segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Nº 25.167 - "A privataria nos levará de volta à selva"

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19/11/2018


Do TV afiada - 19/11/2018


A privataria nos levará de volta à selva

  

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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Nº 25.166 - "CELSO AMORIM: NOVO CHANCELER COLOCA O BRASIL NA IDADE MÉDIA"

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15/11/2018


CELSO AMORIM: NOVO CHANCELER COLOCA O BRASIL NA IDADE MÉDIA


Do Brasil 247 - 15 DE NOVEMBRO DE 2018 



Apontado como o melhor chanceler do mundo pela revista Foreign Policy, no tempo em que o Brasil era respeitado e admirado, o embaixador Celso Amorim criticou nesta quinta-feira, 15, a indicação do diplomata Ernesto Araújo para chefiar o Ministério de Relações Exteriores do governo de Jair Bolsonaro; "Eu li um pouco sobre o Ministro nomeado e ele nega a importância das normas internacionais. Estamos voltando à Idade Média", critica Amorim; "O debate se torna impossível, é como ver um filme surrealista com conotações de pesadelo"

Do  Brasil de Fato - O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou, na tarde desta quarta-feira (14), a indicação do diplomata Ernesto Fraga Araújo para o cargo de ministro das Relações Exteriores de seu governo. A indicação vem sendo questionada devido à inexperiência e opiniões polêmicas e conservadoras de Araújo.

Entre os posicionamentos controversos do diplomata, estão uma grande admiração ao antiglobalismo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o rechaço a valores considerados por ele "decadentes", como "democracia", "cooperação", "tolerância" e o "politicamente correto" – opiniões emitidas por Araújo no artigo "Trump e o Ocidente", publicado numa revista especializada em 2017.

Para o ex-Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que atuou durante dois períodos da redemocratização brasileira, por oito anos no governo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e durante dois anos do governo de Itamar Franco, caso as posições de Araújo e de Bolsonaro sejam colocadas em prática, representariam a "volta à Idade Média".

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Amorim afirma que nomeação é surpreendente e o deixa "muito triste". "Sei que há muita divergência de opinião no Itamaraty, alguns pensam mais o livre mercado e outros mais como eu penso, mas tudo no domínio da racionalidade, em que o debate é possível. Neste caso o debate se torna impossível, é como ver um filme surrealista com conotações de pesadelo", afirmou.

A opinião do ex-ministro não é alarmista. Entre os valores já defendidos por Ernesto Fraga Araújo está a defesa da manutenção do ocidentalismo, processo pelo qual as sociedades não-ocidentais seguem a influência da cultura ocidental, e é contrário à globalização. As opiniões foram divulgadas em artigos escritos e publicados tanto nos Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) quanto em um blog pessoal, criado em setembro deste ano pelo diplomata, chamado "Metapolítica 17 – Contra o Globalismo".

Nos textos, Araújo chega a afirmar que é contra um suposto "marxismo cultural" que acomete as relações exteriores, que o nazismo foi uma experiência socialista e que o climatismo, a preocupação com as mudanças climáticas, é uma "tática globalista de instilar medo para obter mais poder".

Segundo Amorim, um posicionamento anti-globalização e subserviente ao governo dos EUA seria prejudicial para as relações brasileiras com a grande maioria dos países do mundo. "Acho que o problema disso tudo não é só o que vai acontecer agora, mas que a credibilidade do Brasil ficará afetada por muito tempo, por décadas. Será muito negativo para a integração latino-americana, que envolve o reconhecimento de outras culturas, será potencialmente muito negativo com as nossas relações com a África, porque a maneira que ele fala tem a ver apenas com o passado europeu", afirmou.

A nomeação de Araújo foi anunciada por Bolsonaro por meio de sua conta no Twitter. "A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje", escreveu, classificando o diplomata como "um brilhante intelectual". Ernesto Araújo tem 51 anos, nasceu em Porto Alegre e é formado em Letras. Mais recentemente, o diplomata serviu na Alemanha, no Canadá e nos Estados Unidos, atuou como subchefe de gabinete do então chanceler Mauro Vieira, de 2015 a 2016.

Confira a entrevista completa:

O que o senhor pensa sobre as posições pró-Trump, antiglobalismo e contra um suposto "marxismo cultural" defendidas pelo futuro Ministro das Relações Exteriores?

Acho tudo uma fantasia que se não fosse trágica seria cômica, infelizmente é trágico porque trará consequências para o Brasil e para a sua inserção no mundo, para a paz mundial, que o Brasil contribui. Não estou falando só em relação a política que fizemos nos últimos 12 anos, sobretudo nos oito em que estive com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas em relação a outros períodos. Não tem comparação.

Eu fui embaixador no governo de Fernando Henrique Cardoso, tinha divergências mas era tudo no plano do racional. Aqui estamos no plano de uma total fantasia, mas infelizmente é uma fantasia danosa, porque terá consequências práticas, atrelando nossa política totalmente a uma pessoa que já é objeto de restrições no mundo inteiro, em todos os países civilizados e democráticos há críticas fortes a Donald Trump.

Agora a passagem dele por Paris marcou outra, na comemoração do final da Primeira Guerra Mundial, ele já teve outro episódio com Macron [Presidente da França]. É uma pessoa que quer destruir tudo que foi criado, aliás, em grande parte pelo próprio Estados Unidos, que é essa estrutura normativa mundial.

Eu li um pouco sobre o Ministro nomeado e ele nega a importância das normas internacionais. Estamos voltando à Idade Média, ele é uma espécie do Direito Internacional pré-Grocio, um famoso pensador que foi precursor do Direito Internacional moderno. Então e algo até difícil de comentar, é muito surpreendente e é algo que me deixa muito triste, até pelos próprios colegas, porque sei que há muita divergência de opinião no Itamaraty, alguns pensam mais o livre mercado e outros mais como eu penso, mas tudo no domínio da racionalidade, em que o debate é possível. Neste caso o debate se torna impossível, é como ver um filme surrealista com conotações de pesadelo.

O que significa um Ministro de Relações Exteriores se dizer contra o globalismo/globalização?

É viver em um outro mundo, uma volta à Idade Média. Não tem cabimento, você pode até ser contra certos aspectos da globalização. Nós mesmos somos críticos, quando defendemos a agricultura familiar, que o comércio internacional tem que ter certas regras. Elas são necessárias justamente para disciplinar a globalização, para que os benefícios sejam distribuídos de maneira mais justa. Mas não se pode negar a globalização. É você negar a vida, dizer que ela era melhor quando não havia a escrita, ou a imprensa. É algo parecido com isso.

O que marca esse ponto de vista é também uma adesão ao trumpismo, uma reprodução sem crítica do que o Trump faz nos EUA, que ao meu ver não é bom nem lá, porque é contra imigrantes, contra mulheres, prejudicial aos negros. Mas, em termos de política externa, também é uma política de confrontação ao tempo todo, não é política de diálogo, e não se deve basear uma relação internacional nisso. Eu não concordo, mas Trump pelo menos está sentado em cima de cinco, seis mil ogivas nucleares e tem a economia mais forte do mundo. Não é nosso caso, então precisamos de cooperação, dos nossos vizinhos, para manter nossas fronteiras, por exemplo.

Eu sempre defendi o nacionalismo, mas um nacionalismo desenvolvimentista e solidário com outros países, esse nacionalismo estreito... Não sei, é tão fantástico que é difícil imaginar, mas acredito que possa criar um problema com os nossos vizinhos. Se somar isso às outras declarações que já ouvimos de Bolsonaro, de que Mercosul não é prioridade, tudo isso gera uma imensa preocupação. Eu fui por quase dez anos chefe daquela casa, também fui ministro no governo de Itamar Franco e embaixador no governo FHC. Tenho muita pena dos jovens diplomatas que vão ter que enfrentar um Brasil que eu nunca conheci.

Em outros artigos Ernesto Araújo elogia muito o ocidentalismo, preza muito pela história do Ocidente...

Essa é uma noção totalmente ultrapassada, inclusive eu vi ele citar Stengler, um autor pré-nazista que fala da decadência do Ocidente, uma visão que não tem nada a ver com a realidade. A ideia da decadência porque é contra a ascensão do povo, das massas, eles gostariam de uma realidade completamente elitista.

Eu acho que causa tanta perplexidade que eu ainda não sei nem o que vai acontecer, porque é fora do comum. Nunca vi nada semelhante, ninguém do Itamaraty processar ideias semelhantes, alguém com peso, autoridade, pode ser que haja pessoas excêntricas. Mas se ele for aplicar essas ideias à política externa será um desastre absoluto.

Ele construiu uma teoria cultural dele e é algo individual, que não tem nada a ver com o mundo real. E na medida em que tem é negativo, porque coloca o Brasil como um servo intelectual e cultural do trumpismo, que é algo feito para os EUA já de forma errada, mas que ainda é possível compreender porque é um país mais forte economicamente, que pode dizer que não quer estar sujeito à norma. O país [Brasil] não tem força para isso. Os EUA pelo menos tem a ilusão que tem, a gente não tem nem esse direito.

Será muito negativo para a integração latino-americana, que envolve o reconhecimento de outras culturas, será potencialmente muito negativo com as nossas relações com a África, porque a maneira que ele fala tem a ver apenas com o passado europeu. Quando dizemos que o Brasil é um país ocidental, o que isso quer dizer? 51% da nossa população é de origem africana, auto-declarada, o que vamos fazer com essa população? Jogar no mar?

O senhor poderia citar programas e políticas específicas relacionadas às relações internacionais que serão impactadas pelo discurso e possíveis medidas do novo governo?

Muita coisa já foi afetada no governo de Michel Temer, por inação, por uma subserviência aos EUA, mas que não era ao Trump e suas ideias, era mais ampla. Por exemplo, a pouca prioridade dada aos BRICs, tudo isso já vinha ocorrendo. Mas com ele eu temo que isso se agrave e ganhe um caráter teológico, meio religioso, que será difícil de reverter. Acho que o problema disso tudo não é só o que vai acontecer agora, mas que a credibilidade do Brasil ficará afetada por muito tempo, por décadas.

Com a grande maioria dos países do mundo...


Sim, com todos os países do mundo e vou lhe dizer a verdade, acredito que até com os EUA, porque eles passaram a nos respeitar quando passamos a defender nossa opinião e até mesmo a dialogar. Tivemos muito bom relacionamento até com George W. Bush, discordando muito de várias posições que ele tomava, mas nosso relacionamento, tanto em relação ao comércio, investimento, criação do G20 foi intenso com os EUA e com a União Europeia, porque eles respeitavam o Brasil. Agora, uma atitude que é até difícil de usar qualificativos, porque não quero ofender o rapaz, que é até mesmo de outra geração, mas sinto algo entre perplexidade e piedade.

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PITACO DO ContrapontoPIG

Tem razão o Celso Amorim. Para cada indicação de ministros para o próximo governo, experimentando um verdadeiro pesadelo. 

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Nº 25.165 - "Depoimento em Curitiba escancara Justissa arbitrária"



15/11/2018

Depoimento em Curitiba escancara Justissa arbitrária
Lula: o sítio é meu ou não?
  
Do Conversa Afiada - publicado 14/11/2018

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Lula do lado de fora do sindicato dos metalúrgicos do ABC, horas antes de sua prisão, em 7/IV (Créditos: Ricardo Stuckert)

Do site  Lula.com.br:

Nota da defesa: Depoimento de Lula mostra arbitrariedade da acusação


O ex-presidente Lula rebateu ponto a ponto as infundadas acusações do Ministério Público em seu depoimento, reforçando que durante o seu governo foram tomadas inúmeras providências voltadas ao combate à corrupção e ao controle da gestão pública e que nenhum ato de corrupção ocorrido na Petrobras foi detectado e levado ao seu conhecimento. 

Embora o Ministério Público Federal tenha distribuído a ação penal à Lava Jato de Curitiba sob a afirmação de que 9 contratos específicos da Petrobras e subsidiárias teriam gerado vantagens indevidas, nenhuma pergunta foi dirigida a Lula pelos Procuradores da República presentes à audiência. A situação confirma que a referência a tais contratos da Petrobras na denúncia foi um reprovável pretexto criado pela Lava Jato para submeter Lula a processos arbitrários perante a Justiça Federal de Curitiba. O Supremo Tribunal Federal já definiu que somente os casos em que haja clara e comprovada vinculação com desvios na Petrobras podem ser direcionados à 13ª. Vara Federal de Curitiba (Inq. 4.130/QO). 

Lula também apresentou em seu depoimento a perplexidade de estar sendo acusado pelo recebimento de reformas em um sítio situado em Atibaia que, em verdade, não têm qualquer vínculo com a Petrobras e que pertence de fato e de direito à família Bittar, conforme farta documentação constante no processo. 

O depoimento prestado pelo ex-Presidente Lula também reforçou sua indignação por estar preso sem ter cometido qualquer crime e por estar sofrendo uma perseguição judicial por motivação política materializada em diversas acusações ofensivas e despropositadas para alguém que governou atendendo exclusivamente aos interesses do País. 

Cristiano Zanin Martins


Em tempo: logo no início do depoimento, Lula pergunta à juíza federal substituta Gabriela Hardt: "eu sou dono do sítio ou não?"

Nº 25.164 - "Chanceler bolsominion do Brasil: 'só Trump pode salvar o Ocidente”'…"

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15/09/2018

Chanceler bolsominion do Brasil: “só Trump pode salvar o Ocidente”…

Do Tijolaço · 15/11/2018


por Fernando Brito

Vou deixar por conta da insuspeita Míriam Leitão descrever quem é o chanceler escolhido por Bolsonaro – neste caso, se me permitem o palpite, por Eduardo Bolsonaro, mais que por Jair – para chefiar o Itamaraty:

O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nunca chefiou uma missão diplomática. Ele só este ano chegou ao posto máximo da carreira. Mas desde o primeiro turno tem enviado sistematicamente textos sobre política externa para a equipe de Jair Bolsonaro, e acabou ficando com o posto.
Além disso fez militância aberta pela candidatura de Bolsonaro, em um blog em que definia o PT como Partido Terrorista. E se dizia contra o “Globalismo” que seria a ideologia, da “globalização econômica que, segundo ele, é conduzida pelo “marxismo cultural”.

Igualmente insuspeita, Natuza Nery, da Globonews, diz que Araújo é conhecido no Ministério das Relações Exteriores  como “trumpista”, o que fica evidente com a leitura de artigo que publicou em revista do Itamaraty , ao qual chegui pela indicação sintomática do astrólogo Olavo de Carvalho. Para poupar o leitor de baboseiras, pseudoerudições e considerações freud e junguianas sobre política externa, reproduzo apenas a frase final: “Somente Trump pode ainda salvar o Ocidente”.

Em comentário sobre este texto, há um mês,  o UOL diz que Araújo afirma que “Trump está salvando a civilização cristã ocidental do islamismo radical e do “marxismo cultural globalista” ao defender a identidade nacional, os valores familiares e a fé cristã, enquanto a Europa não o faz.


Teremos, pelo visto, um “Itamaratrump”.

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PITACO DO ContrapontoPIG

Mais um louco no futuro governo?
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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Nº 25.163 - "Os erros e o improviso de Bolsonaro - Brasil Primeiro com Aloizio Mercadante (7.11.2018)"

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07/14/2018

Os erros e o improviso de Bolsonaro - Brasil Primeiro com Aloizio Mercadante (7.11.2018)

Do Brasil 247 - 07/11/2018


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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Nº 25.162 - "Moro confessa que J B o seduziu antes do 2° turno"



06/11/2018

Moro confessa que J B o seduziu antes do 2° turno

Ele acertou com Paulo Guedes os projetos que ia apresentar

Do Conversa Afiada - publicado 06/11/2018

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Numa entrevista coletiva em Curitiba, o futuro Presidente da Justissa Judge Murrow contou que no dia 23 de outubro recebeu uma "sondagem" do Posto Ipiranga e, no encontro, acertou que depois das eleições apresentaria seus projetos ao Presidente por eleger-se.

Fica assim, oficialmente, a cronologia do Golpe:

- 1/X - Moro entrega ao PiG uma delação fajuta do Pulhocci para ferrar a candidatura do Haddad;
- 7/X - eleição do primeiro turno;
- 23/X - Paulo Gudes se encontra com Moro;
- 28/X - J B se elege Presidente;
- 1/XI - Moro concede audiência ao presidente eleito, na Barra da Tijuca, e apresenta seu plano de Governo.

Precisa desenhar?

Nessa coletiva, o Imparcial de Curitiba informou que há convergências e divergências sobre o que fazer.

Quando não houver convergência absoluta, se chegará a um meio termo.

O Judge enfatizou que tudo será feito segundo a Constituição.

(O presidente eleito disse no Congresso a mesma coisa.)

Uma vez que a Lava Jato cometeu notórias agressões à Constituição - leia aqui o novo pedido de habeas corpus do Presidente Lula - a Constituição não será obstáculo às 110 Medidas contra a Corrupção que estão na bagagem do Presidente da Justissa.

Em tempo: ele informou que a equipe da Lava Jato fará parte de sua Presidência. O que, portanto, confirma que a delegada Marena será diretora-geral da Polícia Federal!

Em tempo2: como disse o Times de Londres: Bolsonaro nomeou juiz que condenou seu rival. Precisa desenhar?

Em tempo3 - sobre o Golpe de 1964, numa pergunta do UOL, Moro se esborrachou. Primeiro, disse que se tratou de um "movimento", como prefere o Ministro Dias Gaspari Toffoli. Depois, falou em "Golpe".

PHA

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Nº 25.161 - "Por um julgamento justo para Lula"

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06/11/2018


Por um julgamento justo para Lula


Do Brasil 247 - 06/11/2018

Ricardo Stuckert


por Gleisi Hoffmann

Os primeiros movimentos do futuro governo Bolsonaro confirmam as piores expectativas que se formaram ao longo de um processo eleitoral anômalo, no qual tudo foi feito, de forma ilegal e arbitrária, para impedir a vontade do povo de eleger o ex-presidente Lula.

Esse futuro governo aponta para a criminalização dos movimentos sociais e o banimento da oposição, a começar pela esquerda; para o aprofundamento de um modelo econômico que exclui a maioria da população e privilegia os donos da fortuna; para a entrega das riquezas nacionais e a submissão do país à política externa dos Estados Unidos.

O mais grave desses movimentos foi a indicação, com aceitação, de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Moro atuou nos últimos anos com objetivos políticos que agora se revelam indisfarçáveis; foi agente central no processo político brasileiro, manipulando as investigações da Lava Jato em cumplicidade com a grande mídia, para impulsionar o golpe do impeachment e a prisão do maior líder político do país.

A indicação de Moro, como confessou o vice-presidente do futuro governo, foi negociada durante a campanha eleitoral. E nesta campanha ele interferiu bloqueando uma ordem superior de libertação de Lula, adiando um depoimento em que o ex-presidente poderia se defender e dando publicidade a um depoimento mentiroso de Antonio Palocci, às vésperas do primeiro turno, prejudicando a campanha de Fernando Haddad.

O mundo está chocado com esse episódio, que desnuda a parcialidade e a arbitrariedade do juiz que condenou Lula e o manteve ilegalmente preso. Mas é ainda mais grave: o Ministério da Justiça de Moro foi redesenhado para atuar como um verdadeiro ministério da perseguição política, reunindo instrumentos típicos de um estado policial.

Os 47 milhões de votos recebidos por Haddad em defesa da democracia, num processo eleitoral fora da normalidade, conferem ao PT a responsabilidade de impulsionar a defesa da Constituição, dos direitos do povo e da soberania nacional, numa ampla frente política e social. A escandalosa indicação de Sergio Moro deixa claro que nossa primeira tarefa é deflagrar uma campanha por um julgamento justo para Lula.


GLEISI HOFFMANN. Senadora e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores

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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Nº 25.160 - "90% dos eleitores de Bolsonaro acreditam em fake news, Papai Noel e Coelhinho da Páscoa"

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02/22/2018


90% dos eleitores de Bolsonaro acreditam em fake news, Papai Noel e Coelhinho da Páscoa


Do Blog do Esmael  - 02/11/2018 por Esmael Morais


A Folha não perdoa Jair Bolsonaro por ter deixado ela fora da coletiva de imprensa, nesta quinta. Por isso o jornalão divulgou pesquisa dizendo que 90% dos eleitores do ‘Coiso’ acreditam em fake news, Papai Noel e Coelhinho da Páscoa.

De acordo com a Folha, 98% dos eleitores de Bolsonaro foram expostos a notícias falsas durante a campanha mas [só!] 90% acreditaram que os fatos eram verdade. 

A pesquisa, realizada pela IDEA Big Data de 26 a 29 de outubro com 1.491 pessoas no país, analisou Facebook e Twitter.

A Folha ajudou a criar o monstro que hoje diz combater.

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Nº 25.159 - "Política do 'inimigo permanente' une Trump a Bolsonaro. Como o fascismo de Bannon usa o apocalipse para chegar ao poder"

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02/11/2018


Política do “inimigo permanente” une Trump a Bolsonaro. Como o fascismo de Bannon usa o apocalipse para chegar ao poder


Do Viomundo - 01/11/2018 - 20h07 

Política do “inimigo permanente” une Trump a Bolsonaro. Como o fascismo de Bannon usa o apocalipse para chegar ao poder


Da Redação

No dia 4 de agosto deste ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro tuitou uma foto feita em Manhattan com uma mensagem em inglês: “Foi um prazer encontrar Steve Bannon, estrategista da campanha presidencial de Donald Trump. Tivemos uma boa conversa e compartilhamos da mesma visão de mundo. Ele se disse um entusiasta da campanha de Bolsonaro e estamos em contato para juntar forças, especialmente contra o marxismo cultural”.

Como a conversa não foi pública, é impossível dizer até que ponto os dois de fato concordam.

Porém, os discursos e mesmo as primeiras decisões de Jair Bolsonaro são compatíveis com a pregação de Bannon, que por sete meses foi assessor especial de Trump na Casa Branca.

Em 2014 o site BuzzFeed recuperou a íntegra de uma entrevista que Bannon   deu para um grupo de conservadores reunido no Vaticano, bem antes do Brexit ou da vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos.

Os promotores do encontro eram ligados ao cardeal estadunidense Raymond Burke, um dos críticos mais vocais do papa Francisco. Burke já foi definido como o “rosto” da oposição ao papa no Vaticano.

Na entrevista, Bannon criticou o capitalismo dos dias de hoje dizendo que ele se afastou das fundações morais e espirituais do cristianismo, da civilização judaico-cristã.

Afirmou que o tratamento dado aos culpados pela crise financeira de 2008 nos Estados Unidos — ficaram impunes e foram resgatados pelo Tesouro — foi o combustível da revolta popular que se manifestou no Tea Party e fez o Partido Republicano guinar ainda mais à direita.

Aqui vale a tradução de um trecho relevante:

“Essa forma de capitalismo é muito diferente do que eu chamo de capitalismo iluminado do Ocidente judaico-cristão. É um capitalismo que parece transformar as pessoas em mercadorias, que objetifica as pessoas, que as usa — como muitos dos preceitos de Marx — e é uma forma de capitalismo que, particularmente as novas gerações, acham muito atraente. Eles não enxergam uma alternativa. […] Outra tendência é a imensa secularização do Ocidente. Já venho falando sobre secularização há muito tempo, mas se você olhar para os jovens, especialmente os de menos de 30 anos, há um impulso irresistível da cultura popular em secularizá-los. Tudo isso converge para algo que teremos de encarar, é um tópico muito desagradável, mas estamos em guerra contra o fascismo jihadista islâmico. E esta guerra, acredito, está em metástase muito mais rapidamente do que os governos podem enfrentar”.

Depois de elogiar o Partido de Independência do Reino Unido (UKIP) e a Frente Nacional francesa, hoje comandada por Marine Le Pen — dois partidos nacionalistas de direita –, Bannon disse que o que os une “é um movimento populista de centro-direita da classe média, dos trabalhadores e trabalhadoras do mundo, que estão cansados de seguir os ditames do que chamamos de Partido de Davos”.

Davos é a cidade Suiça sede de um encontro anual de bilionários.

“Esta revolta de centro-direita é na verdade uma revolta global. Acredito que vocês vão vê-la na América Latina, na Ásia e já a vemos na Índia”, afirma a certa altura, referindo-se à vitória eleitoral do Partido do Povo Indiano, do atual primeiro-ministro Narendra Modi, que prega o nacionalismo hinduísta num país que tem cerca de 200 milhões de muçulmanos.

A declaração, lembrem-se, foi dada em 2014.

Na entrevista, Bannon afirmou que as classes dirigentes estão corrompidas e, portanto, é preciso demolir as instituições existentes no mundo.

Rompendo com o secularismo, pregou reconstruí-las sobre os desígnios judaico-cristãos, já que segundo ele uma grande tormenta está a caminho, aquela, causada pelo “fascismo islâmico”.

A NOVA BÍBLIA

Bannon, que segundo a mídia dos Estados Unidos é um leitor voraz,  admite que um livro em especial moldou sua visão de mundo: The Fourth Turning, An American Prophecy, publicado em 1997.

Um dos autores chegou a escrever um artigo,  publicado no Washington Post, se gabando de ter influenciado o estrategista de Donald Trump.

A descoberta de que Bannon tinha um livro de cabeceira levou o site liberal Huffington Post a publicar uma manchete que deixou gente de cabelo em pé: Steve Bannon acredita que o apocalipse está a caminho e a guerra é inevitável.

“A História é sazonal e o inverno está a caminho… A própria sobrevivência da Nação está em jogo. Em algum momento antes de 2025, os Estados Unidos vão atravessar um grande portão, comparável à Revolução Americana, à Guerra Civil ou às emergências gêmeas da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial. O risco de catástrofe é grande. A Nação poderia irromper em insurreição ou violência civil, se dividir geograficamente ou sucumbir a um governo autoritário”, diz um trecho do livro republicado pelo New York Times, que comparou o cenário ao do seriado Game of Thrones.

A profecia dos autores é baseada no que acreditam ser um ciclo que se repete na História a cada 80 anos: crescimento, maturidade, entropia e destruição. Argumentam que os ciclos são tão previsíveis quanto as quatro estações do ano.

Para enfrentar a tempestade vindoura, dizem os autores, “nova autoridade cívica vai ter de se enraizar, rapida e firmemente — o que não será fácil se regras e rituais desacreditados do antigo regime permanecerem. Temos de mudar e simplificar o governo federal antes da crise, cortando profundamente seu tamanho e amplitude, sem colocar em risco seu núcleo central”.

“O núcleo da Nação será mais importante que sua diversidade. Jogo em equipe e comportamento padrão serão as novas palavras de ordem. Qualquer pessoa ou coisa que não puder ser descrita nestes termos pode ser deixada de lado — ou pior. Não se isole das atividades comunitárias… Se você não quer ser mal avaliado, não aja de maneira a provocar a autoridade da Crise a te julgar culpado. Se você pertence a uma minoria étnica ou racial, prepare-se para uma reação nativista de uma maioria assertiva (e possivelmente autoritária)”, escrevem os autores em tom de advertência.

A chamada Quarta Reviravolta, curiosamente, se expressa tanto no discurso de Donald Trump — “nós contra eles” — quanto no de Jair Bolsonaro, que afirma que despreza os direitos das minorias e diz que elas devem se submeter ao controle das maiorias.

Brasil acima de todos, Deus acima de tudo.

COMO O VATICANO REAGIU

A coalizão conservadora de católicos, protestantes e ortodoxos em geral, incentivada por Bannon, mereceu uma resposta indireta do Vaticano.

Veio na forma de um artigo de um confidente do papa Francisco, o católico Antonio Spadaro, em parceria com o pastor presbiteriano Marcelo Figueroa,  numa publicação que é vista como porta-voz não oficial do Vaticano.

Eles identificam como uma das origens do chamado “teoconservadorismo” um livro publicado no início do século 20, pelo milionário californiano Lyman Stewart, The Fundamentals.

“Os grupos religiosos e sociais inspirados em autores como Stewart consideram os Estados Unidos uma nação abençoada por Deus. E não hesitam em basear o crescimento econômico do país numa adesão literal à Bíblia. Em anos mais recentes, essa corrente de pensamento se alimenta da estigmatização de inimigos, que muitas vezes são demonizados. O panorama do que entendem como ameaças à forma americana de viver inclui modernistas, o movimento negro pelos direitos civis, o movimento hippie, comunistas, feministas e assim por diante. E em nossos dias estão incluídos os imigrantes e os muçulmanos. Para manter os níveis de conflito, suas leituras bíblicas tiram de contexto trechos do Velho Testamento sobre conquista e defesa da terra prometida, em vez de se guiarem pelo olhar incisivo, cheio de amor, de Jesus nos Evangelhos”, diz o texto.

No Brasil de Bolsonaro, registre-se, os “vermelhos” já foram definidos como inimigos a serem, ainda que metaforicamente, “metralhados”.

A crença num mundo governado apenas pelos homens, criaturas de Deus, também coloca os ambientalistas como inimigos da fé.

“Nessa visão teológica, os desastres naturais, as dramáticas mudanças climáticas e a crise ecológica global não são percebidos como um alarme que deve levá-los a reconsiderar seus dogmas, mas como o oposto: sinais que confirmam sua compreensão não-alegórica das figuras finais do livro do Apocalipse e a esperança apocalíptica em um novo céu e uma nova terra“, escrevem Spadaro e Figueroa.

Não por acaso, tanto Donald Trump quanto Jair Bolsonaro se manifestam contra o acordo de Paris para combater o aquecimento global.

Os autores notam os paradoxos da coalizão religiosa fundamentalista: “Esta reunião em torno de objetivos compartilhados acontece em temas como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, educação religiosa nas escolas e outros assuntos geralmente considerados morais ou ligados a valores. Ambos os integralistas evangélicos e católicos condenam o ecumenismo tradicional e ainda promovem um ecumenismo de conflito que os une no sonho nostálgico de um tipo de estado teocrático. No entanto, a perspectiva mais perigosa para este estranho ecumenismo é atribuível à sua visão xenófoba e islamofóbica, que pede muros e purifica as deportações. A palavra ecumenismo se transforma em um paradoxo, em um ecumenismo do ódio”.

O artigo critica a tentativa dos fundamentalistas de invadir a esfera laica do Estado, o que o papa Francisco condena. Os autores sugerem que líderes políticos tentam usar a religião para defender interesses da elite que dizem combater, de forma hipócrita.

“A espiritualidade não pode se ligar a governos ou a pactos militares, pois está a serviço de todos os homens e mulheres. As religiões não podem considerar algumas pessoas como inimigos jurados, nem outras como amigos eternos. A religião não deve se tornar a garantia das classes dominantes. No entanto, é justamente esta dinâmica, com um sabor teológico espúrio, que tenta impor sua própria lei e lógica na esfera política”, diz o texto.

Finalmente, Spadaro e Figueroa se referem à luta do papa Francisco para evitar que a fé seja manipulada num período de crise econômica:

“Há uma necessidade de lutar contra a manipulação desta temporada de ansiedade e insegurança. Novamente, Francisco é corajoso aqui e não dá legitimidade teológico-política aos terroristas, evitando qualquer redução do Islã ao terrorismo islâmico. Nem dá para aqueles que postulam e querem uma guerra santa ou para construir barreiras cercadas de arame farpado. A única coroa que conta para o cristão é aquela com espinhos que Cristo usou”.

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Nº 25.158 - "O general da repressão é Sérgio Moro"

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02/11/2018


O general da repressão é Sérgio Moro


Do Tijolaço · 02/11/2018



por Fernando Brito

Escrevi aqui que  ontem poderia ser considerado o dia da fundação do Estado Policial Brasileiro mas, desde já, tal como se trocou em 1964 o “Primeiro de Abril” pela “redentora Revolução de 31 de Março”, sugere-se que fique a data como sendo a de hoje: o Dia de Finados, pelo simbolismo em relação à morte dos direitos à privacidade, à presunção de inocência e à segurança no exercício de nossas liberdades.

A nomeação de Sérgio Moro não é apenas uma ‘jogada de marketing” do presidente eleito. Não acho sequer que esta decisão tenha sido ‘de agora’ ou que possa ter sido tomada sem a participação do “núcleo militar” do bolsonarismo.

Afinal, Moro será posto a comandar uma máquina sinistra, encarregada de promover a onda de perseguição política destinada a fazer aquilo que Bolsonaro prometeu no seu tristemente famoso discurso aos seus apoiadores da Avenida Paulista: “fazer uma limpeza nunca vista na história deste país” e dirigir uma polícia com “retaguarda para  jurídica para fazer valer a lei no lombo de vocês”.

Para isso, não vai contar com pouco.

Terá o controle da Polícia Federal e, com ela, a capacidade de bisbilhotar, informalmente, todas as comunicações telefônicas e telemáticas.

Terá o controle do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, e com ele a capacidade de xeretar todas as movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas do país.

Terá o controle do que já foi a Controladoria Geral da União, a CGU, e com ele a capacidade de conhecer cada detalhe dos atos dos gestores públicos, exceto nas áreas onde alguma “voz amiga” diga que ali “não vem ao caso”.

Moro será o general da repressão da neoditadura.

Muitos ainda estão pensando dentro da lógica do estado democrático e das funções institucionais de um Ministério da Justiça, mesmo numa versão avantajada.

Lamento dizer que não é este o caso.

É por isso que não houve, nem de Moro e nem de Bolsonaro, preocupação com o desgaste em questão de legitimidade e da imagem de isenção do Governo em relação à Justiça ou do que que ela fez para instituir este governo.

Legitimidade e isenção são bobagens que devem ser desconsideradas diante da “Cruzada Anticorrupção”, em nome da qual se promoverão os “pogrons” antiliberdades.

Infelizmente, nossos “republicanos” continuam querendo medir perdas e ganhos políticos  de um jogo democrático.


Vamos entrar num regime de força e muitos ainda não o percebem.

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Nº 25.157 - "Sérgio Moro é um político que se fazia de juiz. Lula é um preso político"

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02/11/2018

Sérgio Moro é um político que se fazia de juiz. Lula é um preso político


Do Brasil 247 - 01/11/2018


por Patrus Ananias

Patrus AnaniasSérgio Moro foi manchete de capa ao declarar que "Jamais entraria para a política". Naquele momento, essa foi a maneira encontrada por ele para escamotear que Lula não estava sendo julgado por um Poder Judiciário minimamente neutro. Lula foi julgado e condenado por um juiz atuando como político. Sérgio Moro é um juiz que já tinha lado escolhido antes de iniciar qualquer julgamento, fazendo valer sua ideologia nas decisões e julgando com propósitos eleitorais.

Integrantes do Ministério Público, do Poder Judiciário, como todos nós, não estão imunes às questões ideológicas. Estas questões atravessam toda a sociedade e dizem respeito às disputas políticas, econômicas, culturais; conflitos que acontecem no campo dos valores e da compreensão do mundo.

Existe no Brasil uma hegemonia do capitalismo sem limites e sem fronteiras. Juízes, desembargadores, ministros, integrantes do Poder Judiciário não são imunes a essas disputas ideológicas que se travam no interior da sociedade. Diversos deles assumem os valores e as práticas do neoliberalismo, do privatismo, do individualismo, e levam essa visão reduzida e distorcida do mundo para os seus julgamentos. Tornam-se políticos atuando em papéis que deveriam ser de juízes, procuradores.

A interpretação das leis a partir de um claro viés político e ideológico leva ao chamado lawfare, guerra jurídica, que ocorre quando se utiliza as instituições para perseguir um adversário político. A falta de provas contundentes, a utilização de absurdos indícios à guisa de provas, a negação dos fatos e a velocidade do julgamento (para impedir que Lula fosse candidato novamente) deixam claro, agora mais do que nunca, que Lula é um preso político.

Tendo sido julgado por este Sérgio Moro que agora aceitou ser ministro de Bolsonaro, Lula é um preso político. Diversas personalidades brasileiras, que de modo algum podem ser consideradas simpáticas a Lula ou ao PT, reconheceram desde o primeiro momento que o simples fato de Moro considerar o convite já denunciava sua posição política. Posição esta que nunca paramos de denunciar.

No exterior, a simples possibilidade de Moro assumir o ministério da Justiça do candidato vencedor, após condenar à prisão seu principal rival, já era vista com enorme assombro, denunciando de modo inegável uma justiça absolutamente partidarizada. O fato de ter tirado o sigilo da delação de Palocci durante o período eleitoral, sem qualquer razão prática para isso, favorecendo a campanha de Bolsonaro, apenas deixava ainda mais claros quais seus propósitos. Ainda mais porque a delação de Palocci foi negada pelo Ministério Público Federal e denunciada por procuradores da Lava Jato como um "blefe" que "nunca deveria ter existido".

Sérgio Moro é um político alinhado à direita, conservador, que utilizou a Justiça para fazer valer propósitos seus que agora se mostram claramente ilegais. Sérgio Moro é um político que se fez de juiz enquanto era interessante aos propósitos dos que queriam tirar Lula da disputa eleitoral. Agora, é premiado como cargo político que lhe cabe, negociado ainda durante a campanha eleitoral.


PATRUS ANANIAS. Ex-ministro do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário, é deputado federal pelo PT-MG

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