quinta-feira, 29 de março de 2018

Nº 23.761 - "TEMER JÁ PODE PREPARAR A CARTA DE RENÚNCIA"

.

29/03/2018

TEMER JÁ PODE PREPARAR A CARTA DE RENÚNCIA

Do Brasil 247 - 29 DE MARÇO DE 2018 ÀS 09:03




Michel Temer, que usurpou o cargo da presidente Dilma Rousseff por meio de um vergonhoso golpe parlamentar, que arruinou com a economia e a imagem do Brasil, só tem uma saída honrosa, agora que seu principal operador, José Yunes, foi preso pela Polícia Federal: a renúncia; depois da decisão do ministro Luis Roberto Barroso, de mandar prender Yunes e o presidente da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, que se beneficiou de um decreto irregular no setor portuário, num dos primeiros esquemas de corrupção pós-golpe, a terceira denúncia contra Temer, inevitavelmente, será apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente da Câmara, que se coloca como pré-candidato à presidência, não terá como não aceitá-la – até porque isso seria um presente para os deputados

247 – Michel Temer, protagonista do capítulo mais vergonhoso da história do Brasil, que foi o golpe dos corruptos contra a presidente honesta Dilma Rousseff, já pode preparar sua carta de renúncia. Nesta quinta-feira 29, ele foi encurralado pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que mandou prender seu operador e parceiro imobiliário José Yunes, seu articulador político e também operador Wagner Rossi e o empresário Antônio Celso Grecco, acusado de pagar propinas no porto de Santos.

Com esse strike, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge fatalmente apresentará a terceira denúncia contra Temer, que escapou das duas anteriores, por corrupção e comando de quadrilha, torrando bilhões na compra de deputados. Com uma terceira denúncia nas mãos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se coloca como pré-candidato à presidência da República, não terá como rejeitá-la – até porque isso seria um presente para os deputados. Como Temer é rejeitado por 94% dos brasileiros, nada melhor do que degolá-lo antes das eleições.


A ascensão de Maia à presidência também interessa diretamente à Globo e às forças que lideraram o golpe de 2016, porque até agora não conseguiram produzir um candidato competitivo para enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aposta é que Maia, com a caneta nas mãos, possa tentar superar o deputado Jair Bolsonaro, que ocupou o espaço da direita brasileira.

.

Nº 23.760 - "Boulos quer uma frente de esquerda contra o Fascismo"

.

29/03/2018

Boulos quer uma frente de esquerda contra o Fascismo


Quem semeia o ódio é um bandido sem-vergonha!



Do Conversa Afiada - 29/03/2018


ManuelaLulaBoulos.jpg

O candidato do PSOL a Presidente, Guilherme Boulos, esteve no palanque com Lula, em Curitiba, ao lado de outra candidata a Presidente, Manuela d'Ávila, do PCdoB.

Boulos começou de forma clara, ao se referir aos fascistas que atiraram na caravana do Lula: "quem semeia o ódio é o Jair Bolsonaro, esse bandido, criminoso sem-vergonha".

(Bolsonaro também foi a Curitiba nessa quarta-feira 28/III e reuniu meia dúzia de gatos pingados, ao lado de um ex-chefe de polícia do tucano Richa, que fugiu dos professores.)

Boulos pediu à plateia um "Marielle, presente!", a vereadora do PSOL negra, socialista e homossexual assassinada no Rio.

Boulos observou que entre ele e Lula e Manuela há divergências – o que é natural, disse, mas essas divergências não impedem que todos da Esquerda defendam a Democracia contra o fascismo.

Por isso, ele pediu uma frente contra o fascismo.

"Porque com o fascismo não se brinca, não se conversa, mas se combate com unidade!", disse.


PHA
.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Nº 23.759 - "Ao vivo: Caravana de Luna em Curitiba"

.

28/03/2018


Ao vivo: Caravana de Luna em Curitiba
 

Assista ao vivo, direito de Curitiba:

Um ato suprapartidário encerra nesta quarta (28), em Curitiba, a Caravana Lula Pelo Brasil, depois de percorrer 14 estados e centenas de cidades.

O evento de hoje será marcado pela defesa da democracia e contra os violentos ataques registados anos últimos dias.


No ato público de encerramento do périplo do petista, além de Lula, estão confirmadas as presenças de Manuela D’Ávila, Guilherme Boulos, Roberto Requião e João Capiberibe, bem como de movimentos sociais e parlamentares PT. PSB, PSOL, PCdoB e PDT.

Nº 23.758 - "A Rede Globo e a cultura do ódio e da mentira"

.

28/03/2018

A Rede Globo e a cultura do ódio e da mentira


Do Brasil 247 - 28 de Março de 2018



Jessé Souza

Resultado de imagem para jessé souzaHoje em dia não resta nenhuma dúvida ao leitor atento que o Brasil está sendo vítima, desde 2013, de um ataque dirigido pelo capitalismo financeiro internacional na sua ânsia de saquear as riquezas nacionais e se apropriar do trabalho coletivo. Mas este ataque não tem as mesmas consequências em todos os lugares.

Daí ser fundamental inquirir pela forma especificamente nacional que este ataque assume.

No Brasil a instituição que incorpora à perfeição o espírito do capital financeiro é a Rede Globo. A mentira tem que ser dita não só como se verdade fosse, mas tem de dar a impressão de ser luta moral e emancipadora.

Essa é a sofisticação demoníaca do capital financeiro que a Globo materializa e interpreta tão bem.

O ponto essencial é a criminalização da política e das demandas populares com o propósito de legitimar a rapina da população.

A criminalização da política como forma de possibilitar o governo diretamente pelo "mercado" e sua rapina, teve entre nós eficácia inaudita.

Nossa elite já havia produzido, com base na construção de uma imprensa venal e na cooptação da inteligência nacional, como denuncio no meu livro A Elite do Atraso, toda uma interpretação preconceituosa do pais como uma raça de vira latas inconfiáveis e corruptos.

O lugar institucional da roubalheira do vira-lata brasileiro seria, no entanto, apenas o Estado patrimonial tornado o mercado, raiz e fonte real de todo roubo, o lugar paradisíaco do trabalho honesto e do empreendedorismo.

Todo o ataque da rede globo e da lava jato para criminalizar a política foi grandemente facilitado por este trabalho prévio de distorção da realidade, que literalmente invisibiliza os interesses dos donos do mercado aqui e lá fora.

O outro ponto fundamental nesta estratégia é a suposta superação das demandas por igualdade pelas demandas por diversidade que o capital financeiro internacional defende desde os anos 90.

Desse modo se cria não apenas uma divisão artificial nas demandas populares como confere um verniz emancipador ao capitalismo financeiro que, na realidade, passa a poder explorar indistintamente mulheres e homens, negros e brancos, gays e heterossexuais como se defendesse seus interesses.

A apropriação da rede globo do assassinato de Marielle Franco mostra as consequências praticas desse engodo.

Mas a Globo não parou por aí.

Criminalizou a própria demanda por igualdade que é a maior causa da cultura do ódio que grassa impune no país.

A narrativa da Rede Globo, logo depois assumida pela própria Lava Jato, de tratar o PT como "organização criminosa" e de apenas "fulanizar" a corrupção dos outros partidos, significou rebaixar a demanda por igualdade, que o PT representava, de seu caráter de fim para mero meio de assalto ao Estado.

Sem a possibilidade de conferir racionalidade política à raiva justa que se sente pela injustiça social, parte do povo cai nas mãos da raiva e da violência em estado puro representada por Bolsonaro e pela onda de assassinatos políticos que grassa no país.

Não ver a relação íntima entre a guerra cultural comandada pela rede globo e o clima de ódio e assassinato de lideranças que se alastra no país é cegueira.

O conluio com a Lava Jato, levando ao Estado de exceção e da suspensão das garantias legais, reforça a sensação de impunidade para a violência e ódio generalizado.

O resultado é uma histeria punitivista com moralidade de fachada que promete impunidade para o ódio aberto e assassino.

Os ataques com conivência policial à caravana de Lula, o assassinato de líderes do MST no hospital ou a chacina de jovens da periferia são todos consequência da lógica cultural de um capitalismo do saque e da rapina do qual a globo é a expressão máxima entre nós.

A série de José Padilha na Netflix, com padrão global de qualidade, é mais um capítulo dessa distorção monumental da realidade.

O diretor, um boçal com virtuosidade técnica, imagina que compreende o mundo ao chamar de "mecanismo" aquilo que não conhece e nem consegue explicar.

Como descaradamente refaz a história com intuito de falseá-la seu oportunismo é leviano e irresponsável.

Como o conluio Globo e Lava Jato, antes tão dominante, perde credibilidade a cada dia e é percebido crescentemente como braço do neo-colonialismo americano, a escalada de violência explícita tem a marca do desespero e é ai que reside o perigo para toda a sociedade.

A batalha no STF adquire importância a partir disso.

A Globo, como o ministro Gilmar Mendes denunciou, tem também, não só a Lava Jato nas mãos, mas a sua própria bancada no STF, punitivista e moralista de fachada como ela.

Ainda que os interesses em jogo nesse embate não sejam de todo transparentes, vale a fórmula fundamental de Brizola: na dúvida sobre qualquer tema, escolha o lado contrário da rede globo.


(Publicado originalmente na  Carta Capital)


Jessé Souza é sociólogo, escritor e autor de "A elite do atraso"

.

Nº 23.757 - " O ATENTADO CONTRA LULA E A AMEAÇA AO FACHIN"

.

28/03/2018



O ATENTADO CONTRA LULA E A AMEAÇA AO FACHIN


Do Cafezinho - 28 de Março de 2018 : 07h21





por Jeferson Miola

A caravana do ex-presidente Lula sofreu um atentado a tiros na “República do Paraná”, o território dos principais propagadores do ódio e da violência no Brasil, quando se deslocava entre as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul.

Apesar de felizmente não ter produzido vítimas, o atentado é de extrema gravidade, não só por ser dirigido contra um ex-presidente da República, contra populares e parlamentares, mas por confirmar a escalada do terrorismo de setores da classe dominante.

Na página oficial na internet, Lula diz que o Paraná, governado pelo tucano Beto Richa, “foi o único estado da federação de todos os percorridos pela caravana, a não fornecer uma escolta policial para a comitiva dos ônibus”.

O atentado contra Lula é a violência mais grave perpetrada contra a caravana. O atentado aconteceu apenas 2 semanas depois daquele atentado fatal que matou Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

Antes deste atentado a tiros no Paraná, a caravana do Lula tinha sofrido toda sorte de barbaridades no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. E isso aconteceu, lamentavelmente, sempre com a complacência dos executivos, das polícias militares e civis e dos ministérios públicos estaduais; assim como com a conivência do ministério público e da polícia federal.

Os noticiários da Rede Globo banalizam o fascismo. A Globo chama de “manifestantes” os terroristas que desferem tiros, usam relhos, armas e pedras contra a caravana do Lula. Para a Globo, a violência contra Lula – inclusive a armada – é “protesto”.

Autoridades também incitam a violência. A senadora Ana Amélia Lemos, do reacionário PP, aplaudiu e estimulou a violência de jagunços criminosos. Seus colegas no Senado, todavia, não a julgam por promover crimes que atentam contra a ordem política e social do país.

Nesta terça-feira 27/3, mesmo dia em que ocorreu o atentado contra Lula, a Globo tentou “equilibrar” o noticiário com a repercussão da entrevista de Edson Fachin à Globo News. Nela, o juiz do stf citou ameaças supostamente dirigidas à sua família.

É impossível não atentar para a eventual existência de interesse subliminar da notícia. Afinal, de onde poderiam partir as supostas ameaças a Fachin e à sua família, senão –supostamente – “de petistas contrariados com a posição de Fachin contra Lula”?

Na entrevista à Globo News, Fachin não citou um único fato, um único telefonema anônimo, um único episódio ou um único evento concreto de alguma ameaça sofrida por algum familiar seu. Ainda assim, porém, é importante dar crédito à denúncia do Fachin, e é imperativo prover a ele toda a segurança que deve ser conferida a um agente de Estado – desde a um inspetor de vigilância sanitária, a um juiz do stf e a um ex-presidente da República.

Causa estranheza que a notícia de ameaças à família do Fachin surja no exato momento em que é perpetrado o mais grave atentado a um ex-presidente do Brasil desde aquele atentado automobilístico perpetrado contra Juscelino Kubistchek na rodovia Dutra, em 1976.

O fascismo deita raízes no Brasil.

O nazismo e o fascismo começaram se manifestar na Alemanha e na Itália com Hitler e Mussolini nos anos 1920 e 1930. Estes regimes não foram decapitados na origem e, assim, se tornaram as experiências mais genocidas e mais anti-civilizacionais e mais monstruosas da humanidade.

Se nada for feito no Brasil para deter a perigosa ascensão da tirania midiático-jurídico Globo-Lava Jato, o país mergulhará em definitivo no arbítrio e no obscurantismo fascista.

.

Nº 23.756 - "Advogados denunciam ao MP grupos de whatsaap suspeitos do atentado contra Lula; em conversas, planejam ataques"

.

28/03/2018



Advogados denunciam ao MP grupos de whatsaap suspeitos do atentado contra Lula; em conversas, planejam ataques


Do Brasil de Fato - 28 de março de 2018 às 13h04
    




Montagem com prints da conversas de Whatsapp do grupo “Caravana Contra o Lula 26/03” / Reprodução



Grupos de Whatsapp planejam ataques contra Caravana; confira conversas

“Tem que meter bala, aproveita que tá de noite, mirar nos pneus, motor”, diz um dos suspeitos


O Ministério Público do Paraná acatou, na manhã desta quarta-feira (28), uma representação do Coletivo de Advogados e Advogadas pela Democracia (CAAD), que denuncia suspeitos do atentado contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido na tarde de ontem (27).

De acordo com o procurador de justiça do Paraná, Olympio Sotto Maior Neto, o atentado, três tiros dados contra dois dos ônibus da Caravana, foi uma “barbárie inaceitável”.

“Estamos diante de uma situação clara onde não há apenas falta de civilidade, mas a prática de crimes. A apologia e incitação a prática de crimes, e ações concretas que culminam até em uma prática de homicídio. O Ministério Público tem o dever legal de apurar, de fazer a investigação e buscar a punição dos culpados. A matéria será encaminhada imediatamente à procuradoria geral”, afirmou o promotor.

O documento, representado pelos advogados Ivete Caribé da Rocha, José Carlos Portella Junior e Tânia Mara Mandarino, foi enviado ao CAAD na segunda-feira (26), e traz prints de conversas no Whatsapp dos grupos “Caravana Contra Lula 26/03” e “Foz contra Lula 26/03”, nos quais integrantes afirmam a intenção de trocar os ovos e pedras, que vinham sido atirados contra a Caravana desde seu início, por tiros de munição letal.

“Gente, vamos trocar os ovos por bala de borracha e munição letal, que vai ser bem mais eficaz”, diz um dos integrantes do grupo Caravana Contra Lula 26/03, em uma mensagem enviada às 9h50 da segunda-feira (26). “Gosto da ideia, seria o primeiro a atirar, mas aí nós seríamos os vilões”, responde outro integrante.

Posteriormente, acontece o seguinte diálogo:

— “Vou para o Paraguai comprar um fuzil, é o único jeito kkkkk”.

— “Vai na loja de arma, compra um puma 38 ou 44, é mais fácil do que você imagina”.

— “Aí é só se posicionar do outro lado do rio e mandar uma bala certa”.

Horas depois, às 23h38, um outro integrante enviou a seguinte mensagem: Tem que meter bala, aproveita que tá de noite, mirar nos pneus, motor e Bala”.

Paralelamente, no grupo “Foz contra Lula 26/03”, às 10h53 da mesma segunda-feira, um integrante do grupo mandou a mensagem “Onde arruma esses miguelitos?”. Um segundo integrante respondeu: “Não vamos dar chance nem deles descerem do ônibus”.

Os miguelitos são uma espécie de cruz feita com pregos, e foram justamente utilizados para furar os pneus dos ônibus das Caravanas ontem, como parte da emboscada.

O coletivo solicitou ao Ministério Público que o atentado seja considerado crime federal e pediu a prisão preventiva dos suspeitos, principalmente de um deles que possui diversas armas regularizadas e participa de movimentos de extrema direita.

“Na denúncia, um suspeito é considerado de grande perigo, pois tem porte de armas e seria ligado ao MBL. Estamos considerando esse grupo como é formação de quadrilha, pois eles planejavam um atentado contra a caravana”, alerta Tânia Mandarino.

Além dos casos registrados no Paraná, o CAAD também vai relatar outros incidentes ocorrendo em Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O pedido é que o Ministério Público do Paraná encaminhe as denúncias para os Estados vizinhos. A notícia crime identificou 29 suspeitos.

A Caravana segue seu percurso e termina hoje com um ato político na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba (PR).

Abaixo, os prints que constam na denúncia.







   


.

Nº 23.755 - "Pressão de Moro sobre Weber 'deu ruim', indica procurador"

.

28/03/2018

Pressão de Moro sobre Weber “deu ruim”, indica procurador


Do Tijolaço · 28/03/2018

passinho


por  FERNANDO BRITO

O furioso artigo do “guru” da Lava Jato, o autotritaríssmino procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, na Folha de S. Paulo é um sinal de que as pressões sobre a ministra Rosa Weber passaram do ponto e estão produzindo efeito contrário.

Afinal, chamar a sessão do STF de  “encenação”, atacar diretamente os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio e cdizer de Rosa Weber que “se onde menos se espera é que não sai coisa alguma” é não apenas insolente por parte de um procurador como, também, sinal de que as coisas podem sair pior do que esperavam os que gostariam de prender Lula não apenas agora, mas desde sempre.

Ele e, sobretudo, Sérgio Moro, quando partem para a pressão pessoal – como fez o juiz ao colocar pressão diretamente sobre Rosa Weber, sabem que isso não funcionaria, senão ao contrário, provocando irritação.

Resta saber o que, no seu ocaso, a trupe da Lava Jato ainda fará nos seus estertores.


 .

Nº 23.754 - "Contra tiros, melhor defesa de Lula se encontra no apoio do povo"

.

28/03/20218


Contra tiros, melhor defesa de Lula se encontra no apoio do povo


Do Brasil 247 - 28 de Março de 2018




por PAULO MOREIRA LEITE

Os tiros que atingiram a caravana de Lula, ontem, devem inspirar uma reflexão demorada sobre um novo patamar atingido pela violência política no país. A segurança de Lula deve ser reforçada em todos os pontos. Medidas preventivas imediatas devem ser tomadas.  

No plano político, a responsabilidade do governo federal -- que tem a guarda constitucional dos ex-presidentes da República -- deve ser ressaltada e cobrada. Um governo capaz de montar uma bilionária intervenção federal no Rio de Janeiro não pode ficar de braços cruzados nem fazer ares de surpresa diante da caçada contra o mais popular político brasileiro. Não tem o direito de fingir que não sabe o que está acontecendo. 

O mesmo vale para os governadores de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná -- conforme denunciado com clareza por Paulo Frateschi, coordenador da caravana, que teve o lóbulo de uma orelha esmagado por uma pedra de miliciano fascista, aqui neste espaço.

É preciso ter clareza sobre o ponto principal, contudo. A  mais eficiente forma de defesa de Lula reside na mobilização popular e no reforço de seus laços com o povo.  Ali se encontra  a força capaz de garantir sua proteção. Este é o ponto principal.

Em minha opinião, toda iniciativa, toda ideia, toda proposta de ação daqui para a frente deve estar subordinada a pergunta principal: será um estímulo a mobilização popular? Irá fortalecer -- ou não -- suas relações com os trabalhadores e a população explorada? Será corretamente compreendida pela maioria dos brasileiros, em especial aliados e apoiadores de Lula? 

A importância da mobilização popular é uma lição que parecia sabida e compreendida por 100% dos brasileiros  desde as fracassadas tratativas de se promover um acordo de cúpula com base na ilusão de que pretendiam impedir o impeachment de Dilma Rousseff.

Tanto que a célebre "voz das ruas"  era um fator que costumava  ser repetido  de boca cheia -- e frequência até monótona  -- nos últimos meses.

Não me recordo de uma liderança social -- ou mesmo blogueiro --  que tenha esquecido de encerrar os artigos e pronunciamentos com homenagens obrigatórias à "força das ruas".  Uma verdade tão importante  como essa não pode ser esquecida no primeiro susto. Nem depois dos primeiros tiros. A menos, claro, que nunca tenha sido mais do que simples retórica.

Sabemos que a resistência democrática entrou numa nova fase, marcada pelo desafio da violência aberta. Os riscos de um atentado a vida de Lula não podem ser minimizados nem por um minuto.  

Neste momento, contudo, é bom não confundir causas e efeitos. Seria o mesmo que inverter papéis no momento atual.

Minha opinião é que os novos cuidados com a segurança de Lula não podem, em momento algum, levar a um enfraquecimento de suas ligações com o povo.

Iniciativa democrática numa região que tem como polo principal o Rio Grande do Sul, estado que o PT governou duas vezes, sem falar em inúmeras prefeituras, a caravana no Sul não é nem pode ser vista como a origem dos atos de selvageria criminosa  dos últimos dias.  

Para começar, sua realização faz parte dos direitos de reunião previstos no artigo 5 da Constituição.

As caravanas representam, desde sua primeira versão -- no Nordeste, em agosto-setembro de 2017 -- um esforço de mobilização da população para retornar a democracia e reforçar a única candidatura capaz de vencer o consórcio jurídico-midiático responsável pela decomposição de uma democracia duramente conquistada após 21 anos de ditadura militar.

A violência criminosa que emergiu nos últimos dias tem a marca registrada  da velha elite colonial brasileira, inconformada com um possível  retorno do país ao Estado Democrático de Direito.

Dentro e fora do país, seus políticos e estrategistas sabem que em torno de Lula se constrói o ponto de passagem para interromper o curso de uma agenda anti-popular e anti-nacional que se pretende enfiar goela abaixo do país desde a queda de Dilma Rousseff.  

Nos últimos dias, ocorreram mudanças nesse caminho.

Ao colocar a liberdade de Lula como uma possibilidade concreta e imediata, desfazendo o projeto de um longo encarceramento que estava no roteiro da Lava Jato desde os primeiros dias, o habeas corpus obtido no STF na semana passada foi o primeiro sinal concreto de uma possível correção da situação política.

O permanente fortalecimento da candidatura Lula -- ainda um imenso desafio pela frente, sabemos todos  -- representa um segundo passo na mesma direção.

Vem daí a explosão do inconformismo criminoso com a caravana, que mostrou a cara nos últimos dias. Assim como ocorria com as reformas aprovadas por Temer -- como o fim da CLT --  a eliminação política de Lula constitui o único fator que unifica a velha classe dominante brasileira. 

Embora não faltem recursos, apoio externo, simpatia automática da mídia grande, está cada vez mais difícil encontrar um candidato viável para ir às urnas -- como se vê pela permanente multiplicação de pretendentes. A presença de duas  possíveis candidaturas no governo Temer -- recordista universal de impopularidade -- demonstra que a divisão e luta interna atingiu um plano que seria risível, não fosse grotesco.

A ação das milícias ocorre neste ambiente. Elas são responsáveis pelo ambiente de insegurança no país -- não Lula. Elas devem ser investigadas e proibidas -- não a caravana. Em nenhum momento, muito menos numa hora como a atual, a distância entre verdade e mentira pode ser esquecida. Como aprendemos há meio século, na reunião ministerial que aprovou o AI-5, o caminho mais fácil para impor um regime tirânico é mandar "às favas todos os escrúpulos de consciência". 


Deu para entender? 


Paulo Moreira Leite é colunista do 247, ocupou postos executivos na VEJA e na Época, foi correspondente na França e nos EUA

.

.


Nº 23.753 - "Presidenciáveis de esquerda se unem a Lula em encerramento da Caravana"

.

18/03/2018


Presidenciáveis de esquerda se unem a Lula em encerramento da Caravana


Presidenciáveis de esquerda se unem a Lula em encerramento da Caravana


Do Jornal GGN - ATUALIZADO EM 28/03/2018 - 13:10 QUA, 28/03/2018 - 12:56




Jornal GGN - Os presidenciáveis do PSOL, Guilherme Boulos, e do PCdoB, deputada gaúcha Manuela D'Ávila, decidiram se unir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ato de encerramento da caravana, em Curitiba, nesta quarta-feira (28), após a sequência de atos de violência, culminando em três tiros disparados contra os ônibus que conduziam a equipe de Lula.

O gesto foi definido por Bolous e Manuela D'Ávila para mostrar o apoio das frentes de esquerda contra as agressões e violências de grupos fascistas ao ex-presidente no sul do país. O anúncio foi divulgado pelos pré-candidatos à Presidência em suas redes sociais, após os partidos condenarem publicamente os ataques a tiros.


"É importante que a gente tenha esta maturidade de sentar junto e buscar uma unidade democrática contra este descalabro", disse Boulos. "Estarei hoje em Curitiba em defesa da democracia e contra os ataques fascistas a Lula. Temos diferentes candidaturas na esquerda e isso é legítimo e expressa a diversidade de visões, mas o momento exige unidade democrática. Com fascismo não se brinca", publicou em sua conta no Twitter:


Estarei hoje em Curitiba em defesa da democracia e contra os ataques fascistas a Lula. Temos diferentes candidaturas na esquerda e isso é legítimo e expressa a diversidade de visões, mas o momento exige unidade democrática. Com fascismo não se brinca.


A decisão foi adiantada pela jornalista Thais Arbex, que informou que integrantes do PSol, PCdoB e PDT querem se reunir com o PT em uma reação conjunta à escalada de violência na política, em uma rede que representará a união da frente de esquerda no país.
 

"Nossa unidade é contra o fascismo, contra a destruição do Brasil e da democracia!", publicou Manuela, em sua página:


Estaremos juntos: eu, @GuilhermeBoulos e @LulapeloBrasil hoje em Curitiba. Nossa unidade é contra o fascismo, contra a destruição do Brasil e da democracia!
O PCdoB já havia emitido um comunicado público contra o cenário: "Engana-se quem julga que se trata somente de um ataque ao Partido dos Trabalhadores e ao seu maior líder. Os tiros a caravana alvejam a democracia e ao que resta do Estado Democrático de Direito", escreveu Manuela em nota conjunta com a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos (PE).
 

"Se não forem devidamente contidas e punidas como determina a Constituição Federal tentarão criar um clima de violência e polarização no processo eleitoral que apenas se inicia. (...) Estaremos hoje em Curitiba, repudiando a escalada fascista, defendendo a democracia e o Estado Democrático de Direito", completaram.
 
Além da frente de esquerda, grupos de extrema direita confirmaram que estarão presentes, liderados pelo deputado Jair Bolsonaro (PSL). O também presidenciável já havia organizado atos contra o ex-presidente Lula, chamando-o de "bandido" e intimou-o a mostrar hoje "quem mais leva o povo na rua de graça". O deputado realizará um ato político em Ponta Grossa, a 115 km de Curitiba.

.

Nº 23.752 - "Requião convoca Curitiba para ato de Lula nesta quarta; assista"

.

28/03/2018



Requião convoca Curitiba para ato de Lula nesta quarta; assista


Do Blog do Esmael - 28 de Março de 2018 por esmael




O senador Roberto Requião (MDB-PR) publicou um vídeo nesta quarta (28) convocando amigos e correligionários para o ato público com o ex-presidente Lula às 17 horas, na Praça Santos Andrade (UFPR), em Curitiba. “É importante receber Lula democraticamente”, frisou o parlamentar.

No vídeo, Requião destacou a importância do petista na firmação do Brasil como Estado soberano e potência econômica mundial. “Lula deixou o governo com 84% de aprovação e até o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que ele era o cara”.

“Na minha visão, o que se procura não é atingir Luiz Inácio Lula da Silva. É a própria soberania nacional”, explicou o senador.

“O que aconteceu depois do impeachment da presidente Dilma? A precarização do trabalho, acabaram com as garantias do trabalho, fazem esforço para acabar a aposentadoria e a privatização do sistema energético”, denunciou Requião.

Para o senador do MDB, a perseguição política ao ex-presidente Lula visa acabar com a soberania nacional e aviltar trabalho.

“O Brasil precisa renascer com um referendo revogatório, em aliança com o setor produtivo, contra o capital financeiro que quer nos transformar em escravos. Querem privatizar as escolas e o país.”

Assista ao vídeo:


terça-feira, 27 de março de 2018

Nº 23.751 - "Tentaram matar Lula. E agora?"

.

27/03/2018

                  Tentaram matar o Lula

Do TV 247 - 27/03/2018



.

Nº 23.750 - "REQUIÃO: QUEREM MATAR LULA NO ASSALTO À SOBERANIA DO PAÍS"

.

27/03/2018


REQUIÃO: QUEREM MATAR LULA NO ASSALTO À SOBERANIA DO PAÍS


Do Brasil 247 - 27 DE MARÇO DE 2018 ÀS 21:29



Do Brasil 247 - 27 DE MARÇO DE 2018 ÀS 21:29

O senador Roberto Requião (MDB-PR) condenou a tentativa de assassinato do ex-presidente Lula, no ataque a tiros a ônibus da caravana nesta terça-feira, 27, no sul do Paraná. Em vídeo seu Facebook, Requião cobrou das autoridades do estado investigação sobre o crime; "O Paraná tem que garantir a segurança dos membros da caravana do ex-presidente Lula. É isso que se espera de um estado civilizado", disse o senador; "Através do Lula o que pretendem é garantir o entreguismo, a entrega do petróleo, da água, dos céus, o fim das garantias, da Previdência, é um assalto à soberania do País"


Paraná 247 - O senador Roberto Requião (MDB-PR) condenou a tentativa de assassinato do ex-presidente Lula, no ataque a tiros a ônibus da caravana nesta terça-feira, 27, no sul do Paraná. Em vídeo seu Facebook, Requião cobrou das autoridades do estado investigação sobre o crime. 

"O Paraná tem que garantir a segurança dos membros da caravana do ex-presidente Lula. É isso que se espera de um estado civilizado. E jogo duro com esses bandidos que estão atacando uma caravana que procura manifestar sua opinião", disse o senador. 

"Não é o Lula que está sendo atacado. Através do Lula o que pretendem é garantir o entreguismo, a entrega do petróleo, da água, dos céus, o fim das garantias, da Previdência, é um assalto à soberania do País", afirmou. 

Inscreva-se na TV 247 e assista ao depoimento do senador Roberto Requião: 


.


Nº 23.749 - " 'Atentado contra Lula é inaceitável', denunciou Dilma "


.
27/03/2018


“Atentado contra Lula é inaceitável”, denunciou Dilma


Do Blog do Esmael  - 27 de Março de 2018  




“A tentativa de intimidar o presidente Lula e a caravana de Lula pelo Brasil com tiros e agressões, é inaceitável”, declarou a presidente eleita Dilma Roussef, em nota nesta noite de terça (27). Confira.

 “O atentado ocorrido no final da tarde desta terça-feira, 27 de março, contra um ex-presidente da República do país é grave e ocorre num momento difícil para o Brasil.
A tentativa de intimidar o presidente Lula e a Caravana Lula pelo Brasil com tiros e agressões, é inaceitável.

Não estamos mais nos anos 50 do século passado, ou na ditadura militar quando a eliminação física de adversários políticos era uma constante no Brasil e na América Latina. Essa prática não pode ser tolerada.

Tais ataques não vão intimidar democratas e militantes políticos.

O fascismo é intolerável e será denunciado por todos nós, que acreditamos na justiça social e na política como instrumento de transformação da realidade.

Toda solidariedade a Lula e aos integrantes da Caravana que estão sendo agredidos.

Estaremos denunciando em todos os cantos do Brasil e do mundo essa tentativa torpe de calar a todos os que se opõem ao arbítrio e ao Estado de Exceção no Brasil.

Por Dilma Roussef


*Com informações da Agência PT de notícias

...

Nº 23.748 - "Só existe Plano Lula. Não existe plano b, c, x, y ou z"

.

27/03/2018


Só existe Plano Lula. Não existe plano b, c, x, y ou z


Do Brasil 247 - 25 de Março de 2018


Rafael Ribeiro

por Jefferson Miola

Lula é o centro não só da eleição de 2018, como é o centro político em torno do qual se desenrola a história contemporânea do Brasil. Lula é o espectro que ronda as eleições e a realidade política brasileira.

Tudo passa pelo Lula. Inclusive as definições e escolhas da classe dominante para a eleição deste ano estão condicionadas às possibilidades, às escolhas, às definições do Lula e ao desfecho da perseguição judicial que objetiva baní-lo do jogo político e eleitoral.

A esquerda e o campo progressista é ainda mais dependente da estratégia que o Lula escolher para o período. Não existe – como nunca existiu – um plano b. Menos ainda um plano c, x, y ou z, porque só existe o plano Lula.

Todas os movimentos de dirigentes do PT, até mesmo aqueles dirigidos a adversários e integrantes do bloco golpista, não significam compromissos ou acordos, mas somente a prospecção de cenários.

Prospectar cenários e examinar o terreno da luta política, nestes tempos de imponderabilidade e incertezas, é absolutamente recomendável. Somente assim se consegue apreender a realidade na sua complexidade para poder articular globalmente a melhor estratégia.

Tudo o que se passa acerca do Lula no âmbito interno do PT ou do protagonismo do PT na dinâmica política e no debate público nacional é do conhecimento e consentimento do próprio Lula, até mesmo as especulações e balões de ensaio lançados na mídia.

Lula é o candidato do PT em 2018 até o fim. Ponto.

Lula será o candidato do PT até quando o pouco de democracia ainda existente no Brasil for suficiente para evitar que o regime de exceção casse sua candidatura presidencial.

Se Lula for interditado, será ele mesmo – e nenhuma outra entidade, indivíduo ou agente político – quem definirá, em diálogo com o PT e com o campo progressista e de esquerda do país, a alternativa que adotará.

E isso, longe de representar o plano b, significará o plano Lula, ajustado a uma circunstância da luta de classes e da resistência ao golpe e ao regime de exceção que indicará o ajuste necessário da estratégia.

Na eventualidade do plano Lula ter de ser executado sem o Lula diretamente, o quesito número 1 para quem representar o significado dele na eleição deverá ser o compromisso com a anistia do Lula para anular a condenação política da qual é vítima num processo injusto e enviesado.


Esta posição marca o início da restauração democrática no Brasil e a normalização do funcionamento das instituições.


JEFERSON MIOLA. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

.

Nº 23.745 - "Moro, um juiz contra a lei"

.

27/03/2018

Moro, um juiz contra a lei


Do Tijolaço · 27/03/2018


mororoda


por  FERNANDO BRITO 

Insuspeita de “esquerdismos”, a colunista Vera Magalhães, do Estadão, foi precisa ao comentar a “performance” de Sérgio Moro no Roda Viva, com o seu companheir de ocaso Augusto Nunes.

“Seu verdadeiro intento (de Moro) ali era fazer aquilo que disse na primeira resposta que não faria: ser censor do STF, pressionar a corte a não rever sua jurisprudência que autoriza prisão após condenação em segunda instância nem conceder habeas corpus para Lula.”

Ponto.

Claro que ele preferiria que, negado o habeas corpus, o programa pudesse servir para exibir-se como um pavão, anunciando a prisão de Lula. Coisa que um juiz minimamente sóbrio jamais faria.

Os planos mudaram e ele apelou para a técnica da fábula da raposa e do corvo, onde os elogios da primeira só visavam que o pássaro abrisse o bico e lhe deixasse cair o queijo.

Coisa de gente torpe.

Mas em um momento, ao espalhar sua pretensão de, além de dar conselhos ao STF, ao eleitor e até a quem vier a ser o novo presidente da República, Moro escorregou e confessou que prega uma decisão judicial que desrespeita a Constituição.

Foi quando sugeriu que  “o próximo presidente da República proponha uma emenda constitucional para colocar na Carta Magna do país a prisão após condenação em segunda instância“.

Ora, se é preciso uma emenda para colocar na Constituição, é porque não está lá. E se não está, não pode ser feita.

Houve outros pontos no programa que seriam importantes se Sérgio Moro tivesse algum apreço pela verdade, como a recusa em admitir que pediu desculpas – da boca para fora, como se vê – ao Ministro Teori Zavascki pela divulgação ilegal dos audios de Dilma Rousseff. Mas isso, depois da condenação de Lula por ser dono de um apartamento que nunca foi seu, francamente, é como esperar que bananeira dê jacas.

Essencial e argumento demolidor contra a prisão antes do trânsito em julgado de sentenças é sua confissão de que isso precisa ser incluído na Constituição que hoje o proíbe.


O que o torna, a ele e aos juízes que a legitimarem, contrários à lei maior do país.

.

Nº 23.744 - "Pressão de Moro sobre Rosa Weber pode ter efeito contrário"

.

27/03/2018

Pressão de Moro sobre Rosa Weber pode ter efeito contrário


Do Blog da Cidadania - 27 de Março de 2018


O juiz federal Sergio Moro concede entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura


por Eduardo Guimarães 


O programa Roda Viva desta semana iria servir de palco para a comemoração de Moro e dos inimigos declarados de Lula na emissora controlada pelo PSDB após a condenação final dele pelo TRF4. A condenação ocorreu, mas a festa teve que ser adiada.

Moro fez pressão sobre a ministra Rosa Weber, considerada por ele o fiel da balança do jogo no STF envolvendo o habeas corpus ao ex-presidente Lula. O juiz de primeira instância acha que basta convencê-la a não dar o habeas corpus que Lula será preso.

A pressão de Moro, porém, coloca Weber em uma situação difícil. Antes ele tivesse ficado de boca fechada. Agora, qualquer atitude dela soará como rendição à pressão do juiz de primeira instância mesmo após passar meses dizendo que achava que a jurisprudência que permite prisão em segunda instância deve mudar.

A Corte corre o risco de decidir uma coisa para Lula e mudar a jurisprudência logo ali adiante, já que se Lula for preso outros políticos amigos do partido do Judiciário estão na marca do pênalti e dificilmente o STF deixará de atendê-los.

Leia a matéria da Folha.

*

FOLHA DE SÃO PAULO

Na TV, Moro manda recado para ministra que pode decidir habeas corpus de Lula
Ao vivo no programa Roda Viva, juiz fez fartos elogios a Rosa Weber, cujo voto é considerado crucial
27.mar.2018 às 0h31Atualizado: 27.mar.2018 às 0h43


SÃO PAULO
O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, mandou um recado sutil, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, à ministra do STF Rosa Weber, cujo voto é considerado crucialna decisão sobre conceder ou não habeas corpus ao ex-presidente Lula, em sessão marcada para 4 de abril.

Ao citar a qualidade dos ministros do Supremo, ele mencionou apenas dois: o decano, Celso de Mello, e Weber, a quem fez fartos elogios.

O juiz federal Sergio Moro concede entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura

O juiz federal Sergio Moro concede entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura
Reprodução

“Tenho apreço especial pela ministra Rosa Weber, com quem trabalhei. Pude observar a seriedade da ministra, a qualidade técnica da ministra”, disse Moro, que foi auxiliar dela no caso do mensalão.

“Tenho expectativa de que esse precedente não vai ser alterado”, declarou, em referência à decisão de 2016 da corte, que autorizou a prisão após condenação em segunda instância, caso de Lula.

O Supremo está dividido, com cinco ministros defendendo a prisão e cinco a revisão desse procedimento. Weber deve decidir a questão.

Para o juiz, uma revisão da prisão após segunda instância teria “um efeito prático muito ruim”.


“Passaria uma mensagem errada de que não cabe mais avançar. Vamos dar um passo atrás. Seria uma pena.”

No programa, Moro criticou ainda o “sistema processual extremamente generoso em relação a recursos” e a utilização indiscriminada de pedidos de habeas corpus.

“No Brasil houve uma certa largueza na utilização do habeas corpus, mesmo quando não há prisão”, disse. “Muitas vezes, quando você não tem prisão, o remédio é o devido processo legal, é esperar o julgamento.”

Questionado sobre o foro especial, o juiz disse acreditar que o Supremo “não é preparado para julgar esses casos” e que é preciso eliminar ou reduzir bastante sua aplicação. “Eu não sou censor do Supremo. [Mas] O foro não funciona muito bem”, afirmou. “As coisas vão mais lentamente no STF”, completou.

Moro disse que, como juiz, não pode acreditar na hipótese de que haveria um acordão para frear a Lava Jato.

AUXÍLIO-MORADIA

Confrontado com o fato de receber auxílio-moradia, mesmo tendo imóvel próprio em Curitiba, como revelado pela Folha, Moro disse não falar pelos juízes, mas defendeu que o benefício seja usado para compensar a falta de reajuste salarial. “Não vejo a imprensa abordar que existe esse problema da falta de reajuste de vencimentos há uma longa data”, disse.

Em outro tema espinhoso, Moro respondeu sobre o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán, investigado na Lava Jato, que acusou o advogado Carlos Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do juiz, de tentar mediar acordo paralelo de delação premiada com integrantes da força-tarefa.

“Esse indivíduo fez essas afirmações. É uma fantasia que não existe base concreta”, disse. “O que se tem é uma pessoa acusada de crimes graves. Afirma que é advogado, mas tem US$ 17 milhões bloqueados em Cingapura. Várias pessoas dizem que ele teria envolvimento com lavagem. Inventou essa acusação para ver o juiz afastado do caso”, disse.

Moro foi questionado ainda sobre o filme “Polícia Federal — A Lei é Para Todos” e o seriado “O Mecanismo”, lançados recentemente e inspirados na Lava Jato. Disse que viu ambos.

“Os dois produtos têm suas qualidades, mas há uma série de liberdades criativas que são tomadas. Não retratam propriamente a realidade como aconteceu.”

Ele, no entanto, disse haver situações “que conferem com o que apareceu na realidade”.

Antes da entrevista, as duas esquinas da quadra onde fica a portaria principal da TV Cultura foram ocupadas por cerca de 40 manifestantes contra e a favor de Moro.

A edição desta segunda foi a última comandada pelo jornalista Augusto Nunes.

Participaram da entrevista o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, o diretor de jornalismo do Grupo Estado, João Caminoto, a diretora de Redação da Época, Daniela Pinheiro, o diretor de jornalismo da Bandeirantes, Fernando Mitre, e o jornalista Ricardo Setti.


 ..

Nº 23.743 - "No Roda Viva, Moro distorce fatos que envolvem Teori Zavascki e preserva auto-imagem de herói. Por Joaquim de Carvalho"

.

27/03/2018

No Roda Viva, Moro distorce fatos que envolvem Teori Zavascki e preserva auto-imagem de herói. Por Joaquim de Carvalho


Do Diário do Centro do Mundo  -  27 de março de 2018


Moro no Roda Viva: disse o que lhe convinha, sem ser devidamente questionado


por Joaquim de Carvalho


Resultado de imagem para joaquim de carvalho jornalistaNa entrevista ao Roda Viva, Sergio Moro fez um relato que não corresponde aos fatos. Pode ter feito outros com o mesmo defeito.

Mas este, seguramente, não se deu como narrado. Ele recordou que, no início de 2014, a operação Lava Jato quase acabou por decisão do ministro Teori Zavascki.

Moro disse que o ministro tinha mandado soltar todos os presos da operação. Era a consequência óbvia do habeas corpus obtido pela defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que se encontrava preso. 

O fundamento do HC era a ilegalidade da operação, que não poderia estar em Curitiba por algumas razões legais, entre elas a falta de competência do juiz.

A sede da Petrobras é no Rio de Janeiro, não no Paraná, e, na origem da investigação, em 2006, um dos envolvidos nos fatos apurados pela Polícia Federal era o então deputado federal, José Janene.

Como havia o parlamentar envolvido, o inquérito deveria ter sido remetido, já naquela época, ao Supremo Tribunal Federal, mas Moro, por razões que nunca ficaram claras, decidiu segurar a investigação em Curitiba, e manter sob sua jurisdição o doleiro e sócio de Janene, Alberto Youssef.

No Roda Viva, Moro contou a história até uma parte, com uma dramaticidade que lhe cai bem na figura do herói: ele disse que ficou arrasado com a decisão de Teori, voltou para casa (segundo ele, de bicicleta) cabisbaixo. Aquilo seria o fim da Lava Jato.

Ele disse que informou a Teori que a decisão colocaria na rua até um grande traficante — cliente de Youssef —, preso no pacote dos primeiros dias da operação. Moro afirmou, na TV, com um esboço de sorriso e piscando muito, que Teori reviu a decisão. 

“Ele não tinha todas as informações e, por isso, tinha tomado aquela decisão. Mas ele reviu”, disse.

O jornalista Ricardo Setti, revelando elevado grau de despreparo, perguntou se ele tinha informado Teori por e-mail.

Não, esclareceu Moro, as comunicações no Judiciário são feitas por papel, dentro do processo, “não existe um telefone vermelho”.

O que Moro não disse é que, além de fazer a comunicação formal, ele deixou de cumprir a decisão e, ao mesmo tempo, houve um vazamento para o site da revista Veja, que publicou um texto com o título “STF manda soltar acusado de tráfico internacional de drogas”.

Logo a nota da revista repercutiu e foi para a TV Globo. Teori começou a ser criticado e, então, ele deu entrevista à Globo para explicar que a decisão dele se limitava à libertação de Paulo Roberto Costa, e manteve a Lava Jato nas mãos de Moro.

“O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki voltou atrás e decidiu manter na cadeia onze presos da Operação Lava Jato”, diz Patrícia Poeta, na abertura do noticiário da TV Globo.

“O juiz de Curitiba emparedou Teori e o Supremo”, reagiu à época um advogado logo que viu a entrevista de Teori na Globo, num grupo de WhatsApp formado por criminalistas.

“Quando ministro do STF explica suas decisões na TV, a causa está perdida. Teori mostrou fraqueza, perdeu força, na mesma proporção em que Moro ganhou musculatura”, disse o criminalista Anderson Bezerra Lopes, na série de entrevista que fiz para o DCM, “As 10 maiores ilegalidades da Lava Jato”.

O caso também está descrito na reportagem “Como Sergio Moro emparedou Teori e o STF para consolidar seu poder”, publicada pelo DCM.

Ao vazar a decisão para a Veja, a vara de Moro mostrou o que viria a ser um marca da Lava Jato. A utilização da imprensa como aliada nos processos judiciais.

A estratégia está descrita no artigo que escreveu em 2004 para a Revista CEJ (Centro de Estudos Judiciários, do Conselho da Justiça Federal). Registrou ele:

“Os responsáveis pela Operação Mani Pulite ainda fizeram largo uso da imprensa. Com efeito: para o desgosto dos líderes do PSI (Partido Socialista Italiano), que, por certo, nunca pararam de manipular a imprensa, a investigação da ‘mani pulite’ vazava como uma peneira”, escreveu.

O artigo, por sinal, é o roteiro do que viria a ser o trabalho da Lava Jato, dez anos depois, com o uso de recursos previstos na legislação italiana, mas não na brasileira.

Para Moro, isso não é um problema. Ele dá um jeito de ajustar a lei a seus propósitos.

E tem tido êxito, já que, em geral, suas decisões têm sido confirmadas pelas instâncias superiores.

O TRF-4, num julgamento do pleno em 2016, ao tratar da acusação de ilegalidade das escutas telefônicas, disse que a Lava Jato não precisava seguir regras dos casos comuns.

O tribunal considerou que a Lava Jato gerou uma situação inédita, “a merecer um tratamento excepcional”.

Excepcional de exceção. Exceção que não pode, em nenhum hipótese, caracterizar o trabalho da Justiça.

Alguém aí já ouviu falar em tribunal de exceção e ao que remete? Ditadura. O oposto do império da lei.


Tudo isso poderia ser objeto de questionamento na entrevista de ontem. Mas os jornalistas pareciam mais querer levantar a bola do juiz do que, propriamente, fazer as perguntas devidas, em respeito ao público.

.