unila, a pretexto de transformá-la na Universidade Federal do Oeste do Paraná.

No entanto, a região já dispõe da Universidade Federal do Paraná e da Unioeste, com campi em dois e em cinco municípios, respectivamente, além do Instituto Federal do Paraná, que oferece formação em nível superior.

A proposta de extinção da Unila está contida na emenda aditiva nº 55, apresentada pelo deputado federal Sérgio Souza (PMDB/PR) a uma medida provisória que versa sobre as regras do Fies.

Vale lembrar que a lei nº 12.189, de 2010, que determinou a criação da Unila, foi aprovada por unanimidade em todas as comissões pelas quais passou.

Não podemos permitir que os povos latino-americanos e caribenhos deixem de dispor de um ponto de encontro para seus jovens intelectuais, professores e pesquisadores.

Não podemos voltar ao tempo em que o diálogo tinha que passar necessariamente por instituições norte-americanas ou europeias.

A integração da América do Sul e da América Latina e Caribe não é projeto de um governo apenas. Nada tem de ideológico. É a realização de um mandato constitucional.

O futuro do Brasil está inevitavelmente ligado ao dos demais países da região. Não há paz sem desenvolvimento, mas tampouco há desenvolvimento sem paz.

E não haverá integração se não apoiarmos iniciativas que aproximem as cabeças pensantes de nossos países.

Fechar a Unila, seja qual for o pretexto, não é apenas um crime contra a jovem intelectualidade latino-americana e caribenha. É um crime de lesa-pátria.



LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA foi presidente da República (2003-2011)

FERNANDO HADDAD foi ministro da Educação (governos Lula e Dilma) e prefeito de São Paulo


CELSO AMORIM foi ministro de Relações Exteriores (governo Lula)

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Nº 21.979 - "O calote aos bancos está próximo!"

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31/07/2017

*O calote aos bancos está próximo!


São dívidas de R$ 150 bilhões, sem falar nas que já quebraram!


Do Conversa Afiada - publicado 31/07/2017
Porquim.jpg
Os bancos estão num beco sem saída: ou renegociam ou quebram junto.
Quem mandou dar o Golpe?
Saiu no Globo Overseas, que deu o Golpe:

Com crise prolongada, empresas terão de reestruturar até R$ 150 bilhões em dívidas


A economia brasileira está demorando tanto para se recuperar que empresas que negociaram suas dívidas há um ou dois anos já precisam voltar à mesa com os credores. Como todas as expectativas sobre o fim da crise se frustraram, a melhora financeira esperada por essas companhias não se concretizou, e elas se veem diante da necessidade de pedir mais prazo e menos juros aos bancos. Segundo projeção da consultoria Alvarez & Marsal, dos R$ 310 bilhões em débitos corporativos que foram renegociados até o fim de 2016, entre R$ 125 bilhões e R$ 150 bilhões terão de ser novamente reestruturados, o equivalente a até 48,3% do volume de dívidas. Dados os valores envolvidos, o problema pode dificultar ainda mais a retomada econômica.

— Se não houver bom senso de credores, gestores e agentes públicos, empresas que poderiam ser viáveis e gerar emprego e tributos podem se tornar inviáveis. Isso pode ter impacto macroeconômico e regional. Uma empresa média no interior, por exemplo, muitas vezes sustenta uma cidade e uma cadeia regional — ponderou Ivo Waisberg, sócio do escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados e especialista em reestruturação.

Segundo Marcelo Gomes, sócio da Alvarez & Marsal, o cálculo foi feito com base em casos tratados pela consultoria e a partir de movimentações de mercado. A conta não considera os R$ 190 bilhões em dívidas que entraram em recuperação judicial nem os casos de Petrobras, Vale e Eletrobras, cujo tamanho das dívidas distorce a comparação. (...)

NAVALHA


Concessionárias devolvem aos Golpistas e açougueiros o aeroporto de Guarulhos, informa o PiG cheiroso:


- houve um descolamento "chocante" entre as projeções de demanda de passageiros e cargas versus a movimentação efetiva, esvaziada pela crise econômica;

- os estudos previam 18 milhões de passageiros em 2016 e foram 9 milhões;

- a projeção dava 409 mil toneladas de carga e, na realidade, o movimento não passou de 166 mil toneladas.



Em tempo: não deixar de ler "sem calote não se governa".



PHA
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Nº 21.978 - "Venezuela: tudo que a mídia esconde de você"

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31/07/2019


Venezuela: tudo que a mídia esconde de você


Do Blog da Cidadania  - 30/07/2017

venezuela capa


por Eduardo Guimarães

Mais de 15 anos depois da tentativa de golpe de Estado que tirou o presidente Hugo Chávez do poder por alguns dias, a dita “grande imprensa” continua sonegando informações, distorcendo muitos fatos e maquiando muitos outros.

A ascensão da direita pelo mundo afora criou um ambiente propício para um revisionismo histórico que tenta apagar os fatos que levaram a Venezuela a uma situação da qual, inclusive, este país não está tão longe, haja vista que, hoje, está na situação que estava a Venezuela cerca de uma década atrás.

O processo de venezuelanição do Brasil segue firme e forte. E com a diferença de que, no Brasil, o golpe venceu, mas, na Venezuela, fracassou, ainda que a pressão para fazê-lo vingar está cada dia maior.

Sim, Nicolás Maduro não chega a ser um Estadista. Radicaliza talvez um pouco além do necessário, talvez só um pouco. Porque não dá para “pegar leve” com gente como essa da oposição Venezuelana. Gente que você talvez não conheça, mas vai conhecer.

E, se você conhece os fatos que o minidocumentário a seguir irá denunciar, mesmo assim tem que assistir e espalhar esse vídeo para que outros conheçam, pois o que está acontecendo na Venezuela hoje o Brasil pode enfrentar amanhã.

O Blog da Cidadania resgatou imagens e áudios que comprovam que falar sobre a situação na Venezuela, hoje em dia, sem falar da tentativa de golpe de 2002, não passa de uma trapaça odienta que este vídeo ajudará a desmascarar. Assista, divulgue.





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Nº 21.977 - "PF diz que MP aceita delações sem provas. E precisa?"

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31/07/2017


PF diz que MP aceita delações sem provas. E precisa?


Do Tijolaço · 31/07/2017


semprov


POR FERNANDO BRITO

A Folha dá manchete para as insatisfações da Polícia Federal com as delações (77!) premiadas firmadas pelo Ministério Público com a Odebrecht, nas quais faltam documentos comprobatórios e sobram contradições em declarações.

Estas delações, porém, foram homologadas pela Ministra Cármem Lúcia, presidente do TSE e geram efeitos legais de perdão e redução de penas para os executivos que, além disso, receberam vultosos pagamentos e benefícios da empresa para ajudarem a montar  “a delação do fim do mundo”.

Sete meses depois de homologadas as delações, sequer o acesso aos sistemas da empresa que, supostamente, registrariam contribuições (propinas ou não) da empresa a políticos foi obtido pela Polícia. Depoimentos-chave, segundo a reportagem, estão cheios de contradições e foram tomadas como propina doações registradas pelas quais não foi pedida ou solicitada qualquer contrapartida.


A situação parece ter ficado tão delicada que a própria Odebrecht saiu de sua frase monocórdia de que a “a empresa está colaborando com as investigações” e saiu a argumentar que as delações foram aceitas em outros países e pelo Oráculo de Curitiba, Sérgio Moro.

E em Curitiba, como se sabe, provas são dispensáveis, importantes são as convicções.

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domingo, 30 de julho de 2017

Nº 21.976 - "Gleisi Hoffmann expõe contradições de golpistas sobre a Venezuela"

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30/07/2017



Gleisi Hoffmann expõe contradições de golpistas sobre a Venezuela


Do Cafezinho - 30/07/2017 - Escrito por Miguel do Rosário, Postado em Internacional

Gleisi Hoffmann, presidente do PT e Mônica Valente, secretária de relações internacionais do partido, escreveram um artigo sensacional, cheio de informações que a mídia sonega sistematicamente sobre a Venezuela e seu processo político.
Miguel do Rosário
O governo nascido do golpe já é, de longe, o mais rejeitado da história do Brasil. Essa é a consequência do golpe:
um país instável politicamente, débil economicamente, com perdas violentas de softpower (e portanto perdas geopolíticas e econômicas). Um país que nem os próprios brasileiros nem o mundo respeita mais.
Essa é a consequência de um golpe articulado por um judiciário ensandecido de egoísmo de classe, associado a uma mídia profundamente antinacional e antipopular, que conseguiram, de alguma forma, assumir o controle, via chantagem e pressão, sobre os setores mais corruptos da política parlamentar.
É um alívio constatar que o PT se posicionou de maneira firme em favor da democracia venezuelana. E um exemplo para outros partidos.
No site da Rede Sustentabilidade, quase só há notícias sobre Marina: Marina Silva apoia isso, Marina Silva apoia aquilo.
No site do PSOL, não encontrei nada sobre a Venezuela – se houver alguma coisa, me avisem. Mas descobri, após consulta ao Google, que uma das correntes do PSOL, a CST, é violentamente antichavista e contra a Constituinte. Não por menos, sua posição ganhou destaque – ontem – no blog de Lauro Jardim, da Globo.
O Cafezinho, naturalmente, apoia que a Venezuela saia da crise pela via democrática, consultando os cidadãos. Por isso, apoia o governo eleito do país e as soluções democráticas que vem adotando.
Eu só faria uma observação crítica a Gleisi Hoffmann, que estendo a todos os parlamentares da esquerda. A mesma energia que investem para produzir e publicar artigos na Folha, poderiam usar para produzir e publicar na mídia não-corporativa. Não sou contra publicar artigos na mídia corporativa. A esquerda tem de se comunicar mais e melhor com todos os públicos.
Mas observem bem: é preciso se comunicar com TODOS os públicos.
Produzir e publicar artigos na mídia não-corporativa seria uma maneira sincera de valorizar os veículos que constituem a única resistência concreta, diária, para a distopia totalitária midiático-judicial para a qual o golpe vem nos empurrando.
De resto, trata-se, como já disse no início do post, de um belíssimo petardo contra as contradições dos golpistas. A democracia tem de ser defendida aqui e lá fora. É preciso, portanto, defender a Constituinte venezuelana e Diretas Já no país. É um petardo tão bom, aliás, que eu repito as críticas que fazia à Dilma: por que não fazer isso todos os dias? Por que não apostar pesado na inteligência, a única arma que os golpistas jamais poderão nos roubar?
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Convocar o povo para decidir seu futuro
Por Gleisi Hoffmann e Mônica Valente
30/07/2017 02h00
Adeptos da tática \’black bloc\’ fazem barreira de escudos em manifestação opositora na capital venezuelana
A convocação de uma Constituinte na Venezuela tem sido motivo de crítica por parte da oposição do país e do governo sem credibilidade e sem voto do Brasil.
A votação deste domingo (30) naquele país escolherá representantes regionais e de vários setores profissionais, entre eles pescadores e empresários, estudantes e trabalhadores urbanos e rurais, pessoas com deficiência e aposentados.
Mais de 52 mil venezuelanos se inscreveram para concorrer às 500 cadeiras, segundo o Conselho Nacional Eleitoral. O que há de ditatorial num escrutínio direto? Voto é voto, regional, setorial ou nacional.
A Assembleia tratará de temas diversos, como a formulação de um acordo de paz entre governo e oposição, um novo e fundamental modelo para acabar com a dependência do petróleo sobre a economia local, a consagração de direitos sociais, democracia participativa, modificações no sistema judicial, a identidade pluricultural, os direitos da juventude e até medidas para proteção ambiental.
Todas as mudanças terão de ser posteriormente aprovadas em referendo pela população. Mais uma decisão popular, o que parece não ser do agrado do governo ilegítimo do Brasil.
Ao convocar o povo para decidir sobre seu próprio futuro, o presidente Nicolás Maduro afrontou os interesses de quem, invariavelmente, se posiciona contra o uso dos recursos do petróleo na área social.
O governo Maduro, como todas as gestões, tem erros e acertos. Pode-se gostar ou não dele, mas foi eleito pelo voto popular, tem mandato até 2018, como era o de Dilma.
Há pelo menos dois anos, resiste aos golpes da oposição, a qual iniciou um violento processo de desestabilização política que mergulhou a nação no caos. Assim, os opositores de Maduro alimentam uma polarização que deixou mais de cem mortos, de ambos os lados.
Nós, do PT, desejamos que essas divergências possam ser dirimidas de forma pacífica. Outros, infelizmente, apostam no isolamento da Venezuela e no acirramento de seu conflito interno.
Nicolás Maduro não personifica os fardados de alta patente que assombraram nosso continente nos anos 1960 e 70. Seu partido venceu 17 das 18 eleições desde 1998, quando Hugo Chávez ganhou pela primeira vez a Presidência.
Suas atitudes, inclusive, contrastam em muito com a atual experiência de alguns vizinhos latino-americanos, que viram a democracia ruir após golpes parlamentares ou judiciais patrocinados pela união entre as elites econômicas e os partidos conservadores.
O plebiscito organizado pela oposição recentemente não seria possível em uma ditadura sanguinária, conforme seus detratores afirmam que é o governo de Maduro.
A exemplo do que ocorre em outros locais, a elite venezuelana também não quer dividir o bolo com os mais pobres, algo representativo da herança cultural e da colonização dos povos do continente. No entanto, precisará de votos para impor sua agenda diante do governo Maduro.
Aqueles que, aqui no Brasil, clamam por democracia na Venezuela deveriam começar a clamar por democracia também no nosso país, uma vez que ela foi usurpada por um golpe parlamentar que arrancou uma presidenta inocente e legitimamente eleita e que mantém no poder um corrupto comprovado, com altíssima rejeição popular.
Antes de bisbilhotar na casa dos outros, cuidemos da nossa. Na Venezuela, como no Brasil, a solução é o voto.

GLEISI HOFFMANN é senadora (PT/PR) e presidenta do PT. Foi ministra da Casa Civil (governo Dilma)
MONICA VALENTE é secretaria de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores
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Nº 21.975 - "O que eles destruíram. Por Ary Vanazzi"

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30/07/2017

O que eles destruíram. Por Ary Vanazzi


Do Tijolaço · 29/07/2017


sleop


POR FERNANDO BRITO

Os governos Lula e Dilma criaram e investiram no PAC para enfrentar a crise econômica que se avizinhava e prometia ser muito grave no país.

Com o programa, os municípios puderam investir em obras de infra-estrutura, mobilidade, habitação, criando empregos e movimentando a economia local. E assim, o Brasil foi driblando a crise.

Em 2010, durante nossa 2ª gestão na cidade de São Leopoldo-RS, o presidente Lula veio inaugurar uma das várias obras importantes realizadas na cidade através do PAC. A primeira estação de tratamento do Rio Grande do Sul: a Estação de Tratamento de Esgotos da Feitoria (ETE-Feitoria .).

Com investimento de R$ 10 milhões do Governo Federal, a obra aumentaria para mais de 50% o volume de esgoto sanitário tratado da cidade, aliviando, consideravelmente, a carga de dejetos lançados diariamente no Rio do Sinos, que abastece mais de 2 milhões de pessoas na região. São 32 municípios que dependem da água deste rio.

Em 2013, o PSDB assumiu a prefeitura de São Leopoldo e desativou a estação de tratamento deixando-a completamente abandonada a ponto de transformadores, motores e outros equipamentos serem roubados do local. O quadro deixado era desolador.

Assim que reassumimos o governo da cidade, no início deste ano, encaminhamos denúncia ao Ministério Público por crime ambiental e danos aos cofres públicos.

Reativamos a estação e estamos, aos poucos, recuperando o que foi destruído, mas ainda com um volume de tratamento ainda muito aquém de sua capacidade total.

Este exemplo mostra a lógica do Estado mínimo: sucatear o patrimônio público para depois privatizar e entregar de mãos beijadas ao capital internacional.

A gravidade de descasos como este aumenta ainda mais em razão das dificuldades financeiras que os municípios do Brasil inteiro enfrentam, que se acentua depois do golpe.

Agora, o governo golpista anunciou novos cortes para o PAC.

Desde que ocuparam de forma ilegítima o governo, Michel Temer e seus asseclas já reduziram os recursos em 45%.

Dos R$ 36 bilhões que estavam previstos para o inicio deste ano, sobra pouco mais de R$ 19 bilhões para investimentos em todo o país.

Isso significa a liquidação total dos municípios, o avanço do desemprego, a falta de obras estruturais e o fim da esperança de milhares de gestores municipais.

Agora, esses partidários da exploração desmedida dos trabalhadores e da divisão dos lucros com os donos do capital, praticamente terminam com o PAC, fazendo com que os municípios percam receitas, aprofundem ainda mais a crise e fiquem sem esperança de dias melhores.

Com urgência, as prefeituras precisam unir esforços e exigir providências. Não mais com os pires na mão.

Queremos respeito e a retomada urgente dos investimentos. Sob risco de falência.



(*) Ary Vanazzi é prefeito  de São Leopoldo-RS, cidade da região metropolitana de Porto Alegre

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Nº 21.974 - "Moro volta ao local do crime do grampo"

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30/07/2017


Moro volta ao local do crime do grampo

Globo vai lançar a chapa Bolsonaro-Moro!
  


Do Conversa Afiada - publicado 30/07/2017


Sem Título-3.jpg
De uma entrevista do Imparcial Moro de Curitiba, no púlpito da Fel-lha:
Folha - Sobre as escutas que envolveram os ex-presidentes Lula e Dilma, o sr. escreveu que o conteúdo revelava tentativas de obstruir investigações. É possível entender que a medida de tornar público esse conteúdo tinha como objetivo proteger a Lava Jato?
A escolha adotada desde o início desse processo era tornar tudo público (para o PiG! - PHA), desde que isso não fosse prejudicial às investigações (quá, quá, quá! - PHA). O que aconteceu nesse caso [dos grampos de Dilma e Lula] não foi nada diferente dos demais. As pessoas tinham direito (sic) de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos. E por isso que foi tomada a decisão do levantamento do sigilo.
Um efeito indireto ao dar publicidade para esses casos foi proteger (quá, quá, quá!) as investigações contra interferências indevidas (quem ia interferir indevidamente? O Ministro Gilmar? O Rola-bosta?) . Afinal de contas, são processos que envolvem pessoas poderosas, política e economicamente (e daí? Quer dizer que rico não tem direito à Justiça de Curitiba? Me engana que eu gosto... - PHA). Na prática, pode haver tentativas. Então, tornar tudo público também acaba funcionando como uma espécie de proteção contra qualquer obstrução à Justiça (INACREDITÁVEL! - PHA). E isso é muito importante.
Foi seguida (sic) a Constituição. Dentro de uma democracia liberal (qual democracia? Uma em que ele é o ÚNICO juiz do Brasil Liberal? - PHA)como a nossa, é obrigatório (OBRIGATÓRIO? - PHA) que essas coisas (sic)sejam trazidas à luz do dia.

NAVALHA


Conversa Afiada já fez a cronologia desse crime de lesa-pátria, a partir, inclusive, de observações agudas da entrevista de Cristiano Zanin, valente de Lula à TV Afiada.
1) o Imparcial Moro grampeou uma Presidenta da República em exercício e um ex-presidente da República FORA, ALÉM do prazo legal;
2) O Ministro Teori do Supremo o recriminou - e não fez mais do que isso... - por esse gesto que perfura a Segurança Nacional - além de ser ILEGAL.
3) Em tempo record, com a ajuda, seguramente, da CIA e/ou da NSA, entregou o grampo à Globo Overseas e, não, à TV Afiada ou ao programa do Porchat!
Mas, à Globo!!!
Nos Estados Unidos, que inspira as operações de genuflexão do Imparcial Moro, o Imparcial Moro estaria sentado na cadeira elétrica à espera de a tomada ser ligada: um juizeco de primeira instância grampear uma Presidenta da República, no exercício da Presidência, SEM autorização legal!
Só aqui, nessa República Federativa da Cloaca.
Mas, aqui, ele pode tudo.
Ele pode até eleger o Bolsonaro!
Taí, breve o Ataulpho Merval poderia levar a Globo a lançar a chapa: Bolsonaro-Moro!
PHA

Nº 21.973 - "Brasil sucateado: Dos 252 programas estratégicos de pesquisa, só 101 recebem financiamento, denuncia novo presidente da SBPC"

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30/07/2017

Brasil sucateado: Dos 252 programas estratégicos de pesquisa, só 101 recebem financiamento, denuncia novo presidente da SBPC



Do  Viomundo - 27 de julho de 2017 às 19h48



Não pode dar certo um país cujo ministro de “inovações” é Gilberto Kassab, diz o Viomundo
‘Voltaremos a depender de tecnologia estrangeira’
Para presidente da SBPC, política de mercado estrangula universidades e institutos
O estrangulamento da rede federal de ensino superior e de institutos de pesquisa por meio de cortes no orçamento já defasado, para beneficiar o mercado financeiro privilegiado pela política de Michel Temer (PMDB) está levando o país a um franco retrocesso.
E mesmo tecnologias que o país já domina há tempos, como vacinas, por exemplo, podem vir a ser sucateadas e a ponto de inviabilizar a produção. E o país voltará a ser totalmente dependente de tecnologia estrangeira, mais cara, e seguirá na contramão de países avançados que investiram no setor como saída para a crise.
É o que teme o novo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, que tomou posse na última quinta-feira (20).
Físico, professor e pesquisador do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele participou dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff à frente do Departamento de Popularização e Difusão da C&T do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de 2004 a 2013.
Segundo Ildeu, o orçamento deste este ano, defasado, que sofreu ainda contingenciamento de 44%, é de R$ 2,5 bilhões e corresponde a 25% do orçamento de 2010.
E com a Emenda Constitucional 95/2016, que congela investimentos federais em saúde, educação, ciência e tecnologia, entre outras áreas estratégicas, o panorama é desanimador.
“Programas estratégicos, conduzidos nos institutos nacionais de pesquisa e em universidades, correm sério risco. Dos 252 existentes, apenas 101 têm sido contemplados. A expectativa é dramática porque está em risco a continuidade de pesquisas. Muitos jovens que estão se formando ou vindo de especialização não têm onde ingressar”, disse.
O desafio da SBPC, segundo ele, é reverter esse quadro por meio do descontingenciamento dos recursos e de melhorar o orçamento de 2018 – uma luta sobretudo política. E assim conseguir retomar o trabalho que vinha sendo feito.
“O Brasil reagiu de maneira rápida ao surto de microcefalia causado pelo zika vírus porque tem competência científica em várias áreas, como vacinas, por exemplo. Competência que vinha sendo estimulada nos últimos anos, quando a ciência produzida no país aumentou, assim como o número de doutores e de pesquisas publicadas literatura científica internacional.”
A entidade criada em 1948 e que teve papel de destaque na resistência contra a ditadura civil-militar, com muitos de seus dirigentes presos e exilados, percorre atualmente gabinetes de deputados e senadores em busca de apoio para a derrubada dos cortes orçamentários.
Além da questão de financiamento, Ildeu destacou os ataques à autonomia universitária e lembrou a proposta que descaracteriza totalmente a Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila).
Criada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva para produzir conhecimento em prol do fortalecimento regional, a universidade está na mira de uma emenda que poderá transformá-la em universidade voltada aos interesses do agronegócio. A proposta inclui a anexação de dois campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A assembleia geral da SBPC aprovou moções de repúdio à proposta, bem como de apoio a outras universidades públicas, como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
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