sexta-feira, 31 de maio de 2013

Contraponto 11.354 - "Argentinos e cubanos criam vacina contra câncer de pulmão"

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31/05/2013

Argentinos e cubanos criam vacina contra câncer de pulmão





Por wanderley

Do Jornal de Notícias
 

Anunciada primeira vacina terapêutica contra cancro do pulmão


Publicado às 20.47

 



Um grupo de investigadores argentinos e cubanos criou a primeira vacina terapêutica contra o cancro do pulmão, que prolonga a esperança de vida dos doentes, informou, esta sexta-feira, o laboratório argentino Insud, participante no projeto.


A vacina, que resulta de 18 anos de trabalho e da colaboração de um consórcio público-privado de investigação, não previne o aparecimento do tumor, mas promove a sua destruição através da ativação do sistema imunitário do próprio organismo, adiantou o mesmo laboratório em comunicado.

Batizada com o nome de Racotumomab, a vacina foi testada em ensaios clínicos controlados, e triplicou a percentagem de doentes que continuaram vivos dois anos após a sua toma, assinalou a mesma nota.

A vacina está indicada para casos de cancro do pulmão avançados ou com metástases, em doentes que receberam tratamentos de quimioterapia e radioterapia e se encontram estáveis.

Mais de 90 especialistas, incluindo do Instituto de Imunologia Molecular de Havana, trabalharam na identificação de um antígeno (partícula ou molécula capaz de iniciar uma resposta imune) e no desenvolvimento de um anticorpo monoclonal, que, "ao induzir o corpo a reagir a esse antígeno, ataca o tumor e as suas metástases, mas não o tecido normal", indicou o laboratório Insud.

A vacina é administrada através de injeções intradérmicas e produz uma potente resposta do sistema imunológico, realçou o diretor científico do Consórcio de Investigação e Desenvolvimento Inovador, Daniel Alonso.

A Argentina será, em julho, o primeiro país do mundo a ter disponível a vacina, cuja comercialização foi autorizada em Cuba e em mais 25 países da América e da Ásia.

O cancro do pulmão, considerado um dos mais letais, mata anualmente, em todo o mundo, 1,4 milhões de pessoas, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde.

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Contraponto 11.353 - "Cabral recua e declara apoio 'total' à Dilma"

 

31/05/2013 

 

Cabral recua e declara apoio “total” à Dilma

 

Do Cafezinho - 31/05/2013
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Enviado por on 31/05/2013 – 6:39 pm 
 
O governador Sérgio Cabral demonstra um bocado de juízo com esse recuo. Sua trajetória política estaria seriamente comprometida se desse curso a um namoro com a oposição, conforme a mídia vinha sugerindo. O Globo insinuou, inclusive, com base em declarações dúbias de Cabral, que este poderia apoiar Aécio Neves em 2014.

Cabral deve ter feito umas sondagens por aí e percebeu que a estratégia era um tiro pé.
A nova tática de Cabral, além disso, ajuda a esfriar a campanha de intriga que a mídia vinha fazendo para separar PT e PMDB. Os partidos estão bastante cientes da estratégia “divide e impera” da oposição.

Hoje o presidente do Senado, Renan Calheiros, também se encarregou de jogar água no incêndio artificial entre os dois principais partidos aliados, declarando que tensões partidárias são “normais”.

Governador do Rio diz que apoio ao governo Dilma é “total e absoluto”
Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio
31/05/2013 16h46

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (31) que continua apoiando de forma “total e absoluta” o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nosso governo está totalmente integrado ao da presidente Dilma. Não há uma semana que eu não fale com ministros do governo Dilma, não há semana que eu não fale com a própria presidente Dilma”, afirmou Cabral.

A falta de sintonia na relação entre os dois maiores partidos da base governista ficou evidenciada durante a votação da MP (Medida Provisória) que regulamenta o setor portuário no Congresso Nacional. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), foi o responsável por modificações na matéria que contrariavam a versão que veio do Planalto. Além disso, ele também ajudou a retardar a votação na Câmara pedindo que cada uma das propostas de alteração fossem votadas nominalmente. A mesma estratégia foi adotada pela oposição para obstruir a votação.

Cunha chegou a dizer em plenário que a relação dos peemedebistas com o governo não era de subordinação. Após o embate, a bancada do PMDB tem feito esforços para reduzir a tensão com governo.

No cenário estadual, existe o temor de que a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado do Rio possa comprometer a aliança nacional do PT com o PMDB nas eleições de 2014. A disputa se dá entre Lindbgerh e o atual vice-governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pelo posto de candidato da coalizão entre PT e PMDB.



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Contraponto 11.352 - "Rogério Correia: Para proteger Aécio e o PSDB, Gurgel mantém ação na gaveta há 2 anos"


 31/05/2013



Rogério Correia: Para proteger Aécio e o PSDB, Gurgel mantém ação na gaveta há 2 anos

 


Do Viomundo publicado em 31 de maio de 2013 às 17:42




Fotos: Elza Fiúza e Antonio Cruz/ABr

por Conceição Lemes
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Em 31 de maio de 2011, os deputados estaduais de Minas Gerais Rogério Correia (PT) e os colegas Luiz Sávio de Souza Cruz e Antônio Júlio, ambos do PMDB, foram a Brasília.

Entregaram pessoalmente ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel,  representação denunciando o senador Aécio Neves (PSDB) e a irmã dele, Andrea Neves, por ocultação de patrimônio e sonegação fiscal (detalhes AQUI).

Gurgel fez questão de ir com os parlamentares até o setor de protocolo da Procuradoria Geral da República (PGR). Aí, a representação recebeu o número 1.00.000.006651/2011-19.

Em 17 de fevereiro de 2013, o Viomundo publicou esta reportagem:“Se o Gurgel não abrir inquérito contra o Aécio estará prevaricando”.

Fazia 22 meses e 17 dias que a representação contra Aécio e a irmã  estava na gaveta do procurador-geral.

Esta semana esta repórter contatou a assessoria de imprensa da PGR para saber se havia alguma novidade sobre a representação.

Resposta da assessoria da imprensa ao Viomundo: “O processo continua sob análise do PGR”.

Ou seja:

1. Hoje, 31 de maio de 2013, faz dois anos que a representação contra Aécio e Andréa Neves está na gaveta de Gurgel.(Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)

2. Faz lembrar a representação do ex-senador Demóstenes Torres, que dormiu lá por mais de  dois anos.

3. Fica cada vez mais evidente a parcialidade e o partidarismo do procurador-geral da República. Enquanto as ações contra integrantes do Partido dos Trabalhadores andam rápido, as contra os opositores do PT se arrastam, isso quando não são arquivadas quase de pronto.

“A representação que entregamos há dois anos ficou escondida esse tempo todo na gaveta de Gurgel”, condena Correia. “O procurador está deixando o cargo em menos de dois meses sem abrir inquérito para averiguar as denúncias nem dar qualquer explicação à sociedade. Ao que tudo indica terá prevaricado para proteger Aécio e o PSDB.”

“Mas a máscara do senador Aécio Neves está caindo”, afirma Correia. “O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou o andamento de duas ações importantes que o envolve. Em uma, ele é réu. Deve responder pelo desvio de R$ 4,3 bilhões  de verba da saúde.”


Representação contra Aécio Neves à Procuradoria Geral da República by Conceição Lemes (veja aqui)


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PITACO DO ContrapontoPIG 

Simplesmente revoltante a cara de pau deste procurador bozerrão. 
O cara 'faz e acontece' e não pega nada? 
Que merda é essa?

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Contraponto 11.351 - "Acertos inquestionáveis"

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31/05/2013

Investimento estrangeiro

Acertos inquestionáveis


Da CartaCapital - publicado 24/05/2013 12:00, última modificação 30/05/2013 10:20
Ao contrário do que diz um jornal inglês, o apetite estrangeiro para investir no Brasil segue firme, como sugere a bem-sucedida série de captações em dólar
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por Delfim Netto  publicado 24/05/2013 12:00, última modificação 30/05/2013 10:20


Frequentemente e com as exceções de praxe, a mídia no exterior não costuma se mostrar atualizada sobre a realidade brasileira, em particular em relação à economia, campo em que não parece existir muito cuidado na apuração dos fatos e certa extravagância. No momento em que o editorial de importante publicação financeira europeia afirmava ter diminuído o apetite do capital estrangeiro em participar do desenvolvimento brasileiro, quatro fatos apontavam inquestionavelmente na direção oposta:


1. O sucesso da 11ª licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás, realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), permitirá ao Tesouro arrecadar 2,8 bilhões de reais em bônus de assinatura relativos aos 142 blocos licitados em uma área de 100 mil quilômetros quadrados. Como conciliar a resistência, apontada na mídia estrangeira, com essa manifestação concreta do apetite do capital externo quando, das 30 empresas de 11 países participantes da licitação (que ganharam os blocos), nada menos do que 18 são estrangeiras, com um ágio médio de mais de 700%? 

2. Em segundo lugar, quem comprou as ações do Banco do Brasil no lançamento mundial da abertura do capital do BB Seguridade? Foi uma operação que captou 11,4 bilhões de reais de investidores, no maior IPO do mercado internacional no último semestre.  

3. Em terceiro, o resultado do lançamento no exterior de Bônus da República que captou 750 milhões de dólares com vencimento em 2023 e taxa de risco pela primeira vez abaixo dos 100 pontos-base em relação ao título de dez anos do Tesouro americano. 

 4. Em maio deste ano, em um único dia, a Petrobras captou nada menos do que 11 bilhões de dólares no mercado da dívida internacional, a maior realizada por uma empresa de país emergente em qualquer tempo. Um tremendo sucesso obtido justamente pela Petrobras (cujas ações estavam sendo estigmatizadas no mercado), construindo praticamente uma “curva de juros”.
O governo tem obtido sucesso ao enfrentar os problemas estruturais, com dificuldades ainda nos gargalos dos transportes terrestres e nas administrações aeroportuárias, mas ganha agora um alento com a aprovação da MP capaz de incentivar o investimento privado para modernizar a atividade dos portos marítimos. 

O Planalto travou duras batalhas para a redução da taxa real de juro, o que, com a importante redução das tarifas de energia elétrica, são dois fatores essenciais para a volta dos investimentos (inclusive estrangeiros) na expansão da produção industrial. Decidiu ainda desonerar as folhas de pagamento, fundamental para o setor exportador. E tem avançado nos empreendimentos da infraestrutura à iniciativa privada.

Há progressos na aceleração de importantes projetos no setor da energia, com o início de operação da emblemática Usina Hidrelétrica de Jirau, no mês de junho, e a continuidade das obras da Usina de Santo Antônio (ambas no Rio Madeira) e a superação dos obstáculos na construção de Belo Monte, no Rio Xingu. 

Além do avanço das obras físicas nesse setor, uma importante decisão foi tomada pela ilustre desembargadora Marli Ferreira, do Tribunal Regional Federal da Terceira Região. A sentença derrubou uma liminar que impedia a construção de hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai, região do Pantanal nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que deverá permitir a continuidade dos projetos de 87 usinas de pequeno e médio portes (PCHs).

A liminar suspendia a expedição ou renovação de licença prévia ou de instalação em todos os processos de licenciamento ambiental para a construção de hidrelétricas na região, atendendo a alegações de ONGs, segundo as quais “se todos os empreendimentos fossem instalados, o ciclo das cheias do Pantanal seria alterado” (!).

Em sua bem fundamentada decisão, a desembargadora Marli Ferreira afirma: “Decretar-se a invalidade do licenciamento ambiental exercido dentro das determinações legais com foco na preservação do meio ambiente pantaneiro é afastar a competência administrativa do poder público e dos órgãos licenciadores da manutenção responsável do meio ambiente, em todas as suas vertentes e outorgar ao autor da ação um poder normativo legiferante que não lhe pertence”.
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Contraponto 11.350 - Leandro: Dantas e a mudança do Gurgel



31/05/2013 

Leandro: Dantas e a mudança do Gurgel


Do Conversa Afiada - Publicado em 31/05/2013


Até tu, Toffoli ?



 O Conversa Afiada publica artigo de Leandro Fortes na Carta Capital:

Mudança suspeita


Às vésperas da aposentadoria, Roberto Gurgel, em parceria com a mulher, altera de forma inexplicável um parecer e aceita acusações falsas contra o deputado Protógenes Queiroz

por Leandro Fortes

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. Em boa medida, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, caminhava para uma aposentadoria tranquila. Desde a sua recondução ao cargo, em 2011, havia se tornado símbolo de um moralismo seletivo e, por consequência, ídolo da mídia. O desempenho no julgamento do “mensalão” petista o blindou de variados lapsos e tropeços, digamos assim, entre eles o arquivamento das denúncias contra o senador goiano Demóstenes Torres, dileto serviçal do bicheiro Carlos Cachoeira, como viria a demonstrar a Operação Monte Carlo.

A três meses de se aposentar, Gurgel decidiu, porém, unir-se à frente de apoio ao banqueiro Daniel Dantas. E corre o risco de se dar muito mal. Em uma decisão inusual no Ministério Público Federal, ele e sua mulher, a subprocuradora-geral da República Claudia Sampaio, alteraram totalmente um parecer redigido por eles mesmos um ano e três meses antes. Não é só a simples mudança de posição a despertar dúvidas no episódio. Há uma diferença considerável entre os estilos do primeiro e do segundo texto. E são totalmente distintas a primeira e a segunda assinatura da subprocuradora-geral nos pareceres.

O alvo principal da ação é o deputado federal Protógenes Queiroz, delegado federal responsável pela Operação Satiagraha, investigação que levou à condenação em primeira instância de Dantas a dez anos de prisão. Há duas semanas, Gurgel e Claudia Sampaio solicitaram a José Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, o prosseguimento de um inquérito contra o parlamentar que a própria dupla havia recomendado o arquivamento. Pior: basearam sua nova opinião em informações falsas provavelmente enxertadas no processo a pedido de um advogado do banqueiro, o influente ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira.

É interessante entender a reviravolta do casal de procuradores. Em 20 de outubro de 2011, documento assinado pela dupla foi enviado ao STF para tratar de questões pendentes do Inquérito nº 3.152, instaurado pela 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A ação contra Queiroz, iniciada pelo notório juiz Ali Mazloum, referia-se a pedidos de quebra de sigilo telefônico do então delegado federal, de Luís Roberto Demarco, desafeto de Dantas, e do jornalista Paulo Henrique Amorim, alvo de inúmeros processos judiciais do dono do Opportunity. O parecer foi encaminhado ao Supremo por causa do foro privilegiado assegurado ao delegado após sua eleição a deputado federal em 2010.

Nesse primeiro texto, Gurgel e Claudia Sampaio anotam: “O Ministério Público requereu a declaração de incompetência do citado juízo para processo e julgamento do feito (…); a declaração de nulidade da prova colhida de ofício pelo magistrado na fase pré-processual, bem como o desentranhamento e inutilização”.

O segundo parecer é completamente diferente. Em 12 de março deste ano, o casal solicita a Toffoli vistas dos autos. Alegam, no documento, que um representante de Dantas os procurou “diretamente” na PGR com “documentos novos”. O representante era Junqueira, e os “documentos novos”, informações sobre uma suposta apreensão de dinheiro na casa de Queiroz e dados acerca de bens patrimoniais do delegado. Tudo falso ou maldosamente distorcido.

Apenas seis dias depois, em 18 de março, Gurgel e sua mulher encaminharam a Toffoli outro documento. Tratava-se do encadeamento minucioso de todas as demandas de Dantas transcritas para o papel, ao que parece, pelo casal de procuradores. Ao que parece, pois o estilo do segundo texto destoa de forma inegável da redação do primeiro. Em 11 páginas nas quais consideram “fatos novos trazidos pela defesa de Daniel Dantas”, o procurador-geral e a esposa afirmam ter cometido um equívoco ao solicitar o arquivamento do inquérito em 2011.

O novo parecer acolhe velhas teses de Dantas para explicar seus crimes. Segundo o banqueiro, a Satiagraha foi uma operação montada por desafetos e concorrentes interessados em tirá-lo do mercado de telefonia do Brasil. O Opportunity era um dos acionistas da Brasil Telecom e há quase uma década vivia em litígio com os demais sócios, a Telecom Italia e os maiores fundos de pensão do País.

A mentira incluída pelos procuradores no pedido de reabertura do caso diz respeito à apreensão de 280 mil reais em dinheiro na casa de Queiroz durante uma busca e apreensão determinada pela 7ª Vara Federal de São Paulo em 2010. Segundo Gurgel e Claudia Sampaio, “haveria registro até mesmo de conta no exterior”, e insinuam, com base em “indícios amplamente noticiados na imprensa”, que o deputado do PCdoB teria um patrimônio “absolutamente incompatível” com as rendas de funcionário público. Citam, na lista de suspeitas, dois imóveis doados ao hoje parlamentar por um delegado aposentado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, José Zelman.

“É incrível, mas o procurador-geral da República plantou provas falsas em um processo do STF a pedido do banqueiro bandido Daniel Dantas”, afirma Queiroz. E Toffoli não só acatou o pedido da Procuradoria Geral como, na sequência, autorizou a quebra do sigilo bancário do deputado e o sigilo telefônico de Demarco. Postas sob segredo de Justiça, as medidas tomadas pelo ministro do STF só foram informadas ao deputado há 15 dias. Sua primeira providência foi exigir do STF uma certidão dos autos de apreensão e busca citados pelo Ministério Público. O parlamentar foi à sala de Toffoli. Recebido pela chefe de gabinete Daiane Lira, saiu de mãos vazias.

Queiroz solicitou a mesma certidão a Mazloum, que o condenou em 2010 a três anos de prisão por vazamentos de informações da Satiagraha. Uma fonte acima de qualquer suspeita, portanto. Segundo o parecer enviado a Toffoli por Gurgel e senhora, Mazloum ordenara a busca que resultou na apreensão dos tais 280 mil reais. O juiz enviou a certidão ao STF, mas não sem antes declarar publicamente a inexistência de qualquer apreensão de dinheiro na residência do delegado. “Isso é fantasia. Em nenhum momento apareceu qualquer apreensão de dinheiro. Acho grave uma acusação baseada em informações falsas”, afirmou o juiz na quarta-feira 29 ao blog do jornalista Luis Nassif.

O deputado encaminhou uma representação contra o procurador-geral no Conselho Nacional do Ministério Público. Na queixa, anexou diversas informações, entre elas escrituras de seus imóveis. Os documentos provam que seu patrimônio atual foi erguido na década de 1990, quando atuava como advogado e antes de ingressar na Polícia Federal. Zelman, padrinho de batismo de Queiroz, doou ao afilhado dois imóveis em 2006, bem antes da Satiagraha, portanto.

Os procuradores também miraram em Demarco, ex-sócio do Opportunity que travou uma longa batalha judicial contra Dantas.

Com base em notícias publicadas pelo site Consultor Jurídico, de propriedade de Márcio Chaer, dono de uma assessoria de imprensa e um grande amigo do ministro Gilmar Mendes, Gurgel e Claudia Sampaio voltam a uma espécie de bode na sala, um artifício batido recorrentemente evocado pelos advogados do banqueiro: a investigação em Milão de crimes de espionagem cometidos por dirigentes da Telecom Italia. A tese de Dantas, sem respaldo na verdade, diga-se, é que os italianos financiavam seus desafetos no Brasil, inclusive aqueles infiltrados no governo federal e na polícia, para persegui-lo.

Procurado por CartaCapital, Demarco preferiu não comentar o caso, mas repassou três certidões da Procuradoria da República de Milão que informam não existir nenhum tipo de investigação contra ele em território italiano.

Dantas costumava alardear, segundo o conteúdo de escutas telefônicas da Operação Satiagraha, que pouco se importava com decisões de juízes de primeira instância por ter “facilidades” nos tribunais superiores. De fato, logo após ser preso e algemado por Queiroz em 2008, conseguiu dois habeas corpus concedidos pelo ministro Gilmar Mendes em menos de 48 horas. Um recorde. As motivações de Toffoli ao atender o pedido de Gurgel e Claudia Sampaio sem checar a veracidade das informações continuam um mistério. A assessoria do ministro informou que ele não vai se manifestar sobre o assunto por se tratar de processo sob segredo de Justiça.



Clique aqui para ver no Multimídia: “Collor acusa Gurgel”.

E aqui para ler “Assinatura do Randolph era do Randolph”.

Contrrponto 11.349 - "Lula vai à Colômbia por integração continental"

247 - A Aliança do Pacífico, formada há pouco mais de um ano por Colômbia, Chile, Peru e México, anunciou na semana passada uma rodada de reduções tarifárias entre seus membros. A movimentação "não tira o sono" do governo brasileiro, segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, mas as primeiras medidas práticas do bloco levaram a análises sobre uma possível divisão do continente, por meio de uma polarização com o Mercosul. 

Coincidência ou não, o ex-presidente Lula, que tem tirado os últimos meses para articular com líderes regionais como Nicolás Maduro e Cristina Kirchner, vai à Colômbia, onde ocorreu a última cúpula da Aliança do Pacífico, falar exatamente sobre "integração da América Latina". Ele também passa por Peru e Equador. Nos três países, Lula tem encontros marcados com os presidentes.

No tom da distensão, Maduro indicou nesta quinta-feira ter perdido a confiança no presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, por suspeitar que há ingerência em assuntos internos venezuelanos. Ambos os países têm um longa faixa de fronteira. Segundo Maduro, a oligarquia colombiana se uniu à direita da Venezuela para promover “conspiração” e “sabotar a economia” do país. “O senhor [Jaun Manuel Santos] não se envolva no meu país, que eu não me meto no seu. É simples assim. O senhor respeita a política do meu país e eu respeito a do seu”, ressaltou ele. 

“Aqui há bolivarianos, não se esqueça que somos filhos de [Símon] Bolívar [o libertador das Américas] e de [Hugo] Chávez. Não se envolvam conosco. Nos respeitem para que nós possamos respeitá-los”, completou.

Veja a programação do ex-presidente brasileiro, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Lula:

Instituto Lula - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte nesta segunda-feira (3) para a Colômbia, primeira etapa de uma viagem de cinco dias pela região andina, na qual também visitará o Peru e o Equador. Lula irá se encontrar com chefes de estado, debater programas sociais na Colômbia, e receber títulos de doutor Honoris Causa da Universidade Nacional Maior de São Marcos, no Peru, e de três instituições no Equador.

Na Colômbia, Lula se encontrará com o presidente Juan Manuel Santos na terça-feira (4) de manhã, e verá uma apresentação dos programas sociais colombianos "Famílias en accion" e "Mujer Ahorradora". O ex-presidente também fará uma palestra para empresários da Câmara de Comércio Brasil-Colômbia sobre a integração da América Latina.

Na terça-feira a noite, já em Lima, Lula se reúne com o presidente do Peru, Ollanta Humala.
No dia seguinte, quarta-feira (5), Lula fará uma palestra para a Câmara de Comércio Brasil-Peru sobre os 10 anos da Aliança Estratégica entre os dois países, firmada por ele com o então presidente peruano Alejandro Toledo, em 2003. Nesse período foi concluída a rodovia Transoceânica, que liga o Brasil ao litoral peruano, oferecendo uma alternativa de transporte de produtos brasileiros para o Pacífico e impulsionando a integração entre os dois países.

À tarde, Lula receberá o título de doutor Honoris Causa da Universidade Nacional Maior de São Marcos, a mais antiga universidade das Américas, fundada em 1551.

Na quinta-feira (6), em Quito, no Equador, Lula se encontra com o presidente Rafael Correa e recebe a Condecoração da Ordem Nacional de San Lorenzo.

Na sexta-feira pela manhã (7), Lula faz uma palestra para a Câmara de Comércio Equatoriana Brasileira e à tarde recebe títulos de doutor honoris causa concedidos por três instituições equatorianas: a Universidade Internacional do Equador, a Universidade Andina Simon Bolívar e a Escola Politécnica de Guayaquil.

Na própria sexta-feira Lula retorna para São Bernardo do Campo.
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Contraponto 11.348 - "Calmon: STF não tem coragem de absolver Dirceu"

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31/05/2013

 

Calmon: STF não tem coragem de absolver Dirceu

 

Do Conversa Afiada - Publicado em 31/05/2013


Saiu no Blog do Saraiva:

MINISTRA ELIANA CALMON VATICINA – STF NÃO TEM BASE PARA MANTER CONDENAÇÕES, MAS NÃO TEM CORAGEM DE ABSOLVER



SUPREMA SINUCA DE BICO

BOM JUIZ É O QUE JULGA SEM SE PREOCUPAR COM A OPINIÃO DA MÍDIA

Em nenhum país democrático, em lugar algum onde os direitos fundamentais das pessoas sejam respeitados, se admite que alguém seja submetido a um único julgamento, sem direito a recurso / apelação. Quando alguém é julgado em última instância, é por já ter passado por instância anterior / inferior na hierarquia da Justiça. No Brasil, para condenar com toda a PRESSA, PRESSA, PRESSA, cometeu-se a aberração de levar RÉUS da AP 470 sem direito ao FORO PRIVILEGIADO a serem julgados no STF.


Veio então a alegação de que, isso era LEGAL e não feria esse direito básico dos Réus, por terem eles direito a apresentar embargos, e até a um novo julgamento quando obtivessem 4 votos pela sua absolvição. Alguns RÉUS obtiveram os tais votos, foram condenados por 5 X 4 numa votação apertada e que evidenciou a DIVISÃO do STF.

Isso posto, fica claro que os EMBARGOS, são legais, são justos e podem sim mudar o resultado de algumas condenações, o que parece assustar a Ministra Eliana Calmon – ex-CNJ e atual STJ. Em matéria publicada em O Globo – 25/05 – pág. 08 – a Ministra se declara ‘CÉTICA’ quanto à possibilidade de os condenados à prisão no processo do mensalão irem efetivamente para a cadeia. Segundo o jornal, depois dos RECURSOS DOS CONDENADOS à decisão do plenário do STF, ela considera que a decisão ficou incerta.

É o caso de se perguntar, se de fato tais condenações, tais votos, tais decisões foram justas e acertadas, qual o motivo de agora os recursos terem essa capacidade de mudar o resultado ? Ora, venderam a versão de que haviam provas para condenar, e condenar com severidade, mas, parece que não foi bem assim, tanto é que a ministra do STF Eliana Calmon entende que “AS COISAS FICARAM MUITO “TUMULTUADAS”, após os recursos..

A MINISTRA diz que não está sendo fácil para O STF, e que é “um pouco preocupante” o fato de que os recursos sejam apreciados. Termina ainda dizendo que ’será muito decepcionante para a sociedade brasileira, que acreditou muito nele (no STF e no julgamento), dando a entender que, tem que manter a condenação para não desmoralizar o STF e a JUSTIÇA.

Decepcionante é ver que existe uma PRESSÃO para que, mesmo que se entenda que algumas condenações  e tempo de pena devam ou possam ser revistos, autoridades do JUDICIÁRIO se manifestem preocupadas com fato de que a JUSTIÇA esteja sendo feita, pelo simples respeitar dos direitos fundamentais de apresentação de recursos.

Se a opinião pública não fosse manipulada pela grande MÍDIA, e se não houvesse essa verdadeira fixação de se ver DIRCEU NA CADEIA, o STF que se deixou levar pelos holofotes,  invertendo o ÔNUS DA PROVA e aplicando a teoria do ’só podia saber’, não estaria nessa suprema sinuca de bico.

Clique aqui para ler sobre outra manipulação do PiG (*) : “Tombini meirelissou”.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Artigos relacionados

Contraponto 11.347 - "Criador da WWW elogia projeto brasileiro do Marco Civil"

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31/05/2013

 

Criador da WWW elogia projeto brasileiro do Marco Civil

 

Do Viomundo - publicado em 30 de maio de 2013 às 22:14


 Tim Bernes-Lee: "Muitos países estão fazendo esforços em prol da neutralidade da rede, mas o Brasil lidera com o Marco Civil, porque ele olha a questão pelo ângulo correto, que é o dos direitos civis"


da Folha de S. Paulo, via Observatório da Imprensa, sugestão de Helen Baldi

“O Brasil está liderando o mundo com seu Marco Civil da Internet, então para mim é uma honra estar aqui neste momento histórico, apoiando quem está fazendo isso.”

Foi assim que o inglês Tim Berners-Lee, 57, o criador da World Wide Web, manifestou seu apoio ao projeto de lei brasileiro que pretende ser a “Constituição da internet”.

O projeto prevê a neutralidade da rede (pacotes de serviço iguais a todos os clientes e mesma velocidade de acesso a todos os sites), a privacidade a seus usuários e a liberdade de expressão online.

Berners-Lee falou com a mídia brasileira na conferência internacional WWW 2013, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, promovido pela primeira vez no Brasil, no Rio, nesta semana [passada].

“Muitos países estão fazendo esforços em prol da neutralidade da rede, mas o Brasil lidera com o Marco Civil, porque ele olha a questão pelo ângulo correto, que é o dos direitos civis”, disse o físico britânico, que deu entrevista ao lado do deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto de lei.

A proposta foi colocada em consulta pública e recebeu mais de 2.300 colaborações.
Agora, aguarda votação no Congresso Nacional. “Acreditamos que o Marco Civil pode ser uma referência não só em termos de legislação de internet, mas de processo legislativo com participação popular”, disse Molon.

“Hoje em dia, a internet precisa de uma lei para garantir que ela possa continuar sendo o que foi até aqui: aberta, democrática, descentralizada, livre de barreiras e propensa à inovação”, afirmou.

O Marco Civil tem o apoio do governo e de diversos setores empresariais, mas enfrenta resistência das empresas de telecomunicação. As teles se opõem à neutralidade da rede, que impede a cobrança de tarifa diferenciada dependendo do pacote oferecido ou da velocidade de transmissão de dados – o que pode facilitar o acesso a determinados sites.

“O projeto está pronto para ser votado, mas encontra resistência dos setores que não se sentem contemplados. Ou se decide a favor do internauta, de sua privacidade e da neutralidade da rede ou a favor dos que fornecem as conexões”, disse o deputado.

O criador da WWW instou a imprensa a participar da campanha a favor do Marco Civil.

“O mundo depende da independência do jornalismo assim como da internet. É preciso explicar às pessoas por que isso é importante e pressionar o Congresso a votar, agindo na direção certa”, disse Berners-Lee.

Ele elogiou o Comitê Gestor da Internet brasileiro, criado pelo governo para coordenar as iniciativas de serviços de internet no país: “É um grupo independente, que recebe input de diversas áreas, do governo, dos empresários e dos usuários.”

Leia também:
Franklin Martins: “Governo tem que liderar debate sobre telecomunicações”
Lei de meios de iniciativa popular busca 1,3 milhão de assinaturas
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Contraponto 11.346 - Uma arma contra a doença de Chagas


31/05/2013

Saúde

Uma arma contra o Chagas

 


Em teste, novo remédio traz esperança aos 8 milhões de infectados na América Latina
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Da CartaCapital  publicado 30/05/2013 12:20, última modificação 30/05/2013 13:04 

Doença de Chagas
 O novo tratamento foi desenvolvido inicialmente no Japão

Um novo medicamento para o tratamento da doença de Chagas está em fase de teste na Bolívia. Foram recrutados 231 pacientes adultos, na fase crônica da moléstia, nas cidades de Cochabamba e Tarija, para avaliar o potencial do composto E1224, um pró-fármaco do ravucunazol, previamente estudado para o combate de fungos, mas que demonstrou eficácia contra o Tryponosoma cruzi, o parasita causador da doença de Chagas, que afeta o coração e é uma das principais causas de insuficiência cardíaca.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, há ao menos 8 milhões de infectados na América Latina, onde a doença de Chagas é endêmica em 21 países. Embora o Brasil tenha reduzido o número de novos casos anuais de 150 mil, na década de 1970, para cerca de 150 a 200 atualmente, é temerário falar em erradicação da doença. Uma pesquisa publicada na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, em 2012, aponta 6 mil mortes por ano associadas à moléstia. O número de infectados é estimado em 1,7 milhão.

A molécula E 1224 foi descoberta pela indústria farmacêutica Eisai, do Japão. Desde 2009, a empresa estuda o composto em parceria com o DNDi, organização sem fins lucrativos voltada à pesquisa de novas drogas para o tratamento de doenças negligenciadas. A E 1224 teve a eficácia comprovada em testes laboratoriais e em modelos animais. Entre as vantagens da nova substância estão a redução do tempo de tratamento, de três meses para um, maior eficácia nos casos crônicos e redução dos efeitos colaterais, entre eles alergias e reações no sistema nervoso.

“Até agora, os testes indicaram que o composto é mais eficaz e seguro, além de ter um custo acessível aos sistemas de saúde nacionais”, afirma Eric Stobbaerts, diretor da DNDi na América Latina. “Se passar por todas as etapas, a expectativa é registrar o medicamento nas agências reguladoras em 2015”. Confira a seguir a íntegra da entrevista com Eric Stobbaerts, que atuou por 20 anos na ONG Médicos Sem Fronteiras e está à frente do escritório da DNDi na América Latina desde março de 2009.

CartaCapital: Em que estágio estão as pesquisas para esse novo medicamento contra a doença de Chagas?

Eric Stobbaerts: O composto E 1224 já passou por testes laboratoriais in vitro, para avaliar a sua eficácia e toxicidade. Os testes em modelos animais também foram feitos com sucesso. Agora, avaliamos os efeitos em humanos. O que está em jogo é a tolerância do paciente ao medicamento, se ele vai reagir mal à droga ou sofrerá com efeitos colaterais. Foram recrutados 231 pacientes adultos, na fase crônica da moléstia, nas cidades bolivianas de Cochabamba e Tarija. Eles serão monitorados não apenas nas 4 semanas de tratamento, mas nos meses seguintes, até completar um ano. Depois disso, vamos analisar as estatísticas, para então passar à fase seguinte, com uma amostra maior de pacientes, não apenas da Bolívia, mas de vários outros países da América Latina onde a doença de Chagas é endêmica. Se passar por todas as etapas, a expectativa é registrar o medicamento na Anvisa e outras agências regulatórias em 2015.

CC: Quais são as vantagens desse novo medicamento?

ES: O tempo de tratamento deve ser menor, em torno de quatro semanas. Atualmente, os tratamentos disponíveis, com benzonidazol e nifurtimox, medicamentos desenvolvidos há mais de 30 anos, giram em torno de três meses. O composto E1224 deve ser sintetizado em um medicamento oral, o que facilita o uso pelo paciente. É bastante resistente a variações de temperatura, o que favorece a logística de transporte e o uso no campo e em áreas remotas. Haverá dosagens específicas para crianças e adultos. É mais eficaz em pacientes em fase crônica, além de ter menos efeitos colaterais, como dermatites, alergias e reações no sistema nervoso. E o medicamento terá um custo baixo, acessível aos sistemas nacionais de saúde. Essa é a nossa expectativa.

CC: A doença de Chagas ainda é um problema relevante para o Brasil? O vetor não foi erradicado do território nacional?

ES: Houve, de fato, um grande avanço no controle da transmissão por vetor no Brasil. Reduziu muito o número de novos casos, mas ainda existem mais de 1,7 milhão de infectados no País e 6 mil mortes associadas ao Chagas por ano. Na América Latina, a Organização Pan-Americana de Saúde estima um número superior a 8 milhões de infectados, com 55 mil novos casos por ano. Na Bolívia, 7% da população tem o parasita. A moléstia está presente até mesmo em países desenvolvidos. Há centenas de milhares de infectados nos Estados Unidos e em países europeus. Pior: menos 1% dos doentes recebe tratamento adequado. Com base nos medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica, é possível afirmar que apenas de 15 mil a 20 mil pacientes são tratados por ano, muito pouco diante dos milhões de infectados.

CC: Há problemas no diagnóstico?

ES: A subnotificação de casos é preocupante, mas também a falta de uma metodologia de diagnóstico para determinar se o paciente submetido a um tratamento conseguiu se curar ou não. O tratamento, incluídos os gastos com remédio e atenção médica, custa em torno de 200 dólares para pacientes com a doença na fase inicial. Quem é diagnosticado tardiamente, desenvolve complicações cardíacas, e chega a custar de 4 mil a 6 mil dólares. O gasto torna-se 20 vezes maior para os sistemas de saúde, e os governos parecem ignorar essa carga financeira da doença.
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Contraponto 11.345 - "CONSPIRAÇÃO CONTRA A PÁTRIA DE SETORES DA GRANDE MÍDIA TENTA DESESTABILIZAR A ECONOMIA PARA AFETA O GOVERNO"

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31/05/2013

 


CONSPIRAÇÃO CONTRA A PÁTRIA DE SETORES DA GRANDE MÍDIA TENTA DESESTABILIZAR A ECONOMIA PARA AFETA O GOVERNO 

 

Do Rumas em notícias - sexta-feira, maio 31, 2013

 





Jornal do Brasil
30/05



O mundo inteiro passa por uma crise econômica e social, decorrente da ganância dos banqueiros, que controlam o valor das moedas, o fluxo de crédito, o preço internacional das commodities. Diante deles, os governos se sentem amedrontados, ou cúmplices, conforme o caso e poucos resistem.
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A União Europeia desmantela-se: o fim do estado de bem-estar, o corte nos orçamentos sociais, a desconfiança entre os países associados, a indignação dos cidadãos e a incapacidade dos governantes em controlar politicamente a crise, que tem a sua expressão maior no desemprego e na pauperização de povos. Se não forem adotadas medidas corajosas contra os grandes bancos, podemos esperar o caos planetário, que a irresponsabilidade arquiteta.
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A China, exposta como modelo de crescimento, é o caso mais desolador de crescente desigualdade social no mundo, com a ostentação de seus bilionários em uma região industrializada e centenas de milhões de pessoas na miséria no resto do país. Isso sem falar nas condições semiescravas de seus trabalhadores – já denunciadas como sendo inerentes ao “Sistema Asiático de Produção”. Os Estados Unidos, pátria do capitalismo liberal e neoliberal, foram obrigados a intervir pesadamente no mercado financeiro a fim de salvar e reestruturar bancos e agências de seguro, além de evitar a falência da General Motors. 
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Neste mundo sombrio, o Brasil se destaca com sua política social. Está eliminando, passo a passo , a pobreza absoluta, ampliando a formação universitária de jovens de origem modesta, abrindo novas fronteiras agrícolas e obtendo os menores níveis de desemprego de sua história.
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Não obstante esses êxitos nacionais, o governo está sob ataque histérico dos grandes meios político-financeiros. Na falta de motivo, o pretexto agora é a inflação. Ora, todas as fontes demonstram que a inflação do governo anterior a Lula foi muito maior que nos últimos 10 anos. 

O Jornal do Brasil, fiel a sua tradição secular, mantém a confiança na chefia do Estado Democrático e denúncia, como de lesa-pátria, porque sabota a economia, a campanha orquestrada contra o Governo – que lembra outros momentos de nossa história, alguns deles com desfecho trágico e o sofrimento de toda a nação.

postagem original do 
http://www.jb.com.br/opiniao/noticias/2013/05/30/conspiracao-contra-a-patria/
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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cntraponto 11.344 - "Santana prevê Dilma em 1º turno e Lula fortalecido"

247 – A presidente Dilma Rousseff tem tudo para se reeleger em primeiro turno, mas o ex-presidente Lula continua em condições de ser o candidato se a temperatura e a pressão da  economia se deteriorarem muito. Essa dupla leitura está sendo feita, neste momento, pelo marqueteiro oficial de ambos, o jornalista e publicitário João Santana.

Ao jornalista Ilimar Franco, de O Globo, ele afirmou ter acabado de realizar uma pesquisa qualitativa na qual o entrevistado era questionado sobre a situação de vida de dez amigos.

Apurou-se que oito, em média, tinham crescido economicamente desde a administração de Lula. O cuidado de Santana em manter atualizados os radares sobre a imagem do ex-presidente demonstra que Lula está preparado para, em caso de emergência, estar disponível ao PT para um candidatura a presidente em 2014. “Só não sou candidato a síndico do meu prédio”, disse Lula a um amigo, segundo apurou 247.

Em conversas políticas, o ex-presidente encontrou uma maneira de abordar, sutilmente, sua situação política neste momento. Ele vai avisando que se arrependeu de antecipar o debate eleitoral, de acordo com a apuração de Franco.

“Eu só queria parar o volta Lula”, cochicha o ex-presidente. Como se sabe, desse movimento surgiu, após a eclosão do caso Rosemary Noronha, a amiga íntima de Lula pivô de um escândalo de tráfico de influência no gabinete da Presidência da República em São Paulo, a consolidação da candidatura Dilma à reeleição. Em Paris, a presidente aproveitou o momento de fragilidade de Lula para perguntar se ele queria ser candidato em 2014 – e ele disse que não.

Mesmo assim, Santana continua fazendo raios-x sobre a imagem do ex-presidente na população. E tudo o que encontra é o prestígio dele inalterado. Entre os petistas de cúpula, o comentário generalizado é de saudades do estilo carinhoso de Lula com eles, em lugar da distância e da, muitas vezes, frieza da presidente Dilma. “O carinho faz falta”, comentam.

Mas Santana está seguro de uma verdade ainda maior. A presidente Dilma irá se reeleger em primeiro turno. O marqueteiro nem considera a possibilidade de, com a economia patinando ou andando para trás, o prestígio de Dilma diminuir. Ele desdenha do debate desenrolado neste momento, a um ano e cinco meses da data da eleição.

- É tudo perda de tempo, diz Santana. Para ele, Dilma já tem uma imagem forte o suficiente como presidente popular, e isso irá continuar. É o que deve bastar. Diante da chance de vencer em primeiro turno, as vontades de Lula e do PT irão refluir naturalmente. Será?
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Contraponto 11.343 - "Aliança para o P(rogresso)ácifico"

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30/05/2013

Aliança para o P(rogresso)ácifico

 
Da Carta Maior - 30/05/2013
 
 
Emir Sader

O projeto inicial dos EUA era ampliar a Nafta para o conjunto do continente. O México, o melhor aluno do Império, foi o primeiro contemplado com esse privilegio. O Chile correu se candidatar como o próximo da fila, exibindo suas cartas de economia do livre comércio.

A crise de 1994 no México – e a sublevação zapatista concomitante – fizeram os EUA alterar sua tática. Se deram conta que era demais que os países latino-americanos simplesmente se agregassem ao acordo já estabelecido – ainda mais se o primeiro país que havia aderido vivia a primeira crise específica do modelo neoliberal.

A proposta foi modificada para a Alca – Área de Livre Comércio das Américas –, que Bush propôs no Canadá, em 2000, e só teve um voto contra: o de Hugo Chávez. Todos os outros – FHC, Menem, Fujimori et caterva – a favor.

A fase final da negociação da Alca pegou o Brasil já não mais com a dupla FHC-Celso Lafer, mas com Lula-Celso Amorim, e o Brasil inviabilizou a Alca, abrindo caminho para a priorização dos projetos de integração regional.

Os EUA tiveram que readequar sua estratégia, passando a centrar-se nos Tratados bilaterais de livre comercio. Retomou a prioridade do Chile, depois países da América Central – a começar pelo Panamá e pela Costa Rica –, depois com o Peru e a Colômbia.

Porém esse processo foi afetado diretamente pela emergência dos governos progressistas em alguns dos países mais importantes do continente, assim como pelo enfraquecimento do México – ponta de lança dos EUA no continente –, assim como pela recessão internacional, que tem na economia norte-americana um dos seus epicentros. Ao isolamento político dos EUA diante de novos organismos regionais – como Unasul, o Banco do Sul, o Conselho Sul-americano de Defesa, a Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe, se somou o isolamento econômico, porque os EUA não têm o que propor aos países da região, com sua economia em recessão.

Assim, mesmo países que assinaram Tratados de Livre Comércio com os EUA – como o Peru e a Colômbia – desenvolvem comércio crescente com os países do Mercosul – em particular com o Brasil. O Peru, por exemplo, tem na China e no Brasil seus principais parceiros comerciais, apesar do TLC com os EUA.

Mais recentemente os EUA incentivaram a formação da Aliança do Pacífico, buscando agrupar o México, o Chile, a Colômbia e o Peru. Uma aliança débil, não apenas pela recessão dos EUA, como também porque – como foi dito – dois desses países tem fluido comercio com países da região fora dessa Aliança. Da mesma forma, o Chile está prestes a derrotar a um dos mais entusiastas promotores dessa Aliança – Sebastien Piñera –, substituído provavelmente por Michele Bachelet, de Partido Socialista.

Os órgãos da mídia vinculados aos EUA – dentre os quais especialmente El Pais – buscam projetar um falso dinamismo dessa Aliança, comparado com uma estagnação do Mercosul. (O mesmo jornal que publicou recentemente um ridículo articulo dizendo que o México disputa com o Brasil a liderança continental).

Isto se dá justamente quando o Mercosul se amplia – com o ingresso da Venezuela, do Equador e da Bolívia – e se dota de condições de formular projetos de integração regional consistentes, de caráter industrial, tecnológica, educacional, entre outras esferas, possibilidade totalmente vedada aos países da Aliança, baseados no livre comercio e não na integração regional.

Trata-se de uma nova Aliança, que atualiza a infeliz iniciativa norte-americana da Aliança para o Progresso, dos anos 1960. Elas têm em comum a tentativa de criar um dique de contenção ao avanço de governos progressistas na América Latina. Na sua primeira versão, buscava prevenir que outros processos revolucionários não se seguissem ao de Cuba. Agora, se trata da tentativa de frear a incorporação de novos países ao poderoso movimento de integração de governos pós-neoliberais. Fracassou na primeira vez, vai fracassar desta vez também. 


Emir Sader. Sociólogo e cientista político