quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Contraponto 9634 - "Novos exames confirmam que câncer de Lula foi eliminado"



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31/10/2012
 

 Novos exames confirmam que câncer de Lula foi eliminado


 
Ex-presidente passou a manhã desta quarta (31) no Hospital Sírio-Libanês.
Câncer na laringe foi descoberto em outubro do ano passado.

Do G1 São Paulo - 31/10/2012 19h12 - Atualizado em 31/10/2012 19h58
 

Ex-presidente durante evento em SP nesta quinta (Foto: Leandro Martins/Futura Press/AE) 
Ex-presidente Lula durante evento em SP (Foto:
Arquivo/Leandro Martins/Futura Press/AE)

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva realizou uma bateria de exames na manhã desta quarta-feira (31) no Hospital Sírio-Libanês e os resultados confirmaram a remissão completa do câncer na laringe, de acordo com a assessoria do Instituto Lula. Exames realizados em março e depois julho por Lula já tinham indicado a regressão total do tumor. Segundo a assessoria do instituto, com a confirmação dos novos exames, não foi feita qualquer restrição médica ao ex-presidente.

A assessoria do Sírio-Libanês, por sua vez, informou apenas que os exames realizados por Lula não apresentaram alteração em relação aos feitos anteriormente. Não foi divulgado boletim médico. O tumor na laringe foi descoberto em outubro do ano passado e, em seguida, teve início o tratamento, com sessões quimioterapia e de radioterapia. A última fase do tratamento foi realizada em fevereiro deste ano. Lula foi considera curado em março.

Apesar disso, o ex-presidente terá  de realizar avaliações periódicas nos próximos cinco anos para monitorar o risco do retorno de um tumor. Lula está se submetendo ainda a sessões de fonoaudiologia e fisioterapia no processo de recuperação. Nas eleições municipais, o ex-presidente participou ativamente das campanhas dos candidatos do PT e de partidos aliados a Prefeituras de várias capitais e cidades importantes, como na de Fernando Haddad, em São Paulo.
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Contraponto 9633 - "Luz amarela para o PSDB"

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31/10/2012

Luz amarela para o PSDB

Correio Braziliense
 
No Esquerdopata - 31/10/2012


Marcos Coimbra 


O terceiro turno da eleição municipal começou antes mesmo de o segundo terminar. Enquanto os eleitores ainda votavam, a disputa pelo troféu do "grande vencedor" já estava em curso. Políticos, lideranças partidárias, observadores e comentaristas entraram em campo, desde a manhã de domingo, apresentando sua interpretação do "sentido da eleição" e decretando quais eram, a seu ver, os ganhadores e os perdedores.

Em política, como em várias coisas na vida, às vezes importa mais a versão do que o fato. Adequadamente embalada, a narrativa sobre o ocorrido pode até prevalecer sobre o que efetivamente se passou. É possível ganhar e ser derrotado, assim como perder e posar como vencedor. Depende, no fundo, de quão alto se bate o bumbo na propagação da versão que sobrepuja as outras.

Não que seja decisivo esse terceiro turno. No fim da eleição municipal de 2008, por exemplo, a mídia se encheu de análises que afirmavam que o PMDB havia se tornado a "noiva cobiçada" na disputa presidencial seguinte.

Falso. O partido já era, desde a eleição legislativa de 2006, desejado como parceiro por petistas e tucanos, fundamentalmente por ter eleito a maior bancada na Câmara e ter vasto tempo de televisão. Não era por ter muitos prefeitos em cidades pequenas e algumas capitais que queriam se casar com ele. Todos sabem que isso conta pouco na hora de ganhar a eleição para o Planalto. Pela simples razão que a maioria dos eleitores não acha relevante ouvir o prefeito quando escolhe o candidato a presidente.

Para as oposições e os setores da sociedade — e da imprensa — mais hostis ao que chamam de lulopetismo, o terceiro turno da eleição recém -concluída está sendo complicado. De um lado, precisam reduzir o significado do desempenho objetivo de Lula e do PT, especialmente em função do resultado em São Paulo. De outro, têm que produzir "vencedores", nem que seja às custas de alguma prestidigitação.

O fato é que as eleições foram ruins para as oposições. Em especial, para o PSDB. De 2004 para cá, o total de prefeitos que elegeu, com o DEM e o PPS, caiu quase à metade. O número de vereadores diminuiu — apesar do aumento de vagas. Suas bases municipais, tão necessárias para a eleição legislativa, estão se esgarçando ano após ano.

O PSBD não fez, em 2012, o prefeito de nenhuma das 7 capitais das regiões Sul e Sudeste — sequer apresentou candidato em 3 e foi derrotado em 4. No segundo turno, ganhou apenas 5 prefeituras nas 34 cidades dessas regiões que o realizaram.

Saiu-se bem na Região Norte e em algumas capitais menores do Nordeste. Em São Paulo, foi derrotado na capital e viu o PT vencer em 7 das 10 maiores cidades do estado. Na tentativa de desqualificar a vitória de Fernando Haddad, começou a circular, desde a semana passada, a tese de que é de Serra a responsabilidade exclusiva pela debacle. Que, em outras palavras, o único derrotado foi ele. Dizer, no entanto, que "a culpa é do Serra!" — como até Kassab se apressa em declarar — expressa apenas parte da verdade.

O que foi julgado e reprovado o ultrapassa: um discurso, uma proposta de governo, uma "turma". O eleitorado da cidade rejeitou mais que um indivíduo. Os problemas do PSDB preocupam a democracia. Quando a oposição legítima se enfraquece, abre-se o caminho para toda sorte de fantasia extrapolítica. É nesse vazio que viceja o golpismo.

Quem perde a esperança de vencer na urna faz de tudo para levar o jogo para o tapetão.
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Contraponto 9632 - "Avanço da Ley de Medios na Argentina"

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 31/10/2012

Avanço da Ley de Medios na Argentina


Do Blog do Miro - 30/10/2012


 

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Contraponto 9631 - "O Brasil, entre a luz e o obscurantismo"


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31/10/2012


O Brasil, entre a luz e o obscurantismo



Da Carta Capital -  30.10.2012 14:14

Imagem de abril mostra as obras no sítio Canais e Diques, a maior frente de trabalho nos canteiros de obras de Belo Monte. Foto: Valter Campanato / ABr


Roberto Amaral


Os reservatórios brasileiros, de Norte a Sul, estão em baixa. Se não chover… Enquanto isso, e para evitar uma grave crise de fornecimento, o governo aciona as termoelétricas movidas a óleo, fonte poluente e cara. Hoje, essas usinas já produzem tanta ou mais energia do que Itaipu. Os principais projetos brasileiros ambientalmente sadios – hidroelétricas e usinas nucleares –, estão atrasados, sob o peso da resistência dos ambientalistas.

A Folha de S. Paulo (28/10/2012, p. A14) acusa a construção da hidroelétrica de Estreito (MA), recentemente inaugurada pela presidente Dilma Rousseff, de ‘afetar a vida de moradores’ das circunvizinhanças. A construção da hidroelétrica do rio Madeira foi postergada por vários anos porque um dirigente do Ibama ‘descobriu’ que a barragem interferiria no trajeto de bagres no período da desova. O projeto das usinas nucleares, combatido por um fundamentalismo primitivo e anticientífico, está atrasado pelo menos 30 anos. Fala-se, até, na diminuição do ritmo de trabalho no canteiro de obras de Angra III.

Na Bahia, a energia produzida por uma central eólica não pode entrar no sistema nacional porque a construção da rede de transmissão está embargada, por problemas ambientais. Carlos Tatit Holz (Belo Monte uma usina de conhecimento. Eletrobrás. Brasília. 2010. p. 9) afirma que não há hidroelétricas suficientes para atender à nossa demanda de eletricidade para 2030, ‘mesmo contando com os grandes aproveitamentos da Amazônia’, a não ser, observamos, que o país de nossos sonhos se transforme numa cloaca. Na verdade, o que está evitando ‘apagões’ de maior gravidade é o modesto aumento da produção industrial, quadro que o governo federal pretende reverter com as medidas macroeconômicas adotadas. Tudo indica que em 2013 cresceremos algo em torno de 4 ou 5% do PIB (é a estimativa do FMI). Aliás, a economia voltou a aquecer-se neste trimestre. E até a brava Marina da Silva sabe que economia aquecida significa alto consumo de energia.




Imagem de março de 2011 mostra protesto do Greenpeace contra a energia nuclear em Brasília. Foto: Antonio Cruz / Abr


Por isso, precisamos construir as hidroelétricas projetadas, principalmente na região amazônica, onde as bacias do Tocantins-Araguaia, do Xingu e do Madeira-Tapajós têm potencial de gerar dezenas de milhões de megawatts de energia limpa. Ambientalistas desavisados, Ministério Público e juizinhos de primeira entrância fazem o possível para retardar Belo Monte, com o aplauso da classe média alienada (a qual, no entanto, não acena com o intuito de reduzir seu consumo de energia – pelo contrário). Agem como ‘inocentes úteis’ a serviço de interesses internacionais que buscam impedir o nosso desenvolvimento. Escondem-se atrás de ONGs preocupadas em “salvar o planeta”. Ocorre que uma hidroelétrica não se constrói da noite para o dia. Entre o projeto e a primeira geração de energia são consumidos cerca de 10 anos. Os estudos de inventário da Bacia do Xingu, com vistas ao Projeto Belo Monte, por exemplo, começaram em 1975 e o início das obras, aos trancos e barrancos, só se deu ano passado. E essas obras, foi-não-foi, sofrem paralisações.

Haverá alguma relação entre estes fatos e os primeiros episódios de ‘apagão’ que começamos a viver recentemente?

O que se tem de concreto é a existência de verdadeiro lobby contra a geração de energia, pois esses ditos ambientalistas são contra tanto as hidroelétricas (acusadas, até, de ‘não serem fontes renováveis’), quanto as usinas nucleares, a única fonte realmente inócua em face do meio ambiente. Com qual fonte, então, pretende essa guerrilha ambientalista alimentar as fábricas de seus eletrodomésticos, produzir o alumínio de suas casas, o aço de seus automóveis, a energia de seus aparelhos de ar-condicionado? Com o petróleo poluente e caro, seja o gás, seja o diesel? Com carvão mineral, certamente importado, porque nossas reservas são limitadíssimas? Ou com a energia eólica sem redes de distribuição, e dependente de outras fontes (A hidroeletricidade? A energia nuclear?) para sua estabilidade? Com a caríssima e ainda mais limitada energia solar, responsáveis, ambas, hoje, por menos de 1% da produção nacional? Que tal suspender o civilizador ‘Luz para todos’ e retomar o candeeiro a querosene? Que propõem, afinal os opositores do desenvolvimento energético nacional?
 

Leia também:
Dilma anuncia diminuição no preço da energia elétrica
Xingu, a aldeia global
Repressão ao carvão ilegal em Carajás causa onda de ilegalidade na cadeia de produção


Na verdade, o que pretendem, sem que o digam, é impedir a baixa do chamado ‘custo Brasil’, pois é sabido que a fonte mais barata de geração de energia elétrica é a hídrica, o que nos deu durante décadas vantagem competitiva em relação ao resto do mundo, tal a fartura de recursos hídricos de que dispúnhamos. Vantagem essa, relembremos, anulada pelo governo FHC em decorrência da ruinosa privatização do setor elétrico que patrocinou, alinhando nossas tarifas (então as mais baixas do mundo) às internacionais, tornando-as as mais altas do planeta! Tal distorção vem de ser corrigida pela presidente Dilma, ao anunciar corte que varia de 16% a 28% nas tarifas hoje vigentes, o que terá efeito benéfico na competitividade da indústria brasileira.

As aleivosias pouco variam com o tempo.

Exemplo disso foi a resistência a Itaipu, que neste ano deve produzir quase 100.000.000 MWh. Dizia a Gazeta Mercantil (SP) edição de 10/3/1977, que a hidroelétrica binacional não seria capaz de cobrir, sequer, o déficit no fornecimento de energia elétrica em São Paulo. Daí, sua desnecessidade. O que se sabe, hoje, calando os derrotistas de plantão, é que Itaipu já chegou a gerar 30% da eletricidade total consumida no país. O Estadão (26/3/1978) dizia que a barragem era potencialmente sísmica, podendo provocar um terremoto de grandes proporções. Em 16 de abril de 1983, a Folha da Tarde (RS) inventou um ecólogo que sentenciou que o reservatório provocaria mudanças climáticas numa extensa área do Pantanal sul-mato-grossense, ao sul de São Paulo, chegando aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Norte da Argentina e do Paraguai. Já o Globo (28/3/1983) previa geadas e neve. Nada disso ocorreu. A usina opera perfeitamente há 38 anos. Igualmente Angra I e Angra II, também duramente questionadas.

O desafio está posto: é preciso saciar a demanda de energia elétrica, sem a qual não haverá qualquer sorte de desenvolvimento. É evidente que esse desenvolvimento – quem ousa afirmar o contrário? – precisa ser sustentável e ambientalmente sadio, sem qualquer preconceito relativamente às fontes disponíveis de energia, pois, felizmente, nossa matriz compreende as mais diversas fontes, que se complementam, e essa é, exatamente, sua grande excepcionalidade, que nenhum outro País possui.

Estado e sociedade precisam decidir, antes que o atraso seja irrecuperável: tem ou não o País projetos estratégicos?



*Roberto Amaral. Cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004.
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Contraponto 9630 - "Quanto mais a direita cai, mais Bachelet sobe"



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31/10/2012
 

Quanto mais a direita cai, mais Bachelet sobe


Do Vermelho -
31 de Outubro de 2012 - 11h31

Embora não faça campanha, a ex-presidente socialista Michelle Bachelet continua liderando as pesquisas para um novo período no Palácio de La Moneda. O atual partido do Governo perdeu bastiões emblemáticos para a oposição.

Bachelet
         A maior vencedora das eleições do Chile de domingo foi a ex-presidenta Michele Bachelet
 
A expressão dos líderes da direita chilena diziam tudo. Na noite de domingo (28), nas eleições municipais – consideradas a antessala das presidenciais –, haviam sido vencidos pela oposição em diversas comunas emblemáticas e, desta vez, os temores de perder o governo foram acrescidos com uma base inegável nas urnas. Os olhos vermelhos não puderam ser dissimulados.

Com essa carga nas costas, e embora surrados pelas derrotas, principalmente em Concepción, Providencia e Santiago, nesta segunda-feira (29), os presidentes dos partidos ligados ao governo de Sebastián Piñera (União Democrática Independente e Renovação Nacional) chegaram a participar de uma reunião política no Palácio de La Moneda. Na saída, o presidente da Renovação Nacional, o senador Carlos Larraín, disse que o quanto antes deve haver, com os candidatos, uma primária partidária. Isto para definir os atuais ministros que poderiam lutar pela presidência, em 2014, e por uma cadeira no Congresso. “Agora, abre-se uma verdadeira temporada política. As municipais são municipais, simples”, disse, tirando o corpo do desastre de domingo.

Em todo caso, assegurou que “agora vem um processo de lamber as feridas. Estou com o metabolismo um pouco baixo, mas fora disso não estamos diante de nenhum desastre. Ou seja, é um retrocesso eleitoral, mas não para perder a compostura”, disse meio na brincadeira e meio sério.

É que na direita o fantasma de Bachelet ganhou mais força, pois sem fazer campanha continua liderando as pesquisas para um novo período no Palácio de La Moneda. Quanto mais o governo cai, mais sobe a sua opção, por mais que ela não tenha declarado publicamente suas intenções de voltar ao Chile.

Outro fenômeno constatado no domingo foi a elevada abstenção na estreia do sistema voluntário no Chile. Simplesmente 57% não foram votar. Nesse sentido, Piñera chamou à reflexão. “Pela primeira vez tivemos inscrição automática e voluntária. A liberdade sempre significa direito, mas também deveres”, disse. Segundo diversos analistas, a elevada abstenção golpeia não apenas a direita, mas a classe política em geral, que não foi capaz de ler a realidade do país e entender as novas demandas da cidadania. Este fato, por mais que a oposição se alegre, mantém em suspenso o que ocorrerá em dois anos.

Vitórias importantes

O que está claro é que a jornada dominical trouxe várias surpresas. Uma delas ocorreu na emblemática comuna de classe média de Santiago: Ñuñoa. Nesta, a neta de Salvador Allende, Maya Fernández, derrotou Pedro Sabat, homem próximo ao regime de Pinochet e que governava há dezessete anos. Filha de Beatriz “Tati” Allende, a filha mais política do ex-presidente, recebeu a ligação de Michelle Bachelet, de Nova York, para felicitá-la pelo triunfo, como fez com as prefeitas eleitas Josefa Errázuriz (Providencia, que derrotou ao ex-militar Cristián Labbé) e Carolina Tohá (Santiago, que derrotou Pablo Zalaquett).

“A ex-presidente Bachelet me ligou. Felicitou-me. Acompanhou com muita atenção nossa campanha e eu também fui super honesta: ‘Presidente, a forma de fazer política mudou’”, destacou Errázuriz. Ela detalhou que durante o diálogo disse a Bachelet que “Providencia deu um exemplo” de como conjugar virtuosamente o papel da sociedade civil com os partidos políticos. Enquanto que Carolina Tohá (cujo pai faleceu por coerções recebidas em plena ditadura) destacou que “foi a primeira ligação que recebi. Muito contente, muito carinhosa. Nós duas estávamos felizes. Foi dessas conversas eufóricas, de maneira que não tivemos tempo de aprofundar em nada a mais do que a sua felicitação”.

Na outra vereda, o vice-presidente da Renovação Nacional, Manuel José Ossandón, insistia em atribuir a derrota aos erros próprios. “Há um ano, eu adverti sobre a calamidade que se via nos municípios. Os resultados foram ruins, apesar de muitos tratarem de justificar o injustificável (...). Eu acredito que demos um bônus para a centro-esquerda, que acredito que não o mereça porque também fizeram muito mal, porém mais do que tudo nos deram um bônus de castigo. Aqui, a Concertación não venceu, nós mesmos perdemos, e há uma tremenda responsabilidade do Governo também”, enfatizou.

O dirigente também fustigou uma das peças do partido, o ministro de Obras Públicas Laurence Golborne (conhecido pelo resgate dos mineiros). “Golberne estava fazendo sua campanha (...), não estava buscando votos para os candidatos, mas criando laços”, disse, abrindo ainda mais as feridas.

A verdade é que a queda da direita começou no ano passado com as mobilizações sociais, principalmente dos estudantes, que puseram em cheque o Governo e seus prefeitos. Frases de Zalaquett e Labbé (o primeiro ameaçou em colocar os militares na rua para frear as marchas, e o segundo acusou um colégio, tomado por mulheres, de “puteiro”) passaram da conta.

Não é tudo. Também obriga os políticos a redobrarem o esforço para entrar em sintonia com as pessoas, pois este governo prometeu mudar as coisas e dedicou-se apenas a manter o que existe. Aqui, mais do que decepção pelo voto em Piñera, há arrependimento. O mal-estar da rua se instalou nas urnas e aí sim bate forte, isto a Concertación já soube, em 2010, quando perdeu a presidência. Agora, a direita também já sabe.

Fonte: Pagina/12
Tradução: Cepat

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Contraponto 9629 - "Celso ajudou no mensalão (do Sarney)"

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31/10/2012 

Celso ajudou
no mensalão ( do Sarney)

 

Celso de Mello


 Do Conversa Afiada - Publicado em 31/10/2012


 “Celso era o grande filtro técnico, o especialista capaz de dar vestimenta técnica às teses mais esdrúxulas de Saulo.(…) E, como recompensa, ganhou a indicação para Ministro do STF”



O Conversa Afiada reproduz artigo de Igor Felippe e Luis Nassif:

O decano em IV atos


Igor Felippe

 

Ato I: o voto 

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Chamou a atenção a virulência empregada pelo decano do STF, ministro Celso de Mello, para condenar o denominado núcleo político da Ação Penal 470, o chamado Mensalão.

O rigor – ou a insensatez ? – do decano do STF levou o jornalista Luis Nassif a afirmar:

“Nada se equipara à irresponsabilidade institucional do ministro Celso de Mello”(http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-irresponsabilidade-do-decano).

Vejam algumas frases vociferadas pelo safo ministro – safo no sentido usado pelo ministro Marco Aurélio de Mello quando se refere ao ex-presidente Lula:

“Esses delinquentes ultrajaram a República. É o maior escândalo da história”.

“Nunca presenciei caso em que o crime de quadrilha se apresentasse, em meu juízo, tão nitidamente caracterizado”.


“Esta estabilidade se projeta para mais de dois anos, 30 meses. Eu nunca vi algo tão claro”.


“Vítimas, senhor presidente, somos todos nós, ao lado do Estado. Vítimas de organizações criminosas que se reúnem em bandos”.


“O que eu vejo nesse processo são homens que desconhecem a República” – o objetivo dos acusados era dominar o sistema político brasileiro, de forma “inconstitucional”.


“Os fins não justificam a adoção de quaisquer meios, especialmente quando tais meios se apresentam em conflito extensivo com a Constituição e as leis da República”.


“Estamos a condenar não atores políticos, mas protagonistas de sórdidas artimanhas criminosas”.


Para que se exista quadrilha, afirma o decano, “basta que seja uma associação permanente, de trabalho comum, combinado”.


Celso de Mello ainda comparou um partido político, o PT, que governa o pais desde 2003, às organizações criminosas do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC).


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Ato II: O passado recente

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Houve uma verdadeira orgia na distribuição de concessões públicas de emissoras de rádio e TV durante o governo Sarney (1985-89) – o ministro das Comunicações era Antonio Carlos Magalhães, que tinha na Secretaria Geral Rômulo Villar Furtado, homem de confiança da Globo no cargo desde 1974.

O coletivo Intervozes, no documento “Concessões de Rádio e TV: onde a democracia ainda não chegou”, publicado em novembro de 2007, afirmou:

“Em três anos e meio – de 15/03/85 a 5/10/88 -, Sarney distribuiu 1.028 outorgas, sendo 25% delas no mês de setembro de 1988, que antecedeu a promulgação da Constituição” (http://www.intervozes.org.br/publicacoes/revistas-cartilhas-e-manuais/revista_concessoes_web.pdf).

O objetivo da orgia é esclarecido no próprio documento: “Com raras exceções, os beneficiados foram parlamentares que receberam as outorgas em troca de apoio político a projetos de Sarney, especialmente para a extensão do mandato do presidente para cinco anos” (grifos meus).

A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), em 1 março de 1988 – portanto antes da promulgação da Constituição Federal – já denunciava: “há uma evidente vinculação entre o aumento do número de outorgas e a criação do centrão. E, mais recentemente, com a compra de votos de Constituintes pelo Executivo, que a imprensa atualiza diariamente com novas denuncias” – grifos meus (http://donosdamidia.com.br/media/documentos/527Outorgas.pdf).

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Ato III: Onde estava Celso de Mello nesse período? 

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No início do governo Sarney, Celso de Mello era secretário de Saulo Ramos na Consultoria Geral da República. Depois, quando Saulo Ramos se tornou ministro da Justiça daquele governo, Celso de Mello continuou sendo seu principal assessor.

“Celso era o grande filtro técnico, o especialista capaz de dar vestimenta técnica às teses mais esdrúxulas de Saulo.(…) E, como recompensa, ganhou a indicação para Ministro do STF”, escreveu Nassif.


Parenteses: por que será que na página do decano no site da Wikipédia é ignorado que Celso de Mello prestou serviços ao governo Sarney é ignorado? Lá consta: “Celso de Mello foi formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e membro do Ministério Público do Estado de São Paulo desde 1970 até ser nomeado para a Suprema Corte” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Celso_de_Mello). Seria um “esqueçam o que eu fiz”, assemelhado ao “esqueçam o que escrevi”?

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Ato IV: E agora, decano?

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Compra de votos dos constituintes?


Formação de uma base parlamentares de apoio ao governo Sarney, chamada de centrão?


Uso das concessões de rádios e TV em troca de apoio aos projetos do governo?


Obtenção de um mandato presidencial de cinco anos, depois de ter sido eleito para o exercício de quatro anos? Nesse episódio, quem estava ao lado do Estado? Quais foram as vítimas desse conluio?


Por que os políticos protagonistas dessa sórdida artimanha criminosa não foram denunciados e punidos? Onde estão os “delinquentes que ultrajaram a República” durante o processo constituinte?


Senhor decano, data vênia, faço uso de suas palavras: “Nunca presenciei caso em que o crime de quadrilha se apresentasse, em meu juízo, tão nitidamente caracterizado”.


Resta apenas uma dúvida: senhor ministro, o seu voto hoje endereçado ao PT já estava escrito em 1988?

Clique aqui para saber como vota o Ministro Celso de Mello.

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PITACO DO ContrapontoPIG


Saulo Ramos irritado certa vez falou ao telefone para Celso: "Você é um juíz de merda" 
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Contraponto 9628 - "Paulo Metri: Inaugurada a temporada de caça ao petróleo brasileiro"

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31/10/2012

Denúncias 
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Paulo Metri: Inaugurada a temporada de caça ao petróleo brasileiro

 

 
O presal é nosso


Do Viomundo - publicado em 31 de outubro de 2012 às 12:19

Inaugurada a temporada de caça ao petróleo brasileiro

(Veiculado pelo Correio da Cidadania a partir de 30/10/12)

por Paulo Metri*


Nos dias atuais, proliferam veículos, na mídia brasileira, que utilizam a desinformação. 
Como exemplo, surgem artigos, editoriais, notícias e entrevistas dizendo que as rodadas de leilão de áreas para produzir petróleo devem ser realizadas, a Petrobras não tem capacidade para explorar sozinha o Pré-Sal, devido a suas limitações financeira, gerencial e tecnológica e, para ajudar o Brasil a vencer esta dificuldade, as empresas petrolíferas estrangeiras precisam ser convidadas. Nestas mensagens, para atraí-las, é necessário que as concessões do Pré-Sal sejam firmadas sob as regras da lei 9.478, o que significa revogar no Congresso a lei 12.351, recém-aprovada, devolvendo o Pré-Sal à antiga lei 9.478.

Trata-se de uma arrogância sem igual, típica de quem se acha imbatível. Para tentar convencer os leitores ou espectadores, supondo todos desatentos, lançou-se mão de inverdades, acreditando que ninguém vai contestar um grande jornal, revista semanal, rádio ou televisão. Arquitetaram com grande esmero o que pode ser chamado de a “temporada de caça ao petróleo brasileiro”. Felizmente, existem alguns sites, blogs e veículos digitais que estão dispostos a conscientizar a população e publicam novos dados e análises.(Os grifos em verde negritado ao do ContrapontoPIG)


Contudo, a mídia do capital, aquela que não prioriza a sociedade, às vezes comete erros, por partir do princípio de que o povo tem um baixo nível de compreensão política. 

Durante dez anos seguidos (de 1999 a 2008), existiram rodadas de leilões de áreas para exploração de petróleo. Nunca trouxeram para seus veículos uma voz que advogasse a não realização destas rodadas. Em compensação, disseminaram matérias contando as supostas maravilhas das rodadas. Os leitores ou espectadores atentos devem pensar: “Que estranho insistirem tanto em um mesmo ponto!”. Neste instante, eles querem ter acesso a algo, não necessariamente divergente, mas com diferente ângulo de visão, e não encontram, porque estas matérias só existem na imprensa alternativa. Mais cedo ou mais tarde, eles conhecerão os veículos livres, comprometidos com as causas sociais, e entenderão que a grande mídia é um braço camuflado do capital, principalmente o internacional.

Na atual temporada de caça ao nosso petróleo, inúmeras matérias de comunicação satisfazem, sem serem explícitas, aos interesses estrangeiros sobre nosso petróleo. Se fosse rebater cada material divulgado, este artigo iria ficar longo e cansativo; então, comento a seguir as principais acusações dos detratores.

Começo pela que diz que, depois da descoberta do Pré-Sal, o Brasil, em vez de começar a exportar petróleo, está se distanciando da autossuficiência. Para explicar o que ocorre, é preciso desenvolver um raciocínio preliminar.

A velocidade que o governo brasileiro impõe à exploração no setor de petróleo, com uma rodada de leilões por ano, de 1999 até 2008, é do interesse único das empresas estrangeiras, que não têm petróleo em seus países de origem, e dos países desenvolvidos, que precisam do petróleo para mover suas economias. Se não forçassem a Petrobras a ter que participar de tantos leilões, mais recursos sobrariam para os desenvolvimentos de campos e a autossuficiência estaria garantida há mais tempo. Por outro lado, em cada leilão que a Petrobras não participa e não ganha, há uma perda enorme para o país. Além disso, é preciso saber que, entre a declaração de comercialidade de um campo marítimo e o início da sua produção, são necessários em média cinco anos.

Entretanto, estamos hoje bem próximos da autossuficiência, o que não ocorreria, com absoluta certeza, se em 1953 o projeto de interesse das petrolíferas estrangeiras tivesse sido aprovado. No nosso país, hoje, não existiria a Petrobras e a produção nacional seria mínima. As empresas estrangeiras não iriam para a plataforma continental quando a Petrobras foi, em 1974, pois a lógica do capital as levaria para a Arábia Saudita, o Iraque, o Cazaquistão e outros lugares promissores para o petróleo, como de fato ocorreu. Também, certamente ninguém saberia, hoje, da existência do Pré-Sal.

É interessante que não se conta, para garantir a autossuficiência, com o petróleo produzido no país pelas empresas estrangeiras. De forma pouco soberana, raciocina-se que este petróleo é delas e elas não têm a obrigação de abastecer o Brasil. Esta falta de lógica social é resguardada pela lei 9.478 de 1997 e é parte do pensamento subserviente da década de 1990, que imaginava o Brasil como economia complementar à dos desenvolvidos, mero exportador de minerais e produtos agrícolas.

Como boas críticas neoliberais, as matérias lembram sempre os prejuízos da Petrobras no segundo trimestre de 2012. Ela teve prejuízo porque o governo determinou que segurasse o preço dos derivados, uma vez que os aumentos destes preços repercutem muito no índice de inflação. Não se pode beneficiar o cidadão brasileiro em detrimento dos dividendos maravilhosos que seriam dados aos acionistas? Não se pode fazer isto eternamente, mas, de vez em quando, se pode. Além disso, os acionistas não vão ficar sem dividendos. Só não vão ter aqueles maravilhosos.

Acusam gratuitamente as mudanças do setor porque modificaram o sistema de royalties, fato catastrófico, porque desencadeou no Congresso disputa entre os parlamentares dos diferentes estados sobre a distribuição dos mesmos. É verdade que discutir o sistema de royalties foi catastrófico, mas o que os autores não percebem é que, mesmo que a lei 9.478 fosse utilizada para o Pré-Sal, os parlamentares iriam querer modificar seus artigos que estabelecem a distribuição dos royalties arrecadados. O que atraiu estes parlamentares a buscarem mudar esta distribuição foi a perspectiva de arrecadações milionárias deste tributo, quando o Pré-Sal entrasse em operação.

Criticam a lei 12.351 por atribuir à Petrobras participação obrigatória de 30% em cada consórcio e por esta empresa ser a operadora única dos novos contratos do Pré-Sal, determinações estas que seriam desnecessárias, além de outros adjetivos pesados. Assim, transmitem a visão que nos desejam impingir, a qual favorece as empresas estrangeiras. A Petrobras ser a operadora dos consórcios é primordial, pois quem compra bens e serviços para as fases de exploração, desenvolvimento e produção é a operadora. E, dentre as empresas que atuam no Brasil, só a Petrobras compra aqui. As empresas estrangeiras ganharam áreas para explorar petróleo desde 1999 e, até hoje, 14 anos depois, nenhuma delas comprou uma plataforma no Brasil. Os 30% são explicados porque nenhuma empresa consegue ser a operadora com menos de 30% de participação no consórcio.

Criar nova empresa estatal para gerir o programa, que também é motivo de crítica, é na verdade muito importante para, dentre outros objetivos, fiscalizar as contas de todos os consórcios.

Finalizando, os autores invariavelmente criticam o governo por procurar viabilizar uma exploração do Pré-Sal que visa satisfazer a sociedade. Neste momento, dizem que “o governo tenta ressuscitar a ideologia nacionalista de outros tempos”.

Buscam impor o conceito de que nacionalismo é ruim. E trazem, como única crítica ao nacionalismo, o fato de ser “de outros tempos”. Além de ser um preconceito contra o velho, chega a ser engraçado, porque princípios liberais estão nos textos de Adam Smith (1723-1790).

Aliás, seria bom reconhecermos que, graças ao nacionalismo, o Pré-Sal é nosso. Em primeiro lugar, porque o nacionalismo o descobriu. Em segundo lugar, porque foram visões nacionalistas de órgãos do governo brasileiro que lutaram para o estabelecimento da Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas, onde se encontra mais de 90% do nosso Pré-Sal. E a conquistaram junto às Nações Unidas.

*Paulo Metri. Conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros e do Clube de Engenharia


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Contraponto 9627 - "Histeria da mídia é medo do fim do gigantismo"

247 - A histeria com que as famílias que controlam os veículos de comunicação mais tradicionais do País reagem à iminente aplicação da chamada Lei de Meios na Argentina é compreensível – mas é dificilmente justificável.O medo, praticamente pânico, haja visto os editoriais histéricos e reportagens parciais que vão sendo apresentadas em veículos como a Folha de S. Paulo, a revista Veja e os noticiosos da Rede Globo, não tem nada a ver com riscos à liberdade de expressão, como se alega. Ao contrário. Baseada em vários aspectos da legislação dos Estados Unidos, que trata as questões relativas à mídia em diferentes áreas de seu arcabouço jurídico, os pontos centrais da lei argentina têm a ver com restrições à propriedade cruzada de meios de comunicação e estabelecimento de um órgão regulador para o acompanhar o setor.

O medo dos barões da mídia brasileira é que, a partir da iniciativa de Cristina, a presidente Dilma se anime em enviar ao Congresso, portanto, formalmente, um amplo projeto de lei para a reorganização do setor de comunicação. Foi exatamente isso o que a colega argentina fez – e a lei entrará em vigor a partir do 10 de dezembro.

Na Argentina, o principal atingido pela mudança na legislação será o Grupo Clarín. Mas isso deve acontecer não, precisamente, como um movimento pelo cerceamento da liberdade de expressão do jornal, mas que o grupo empresarial que controla a publicação abra mãe de seu caráter monopolista. No país vizinho,  o grupo Clarín detém quase duzentas licenças para operar tevê a cabo, quatro canais de televisão, dez rádios AM, uma FM e, ainda, o jornal de maior circulação do país. Numa economia do tamanho da Argentina, mais que um gigante é praticamente um monopólio.

Nos Estados Unidos, um grupo como o Clarín não conseguiria ter tal expressão frente aos concorrentes. Na América, desde 1930 há uma legislação que coibe a super extensão da propriedade cruzada de meios de comunicação. Há, também, um órgão federal regulador, composto por seis indicados pelo presidente da República e que têm de ser sabatinados pelo Congresso. A legislação fiscal, por outro lado, é punitiva frente ao domínio massacrante de uma emissora sobre outras. Para impedir o crescimento desmedido, que na prática poderia criar um monopólio nacional, a lei americana aumenta sobremaneira a cobrança de impostos sobre emissoras que ultrapassarem os 30% de audiência nacional em seus veículos. Assim ocorre, além da falta de incentivo ao crescimento extremo, um direcionamento para que pequenos grupos de mídia floresçam e participem do mercado. 

Neste sentido, a legislação americana, como é sabido, promove a liberdade de imprensa, e não a cerceia.

A legislação aprovada pela presidente argentina tem o mesmo sentido, mas, como muito do que é feito na Argentina, ganha tintas dramáticas. O governo patrocinou uma invasão às oficinas do Clarín, fez apreensões de jornais e até barrou sua circulação. Os proprietário do grupo de comunicação, em represália, não apenas ameaçam não aderir à lei, como articularam uma rede de solidariedade entre a mídia tradicional do continente.

Ligados pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), os grandes veículos do continente estão batendo duro na Ley de Medios argentina. No Brasil, grandalhões como Folha, Abril e Globo já fazem uma linha de passe que tem na histeria seu tom único. As empresas das famílias Frias, Civita e Marinho se sentem diretamente ameaçadas caso a moda argentina pegue por aqui. A Folha, que já é o maior jornal de São Paulo, detém o maior portal de internet do País, o UOL. A Abril, dona da revista de maior circulação, jamais escondeu sua vontade de ter sua própria rede de tevê. A Rede Globo, com filiais em todo o Brasil, larga presença na rede de tevês por assinatura e dona dos dois maiores jornais do Rio de Janeiro, é talvez quem mais possa perder imediatamente após uma legislação com esse espírito ser implantada no Brasil. Em nenhum lugar do mundo uma mesma companhia de comunicação detém tanto poder.

Até aqui, barrar a ida do jornalista Policarpo Jr. à CPI do Cachoeira era um traço de união entre os barões da mídia brasileira. Agora, o trio de ferro Folha-Abril-Globo está ainda mais unido, porque vislumbra-se que o atual modelo de organização da mídia brasileira tem de se adaptar aos novos tempos – e se democratizar por força de uma legislação mais avançada que a atual.

Abaixo, notícia do Portal Brasil de Fatom sobre a reação de entidades sindicais da Argentina às pressões da SIP contra a Ley de Medios:

Trabalhadores da imprensa argentina repudiam "lobby da mentira" da SIP em favor do Clarín.

Frente à chegada do 10 de dezembro, data estabelecida pela Justiça para que o grupo cumpra efetivamente a lei, seus sócios empresários do continente somam-se à estratégia de propor que a legislação atenta contra a liberdade de expressão

17/10/2012

Leonardo Wexell Severo

A Federação Argentina de Trabalhadores da Imprensa (Fatpren) condenou nesta quarta-feira o "lobby da mentira" orquestrado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – historicamente ligada à CIA e ao Departamento de Estado dos EUA - em favor do grupo monopolista de mídia Clarín, que quer continuar desrespeitando a legislação contra a democratização da comunicação.

Pela Lei de Meios, nenhum conglomerado de comunicação pode ter mais do que 24 outorgas de TV a cabo e 10 de rádio e televisão aberta. Mas o Grupo Clarín possui dez vezes mais licenças de cabo do que o número autorizado pela lei, além de quatro canais de televisão, uma rádio FM, 10 rádios AM, e o jornal de maior tiragem do país.

O fato, destaca a Fatpren, "é que frente à chegada da data estabelecida pela Corte Suprema de Justiça [10 de dezembro] para que o Grupo Clarín cumpra efetivamente com o disposto pela Lei de Serviços de Comunicação em matéria de adequação de licenças, seus sócios empresários do continente se somam à estratégia de propor que a legislação atenta contra a liberdade de expressão".

Com apoio da SIP, denunciam os trabalhadores, "os operadores do grupo Clarín fazem lobby internacional para construir a grande mentira de transformar as restrições à sua posição dominante em restrições à imprensa".

Foi assim, esclarece a Federação, que a SIP anunciou a "possibilidade de enviar uma missão ao nosso país para dezembro". O informe anual publicado pela entidade dos barões da mídia na última terça-feira (16) diz que "na Argentina a presidenta segue sem dar coletivas de imprensa e abusa da cadeia nacional".

De acordo com a Fatpren, no informe, "não fazem referência alguma, como era previsível, à inédita liberdade de expressão que reina no país e permite que os meios publiquem o que desejem sem qualquer restrição".

Porta-voz das ditaduras
A "missão" da SIP é de solidariedade patronal, alertam os trabalhadores, colocando o dedo na ferida: "Seguramente, a missão que a SIP pode enviar à Argentina terá características diferentes das que costumava ter quando vinha para condecorar ditadores, clara definição de qual é a sua posição sobre a liberdade de expressão: liberdade para que suas empresas possam aplicar, desde seus meios, políticas de pressão sobre os governos para impor seus interesses, ao mesmo tempo em que empobrecem os seus trabalhadores para domesticar o discurso".

"A SIP, organização empresarial tomada pela CIA e o Departamento de Estado dos Estados Unidos durante a década de 50, soube outorgar a medalha 'Prêmio das Américas' ao ditador Pedro Eugenio Aramburu, líder da Revolução Fuziladora [que derrubou o governo constitucional de Juan Domingo Perón em 16 de setembro de 1955] enquanto centenas de jornalistas eram perseguidos, torturados e encarcerados. Se a SIP se enfrenta ao Projeto Nacional e Popular, os trabalhadores de imprensa sabemos, sem duvidar, qual é o nosso caminho".

Grande mentira
Há 40 anos, destaca a Fatpren, organizações como a Media Freedom Foundation/Project Censored, vinculada à Universidade de Sonoma, na Califórnia, detalham "como a censura e a autocensura estão muito mais presentes nos países centrais que na nossa região, onde as patronais midiáticas a serviço das corporações econômicas têm a possibilidade de mentir diariamente, sem limite algum, para defender seus interesses antipopulares".

Frente aos desafios colocados pelo embate em defesa da verdade e a justiça, assegura a entidade, "os trabalhadores de imprensa continuaremos batalhando a cada dia, nas redações, nos espaços públicos, onde a realidade nos convoque, para alcançar uma comunicação verdadeiramente democrática, plural, participativa e diversa, e condições dignas de trabalho que nos permitam garantir ao povo seu devido direito à informação".
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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Contraponto 9626 - "A Globo está com medo"

247 - Medo. Esta é a palavra que expressa o sentimento das Organizações Globo a respeito de uma eventual discussão sobre a democratização dos meios de comunicação no País. Na noite desta terça-feira, o Jornal Nacional, ancorado por William Bonner, exibiu ampla reportagem sobre a "repressão disfarçada de democracia", que estaria ocorrendo na Argentina.

Lá, o governo de Cristina Kirchner conseguiu aprovar uma "Ley de Medios", que democratiza os meios de comunicação no País, ao limitar o número máximo de concessões que pode ser detido por grupo econômico. No próximo dia 7 de dezembro, o grupo Clarín, o maior da Argentina, e equivalente à Globo no seu território, terá de se desfazer de parte de suas concessões.

Apresentada por Dellis Ortiz, a reportagem da Globo informa que essa "epidemia", que já teria contaminado Venezuela e Equador, pode se "alastrar pelo continente". Em países desenvolvidos, como Estados Unidos e Reino Unido, há limites ao número máximo de concessões.

A reportagem da Globo também abordou um seminário no Uruguai onde se debateu a proteção da "imprensa livre na era da internet". Na lógica defendida pelos grandes grupos de comunicação brasileiros, a internet deve ser controlada e não deve haver qualquer limite para a ação dos conglomerados de mídia.

Ao mesmo tempo em que a Argentina implanta sua lei, no Brasil, Rui Falcão e José Dirceu, do PT, têm defendido que o governo encampe o debate sobre a democratização dos meios de comunicação. Segundo a Globo, na Argentina, o governo Kirchner "pressiona até a suprema corte".

Bom, no Brasil, quem coloca pressão sobre o Supremo Tribunal é a própria Globo. Basta lembrar dos 18 minutos do Jornal Nacional sobre o mensalão às vésperas do segundo turno.
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PITACO DO ContrapontoPIG


Cristina (Argentina), Chávez (Venezuela)  e Raphael (Equador),  já criaram  'Ley e Medios' para regular (não censurar) as suas mídias. 

Já está passando da hora do Brasil fazer o mesmo e  acabar  com as barbaridades, manipulações, pressões e ações vergonhosas perpetradas pela  nossa mídia golpista.

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Contraponto 9625 - "Quem tem domínio do fato, na democracia, é o povo"


30/10/2012
  

Quem tem domínio do fato, na democracia, é o povo

 

Da Carta Maior - 30/10/2012


Muitos analistas da imprensa tradicional estão atônitos. Tentam fugir às óbvias conclusões sobre o processo eleitoral. Ora ensaiam dar ênfase a uma suposta fragmentação do voto, ora dirigem olhos para uma eventual terceira via na polarização nacional, com a ascensão do PSB. Não passam de manobras diversionistas. A aposta que faziam era derrotar o PT e diminuir gravemente seu peso político. Perderam, e feio. O artigo é de Breno Altman.

Breno Altman (*)


Os resultados das eleições municipais, concluído o segundo turno, evidenciam sólido avanço do Partido dos Trabalhadores. Apesar de alguns importantes insucessos localizados (como Salvador, Recife e Fortaleza), a agremiação atingiu vários objetivos estratégicos.

O PT sagrou-se como a legenda mais votada do primeiro turno, com 17,3 milhões de sufrágios e um crescimento de 4% sobre 2008. Aumentou em 15% o número de prefeituras que irá governar (634 contra 550). Deu salto de 16% para 20% no total do eleitorado sob sua gestão municipal. Acima de tudo, pelo peso político e simbólico, reconquistou o governo da cidade de São Paulo.

Apesar de aparente dispersão da hegemonia sobre o poder local, com o surgimento do PSD de Kassab e a expansão do PSB de Eduardo Campos, a pedra de toque das eleições concluídas nesse domingo foi o fortalecimento do maior partido da esquerda, em contraposição ao encolhimento de seu principal antagonista à direita, o PSDB.

Os tucanos perderam massa de votos (queda de 5,02%, de 14,5 para 13,8 milhões), além de número de prefeitos (de 787 para 704) e vereadores (de 5,9 para 5,2 mil). Foram surrados no sul e sudeste do país, que antes consideravam sua fortaleza. E foram duramente golpeados na sua principal cidadela: além de perderem a capital paulista, estão cercados pelo cinturão vermelho que se consolidou na área metropolitana de São Paulo.

Muitos analistas da imprensa tradicional estão atônitos. Tentam atropeladamente fugir às óbvias conclusões sobre o processo eleitoral. Ora ensaiam dar ênfase a uma suposta fragmentação do voto, ora dirigem olhos para uma eventual terceira via na polarização nacional, com a ascensão do PSB. Não passam de manobras diversionistas. A aposta que faziam era derrotar o PT e diminuir gravemente seu peso político. Perderam, e feio.

A estratégia antipetista repousava no julgamento do chamado “mensalão”. Estabeleceu-se acosso midiático jamais visto sobre a corte suprema, para buscar a degola de líderes históricos da sigla governista, apresentados à opinião pública, diuturnamente, como bandidos com sentença transitada em julgado pelos mais impolutos homens e mulheres da nação.

O espetáculo de exceção foi além de seu limiar processual. Os votos de vários ministros, ao vivo e em cores, constituíram-se em declarações moralmente condenatórias contra o PT e o governo Lula.

À oposição de direita e aos grandes veículos de comunicação, somou-se, no palanque das denúncias contra dirigentes petistas, a maioria do STF. O centro da disputa política, com o julgamento, trasladou-se para o tribunal, com a expectativa de sacramentar institucionalmente a existência do esquema para compra de apoio parlamentar entre 2003 e 2005. Desde as vésperas do golpe militar não se via tamanha operação de desgaste contra um partido.

O que se esperava, quando a deliberação togada chegasse às ruas, era o derretimento do PT. Na pior das hipóteses, ao menos um sensível encolhimento e a derrocada na tentativa de conquistar a maior cidade brasileira. No auge da ofensiva, não faltaram vozes que vaticinavam o ocaso da liderança de Lula. Mas as forças de direita viram ruir seus sonhos e tomaram uma tunda histórica.

Os áulicos do reacionarismo ainda não entendem o que se passou. O porquê da patuleia não dar bola para o julgamento na hora de votar. A mídia corporativa é obrigada a engolir, pela terceira vez, o fel de sua progressiva insignificância na formação de almas e mentes. Não conseguem aceitar que os pobres da cidade e do campo, secularmente condenados pela oligarquia à ignorância, ao desespero e à exclusão cultural, sejam capazes de forjar sua própria consciência de classe.

Os dez anos de governo petista, com seus altos e baixos, mudaram a vida de milhões. De dezenas de milhões. Pela primeira vez a multidão de miseráveis viu sua vida melhorar, de forma estável e duradoura. Aumentaram a renda, a oferta de trabalho, o acesso à educação e moradia, o sentimento de autoestima. Os vínculos de identidade com o partido responsável por essas mudanças, e principalmente com seu maior líder, foram se consolidando.

Os despossuídos, que antes eram majoritariamente reserva de mercado para distintos projetos políticos das elites, vão passando a ter lado, o seu próprio lado. A identificar amigos e inimigos, lógicas em conflito, a verdade dos fatos. Esse processo dolorido, mas enraizado, fabrica um escudo contra a manipulação midiática. E serviu de vacina contra o julgamento do “mensalão”.

Enormes massas de eleitores, apesar de expostos à chacina contra líderes petistas na corte suprema, não compraram gato por lebre. Não aceitaram a agenda que a direita lhes quis impor. Mesmo sensibilizados com o discurso anticorrupção, intuem sua falsidade nesse episódio, sua utilização como instrumento político-eleitoral.

De múltiplas formas, compreenderam que seria algo contrário a seus interesses, que poderia ameaçar o partido e o governo que abriram as portas para a emergência dos pobres como protagonistas do desenvolvimento.

Os conservadores estão, assim, desacorçoados com a indiferença do povaréu diante do espetáculo no qual empenharam todas as suas energias. De alguma maneira, ao menos simbolicamente, foi o julgamento do julgamento. Como disse um eleitor essa madrugada, na rede social: quem tem o domínio do fato, na democracia, é o povo.

(*) Breno Altman é jornalista, diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel.



Contraponto 9624 - "A piracema progressista"

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30/10/2012

A piracema progressista

 

 

Do Blog das Frases  - 30/10/2012

 

Saul Leblon

 

Vista a partir de retinas embaçadas de cansaço ou ideologia, a transformação social parece uma impossibilidade aprisionada em seus próprios termos: as coisas não mudam, se as coisas não mudarem; e se as coisas não mudarem, as coisas não mudam...

O sistema de produção baseado na mercadoria cria e apodrece previamente as pontes das quais depende a travessia para uma sociedade justa e virtuosa.

Rompe-se o lacre da fatalidade no pulo do gato das sinapses entre condições objetivas e subjetivas, diz a concepção materialista da história. Mas a dialética dura das transformações não é uma mecânica hidráulica. Não é maquinaria lubrificada, autopropelida a toque de botão.

A história é um labirinto de contradições, uma geringonça que emperra e se arrasta, desperdiça energia e cospe parafusos por onde passa. Para surgir um 'Lula' desse emaranhado tem que sacudir muito a estrutura. Greves, levantes, porradas, descaminhos etc. Dói. Demora. Décadas, às vezes séculos.

Uma liderança desse tipo - e aquelas ao seu redor; 'uma quadrilha', diz o vulgo conservador - constitui um patrimônio inestimável. Mesmo assim, é só o começo; fica longe do resolvido.

A 'pureza' política pretendida por alguns juízes do STF é pouco mais que uma bobagem de tanga disfarçada de toga diante do cipoal da história.

A cada avanço, não regredir já é um feito Quarenta milhões passaram a respirar ares de consumo e cidadania após 11 anos de governos progressistas no país. É uma espécie de pré-sal de possibilidades emancipadoras. Como evitar que essa riqueza venha a se perder nesse sorvedouro de futuro escavado por júniores & virgílios ?

Lula talvez tenha intuído o ponto de esgotamento do cardume ao final da piracema histórica impulsionada pelos grandes levantes operários do ABC paulista, nos anos 70/80.

Ao final de uma piracema, a 'rodada' do conjunto exaurido leva uma parte à morte; outra se deixa arrastar por correntezas incontroláveis; um pedaço sucumbe a predadores ferozes.

Lula precisava de um novo e gigantesco laboratório forrado de desafios e recursos para gerar contracorrentes, revigorar, sacudir e renovar a piracema progressista brasileira.

São Paulo tem o tamanho da alavanca necessária para fazer tudo isso e irradiar impulsos talvez tão fortes quanto aqueles derivados das assembleias históricas que dirigiu no estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.

Haddad, os intelectuais engajados, os movimentos sociais e as lideranças mais experientes do campo progressista terão que movê-la a partir de agora e pelos próximos quatro anos.

Está em jogo o próximo ciclo de mudanças da sociedade brasileira.

Colunistas sabichões dizem que 'se isolarmos São Paulo', Lula fracassou.

Eles não sabem do que estão falando; apenas ruminam líquidos biliares da derrota na forma de desculpas para a explícita opção pela água parada do elitismo.

Topam um Serra cercado de malafaias & telhadas. Mas abjuram a correnteza de um PT - 'sujo pela história', na sua ótica. Testam versões para abduzir a derrota esmagadora da água podre na figura do delfim decaído, José Serra , em São Paulo.

Na Folha desta 3ª feira as rugas das noites mal dormidas recebem o pancake daquilo que se anuncia como sendo "uma onda oposicionista que mudou a cara do poder no Brasil".

A manchete traz a marca do jornalismo conservador cada vez mais ancorado em 'pegadinhas' à altura dos petizes que brincam nesse tanquinho de areia tucano.

Desta vez, a Folha induz o leitor ao erro de considerar 'oposicionista' como de oposição ao governo federal e ao PT. Na verdade, o texto trata das reviravoltas em que prefeitos e seus candidatos foram batidos por adversários locais.

Mas a isenção se dispensa de fornecer ao leitor o conjunto abrangente que relativiza a parte privilegiada. Aos fatos então:

a) o PT foi o partido que fez o maior número de prefeitos (15) no segmento de cidades grandes, com 200 mil a um milhão de habitantes;

b) o PT vai governar 25% do eleitorado nesse segmento;

c) juntos, os partidos da base federal, PMDB, PSB e PDT, fizeram outros 20 prefeitos nessa categoria das grandes cidades;

d) vão governar 26% desse eleitorado;

d) no conjunto, a base federal terá sob administração mais da metade dos eleitores desses municípios.

Os colunistas da Folha exageram nas cambalhotas para induzir o leitor a 'enxergar' como foi horrível o desempenho do partido, 'se excluirmos', dizem eles, a 'vitória isolada' em SP.

Em eleições anteriores, o esforço era para decepar o Nordeste 'atrasado' do mapa relevante da política nacional e, desse modo, rebaixar a crescente hegemonia do PT.

Agora que o PT refluiu de fato em capitais do Norte e Nordeste (saldo esse que inspira preocupação) é a vez de desdenhar da vitória na praça paulistana, que reúne 6% da demografia nacional e 11% do PIB.

A narrativa da vitória 'isolada', como se São Paulo fora um ponto fora da curva no deserto eleitoral petista, não é verdadeira sob quaisquer critérios.

Sozinho, o PT administrará o maior contingente de eleitores de todo o país (1/5 do total) e a maior fatia de orçamentos municipais (22%).


A vitória em SP tampouco foi um feito solitário no estado-sede do PSDB.

Bombam a derrota em Diadema, mas além da capital, o partido manteve e reforçou o chamado cinturão vermelho. Venceu em Guarulhos, Santo André, Mauá, Jundiaí, S.José dos Campos, Osasco e São Bernardo.

Nos próximos quatro anos, com uma eleição presidencial pelo meio, o PT governará 45% do eleitorado do Estado de SP, contra 19,3% do PSDB.

O cardume subsiste numeroso. O que se discute é outra coisa: a qualidade, a força e a direção do impulso que irá dotá-lo de fôlego transformador nos próximos anos. É disso que se trata. E isso é muito mais sério do que as cambalhotas da razão nos tanquinhos de areia do dispositivo midiático conservador..
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Contraponto 9623 - "Próximo indicado ao STF vai relatar o mensalão tucano: que tal Fausto de Sanctis? "

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30/10/2012

Próximo indicado ao STF vai relatar o mensalão tucano: que tal Fausto de Sanctis?

 

Do Blog Amigos do Presidente Lula - 30/10/2012


 

Que o desembargador Fausto de Sanctis é um bom nome para o STF no lugar de Ayres Britto, ninguém tem dúvidas.

O problema é a bancada demotucana no Senado aprovar, pois o ministro escolhido herdará de Joaquim Barbosa a relatoria do "mensalão" tucano.


E aí, Aécio? Vai encarar? 

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