segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Contraponto 844 - "Lixo em estado puro"


30/11/2009

Lixo em estado puro

Observatório da Imprensa - Por Alberto Dines em 30/11/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI

Vamos criar uma igreja e deixar de pagar impostos? A manchete da Folha de S.Paulo de domingo (29/11) foi a mais comentada dos últimos tempos. Nem parecia ser o mesmo jornal que dias antes, na sexta-feira, produziu um lixo jornalístico dos mais repugnantes e que desde então está ocupando a seção de cartas dos leitores quase inteira.


A propósito da estréia do filme Lula, o filho do Brasil, a Folha publicou um depoimento do seu colunista Cesar Benjamin, dissidente do PT, a propósito de um comentário cabeludo feito há 15 anos pelo então candidato à presidência Lula da Silva (FSP, 27/11, pág. A-8).

Como foi constatado no dia seguinte, o comentário foi efetivamente feito mas em tom de troça, conversa de fim de expediente. A Folha rasgou e tripudiou sobre todos os seus manuais de redação, pisoteou 20 anos de trabalho dos seus ouvidores ao aceitar como verdadeira uma fofoca estapafúrdia sem qualquer diligência sobre a sua veracidade.

Não foi desatenção, erro involuntário, tropeço de um redator apressado: a Folha reservou uma página inteira para que o colunista contasse a sua saga nos cárceres da ditadura iniciada quando contava apenas 17 anos. Seu relato é impressionante, mas de repente, para desqualificar os 30 dias em que Lula passou no xadrez, Cesar Benjamin conta a sua anedota em três enormes parágrafos e com ela fecha o artigo.

Imprensa marrom

À primeira vista, parece mais um golpe publicitário da família Barreto (que produziu o filme), em seguida percebe-se que a denúncia é a vera, fruto de um ressentimento pessoal que um jornal do porte da Folha, que se assume "a serviço do Brasil", não tem o direito de perfilhar.

A direção da Folha simplesmente não avaliou o tamanho do desatino. No dia seguinte, tentou consertar: mancheteou uma de suas páginas com o justo desabafo de Lula classificando o texto como "loucura" (FSP, 28/11, pág. A-10). No domingo, certamente arrependida, a direção da Folha providenciou a evaporação do assunto. Ficou apenas a reprovação do seu ouvidor Carlos Eduardo Lins da Silva.

Tarde demais. Já no sábado (28/11) o Estado de S.Paulo repercutia o episódio com destaque e, no mesmo dia, a Veja já o incorporara à sua edição. O Globo manteve-se à distância desta porcaria.

Se o leitor não sabe o que significa "imprensa marrom", tem agora a oportunidade de confrontar-se com este exemplo – em estado puro – do jornalismo de escândalos e achaques.
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Contraponto 843 - "Capacitar ao trabalho, porta de saída do Bolsa Família"

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30/11/2009

"Capacitar ao trabalho, porta de saída do Bolsa Família"

Tijolaço - 30/11/2009

Estive há pouco no Palácio da Cidade, onde o Ministério do Trabalho e Emprego e a Prefeitura do Rio de Janeiro assinaram um acordo para implantação do Programa Bolsa Família Carioca. O projeto vai oferecer cursos de capacitação para jovens de 16 a 24 anos de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família.
O objetivo é criar uma alternativa de ingresso no mercado de trabalho para esses jovens, que vivem em áreas carentes, com grande evasão escolar e problemas de criminalidade. É a tal “porta de saída” do Bolsa Família, que vai qualificar para o trabalho cinco mil jovens cariocas por ano, de 2010 a 2012.
eEstiveram presentes o prefeito do Rio, Eduardo Paes e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que me confirmou a notícia de que, segundo os dados preliminares, o número de postos de trabalho com carteira assinada pode bater novo recorde em novembro.

Brizola Neto
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Contraponto 842 - Quem te viu quem te vê !


30/11/2009
Segundo investigações da PF Roberto Freire do PPS
recebia a propina


Blog da Dilma - Jussara Seixas às Segunda-feira, Novembro 30, 2009

Em vídeo, aliado de Arruda guarda dinheiro nas meias
Novas imagens flagram 3 deputados distritais e outros assessores do democrata

Nas gravações, o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, aparece guardando maços de notas nos bolsos e até nas meias
O secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho, deputado federal licenciado pelo PPS, teve o nome citado em conversa gravada pela PF. De acordo com transcrição do diálogo entre Barbosa e José Geraldo Maciel, afastado da Casa Civil, Carvalho recebia "retribuição de contratos".
Também teriam sido beneficiados Fernando Antunes e Roberto Freire, presidentes nacional e regional do partido,
respectivamente. Todos negam participar da fraude.
Roberto Freire, figura de proa do velho "Partidão", presidente nacional do PPS, e que posa e gosta de se apresentar como um dos "paladinos" da moralidade em nosso país. Recebe jetons no valor de R$ 12 mil mensais da prefeitura de São Paulo, pela participação em dois conselhos da Prefeitura paulistana – da Empresa Municipal de Urbanização (EMURB) e da SPTurismo. Roberto Freire é ligado do DEM como unha e carne, é ,um dos que apoiam Serra presidente.
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Contraponto 841 - PSDB "tirando da seringa"


30/11/2009
PSDB quer filiados fora do governo Arruda

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O PSDB nacional vai recomendar a seus filiados Márcio Machado e José Humberto Pires que se afastem da equipe do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). O presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), disse à Agência Brasil que o PSDB “não pode participar de um governo que está envolvido em várias acusações e não pode esclarecê-las”.

Márcio Machado é secretário de Obras do governo Arruda e presidente do diretório regional do PSDB. José Humberto Pires ocupa a secretaria de Governo. Como está em Recife (PE), Sérgio Guerra afirmou que caberá a um dos vices-presidentes do partido, Cícero Lucena (PB) ou Marisa Serrano (MS), conversarem ainda hoje com os secretários.

O objetivo dos tucanos é evitar que as denúncias de corrupção no Distrito Federal, já chamada de mensalão de Brasília, possam contaminar de alguma forma a costura da aliança nacional para as eleições presidenciais de 2010. Guerra acredita que esse é um problema circunscrito ao governo Arruda e à capital federal.

De qualquer forma, amanhã (1º), a Executiva Nacional do PSDB se reúne para avaliar a situação e tomar uma posição oficial sobre as denúncias envolvendo o governador do Distrito Federal. Guerra ressaltou que agora cabe a José Roberto Arruda prestar esclarecimentos sobre os fatos ao seu partido, o Democratas, que também é o principal aliado nacional dos tucanos.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), por sua vez, afirmou à Agência Brasil que o partido e o PSDB estão administrando o assunto “de comum acordo e como partidos parceiros”. José Agripino acrescentou que “qualquer fato que comprometa a imagem do DEM, comprometerá também a imagem do PSDB e vice-versa e ambos os partidos têm consciência disso”. (Grifo do ContrapontoPIG)
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Contraponto 840 - Chávez fala grosso

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30/11/2009
Chávez fala grosso com banqueiros tranbiqueiros



Vermelho - 30 de Novembro de 2009 - 13h42

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que pode nacionalizar os bancos que violarem a legislação, afirmando que fará o que for necessário para evitar irregularidades. No último dia 20, um escândalo fez o governo assumir o comando de quatro instituições financeiras.
"Digo isto a todos os banqueiros privados do país: aquele que cometer deslizes, perde. Qualquer que seja o tamanho do banco, vou retirá-lo daquele que cometer deslizes", afirmou Chávez. Além disso, ele disse que poderá estatizar todo o sistema, se necessário. "Querem que nacionalize os bancos? Bom, não tenho problema com isso", afirmou.

Chávez disse que 16 dirigentes dos bancos sob intervenção, proibidos de sair do país, deveriam em vez disso ter sido presos, já que existe o risco de que fujam. Entre os delitos, cujas penas vão de oito a dez anos de prisão, figuram aumento de capital sem especificação da origem dos fundos, descumprimento recorrente das carteiras de crédito obrigatórias, declarações de dividendos sem autorização e realização de operações com empresas vinculadas.

O ministro das Finanças da Venezuela, Ali Rodriguez, disse nesta segunda-feira que o governo fechará as portas de quatro bancos privados que sofreram intervenções em novembro, por violarem as regulações de solvência e inexplicáveis aumentos de capitais.

Os bancos envolvidos são Banco Canarias, Bolívar, BanPro e Banco Confederada, quatro instituições de médio porte no sistema financeiro venezuelano. No total, as quatro instituições respondem por 8,8% dos ativos bancários do país.
Atualmente, 70% do sistema bancário venezuelano está nas mãos de instituições privadas, mas com a estatização do Banco da Venezuela, que pertencia ao grupo espanhol Santander, o Estado ampliou sua participação no setor em 2009.

Com agências
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Contraponto 839 - São Paulo descendo Serra

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30/11/2009

PF investiga propina para "Palácio Band": a casa caiu!


Vermelho - 30 de Novembro de 2009 - 0h15

A "Folha" ficou tão preocupada em acusar Lula de "molestador sexual" que, na última sexta, "esqueceu" de dar uma notícia importante: as propinas que teriam sido pagas a políticos do PSDB em São Paulo, pela Camargo Corrêa. Esse é o Castelo de Areia? A Camargo Corrêa ajudou Serra a consertar encanamento do "Palácio Band"?

Por Rodrigo Vianna, no Blog Escrevinhador
O "Estadão" deu a notícia antes da "Folha". Saiu aqui - http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,documentos-indicam-mesada-de-empreiteira-a-politicos,473013,0.htm.

Foi tudo investigado pela PF, na "Operação Castelo de Areia".

Atenção: não confundir com o caso que envolve o governador do DEM em Brasília - http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/arruda-o-chorao-amigo-da-veja-esta-sob-suspeita.

"Castelo de Areia" é outro caso. E muito mais importante, porque afeta o núcleo de poder do Serra.

Por coincidência, o ataque a Lula na "Folha" saiu no mesmo dia em que a PF concluiu a investigação sobre a "Castelo de Areia".

A "Folha" deu a noticia com um dia de atraso, porque estava empenhada em provar que Lula é um molestador sexual....

Tanto "Folha" como "Estadão" esconderam o fato principal. Na planilha das propinas, aparece uma indicação importante: doações ao "Palácio Band".

Veja como o "Estadão" descreve o fato: "Em outro arquivo, página 18, valores ao lado da expressão "Palácio Band" - 4 anotações, entre 8 de fevereiro e 30 de setembro de 1996, somando US$ 45 mil, ou R$ 46.165. Na última planilha, página 54, na coluna "Diversos" constam nove registros, um assim descrito: "14 de setembro de 1998, campanha política, Aloísio Nunes, US$ 15.780."

Ora. Imaginem se aparecesse uma planilha com a indicação "Palácio Planalto"? Imaginem! Estaria nas manchetes, durante semanas.

"Palácio Band" vocês acham que é o que?

A sede do governo paulista fica no Palácio dos Bandeirantes. Lá, vive o chefe da imprensa paulista.

Aloysio Nunes Ferreira nós sabemos quem é: chefe da Casa Civil de Serra.

Imaginem se fosse a Dilma? Estaria na manchete.
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Contraponto 838 - Zelaya acusa: "mentira eleitoral"

30/11/2009
Lobo vence pleito ilegítimo; Zelaya acusa mentira eleitoral


Vermelho - 30 de Novembro de 2009 - 11h00

O candidato de direita Porfirio Lobo declarou-se vencedor no pleito ilegítimo de domingo em Honduras e prometeu um governo de "unidade nacional", após um processo eleitoral marcado por uma alta abstenção e por acusações de repressão, desaparecimentos, assédio e perseguição. A votação, classificada como uma "mentira" pelo presidente deposto Manuel Zelaya, não será reconhecida por grande parte da comunidade internacional. Zelaya afirma que o governo de fato "inflou" a participação no pleito.
Segundo dados parciais do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), em sua segunda tentativa de chegar à presidência, Lobo tinha 55,9% dos votos apurados, contra 38,6% do rival Elvin Santos, do Partido Liberal (PL), que reconheceu a derrota.

Lobo deve assumir a presidência em 27 de janeiro, em um cenário pouco alentador, já que sua eleição é encarada como a legitimação do golpe de Estado, que tirou Zelaya do poder em 28 de junho. O pleito foi rechaçado por diversos países, organizações internacionais - que sequer figuraram como observadores - e pela Frente de Resistência contra o Golpe.

O TSE informou que o índice de participação foi de 61,3% (quase 10% a mais que em 2005). Zelaya, contudo, denunciou que o regime de fato inflou os resultados da eleição para "transformá-la em uma mentira para os hondurenhos". Ele fez a declaração na embaixada do Brasil, onde está abrigado há dois meses.

A Frente de Resistência também afirma que os números reais mostraram um mínimo "de 65 a 70 por cento de abstenção ", a maior da história da nação, o que significaria que apenas um máximo de 30 a 35 por cento teriam votado.

"Havíamos observado que, se a abstenção fosse superior a 50% do padrão eleitoral, as eleições deveriam ser anuladas", disse Zelaya. Em entrevista à Rádio Globo local, ele expressou estar surpreso com os dados divulgados pelo regume golpista. O presidnete deposto afirmou que o processo "está cheio de vícios, não tem legitimidade e deve ser anulado".

Também declarou que se Lobo obteve um triunfo é porque o regime golpista, encabeçado por Roiberto Micheletti, lhe deu esta possibilidade."Quando eu estava na direção do país, na presidência da República, Elvin Santos tinha 47% de popularidade e o senhor Porfírio Lobo andava entre 26 e 28% (...) O Favorito Era Elvin Santos. Então veio Micheletti com o golpe e os militares e agora sucedeu o contrário", enfatizou.

Em San Pedro Sula, centenas de partidários do líder deposto fizeram uma manifestação no domingo, encerrada pela polícia com gás lacrimogêneo e jatos d'água. Jornalistas e ativistas disseram que dezenas de pessoas foram agredidas e presas.

Grupos de direitos humanos condenaram o ambiente de intimidação e medo antes das eleições. Também condenaram a perseguição dos militares aos dissidentes, após o golpe. Poucas dezenas de observadores independentes monitoraram a votação, porém a Organização das Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos (OEA) se negaram a fazê-lo.

O Congresso deve decidir nesta quarta-feira (02) sobre o retorno ou não de Zelaya ao poder, por um breve período até o novo presidente assumir. O próprio Zelaya, porém, diz que não pretende retornar ao cargo, pois isso na opinião dele legitimaria o golpe. Ele se recusa a validar a manobra do regime de fato, que empurrou para depois do pleito a decisão do Congresso.

Eleito em uma disputa ilegítima, para governar um país isolado, Lobo declarou que as adesões estão começando a chegar. Segundo ele, Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá, Japão, Itália, Suíça, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e França "expressaram que vão aceitar o processo".

Mas Argentina, Brasil, Venezuela, Nicarágua, Bolívia, Guatemala e Uruguai anunciaram formalemnte que não reconhecerão as eleições realizadas sob o governo de fato de Roberto Micheletti.

Com agências

Leia também:
Zelaya diz que abstenção em Honduras chega a 65%
Brasil mantém posição: "Não é possível aceitar golpe", diz Lula
Obama "negociou" Zelaya

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Contraponto 837 - Brasil não reconhece resultado em Hunduras


30/11/2009

Lula mantém decisão de não reconhecer resultado em Honduras


Jair Rattner

De Lisboa para a BBC Brasil

Lula

Lula chegou no domingo em Portugal para Cimeira Ibero-Americana

Apesar de vários países das Américas afirmarem que vão reconhecer o resultado das eleições em Honduras deste domingo no país, o Brasil vai manter a sua posição. Na chegada a Portugal na noite deste domingo, onde vai participar da Cúpula Ibero-americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo brasileiro não reconhecerá os resultados do pleito.

“No caso de Honduras, o Brasil não tem porque repensar a questão. É preciso firmar posição sobre as coisas porque isso serve de alerta para outros aventureiros. O dado concreto é que os golpistas não permitiram que o presidente voltasse para coordenar o processo eleitoral, o que é um sinal muito perigoso e muito delicado, porque ainda existem muitos países, na América Central sobretudo, com vulnerabilidade política”, disse o presidente.

Segundo o presidente, há outras formas de se atuar contra decisões presidenciais e o golpe não se justifica: “Se os países que podem dar orientações e fazer gestos não fizerem isso, daqui a pouco a gente não sabe onde haverá mais um golpe. Quem não gosta da atitude de um presidente tem o Congresso Nacional, tem a Justiça local para recorrer.”

Lula disse que não é porque outros países aceitam o resultado eleitoral que o Brasil deva fazer isso. Ele também afirmou que o Brasil não vai expulsar o presidente deposto Manuel Zelaya da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde se encontra refugiado.

'Não tem graça'

“Até que o governo de Honduras dê garantias de vida para o Zelaya ele vai ficar na embaixada brasileira. Nós não podemos permitir que ele saia sem que haja garantia, sem que haja segurança.”

O presidente comparou a situação em Honduras a uma piada: “Não sei se depois da eleição vão querer que ele volte para o poder. É no mínimo uma piada tudo isso, mas faz parte da cultura latino-americana.”

Comentando sobre as diversas posições tomadas pelos países latino-americanos sobre as eleições em Honduras – Colômbia e o Peru apoiam a realização das eleições - o presidente considerou a divergência normal:
“Eu não vejo divisão. Cada país tem autonomia para tomar sua decisão. Já faz 50 anos que estão tentando construir a União Europeia e um país aprova uma coisa e outro país aprova outra. Ou seja, eles não tratam isso como divisão, mas como consequência normal do exercício da democracia. Cada país vai tomar a posição em função da sua realidade política.”

Sobre a posição do governo norte-americano, Lula minimizou o fato de que os dois países não tenham uma posição comum.

“O Obama mandou uma carta, eu respondi a carta na sexta-feira. Obviamente que nós temos discordâncias sobre como foi tratada a questão de Honduras, mas se os chefes de Estado não tivere.m nenhuma discordância, não tem graça.”

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O que está por trás das baixarias contra Lula


Amigos do Presidente - Zé Augusto . Domingo, Novembro 29, 2009

Folha, Veja, Globo, Estadão, Serra, FHC são a elite política e econômica apodrecida desse país que não estava habituada à alternancia de poder ... E Lula é a alternância de poder!
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domingo, 29 de novembro de 2009

Contraponto 836 - Arruda: "Estou copiando Serra"


29/11/2009
Arruda em 2008: "estou copiando projeto do Serra";
governador do DF queria ser o vice do tucano


Escrivinhador - publicada domingo, 29/11/2009 às 21:21
e atualizado domingo, 29/11/2009 às 21:36

A matéria está aí, nos arquivos. Basta um "google", e surge o texto de 2008, na "FolhaOnLine" - http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u461464.shtml.

O título: "Serra, do PSDB, e Arruda, do DEM, ensaiam aliança para 2010, em Brasília".

O texto nos informa que a aproximação entre os dois tinha o objetivo de montar a chapa: Serra como candidato a presidente, Arruda na vice.

Mas a ironia maior surge no terceiro parágrafo, quando Arruda informa que está adotando práticas idênticas às do governo de São Paulo: "O governador do Distrito Federal brincou que estava "copiando" um projeto do colega de São Paulo."

Que projeto seria esse? A compra de panetones com dinheiro cedido por empresas que prestam serviços ao Estado? Um assessor de Arruda disse que a grana que o digníssimo aparece a receber - num vídeo gravado durante investigação da PF - era pra isso: compra de panetones. Meu filho de 12 anos, ao ler a notícia hoje, proferiu a sentença: "ele quer que a gente acredite?".

Arruda está mal na foto e na fita. Até no "JN" ele está mal.

Serra caiu nas pesquisas. E gente ligada a ele aparece nas investigações da "Operação Castelo de Areia", como você pode ler aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/pf-investiga-propina-pra-palacio-band-a-casa-caiu.

Agora, Serra ficou também sem vice. Inferno astral.

Mas, bom lembrar que - nesse quesito - Dilma não vai melhor: Michel Temer como vice é de lascar. Vai passar 4 anos conspirando, torcendo para que os golpistas lhe entreguem o poder. Michel Temer tem um jeitão de Micheletti tupiniquim - mas com um verniz de constitucionalista da PUC.

Já Arruda.... Bem, Arruda está morto.

Abaixo, a matéria de 2008, sobre a "parceria" entre Serra e Arruda.

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Em nome de uma parceria técnica destinada à melhoria de moradias populares, os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) sinalizaram nesta terça-feira a eventual aliança política para 2010. Ambos trocaram elogios mútuos na presença de líderes nacionais dos dois partidos políticos.

A justificativa oficial para o encontro dos dois governadores e das demais autoridades foi a assinatura de um convênio técnico para cooperação em habitação popular. O objetivo é executar programas de regularização fundiária, urbanização e capacitação profissional.

Mas na prática Arruda e Serra indicaram que a união entre os dois e seus partidos está evoluída. O governador do Distrito Federal brincou que estava "copiando" um projeto do colega de São Paulo.

"Estamos copiando o que deu certo, já copiei experiências do Paraná, que deram certo. Algumas experiências de Minas Gerais e agora essas experiências de São Paulo, só tenho a agradecer ao governador Serra", disse Arruda --único governador do DEM. Serra retribuiu afirmando que o "que é bom deve ser copiado".

Oficialmente, ambos desconversaram sobre a possibilidade de aliança tendo Serra como cabeça de chapa e Arruda, na vice. A opção foi partir para um discurso diplomático e nada agressivo inclusive ao tratar da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), nome apontado como candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua sucessão.

"Não estou especulando para 2010", afirmou Serra, esforçando-se para escapar das perguntas sobre sua candidatura para presidente da República. "O fundamental agora é tratar do governo do Estado", disse ele.

Segundo o governador, ainda é cedo para dar início à campanha presidencial. "São dois anos. Ainda falta muito tempo. O que a gente tem de fazer é administrar da melhor forma possível [o Estado de São Paulo] e de tal forma que dê certo", afirmou ele.

A cerimônia, na qual Serra e Arruda estavam presentes, também participaram dela os ex-ministros Eduardo Jorge (PSDB), Pimenta da Veiga (PSDB) e José Jorge (DEM), além do presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
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Contraponto 835 - Esquerda ganha no Uruguai

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29/11/2009

Pesquisas indicam vitória de Mujica no Uruguai;
Lacalle admite derrota

Candidato de esquerda teria obtido 51,2% dos votos.

Foto: Pablo Porciuncula/AFP

José Mujica deixa local de votação em Montevidéu.

Partidários de Mujica já comemoram nas ruas.

Partidários de Mujica já comemoram nas ruas.

Do G1, com agências

O candidato de esquerda do Uruguai, o ex-guerrilheiro José Mujica, ganhou a eleição presidencial deste domingo, segundo uma projeção feita em cima de contagens parciais da consultora Factum. Milhares de partidários da esquerda uruguaia saíram às ruas em uma festa adiantada. O candidato opositor, Luis Alberto Lacalle, também já admitiu a derrota.

Mujica teria obtido 51,2 por cento dos votos, contra 44,9 por cento de Lacalle, segundo informou a Factum pela televisão.

Neste domingo, os uruguaios votaram para eleger o futuro presidente de 2010 a 2015 entre o candidato da governante Frente Ampla, o ex-tupamaro Mujica e o líder do Partido Nacional, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle.

Conheça o perfil de José Mujica

No Uruguai o voto é obrigatório e estão habilitadas a votar 2,56 milhões de pessoas, de um total de 3,3 milhões de habitantes. Milhares de residentes no exterior chegaram nos últimos dias ao país para participar da eleição.

O atual presidente, Tabaré Vázquez, oncologista de 69 anos, levou a esquerda pela primeira vez ao poder na história do Uruguai ao derrotar no primeiro turno Jorge Larrañaga, atual companheiro de chapa de Lacalle.

Leia mais notícias de Mundo .
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Contraponto 834 - DEM prepara desfiliação de Arruda

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29/11/2009
Pressionado, DEM prepara desfiliação de Arruda depois
de denúncias de corrupção

Renata Giraldi e Luciana Lima
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Pressionado internamente, o comando nacional do Democratas prepara a desfiliação e futuramente a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Acusado de coordenar um suposto esquema complexo de corrupção, Arruda vai se explicar amanhã, às 14h, à cúpula de seu partido sobre as denúncias. Ele passou este domingo telefonando para os colegas de partido.

“Existe um fato e denúncias. Contra fatos e denúncias o combate são fatos e não versões. É assim que funciona. Vamos dar ao governador o espaço que ele precisa para se explicar. Mas o clima de desconforto é grande. Aguardamos a defesa dele, mas grande parte do DEM pensa na desfiliação e até na expulsão”, disse à Agência Brasil o senador Demóstenes Torres.

Demóstenes contou que Arruda passou o domingo conversando, por telefone, com cada integrante da executiva nacional do DEM. Nas conversas, o governador tentou explicar as imagens em que aparece recebendo dinheiro do então assessor Durval Barbosa.

Segundo o senador, Arruda afirmou que as imagens são do período da sua campanha de 2006, quando recebia recursos para repassar aos que trabalhavam com ele. De acordo com as explicações do governador, tudo foi relatado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e também ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No Twitter, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avisou que se for constatada irregularidade, haverá punição.

“O Democratas não vai se portar como o PT. Se houve erro, haverá punição de acordo com o que uma democracia prevê. O Democratas exige seriedade sempre. Não vamos empurrar nada para baixo do tapete. São denúncias graves”.

Outros líderes do DEM ouvidos pela Agência Brasil afirmaram que a tendência na legenda não é favorável a Arruda, mas que aguardam as explicações do governador para evitar possíveis injustiças.

Arruda e seu vice, Paulo Octávio, ambos do DEM, assessores do governo do Distrito Federal, deputados distritais e empresários estão no centro das denúncias investigadas pela Polícia Federal que apontam a existência de um suposto esquema de corrupção com superfaturamento de contratos, irregularidades em licitações e pagamentos de propinas.

Segundo as apurações da Polícia Federal, cerca de R$ 600 mil foram arrecadas de empresas privadas que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal.

Depois de uma nota oficial, informando que aguarda as explicações de Arruda, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse à Agência Brasil que espera a reunião com o governador para manifestar-se. Os principais líderes do Democratas vieram a Brasília nos últimos dias para analisar o assunto. A questão foi potencializada com a divulgação de imagens nas quais Arruda aparece recebendo dinheiro supostamente destinado ao pagamento de propina.
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Contraponto 833 - Quem ocupa o "Palácio Band"?

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29/11/2009

Quem ocupa o "Palácio Band"?
Documentos indicam mesada de empreiteira a políticos

Do Esquerdopata - 29/11/2009

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - A Polícia Federal (PF) concluiu a Operação Castelo de Areia - investigação sobre evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo executivos da Construtora Camargo Corrêa - e anexou ao relatório documento que pode indicar suposto esquema de pagamentos mensais a parlamentares e administradores públicos e doações "por fora" para partidos políticos. O dossiê é formado por 54 planilhas que sugerem provável contabilidade paralela da empreiteira. Elas registram dados sobre 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998, espalhados por quase todo o País e também no exterior - Bolívia e Peru.

Os repasses teriam ocorrido naquele período em favor de deputados federais, senadores, prefeitos e servidores municipais e estaduais. Em quatro anos a empreiteira desembolsou R$ 178,16 milhões. Em 1995, segundo os registros, ela pagou R$ 17,3 milhões. Em 1996, R$ 50,54 milhões. Em 1997, R$ 41,13 milhões. No ano de 1998, R$ 69,14 milhões. O que reforça a suspeita de caixa 2 é o fato de que os números alinhados aos nomes dos supostos beneficiários estão grafados em dólares, com a taxa do dia e a conversão para reais.

O Ministério Público Federal (MPF) poderá requisitar à Justiça o envio à Procuradoria-Geral da República dos dados referentes a autoridades que detêm prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Outra medida será a abertura de vários inquéritos para investigar as obras.

"Eu não conheço o documento, portanto não posso me pronunciar", disse o criminalista Marcio Thomaz Bastos, que coordena a defesa da Camargo Corrêa. Ele observou que o processo e o inquérito correm em segredo de Justiça. "É preciso lembrar que nessa mesma operação já foram divulgadas listas de nomes que depois se verificou dizerem respeito a doações absolutamente legais, declaradas à Justiça Eleitoral."


Planilhas

Na página 54, há quatro lançamentos em nome do deputado Walter Feldman (PSDB-SP). Cada registro tem o valor de US$ 5 mil, somando US$ 20 mil entre 13 de janeiro e 14 de abril de 1998. À página 21, outros 12 lançamentos associados ao nome Feldman, entre 26 de janeiro e 23 de dezembro de 1996 - US$ 5 mil por mês. O deputado indignou-se com a citação a seu nome.

Em outro arquivo, página 18, valores ao lado da expressão "Palácio Band" - 4 anotações, entre 8 de fevereiro e 30 de setembro de 1996, somando US$ 45 mil, ou R$ 46.165. Na última planilha, página 54, na coluna "Diversos" constam nove registros, um assim descrito: "14 de setembro de 1998, campanha política, Aloísio Nunes, US$ 15.780." Em 10 de novembro de 1995 o então senador Gilberto Miranda teria recebido US$ 50 mil.


A planilha "CPA", página 14, revela quatro pagamentos em 1996, todos supostamente destinados a partidos, denominados "clientes". Os destaques são de 21 de março, US$ 20 mil para "líder do PMDB, Milton Monti"; 19 de julho, US$ 200 mil para PMDB-PFL; 24 de julho, US$ 200 mil para PSDB-SP; 13 de setembro, US$ 270 mil para PSDB/PMDB/PFL/PPB. Em 1998, mostra outra planilha "CPA", foram pagos US$ 1,52 milhão em 10 parcelas a PSDB, PFL, PMDB, PPB e PTB.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Contraponto 832 - "Serra é o mudo que reclama do surdo"


29/11/2009
"Serra é o mudo que reclame do surdo"


Nassif - 29/11/2009

Da Folha
Elio Gaspari

Serra é o mudo que reclame do surdo
José Serra é um tucano de vitrine. É candidato à Presidência da República, mas não sabe se será. Decidirá no ano que vem. Até lá, silêncio.

Felizmente acaba de sair o livro “Retrato de Grupo”, comemorativo do 40º aniversário do Cebrap, o centro de pesquisas criado em torno de Fernando Henrique Cardoso. Nele há uma boa entrevista de Serra, dada em julho do ano passado. Ele reclama dos juros caros, do dólar barato, dos gastos do governo e resume uma vaga plataforma econômica:
“Temos de pensar o seguinte: o Brasil deve ter hoje 190 milhões de habitantes, perto disso; daqui a dez anos, teremos dezenas de milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho. O modelo primário exportador, para onde o país está caminhando, não é capaz de gerar empregos com o dinamismo que a oferta de trabalho exige. Ele não vai gerar desenvolvimento sustentado (e sustentável), e o país está caminhando para isso. Então é um grande desafio reinventar o desenvolvimento, como se dizia na linguagem da Cepal, hacia dentro [para dentro], junto com hacia fuera [para fora], porque voltar o desenvolvimento só hacia fuera, que é o que está acontecendo, não vai dar conta dos problemas principais do país”.

Ao final da entrevista, Serra reclama da falta de “um bom debate” e diz que essa prática é “algo interditado no Brasil de hoje”: “Infelizmente esse debate não existe, está obscurecido e até reprimido, não pela força, mas reprimido ideologicamente”.

O debate não está reprimido. Ele poderá começar quando Serra sair do silêncio.

Comentário (Do Nassif)

A não ser por comentários esporádicos sobre câmbio e juros, Serra não tem uma idéia clara para nada.

No período FHC, como era o único que não endossava o malanismo, passou a impressão para muitas pessoas – eu, inclusive – que poderia ser o receptador das boas idéias que se perdiam pela inércia absoluta de FHC. Mostrava-se receptivo a novas idéias, tornou-se uma espécie de ponto de confluência dos que pensavam o novo. E o máximo que precisava fazer era emitir opiniões esporádicas, frases soltas sobre cada tema. No Ministério da Saúde, as idéias já estavam consolidadas, a doutrina estabelecida. A bandeira SUS se manteve à tona passando por diversos ministros. No caso de Serra, com mais destaque por decisões que foram tomadas. Mas jamais Serra incorporou conceitos que ouvia.

Quando assumiu o protagonismo político – com a eleição para prefeito e depois governador de São Paulo – percebeu-se que aquele Serra era uma miragem construída por um conjunto diversificado de pensadores, mas que não tinha vôo próprio. As idéias eram repetidas como bordões, não como conceitos assimilados, desenvolvidos, elaborados e que, com o tempo, passassem a se constituir em parte integrante do pensamento de Serra. Ou, se tinha, perdeu-as, pelo medo de colocar qualquer idéia que criasse polêmica e dividisse o apoio que recebia da mídia.

Despido dos véus dos bastidores, não há ator político, não há roteiro, não há idéias – a não ser as recorrentes sobre câmbio e juros, que ajudam a fazer um Ministro da Fazenda, não um condutor de país.
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Contraponto 831 - Dois caminhos caminhos: mudança ou volta ao neoliberalismo


29/11/2009

Evo Morales: "Há apenas dois caminhos: ir para frente, apoiar a mudança ou remontar ao passado, voltar ao neoliberalismo"


Granma

• LA PAZ — Evo Morales Ayma, o homem que há quatro anos mudou a história da Bolívia e abalou os protocolos racistas da diplomacia ocidental, praticamente não dorme em La Paz nestes dias.

A despeito das enormes distâncias e das sensíveis diferenças de altura e clima entre os nove departamentos do país, o presidente os percorre-os sem pausa nem trégua, com mais intensidade enquanto mais se aproxima 6 de dezembro, no dia em que poderia garantir o trânsito da Mudança à Refundação da qual foi por séculos uma das nações mais empobrecidas do hemisfério e hoje é a que enfrenta com mais sucesso os impactos da crise econômica mundial.

A reeleição de Evo é um fato que nem a direita discute. As especialistas em pesquisa outorgam uma vantagem de 34 pontos sobre o mais próximo dos outros candidatos. Segundo este, o critério mais conservador, o presidente se ratificaria com 52% e seu adversário mais próximo apenas obteria 18%.

Ainda assim, Evo aparece cada dia num ponto diferente da difícil superfície boliviana. A última vez foi visto dirigindo um pesado trator, à frente de uma entusiástica e muito nutrida caravana de seguidores, nada menos que em Santa Cruz, considerado até pouco um bastião da direita.

"Depois de escutar e ver as enormes concentrações em todo o país, sinto que já fomos eleitos para mais cinco anos", disse o presidente numa entrevista exclusiva para o programa Mesa-Redonda, da Televisão Cubana.

O que procura Evo nessas cansativas viagens ao coração do país é tirar o obstáculo às mudanças que no Senado lhe impôs a direita nos quatro anos decorridos, período em que deveu governar a golpe de decretos para superar a criminosa oposição dos adversários da mudança.

Agora Evo aproveita para falar com as maiorias, para explicar por que não o voto cruzado (votar nele, mas não nos candidatos do MAS à Assembelia Plurinacional). A batalha do carismático líder de 50 anos centra-se agora na conquista dos dois terços dos curus: "Nestes quatro anos o que mais nos prejudicou foi o Senado. O povo não tem a maioria", disse e nos explicou que o mal vem dos anos 1980, quando uma vez ganhou a esquerda e a direita não deixou que fizesse o seu programa. Hernán Siles Suazo teve que reduzir o seu mandato.

Mas viajar à Bolívia profunda é também a oportunidade de aproximar-se e ouvir diretamente as pessoas que fazem o dia-a-dia deste país. "Temos a obrigação de visitar, escutar os camponeses que nos deram seu voto".

Impressionados pelo ambiente de paz e prosperidade, de alegria, que se respira hoje em La Paz e noutras regiões, onde há apenas um ano os confrontos promovidos pela Usaid e pelo embaixador ianque fizeram com que temesse pelo processo, perguntamos-lhe se influiu que um deles já não esteja e a outra tenha sido freada, mas sua resposta é mais profunda:

"Quer seja a expulsão do embaixador, quer o freio à Usaid e com isso, o freio à direita, o mais importante é a consciência do povo. Eu estou impressionado com muitos setores. Acredito que muitos pensaram no primeiro ano: o índio não vai poder, portanto, é preciso fazer algo contra o índio, tentaram revogar-me, tentaram tudo... Daí vem a força da Conalcam (Coordenadora Nacional da Mudança), dos intelectuais, dos estudantes... Alguns disseram: ‘Não gosto do rosto do presidente, mas gosto de sua política. Este índio dá- nos dignidade’."

"Quando vejo carros luxuosos em minhas caravanas de campanha, pergunto-me o que está acontecendo, mas revendo os programas dos candidatos para 6 dedezembro, o nosso é o mais realista. Vê-se com clareza que há dois caminhos: ir para frente, apoiar a mudança ou remontar ao passado, voltar ao neoliberalismo. Então, vai aderindo muita gente. A gente não é tola, a gente vê. Esse é o programa do povo, ao qual apenas se opõem os criminosos — os que viveram de roubar ao povo — e os farsantes...

"Ainda não se pode descolonizar as mentes de todos os bolivianos. Ainda há grupos opositores. E há direito à oposição, mas há grupos violentos, terroristas, que tentam destruir a Pátria e destruir a vida".

Nesta entrevista, onde o presidente boliviano também falou da crise econômica e dos desafios que a mudança climática impõe a nações como a Bolívia, disse que a instalação das bases militares na Colômbia "não é uma agressão à Colômbia, é uma invasão à América do Sul" e anunciou a derrota dessa política imperialista em pouco tempo. •
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Contraponto 830 - O resgate de um sonho


29/11/2009
Zé de Abreu: Lula e o resgate de um sonho

Zé de Abreu

Portal Vermelho 28 de Novembro de 2009 - 16h53

Sempre tive muito claro que mais do que as perseguições, prisões, tortura, censura e afins, a ditadura matou o sonho revolucionário de minha geração. O sonho do “dia que vem vindo em que o mundo vai virar”, quando veríamos a “volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar” acordou numa triste realidade: o povo não estava nem aí com a ditadura. Estávamos enganados, uma vanguarda distante da realidade movida a sonho e esperança. A ditadura matou tudo. Quando ela acabou os tra,os eram outros.
 


Por Zé de Abreu*, no blog do Zé Dirceu
(F0tp) zé de abreu

O povo continuava o mesmo povo, pobre e sofrido, mas não era mais motivo de preocupação. Povo ficou fora de moda, só usado nos momentos eleitorais. E veio Sarney substituindo a ditadura, Lula perdendo para Collor, Itamar abrindo caminho para FHC... Aquele que tinha sido literatura de axila nos meus tempos de Faculdade era Presidente da República, a esperança renascera. Mas já não era o mesmo sonho, o dele. O meu ainda era, embora eu não soubesse. Achava que morrera. 



Até que de tanto insistir Lula ganhou.

Eu estava em Pelotas gravando A Casa das Sete Mulheres e meus amigos do PT de lá me convidaram para uma festa na Avenida Borges de Medeiros. Fomos, eu e alguns outros atores. Lembro-me que, apertado no carro cheio, pensei: será que vai dar certo? E me veio uma idéia maluca: se fosse para acabar com a miséria no Brasil, eu concordava em aumentar meu imposto de renda! Se Lula se preocupasse com os “menos favorecidos” seria o resgate do meu sonho. 



Hoje, passados sete anos, acredito que isso aconteceu. Com os índices de “saídos da linha da miséria” que são milhões de patrícios agora participando ativamente e comendo seus pedaços do bolo da economia que, se na ditadura e nos governos anteriores também crescia, nunca era dividido. E com muita satisfação dos da “classe superior” que vende cada vez mais para esses novos consumidores, verdadeiros novos cidadãos brasileiros. 



E as Universidades Federais que Lula criou? E as Escolas Técnicas Federais que, de um processo de extinção, foram multiplicadas? E as mil e vinte duas creches sendo construídas? 



Isso é resgate do meu sonho.



Fiquei um mês fora do Brasil, nos Estados Unidos, Canadá e República Dominicana, pude notar uma coisa: hoje nosso herói internacional, o brasileiro mais conhecido lá fora não é mais o jogador de futebol, como Pelé, Ronaldo... É Lula, é o Mr. President! Quer orgulho maior para um ex-comunista? Ver como o “operário no poder” deu certo? E o comportamento de nosso Itamarati na crise de Honduras? 



Recentemente, tivemos o Presidente de Israel, pela primeira vez em 43 anos, visitando o Brasil. Shimon Peres, premio Nobel da Paz, veio conversar conosco por que o Brasil hoje tem um papel considerável a desempenhar na eterna crise do Oriente Médio. Com sua indiscutível liderança internacional, com sua imensa capacidade de negociação e autoridade política conseguida na prática da Presidência, Lula pode mediar qualquer litígio entre nações. 



Com a continuidade do Governo Lula garantida pela futura eleição da Ministra Dilma me vem uma sensação de que não foi à toa minha militância juvenil. Me abriu a cabeça para entender o momento histórico que vivemos, a Revolução sendo desenvolvida no dia a dia, no voto, na Paz e, porque não dizer, no Amor. Afinal de contas alguém já viu um Presidente da República mais apaixonado pelo seu povo?

*Zé de Abreu é ator.
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Contraponto 829 - A Folha e a mente de Benjamim


29/11/2009
O desespero da Folha é pior do que a mente de Benjamim

Blog do Rovai - (28/11/2009 16:20)

Cesar Benjamim é uma mente doentia. Alguém que inventa histórias e constrói tramas para desqualificar aqueles com os quais por muitas vezes teve longo relacionamento.

Para quem não se lembra, esse é o sujeito que “denunciou” Emir Sader quando a editora dele não foi escolhida para fazer um trabalho que o sociólogo coordenava.

Era amigo de Sader por muito tempo, mas como seus interesses comerciais não foram atingidos, decidiu acusá-lo publicamente de corrupto.

Este Cesar Benjamim também é o mesmo que trabalhou no programa de governo de Garotinho quando imaginava que aquele poderia ser o candidato do PMDB à presidência da República.

Era um dos “cérebros” do ex-governador na construção de um programa nacionalista.

Mas como a candidatura do ex-governador não emplacou pelo PMDB, este mesmo Cesar Benjamim se filiou ao PSol e saiu candidato à vice-presidência da República na chapa de Heloísa Helena.

Provavelmente porque passou a achar que Garotinho não era mais o caminho a verdade e a vida. Mas sim HH.

Não foi só do PT, partido ao qual foi filiado, que saiu atirando. Também tretou com Garotinho e com o PSol. Benjamim não é só craque em produzir inimigos. É especialista em delação pública sem provas.

Se alguém com um currículo desses procurasse seu jornal para denunciar o presidente da República de ter tentado enrabar (vamos usar o português claro) um jovem nos dias em que era preso político, o que você faria? Publicaria o artigo?

E se essa mente doentia ainda citasse nominalmente uma única pessoa como testemunha, o que você faria? Não ouviria a testemunha e publicaria o artigo?

Cesar Benjamim é uma pessoa sem caráter, um psicopata da política. Pessoas assim existem. E vivem buscando jornais para acusar seus adversários. Jornais, em geral, as ignoram.

Por isso, neste episódio, o que mais me assusta é ver a Folha valer-se de uma mente insana para tentar atingir a reputação de alguém a quem se contrapõe politicamente.

Se a direção deste jornal considera isso válido para atingir seus objetivos, por que não sustentaria um golpe para derrotar esses mesmos adversários políticos?

A iminente derrota da oposição em 2010 e a falta de perspectiva política desse grupo nos próximos anos estão levando a uma radicalização midiática que não é só nojenta. É preocupante.

É bom os partidos da base do governo ficarem atentos a isso.
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Contraponto 828 - O filho do Brasil


28/11/2009

Lula, o filho do Brasil (Trailer Oficial)

sábado, 28 de novembro de 2009

Contraponto 827 - Lula é o melhor

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28/11/2009

Lula é o melhor presidente da América Latina, diz Evo Morales



Vermelho - 28 de Novembro de 2009 - 14h20

O líder de Estado da Bolívia, o indígena Evo Morales, afirmou nesta sexta-feira (27) que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é atualmente o melhor governante da América Latina.

Morales demonstrou sua admiração por Lula, de quem destacou suas origens operária e sindical, no discurso de fechamento de sua campanha, no departamento amazônico de Pando, para as eleições que serão realizadas no dia 6 de dezembro, nos quais o presidente indígena buscará a reeleição.

"O companheiro Lula era dirigente operário, nós dirigentes originais (indígenas). O dirigente operário é o melhor presidente da América Latina no momento, o companheiro Lula", assegurou o líder indígena.

Além da afirmação, recebida em meio a aplausos de centenas de militantes de seu partido e simpatizantes que escutavam seu discurso, Morales elogiou alguns programas empreendidos por Lula.

Fonte: Portal Terra
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Contraponto 826 - Os seguidores brasileiros da política externa de Bush

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28/11/2009
Mercadante: Os seguidores brasileiros da política externa de Bush

Vermelho - 28 de Novembro de 2009 - 15h29

A política externa unilateralista e confrontacionista de George Bush deixou seguidores fervorosos no Brasil. Com efeito, a julgar pelas críticas ao papel moderador que o Brasil tenta desempenhar no Oriente Médio, o belicismo dos republicanos conservadores da América do Norte fez escola em nosso país.

Por Aloísio Mercadante, no Portal do PT

Bush recusava-se a dialogar com governos vistos como hostis e desprezava os mecanismos políticos multilaterais de conciliação e moderação. Preferiu sempre a pressão e a guerra. Deu no que deu. Isolou seu país, perdeu aliados importantes e comprometeu tropas nos pântanos políticos do Iraque e do Afeganistão, até agora sem resultados significativos. Comprometeu também a imagem dos EUA, ao permitir tortura e sequestros em solo estrangeiro.

Obama, político habilidoso, prefere o diálogo e a construção de alianças. O Brasil de Lula também. Não foi por acaso que em menos de um mês vieram ao nosso país Shimon Peres, de Israel, Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, e Ahmadinejad, do Irã. É que o nosso país é visto, hoje, como uma potência em ascensão que pode e deve ter papel relevante em todas as questões mundiais.

O conflito no Oriente Médio é uma delas, pois não afeta somente aquela região, mas toda a geopolítica do planeta. O Brasil, nação na qual as comunidades judaicas e árabes convivem pacificamente e país com crescente protagonismo internacional, pode ser um ator moderador no difícil processo de construção da paz no Oriente Médio. Os atores tradicionais até agora falharam. É hora de novos interlocutores contribuírem positivamente.

Entretanto, os seguidores locais de Bush não estão gostando dessa história. Eles acham que o Brasil é um país pequeno, que deve voltar a praticar a política externa periférica do passado. Também não aprovaram a visita de Ahmadinejad, como se fora possível distender o ambiente no Oriente Médio sem a concorrência do Irã, país com grande peso econômico e político naquela região.

Goste-se ou não do regime iraniano (eu não gosto), é forçoso reconhecer que não haverá estabilidade no Oriente Médio sem a participação daquele país. Ademais, o Brasil mantém relações diplomáticas ininterruptas há décadas com o Irã, como muitos outros países.

Esses senhores parecem acreditar que diálogo e acercamento de interesses comuns implicam plena concordância. Assim, se Ahmadinejad põe em dúvida o Holocausto, Lula, ao recebê-lo, estaria concordando com ele. O Brasil estaria legitimando tudo o que Irã fez ou venha a fazer.

Ora, o Brasil tem posições históricas conhecidas pela paz e a solução da convivência pacífica entre "dois Estados" (Israel e Palestina) para o conflito do Oriente Médio. O nosso país não abandonou essas posições por causa da visita de Ahmadinejad. Lula, que participou comigo, com solidéu e tudo, de homenagem às vítimas do Holocausto, o maior crime cometido contra a humanidade, também não.

Mas a visão simplificadora desses senhores sobre relações internacionais é limitadora e arriscada. Limitadora porque diminui dramaticamente o escopo de atuação do País, ao tentar restringir visitas e diálogos de alto nível apenas a países amigos e com currículo ilibado em temas sensíveis. Arriscada porque não há nada mais perigoso do que a obtusidade.

Ao contrário do vaticinado por aqueles que apostaram no desastre da visita, o Brasil deixou bem claro a Ahmadinejad e ao mundo as suas justas e ponderadas posições. Lula defendeu o direito aos programas nucleares para fins pacíficos, tal como está assegurado no artigo 4º do TNP, condenou o terrorismo e a intolerância e reiterou o apoio brasileiro à solução dos "dois Estados" viáveis e seguros (Israel e Palestina) para o conflito do Oriente Médio.

O Brasil deu o seu recado firme e moderador, com apoio da comunidade internacional, inclusive dos EUA. O mundo entendeu, porque a diplomacia pode e deve construir saídas. Não entenderam os saudosistas da era do Brasil apequenado e seguidores do belicismo unilateralista.

*Aloisio Mercadante é, economista e professor licenciado, é senador da República pelo PT-SP, líder do PT no Senado e vice-presidente do Parlamento do Mercosul
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Contraponto 825 - E agora, Otavinho?"

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28/11/2009
" 'Estuprado' desmente César Benjamin. E agora, Otavinho?"

Viomundo | Publicado em 28 de novembro de 2009 às 12:20
Atualizado em 28 de novembro de 2009 às 12:25

Da revista Veja, que escondeu o desmentido no fim do texto:

Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas. VEJA ouviu cinco de seus ex-companheiros de cela. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin. Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal. “Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João: além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O João em questão é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Por meio do amigo Manoel Anísio Gomes, João declarou a VEJA: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”.
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Contraponto 824 - Reação à infâmia da "Fossa"

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28/11/2009
Lungaretti: Reações em cadeia à nova infâmia da Folha contra Lula

Vermelho - 28 de Novembro de 2009 - 10h58

Como jornalista, aprendi que nada é impossível. Então, depois de ler, estarrecido, o texto no qual o cientista político Cesar Benjamin acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lhe haver relatado uma tentativa de estupro que teria cometido em 1980, resolvi esperar a evolução do caso antes de condenar inapelavelmente quem um dia já foi herói deste sofrido país.


Por Celso Lungaretti, em Náufrago da Utopia
Mas, a minha avaliação inicial foi das mais negativas. Dai haver afirmado claramente, em artigo escrito de batepronto, que o relato de Benjamin, da forma como foi apresentado, lhe valeria uma condenação como caluniador em qualquer tribunal.

Algo assim só seria aceitável com a corroboração da suposta vítima ou, pelo menos, das outras pessoas que ele afirmou estarem presente na conversa.

A edição de hoje (sábado, 28) da Folha de S. Paulo nada trouxe que verdadeiramente respaldasse a versão de Benjamin -- o qual não se manifestou, sequer.

E as reações vieram em cascata:

O publicitário Paulo de Tarso da Cunha Santos, citado por Benjamin, afirmou que "o almoço a que se refere o artigo de fato ocorreu", que "o publicitário americano mencionado se chamava Erick Ekwall", e que não houve "qualquer menção sobre os temas tratados no artigo";
O cineasta Sílvio Tendler, com melhor memória (a conversa aconteceu há 15 anos), diz ser o outro publicitário cujo nome Benjamin esqueceu e sugere que outorguem ao cientista político o "troféu de loira [burra] do ano" por não haver entendido "uma brincadeira, como outras 300" que o Lula fazia todos os dias;

Ex-companheiros de cela de Lula no Dops, José Maria de Almeida (PSTU), José Cicote (PT) e Rubens Teodoro negaram a tentativa de estupro, tendo Almeida acrescentado que não havia ninguém do Movimento pela Emancipação do Proletariado na cela e Cicote se lembrado vagamente de que um sindicalista de São José dos Campos seria apelidado de "MEP";

Armando Panichi Filho, um dois dois delegados do Dops escalados para vigiar Lula na prisão, disse nunca ter ouvido falar disso e não acreditar que tenha acontecido, mesmo porque, segundo ele, nem sequer havia "possibilidade de acontecer”;

O então diretor do Dops Romeu Tuma também desmentiu "qualquer agressão entre os presos";
o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Lula, lembrou que a cela do Dops era coletiva e que nunca Lula ficou sozinho, pois estava preso com os outros diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (Rubão, Zé Cicote, Manoel Anísio e Djalma Bom);

Lula, de acordo com o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto de Carvalho, teria ficado triste e abatido, afirmando que isso era "uma loucura";

O próprio Gilberto de Carvalho qualificou a acusação de "coisa de psicopata" e recriminou a Folha por tê-la publicado;

O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou que o artigo é "um lixo, um nojo, de quem escreveu e de quem publicou";
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, atribuiu "essa coisa nojenta" aos ressentimentos e mágoas de Benjamin, que algum tempo depois deixaria o PT, mas não por causa desse episódio;

O Frei Beto qualificou o artigo de "execrável" e disse que Lula, "ainda que não fosse presidente", mereceria respeito.

Ou seja, a tentativa de estupro não é confirmada por ninguém. Talvez tenha estado preso mesmo um sindicalista alcunhado de MEP. E Lula parece haver feito uma piada de mau gosto, como tantas outras que marcam sua trajetória de falastrão contumaz.

O certo é que não havia sustentação para a Folha publicar, p. ex., uma reportagem a este respeito. Não se acusa um presidente de tentativa de estupro com tão pouco.

Concedeu, entretanto, uma página inteira para Benjamin colocar essa bobagem em circulação, municiando a propaganda direitista.

Jornalisticamente, sua atuação é indefensável, desprezível, manipuladora.

Desceu aos esgotos, repetindo o episódio em que usou outro bobo útil de esquerda para tentar envolver a ministra Dilma Rousseff com um plano para sequestrar Delfim Netto que nunca saiu do papel.

Cesar Benjamin deveria ter aprendido a lição.

Agora, ou vem a público provar sua acusação, ou estará definitivamente morto para a política.

Quanto à Folha, já morreu para o jornalismo faz tempo.
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Contraponto 823 - Estadão X Folha


28/11/2009
"Estadão faz o que a Folha deveria ter feito"

Viomundo - Publicado em 28 de novembro de 2009 às 07:22
Atualizado em 28 de novembro de 2009 às 07:26

Lula reage a acusação de violência sexual

Em artigo, ex-petista diz que presidente teria tentado abusar de colega na prisão; outros presos contestam

O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - "Isso é coisa de psicopata, só a psicopatia pode explicar", disse nesta sexta-feira, 27, o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao comentar acusações feitas pelo cientista político e ex-militante petista César Benjamin contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Benjamin afirmou que Lula tentou abusar sexualmente de um colega de cela, quando esteve preso no Dops, em 1980.

Carvalho também relatou que o presidente ficou "triste" ao ler o artigo. "Ele disse que é uma loucura", afirmou o assessor. "Não entendi porque a Folha publicou aquilo. Se a imprensa for por esse caminho é muito ruim", completou.

Benjamin ajudou a fundar o PT e se manteve ligado ao partido até 1995. No artigo publicado ontem, ele se dedica sobretudo ao relato da convivência com os presos nos anos em que ficou encarcerado, na ditadura militar, por causa de suas posições políticas. Enfatiza que, apesar de ser muito jovem e de ter convivido com presos comuns, nunca sofreu nenhum tipo de abuso sexual. A ênfase é uma espécie de contraponto ao que vem a seguir, sobre Lula.

O autor narra um encontro que teria tido, em 1994, com Lula, então em campanha. Na ocasião, o ex-líder sindical lhe teria feito perguntas sobre a prisão e revelado que não suportaria o isolamento - por não conseguir viver sem relações sexuais com mulheres.

Em seguida, Lula teria narrado a tentativa de violação sexual do companheiro de cela. O trecho do artigo de Benjamin é claro: "Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de ‘menino do MEP’, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do ‘menino’, que frustrara a investida com cotoveladas e socos." E prossegue: "Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o ‘menino do MEP’ nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas".

A conversa, segundo Benjamin, teria ocorrido durante um almoço, com a participação de mais três pessoas: o publicitário Paulo de Tarso Santos, que coordenava campanha; um segundo publicitário, cujo nome o autor não recorda; e um americano, também não nomeado - que não entendia português.

Procurado para falar sobre o artigo, o publicitário Paulo de Tarso Santos respondeu com uma nota, na qual confirmou o almoço, em caráter informal, e nomeou o americano. Era o publicitário Erick Ekwall, indicado pelo empresário Oded Grajew para ajudar na campanha. Disse, no entanto, não lembrar da presença de Benjamin no almoço, assim como qualquer comentário sobre o tema citado. "Não compreendo qual a intenção do articulista em narrar os fatos como narrou (como disse, sequer me lembro de sua presença na mesa)", escreveu.

Lula foi detido pela polícia política no dia 19 de abril de 1980 e libertado no dia 20 de maio. Nesses 31 dias chegou a dividir a cela com até 18 pessoas. Um de seus companheiros mais jovens, com 23 anos, era o atual presidente do PSTU, José Maria de Almeida - na época militante da Convergência Socialista. Ontem, após ler o artigo, ele comentou: "Tenho motivos para atacar o Lula. O seu governo é uma tragédia para a classe trabalhadora. Mas isso que está escrito não aconteceu. O Benjamim viajou na maionese."

MEP era a sigla do Movimento de Emancipação do Proletariado, dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que optou pela luta armada contra a ditadura. Entre seus militantes encontrava-se o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, que ontem classificou o artigo de "repugnante".

Na opinião do ex-dirigente sindical Djalma Bom, que esteve ao lado de Lula na prisão, seria impossível uma tentativa de violência sexual ter passado despercebida. "O Benjamin enlouqueceu. Ou entendeu errado alguma conversa do Lula".

O vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Enilson Simões de Moura, o Alemão, também estava na cela. Após classificar o comentário de Benjamin como "absurdo", comentou: "O que eu lembro é que, brincando com uma bola de basquete, Lula acertou sem querer a cara do rapaz do MEP". Não lembrou, no entanto, nome do rapaz.

Com reportagem de Roldão Arruda, leonêncio Nossa, Felipe Werneck e Marili Ribeiro
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Contraponto 822 - "Os problemas de Obama"

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28/11/2009
Os problemas de Obama

Carta Capital 27/11/2009 18:37:07

Delfim Netto

O presidente Barack Obama voltou esta semana a pedir paciência ao povo americano, diante do insucesso de seu governo em combater a estagnação econômica e reduzir as taxas de desemprego. Ele ainda não completou o primeiro ano de seu mandato e tem feito um grande esforço para convencer os americanos de que não concorreu à Presidência para “salvar bancos” ou “intervir nos mercados financeiros”.

Embora tenha passado os dez primeiros meses envolvido exatamente na tarefa de tirar o sistema financeiro do atoleiro da crise (herdada dos governos anteriores), Obama tem insistido que seu compromisso é com os cidadãos, que, não tendo produzido a crise, estão carregando as suas consequências, pois perderam seus empregos, suas casas e a esperança de retomar uma atividade.

O governo tem uma equipe competente, chefiada por Paul Volcker, que, amparada em enormes recursos, debelou o pânico nos mercados financeiros e pouco a pouco procura reinventar o crédito bancário. A economia real, da produção e do emprego, não dará sinais de reanimação, no entanto, enquanto não se restabelecerem os níveis de confiança mínimos necessários para induzir a retomada dos investimentos e, principalmente, a disposição do consumidor.

Com maior frequência até que Lula, o presidente americano tenta se explicar aos contribuintes e convencer o desconfiado cidadão de que, se ele não voltar a frequentar o supermercado, a economia não decola. Não está funcionando (ao contrário do que aconteceu no Brasil) e a principal causa parece ser a incapacidade do setor financeiro de despertar do trauma da desconfiança que continua travando a atividade econômica: não voltou a oferta de crédito (e nem a demanda!). Enquanto isso, o povão está inquieto, refugiando-se como pode no seguro-desemprego.

No primeiro aniversário da crise, Obama foi a Wall Street, onde tudo começou, e fez um importante discurso no histórico Federal Hall, que, apesar do conteúdo denso (e do tom das advertências), não foi muito divulgado entre nós. Vale a pena conhecer alguns tópicos de sua fala, principalmente quando ele trata das irresponsabilidades dos governos (Executivo e Congresso) e dos agentes do mercado, sem nem mesmo desculpar as próprias vítimas.

Depois da afirmação inicial, afastando a suspeita de que é a favor da estatização de bancos e empresas, ele eleva o tom: “Os contribuintes americanos não causaram a crise e não obstante foram eles, através do governo, que tiveram de sofrer as medidas extraordinárias para estabilizar a indústria das finanças. Os contribuintes estão carregando a maior parte do peso da crise e os danos do seu resgate: perderam os empregos, perderam as casas e perderam oportunidades. Não é certo, nem responsável, que as empresas, financeiras ou não, que foram salvas e recuperadas com a ajuda do governo tentem fugir à obrigação de trabalhar pela recuperação de todos e na construção de um sistema mais estável, a favor da prosperidade nacional partilhada com mais justiça”.

Particularmente, estou convencido de que o conteúdo desse discurso terá lugar de destaque na historiografia da “primeira grande crise econômica do século XXI”. Vejamos o registro que faz o presidente dos Estados Unidos das causas essenciais do colapso das finanças mundiais, que levou ao desemprego milhões de trabalhadores e está aumentando a tragédia da fome nos países pobres do planeta (mais 90 milhões de famélicos este ano em consequência da crise, segundo a ONU):

“O que aconteceu há um ano não foi resultado apenas de não haver regulação ou leis adequadas; não foi apenas o fracasso dos controles e das previsões. A falta de regras sensíveis, muitas vezes opostas aos desejos dos que dizem defender o livre mercado, levou ironicamente à necessidade de um resgate muito mais intrusivo do que qualquer ação que todos nós jamais supusemos que viesse a ser necessária. Houve também um fracasso da responsabilidade, na realidade o fracasso de várias responsabilidades, que permitiu que Washington se convertesse num local onde todos os problemas – inclusive os estruturais de nosso sistema financeiro – foram ignorados em lugar de ser resolvidos. Foi um fracasso de responsabilidades que levou os compradores de casas e os vendedores de derivativos, uns e outros, a assumir riscos pelos quais não poderiam responder e que não deveriam ter assumido. Houve um fracasso coletivo de responsabilidades em Washington, em Wall Street e nos Estados Unidos. E esse fracasso de responsabilidade nos levou a um passo do colapso total do nosso sistema financeiro, há um ano”.
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Contraponto 821 - Serra em apuros


28/11/2009
Serra em apuros

Carta Capital - 27/11/2009 16:01:14

por Mauricio Dias

Cauteloso, por método acadêmico e pela origem mineira, o cientista político Ricardo Guedes, doutor em Ciência Política pela Universidade- de Chicago, não é de fazer afirmações sem consistência, mas, baseado nos resultados da 99ª pesquisa CNT/Sensus, divulgados na segunda-feira 23, ele construiu uma certeza: as pré-candidaturas de Dilma Rousseff e Aécio Neves estão em ascensão. Guedes faz, porém, afirmação categórica: a economia é “a variável de maior influência no resultado eleitoral”. Por coincidência, o governador José Serra, dias atrás, disse que não acredita nisso. Ele finge que não vê que o País melhorou. É um tucano com comportamento de avestruz.

CartaCapital: O que pode explicar a queda da intenção de voto em Serra?
Ricardo Guedes: É a perda de um espaço político muito significativo. Por outro lado, há um aumento contínuo da intenção de voto em Dilma e um aumento progressivo de Aécio Neves.

CC: Há uma relação direta entre a subida de Aécio e a queda de Serra?
RG: Acho possível. Penso que no Brasil formou-se um pacto social-democrata do tipo europeu. A esquerda passa a ter um comportamento institucional e, por outro lado, a direita cede para as questões sociais. Houve uma flexibilização de propósitos. O Brasil finalmente atingiu isso com Lula. Há um pacto econômico em que todos ganham e o eleitor nessa hora procura soluções centristas, a continuidade do projeto em execução, que pode ser administrado por pessoas do PT, ou fora dele, desde que tenham certa comunhão com isso. O governador José Serra, identificado com o ex-presidente Fernando Henrique e eleito adversário principal pelo presidente Lula, sofre uma rejeição por isso.

CC: Será uma eleição na qual a população mais pobre teme perder?
RG: Sem dúvida. O eleitor não quer mudanças radicais neste projeto atual. Se o eleitor perceber na oposição ao governo uma alternativa de alteração do projeto, a eleição pode virar plebiscitária.

CC: O confronto Dilma-Serra cria esse cenário?
RG: Exatamente. Por isso, Dilma e Aécio têm crescido de forma contínua. Isso me permite fazer uma afirmação acadêmica em cima dos dados, a de que Dilma e Aécio vão crescer ainda mais.

CC: E o Serra vai cair mais?
RG: Eu não posso afirmar que ele vai continuar a cair.

CC: Por que, então, Dilma e Aécio vão crescer?
RG: Quando fazemos o cruzamento da intenção de voto por sexo, verificamos que, no total do eleitorado (48% de homens e 52% de mulheres, aproximadamente), os votos em Serra estão homogeneamente distribuídos (32,6% masculinos e 31% femininos). A mesma coisa acontece com Ciro Gomes (16,9% masculinos e 18% femininos). Já com Dilma há muito mais intenção de voto masculino (25,3%) do que feminino (18,4%). A mesma coisa ocorre com Aécio Neves (24,1% masculinos e 17,5% femininos). O voto masculino tende a puxar o feminino dentro do processo eleitoral.

CC: Que fenômeno é esse?
RG: Um grande apoio masculino na intenção de voto significa movimento político. Ou seja, existem movimentos políticos em torno de Dilma e de Aécio. Dilma, possivelmente, está entrando no foco da percepção dos petistas, pois tem apoio de um governo que, na percepção dos eleitores, é bem melhor do que o de seu antecessor (gráfico). No caso de Aécio, ele cresce como opção alternativa de oposição.

CC: A influência da economia pode favorecer o candidato governista?
RG: Não tenha dúvida. É a primeira e mais importante variável. Eu diria que 80% da influência no resultado eleitoral vem da economia.
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Contraponto 820 - PF pega governador do DEM

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28/11/2009

Polícia Federal apreende R$ 700 mil com o governador do DEM


Amigos do Presidente - Por: Helena™ . Sexta-feira, Novembro 27, 2009

Aproximadamente 150 agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira em empresas, residências e gabinetes de deputados distritais e apreenderam, ao todo, R$ 700 mil em dinheiro. A Operação Caixa de Pandora apreendeu ainda computadores, documentos e mídias.

A operação da PF apura um esquema de propina à "base aliada" do governo de José Roberto Arruda (DEM). O secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, foi o colaborador da investigação e gravou uma conversa em que o governador apareceria negociando com ele o destino de R$ 400 mil.Durval Barbosa, pediu garantia de vida e está no programa de segurança a testemunha da PF

Em outro trecho, segundo o despacho do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou as buscas e apreensões, consta a informação de que o dinheiro seria dividido entre deputados distritais da "base aliada".

São investigados os deputados distritais Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulisses (PSB), Pedro do Ovo (PRP) e o presidente da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente (DEM). Algumas empresas do DF também fazem parte da investigação e foram realizadas buscas em suas sedes.

As empresas prestariam serviço ao GDF e ajudariam a compor o bolo da verba que seria distribuída a deputados. "Repassam ao esquema criminoso os R$ 600 mil que estão sendo rastreados pela Polícia Federal, sendo necessário saber se estas empresas têm em seus arquivos ou em suas dependências documentos, anotações e registros contábeis paralelos relacionados com a apuração", diz o despacho.

Além das empresas, três pessoas físicas são citadas por Durval Barbosa como as que teriam repassado ao esquema parte dos R$ 600 mil rastreados. Entre elas está o secretário de educação do DF, José Luiz Vieira Valente, que teria recebido R$ 60 mil de uma das empresas investigada para compor o montante de dinheiro.

Governador afasta secretário que ajudou investigação no DF

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), exonerou hoje o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. O secretário fez escutas de Arruda (DEM) oferecendo propina para parlamentares da base aliada na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A PF informou que, além dos R$ 700 mil apreendidos nas buscas cumpridas hoje na casa do governador Arruda, foram encontrados ainda US$ 30 mil e 5 mil euros.
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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Contraponto 819 - A "Fossa de São Paulo" ultrapassa os limites


27/11/2009
A "Fossa de São Paulo"

por Célvio Brasil Girão*

Até onde vai a direita nas próximas eleições. Até onde vão os grandes (?) jornais golpistas da direita brasileira?

Causa a mais profunda indignação e repulsa o que publicou a Folha, em relação a uma frase que teria sido dita pelo Presidente Lula a respeito de ter tentado estuprar um jovem na prisão.

Está valendo tudo? Mentir, comprar declaração de pessoas, inventar, ultrajar assim sem mais nem menos?

A "FOSSA DE SÃO PAULO", de tão cheia estourou.. ultrapassou os limites.

Que tipo de jornalismo é este?

Baixaria de desesperados na curva descendente da ética.

Apelação abjeta.

Coisa de meliantes, de bozerras...

O fim da decência...

A morte de uma folha que está caindo de podre!


*Célvio Brasil Girão é editor do Blog ContrapontoPIG
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Contraponto 818 - "A queda dos jornalões e de Serra"


27/11/2009

A queda dos jornalões e de Serra

Vermelho - 27 de Novembro de 2009 - 16h27

Para a escritora Márcia Denser, “o acanalhamento do exercício do jornalismo faz com que a credibilidade da mídia atinja o ponto mais baixo da história, viabilizando alternativas no mercado de opinião, no caso, a internet”. Confira o artigo na íntegra.
A queda dos jornalões e de Serra

Por Márcia Denser*, no Congresso em Foco


A recente pesquisa CNT/Sensus, que aponta Serra com 31,8% das intenções de voto, contra 46,5% em dezembro de 2008, caindo 14,7%; Dilma subindo para 21,7% contra 10,4%, quer dizer, dobrando no período, sem contar que 76% dos brasileiros acham o governo Lula melhor que o do PSDB, 49,3% não votariam em candidato apoiado por FHC e 51,7% apoiariam um nome indicado pelo presidente Lula para sucedê-lo em 2010, aliada à vertiginosa queda (para prosseguir com o mote) na venda diária dos chamados jornalões, começam a evidenciar o desabamento, não menos vertiginoso, das vigas de sustentação da candidatura Serra, uma vez que o discurso dominante pode não ser mais “o discurso das classes dominantes”.

E tudo isso enquanto o “Brasil decola” na capa de The Economist.

Segundo a agência Carta Maior, parece que os 21 mil exemplares diários vendidos em bancas pela Folha de S.Paulo são menos que insuficientes para influenciar a opinião pública, se compararmos com os dados de 1996, quando a venda avulsa da Folha de domingo chegava a 489 mil exemplares.

Pelos dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Somados, os três mais influentes jornais brasileiros – O Globo, Estadão e Folha – têm uma venda avulsa de cerca de 96 mil exemplares diários, o que corresponde a míseros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.

Dependendo cada vez mais de assinaturas, os três jornais ficaram literalmente atrelados às classes A e B. Contudo, essas também são as classes onde a penetração informativa da internet é mais intensa, e é aí que boa parte começa a “mudar de ideia”.

Não é à toa que um anúncio institucional da revista Veja apresenta a frase “Seja coerente”, ou seja, não vire casaca, não mude de lado, prossiga conivente, conveniente. Conivente com quem, cara pálida? Conosco, Vitor Civita & Asseclas, os latifundiários, claro, os grandes proprietários de terras, os banqueiros mauricinhos, os empresários da Fiesp, os “políticos-gestores” de quatro costados – prossiga defendendo os interesses desses sujeitos, idiota! E todos de frente para o mar.

A Folha de S.Paulo publicou editorial semana passada criticando "práticas desleais na internet" que estariam "colocando em risco as bases que permitem o exercício do jornalismo no país". A Folha, no caso, se apresenta como porta-voz deste jornalismo independente.

Em resposta, Luis Nassif, em seu blog, dispara: qual o direito de conhecer a verdade que a Folha propõe? A ficha falsa de Dilma? Os arreglos com Daniel Dantas? A série sistemática e diária de matérias falsas, manipuladas? A deslealdade reiterada contra seus próprios jornalistas que não seguiram a cartilha?

Chega-se, finalmente, ao objetivo final do processo que explica o comportamento da mídia a partir de 2005, a politização descabida, as tentativas sucessivas de golpes políticos, os assassinatos de reputação de políticos, juízes, jornalistas. Esse acanalhamento do exercício do jornalismo faz com que a credibilidade da mídia atinja o ponto mais baixo da história, viabilizando alternativas no mercado de opinião, no caso, a internet.

Mas o mote da semana fica por conta do Luiz Carlos Azenha, o mesmo blogueiro que denunciou a existência de 20 (vinte) novos pedágios a serem inaugurados no interior de São Paulo, é só Serra sair do governo, desincompatibilizar-se com o cargo, deixando outro em quem botar a culpa, claro. Ele diz que José Serra é, seguramente, o candidato de Washington. Sua gestão com certeza será muito benéfica, para eles, e desastrosa, para nós. Já que os conservadores de lá não podem destituir Obama, eles vão tentar, ao menos, impor alguém amigo no país mais poderoso ao sul do Rio Grande.

Fica creditado o mote a Luiz Carlos Azenha: “Será José Serra o candidato de Washington?”, blog Vi o Mundo, 25/11.

* Márcia Denser é escritora, pesquisadora de literatura, jornalista e curadora de Literatura da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo
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