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31/01/2010
31 de Janeiro de 2010 - 11h30 - Última modificação em 31 de Janeiro de 2010 - 11h46
Mariana Jungmann
Enviada especial Agência Brasil
Salvador - O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou que os planos do governo de universalizar o acesso à internet rápida no Brasil será feito com a participação de estatais. Padilha não falou sobre a reativação da Telebrás, mas disse que “uma parte do acesso será feito só pelo estado”.
Na última semana, a imprensa divulgou que o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Plano Nacional de Banda Larga previa que a estatal iria levar internet ao consumidor, competindo com as empresas privadas.
O ministro disse ontem (30), no Fórum Social Mundial Temático da Bahia, que o governo recuperou a estrutura da Eletronet para que ela funcione como promotora, gestora e reguladora do processo, além de oferecer infraestrutura para que a internet possa ser levada aos locais mais distantes do país.
Segundo ele, a participação do estado no projeto sobre banda larga deverá seguir os moldes do plano que leva banda larga às escolas. “O Plano que leva banda larga a todas as escolas tem um componente que é feito só pelas estatais e um componente que é feito com parcerias com as operadoras de telefonia”, explicou Padilha. De acordo com ele, a ideia é manter essa característica mista no novo plano.
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domingo, 31 de janeiro de 2010
Contraponto 1292 - "O Rodrigo Vianna avisou. Agora, vocês são testemunhas"
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Viomundo
Atualizado em 31 de janeiro de 2010 às 13:55 |
Publicado em 31 de janeiro de 2010 às 13:51
por Luiz Carlos Azenha
Quando o repórter Rodrigo Vianna escreveu uma carta denunciando a manipulação grosseira do noticiário da TV Globo em ano eleitoral (2006), enfim ouviu-se uma voz "de dentro" da emissora, de alguem diretamente envolvido com os acontecimentos. Não foi a única. O Rodrigo "representou" um grupo de profissionais, alguns dos quais continuam na emissora, que não se conformaram com os métodos manipuladores de Ali Kamel, novos no sentido de serem mais sofisticados, mais difíceis de perceber, novos por envolverem não só o noticiário, mas também programas de entretenimento da emissora.
Conforme denunciou Marco Aurélio Mello, ex-editor de Economia do Jornal Nacional em São Paulo, no período eleitoral de 2006 a Globo "tirou o pé" das reportagens econômicas produzidas em São Paulo. Supostamente, elas beneficiariam o candidato Lula, já que a economia brasileira ia bem. Por outro lado, a emissora tratou de concentrar os seus recursos econômicos e profissionais na cobertura de assuntos e escândalos que poderiam desgastar o candidato Lula, escondendo assuntos que poderiam afetar a oposição. De repente, como que caído do céu, o comentarista Alexandre Garcia passou a pontificar no programa de Ana Maria Braga, dentre outros episódios que caracterizaram a tentativa de manipulação do eleitorado.
Desde 2006 a série sobre a revista Veja, de autoria do blogueiro Luís Nassif, demonstrou claramente como o Jornalismo da Abril foi colocado a serviço de certos interesses. E Paulo Henrique Amorim, na tradição sarcástica do jornalismo carioca, popularizou a expressão PIG para abarcar um conjunto de ações movidas pela mídia brasileira contra interesses populares, denunciando também a relação carnal entre o PSDB e os donos dos mais importantes grupos de mídia do país, notadamente as Organizações Globo, a Abril, a Folha e o Estadão.
Os últimos dias tem sido pródigos em exemplos de que o que aconteceu em 2006 e nas "crises" subsequentes -- da epidemia de febre amarela ao caos aéreo -- está se repetindo em 2010. Uma pesquisa do Vox Populi, demonstrando que em algumas semanas a candidata governista Dilma Rousseff subiu 9 pontos nas preferências do eleitorado, enquanto o candidato José Serra caiu 5 pontos, teve a sua divulgação adiada por uma semana pela empresa que comprou o levantamento -- a Rede Bandeirantes --, provavelmente para que a notícia, dada na noite de sexta-feira, "coincidisse" com um fim-de-semana, quando cai a leitura de jornais, a audiência de telejornais e o público dos blogs.
Na divulgação da pesquisa, a emissora não apresentou um gráfico comparativo com as pesquisas anteriores, demonstrando que a candidata governista está em ascensão, enquanto José Serra está em queda:
Distorções na forma e na apresentação dos dados de pesquisas eleitorais são preocupantes, uma vez que as três principais empresas pesquisadoras do país fornecem seus resultados a grupos de mídia comprometidos com o candidato Serra: Datafolha, Vox Populi (TV Bandeirantes) e Ibope. O presidente deste último, aliás, deu entrevista prevendo a vitória do candidato Serra em 2010.
Muito embora se possa atribuir à "identidade ideológica" o comportamento partidarizado de grupos de mídia que se apresentam como "neutros" na disputa eleitoral, o Jornalismo ainda nos deve uma investigação sobre se existe ou não uma ação organizada para "escolher" escândalos a serem repercutidos ou notícias a serem escondidos. Nesse sentido, o depoimento de Rodrigo Vianna e de outros profissionais da TV Globo continuam sendo únicos.
A diferença, em relação a 2006, é que agora algumas dezenas de milhares de brasileiros já estão treinados em identificar manipulações, distorções, omissões e falsidades midiáticas, um trabalho antes exclusivo de estudiosos do ramo. Trata-se, pois, de um avanço notável, cujo impacto se multiplica com a expansão do público da blogosfera.
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31/01/2010
"O Rodrigo Vianna avisou. Agora, vocês são testemunhas"Viomundo
Atualizado em 31 de janeiro de 2010 às 13:55 |
Publicado em 31 de janeiro de 2010 às 13:51
por Luiz Carlos Azenha
Quando o repórter Rodrigo Vianna escreveu uma carta denunciando a manipulação grosseira do noticiário da TV Globo em ano eleitoral (2006), enfim ouviu-se uma voz "de dentro" da emissora, de alguem diretamente envolvido com os acontecimentos. Não foi a única. O Rodrigo "representou" um grupo de profissionais, alguns dos quais continuam na emissora, que não se conformaram com os métodos manipuladores de Ali Kamel, novos no sentido de serem mais sofisticados, mais difíceis de perceber, novos por envolverem não só o noticiário, mas também programas de entretenimento da emissora.
Conforme denunciou Marco Aurélio Mello, ex-editor de Economia do Jornal Nacional em São Paulo, no período eleitoral de 2006 a Globo "tirou o pé" das reportagens econômicas produzidas em São Paulo. Supostamente, elas beneficiariam o candidato Lula, já que a economia brasileira ia bem. Por outro lado, a emissora tratou de concentrar os seus recursos econômicos e profissionais na cobertura de assuntos e escândalos que poderiam desgastar o candidato Lula, escondendo assuntos que poderiam afetar a oposição. De repente, como que caído do céu, o comentarista Alexandre Garcia passou a pontificar no programa de Ana Maria Braga, dentre outros episódios que caracterizaram a tentativa de manipulação do eleitorado.
Desde 2006 a série sobre a revista Veja, de autoria do blogueiro Luís Nassif, demonstrou claramente como o Jornalismo da Abril foi colocado a serviço de certos interesses. E Paulo Henrique Amorim, na tradição sarcástica do jornalismo carioca, popularizou a expressão PIG para abarcar um conjunto de ações movidas pela mídia brasileira contra interesses populares, denunciando também a relação carnal entre o PSDB e os donos dos mais importantes grupos de mídia do país, notadamente as Organizações Globo, a Abril, a Folha e o Estadão.
Os últimos dias tem sido pródigos em exemplos de que o que aconteceu em 2006 e nas "crises" subsequentes -- da epidemia de febre amarela ao caos aéreo -- está se repetindo em 2010. Uma pesquisa do Vox Populi, demonstrando que em algumas semanas a candidata governista Dilma Rousseff subiu 9 pontos nas preferências do eleitorado, enquanto o candidato José Serra caiu 5 pontos, teve a sua divulgação adiada por uma semana pela empresa que comprou o levantamento -- a Rede Bandeirantes --, provavelmente para que a notícia, dada na noite de sexta-feira, "coincidisse" com um fim-de-semana, quando cai a leitura de jornais, a audiência de telejornais e o público dos blogs.
Na divulgação da pesquisa, a emissora não apresentou um gráfico comparativo com as pesquisas anteriores, demonstrando que a candidata governista está em ascensão, enquanto José Serra está em queda:
Distorções na forma e na apresentação dos dados de pesquisas eleitorais são preocupantes, uma vez que as três principais empresas pesquisadoras do país fornecem seus resultados a grupos de mídia comprometidos com o candidato Serra: Datafolha, Vox Populi (TV Bandeirantes) e Ibope. O presidente deste último, aliás, deu entrevista prevendo a vitória do candidato Serra em 2010.
Muito embora se possa atribuir à "identidade ideológica" o comportamento partidarizado de grupos de mídia que se apresentam como "neutros" na disputa eleitoral, o Jornalismo ainda nos deve uma investigação sobre se existe ou não uma ação organizada para "escolher" escândalos a serem repercutidos ou notícias a serem escondidos. Nesse sentido, o depoimento de Rodrigo Vianna e de outros profissionais da TV Globo continuam sendo únicos.
A diferença, em relação a 2006, é que agora algumas dezenas de milhares de brasileiros já estão treinados em identificar manipulações, distorções, omissões e falsidades midiáticas, um trabalho antes exclusivo de estudiosos do ramo. Trata-se, pois, de um avanço notável, cujo impacto se multiplica com a expansão do público da blogosfera.
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Contraponto 1291 - Manipulação do PIG (5)
31/01/2010
Petrobras desmente Folha e Estadão de novo
Amigos do Presidente - por Zé Augusto PM sábado, 30 de janeiro de 2010 6:40PM
A Petrobras, em seu blog Fatos e Dados, desmente Folha e Estadão, e revela mais uma "reporcagem" exemplar de seu péssimo jornalismo, na nota "Licitação de agências de publicidade: carta à Folha de S. Paulo e ao Estadão", transcrita abaixo:
Sobre as notícias "Vazamento põe sob suspeita concorrência da Petrobras e Licitação da Petrobrás sob suspeita", divulgadas respectivamente na Folha de S. Paulo e Estadão nesta sexta-feira (29/1) referentes à licitação das agências de publicidade para atender a Petrobras, a Companhia esclarece:
- que a análise técnica das propostas foi concluída no dia 25/1.
- Os convites para as agências foram emitidos no dia 26/1 para o anúncio das notas na tarde do dia 28/1.
- Um site especializado publicou no final da manhã do dia 28/1 as três agências mais bem colocadas.
A Petrobras ressalta que esta divulgação foi posterior à conclusão da análise técnica [concluída em 25/1, o que descaracteriza a ilação dos jornais de que o resultado seria previamente combinado], o que não altera nem invalida o processo licitatório.
Na tarde desta quinta-feira (28/1) foram divulgadas, na presença de representantes de todas as agências participantes do processo, as notas referentes ao número do lacre de cada proposta (etapa que vale 70 pontos), relativas aos planos de comunicação publicitária apresentados pelos licitantes.
Destaque-se que o número do lacre era de conhecimento exclusivo de cada agência.
O certame prossegue com a análise da capacidade de atendimento e dos “cases” apresentados pelas agências participantes da licitação (valendo 30 pontos). A etapa final será a da abertura das propostas de preço das três primeiras classificadas. Só então serão conhecidas as vencedoras do processo.
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Manipulação do PIG
Contraponto 1289 - Lula em Brasília
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31/01/2010
30 de Janeiro de 2010 - 13h38 -
Última modificação em 30 de Janeiro de 2010 - 15h35
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou há pouco ao Palácio da Alvorada, residência oficial, onde deve passar o fim de semana descansando, depois de fazer uma série de exames médicos em São Paulo.
Ele foi atendido pelo médico Roberto Kalil Filho no Instutito do Coração (InCor). Após os exames, o médico informou que o estado de saúde de Lula é bom, mas recomendou ao presidente uma dieta leve e exercícios físicos.
Lula prometeu seguir as recomendações médicas, mas afirmou que manterá a rotina de viagens.
O presidente teve uma crise hipertensiva na noite da última quarta-feira (27), em Recife e desde então tem mantido repouso. Ele retoma a agenda de trabalho na próxima segunda-feira (1º).
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31/01/2010
Lula já está em Brasília e deve passar o fim de semana
no Palácio da Alvorada
José Cruz/ABr
no Palácio da Alvorada
José Cruz/ABr
30 de Janeiro de 2010 - 13h38 -
Última modificação em 30 de Janeiro de 2010 - 15h35
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou há pouco ao Palácio da Alvorada, residência oficial, onde deve passar o fim de semana descansando, depois de fazer uma série de exames médicos em São Paulo.
Ele foi atendido pelo médico Roberto Kalil Filho no Instutito do Coração (InCor). Após os exames, o médico informou que o estado de saúde de Lula é bom, mas recomendou ao presidente uma dieta leve e exercícios físicos.
Lula prometeu seguir as recomendações médicas, mas afirmou que manterá a rotina de viagens.
O presidente teve uma crise hipertensiva na noite da última quarta-feira (27), em Recife e desde então tem mantido repouso. Ele retoma a agenda de trabalho na próxima segunda-feira (1º).
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Lula em Brasília
Contraponto 1288 - Ligações perigosas (I e II)
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Opera mundi 30/01/2010 | Marina Terra/Da Redação | Tegucigalpa
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, foi recebido hoje (30) em Honduras pelo presidente Porfírio Lobo, durante uma visita oficial para manifestar seu apoio às novas autoridades de Tegucigalpa. Segundo Uribe, a Colômbia deseja firmar um acordo bilateral a nível militar e de segurança com os hondurenhos.
“Expresso nossa admiração com o grande povo de Honduras, que deu ao mundo um exemplo de dignidade na firmeza e na autonomia”, disse Uribe ao final de uma reunião com Lobo, de acordo com o El Tiempo. Ele pediu à comunidade internacional que aceite o governo do novo presidente, eleito após votação realizada em meio ao regime de Roberto Micheletti.
Gustavo Amador/EFE
Uribe foi um dos poucos chefes de estado que não condenou o golpe de Estado em Honduras
Militares do alto escalão fizeram um tributo ao mandatário colombiano e a sua comitiva de ministros. "Uribe veio felicitar o presidente Lobo e reafirmar o apoio da Colômbia aos esforços que está fazendo para alcançar a reconciliação nacional", informou à AFP a embaixadora de Bogotá em Tegucigalpa, Sonia Pereyra.
Honduras foi excluída da comunidade internacional após o golpe que retirou o presidente Manuel Zelaya do poder, mas Uribe foi um dos poucos presidentes que deu apoio ao país durante a administração do regime de Micheletti.
Acordo
A visita de Uribe também tem o propósito de "negociar um plano de ação de segurança, concretamente, para combater a delinquência organizada", particularmente o narcotráfico, observou Pereyra.
"Vamos empreender uma luta contra o crime organizado e vamos abordar temas como terrorismo e narcotráfico. Estamos agradecidos por este apoio", disse o ministro de Defesa, Oscar Alvarez. De acordo com informação da rádio RCN, o acordo deve ser delineado a partir de 15 de fevereiro.
Honduras é um dos países mais violentos da América Central, perdendo somente para El Salvador, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
Após a chegada, Uribe e Lobo dirigiram-se para a residência oficial, para uma reunião privada. Uribe deve regressar à Colômbia ainda hoje.
O novo presidente de Honduras, Porfirio Lobo, e o embaixador dos EUA no país, Hugo Llorens, deram ontem por "praticamente normalizadas" as relações entre os países após a crise causada pelo golpe de Estado contra Manuel Zelaya.
Lobo e Llorens se encontraram ontem em Tegucigalpa, dois dias após a posse do presidente. "Muito me alegra que hoje, com a visita do senhor embaixador, estejamos normalizando praticamente a relação com os EUA", afirmou Lobo.
Depois do golpe de 28 de junho passado, os EUA congelaram ajuda econômica a Honduras e passaram a não reconhecer diplomatas do país. Llorens afirmou ontem que o caminho está aberto para a retomada da cooperação a Honduras em áreas como combate ao narcotráfico e ao crime organizado.
Segundo país mais pobre da América Central, Honduras tem quase metade de sua economia -baseada na exportação de itens como banana e café- vinculada aos EUA -exportações ao país representam 30% do PIB, e remessas de hondurenhos que vivem nos EUA (cerca de 1,3 milhão), outros 22%.
De acordo com a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a economia de Honduras se retraiu 3% durante o ano de 2009, e deve ter o menor crescimento da região em 2010 -1,5%. Os sete meses de crise política agravaram a situação. Lobo recebeu o governo com US$ 500 milhões em caixa, mas com dívidas externa e interna em US$ 4,5 bilhões.
Segundo o novo ministro hondurenho das Finanças, William Wong, a recuperação econômica dependerá da reinserção internacional. "Temos que chegar ao reconhecimento de organismos internacionais para que nos façam desembolsos e sigamos adiante."
Fonte: Folha de S.Paulo
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31/01/2010
Em visita a Honduras, Uribe reafirma apoio a Lobo e anuncia acordo militar-I-
Opera mundi 30/01/2010 | Marina Terra/Da Redação | Tegucigalpa
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, foi recebido hoje (30) em Honduras pelo presidente Porfírio Lobo, durante uma visita oficial para manifestar seu apoio às novas autoridades de Tegucigalpa. Segundo Uribe, a Colômbia deseja firmar um acordo bilateral a nível militar e de segurança com os hondurenhos.
“Expresso nossa admiração com o grande povo de Honduras, que deu ao mundo um exemplo de dignidade na firmeza e na autonomia”, disse Uribe ao final de uma reunião com Lobo, de acordo com o El Tiempo. Ele pediu à comunidade internacional que aceite o governo do novo presidente, eleito após votação realizada em meio ao regime de Roberto Micheletti.
Gustavo Amador/EFE
Uribe foi um dos poucos chefes de estado que não condenou o golpe de Estado em Honduras
Militares do alto escalão fizeram um tributo ao mandatário colombiano e a sua comitiva de ministros. "Uribe veio felicitar o presidente Lobo e reafirmar o apoio da Colômbia aos esforços que está fazendo para alcançar a reconciliação nacional", informou à AFP a embaixadora de Bogotá em Tegucigalpa, Sonia Pereyra.
Honduras foi excluída da comunidade internacional após o golpe que retirou o presidente Manuel Zelaya do poder, mas Uribe foi um dos poucos presidentes que deu apoio ao país durante a administração do regime de Micheletti.
Acordo
A visita de Uribe também tem o propósito de "negociar um plano de ação de segurança, concretamente, para combater a delinquência organizada", particularmente o narcotráfico, observou Pereyra.
"Vamos empreender uma luta contra o crime organizado e vamos abordar temas como terrorismo e narcotráfico. Estamos agradecidos por este apoio", disse o ministro de Defesa, Oscar Alvarez. De acordo com informação da rádio RCN, o acordo deve ser delineado a partir de 15 de fevereiro.
Honduras é um dos países mais violentos da América Central, perdendo somente para El Salvador, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
Após a chegada, Uribe e Lobo dirigiram-se para a residência oficial, para uma reunião privada. Uribe deve regressar à Colômbia ainda hoje.
-II-
Vermelho - 30/01/2010O novo presidente de Honduras, Porfirio Lobo, e o embaixador dos EUA no país, Hugo Llorens, deram ontem por "praticamente normalizadas" as relações entre os países após a crise causada pelo golpe de Estado contra Manuel Zelaya.
Lobo e Llorens se encontraram ontem em Tegucigalpa, dois dias após a posse do presidente. "Muito me alegra que hoje, com a visita do senhor embaixador, estejamos normalizando praticamente a relação com os EUA", afirmou Lobo.
Depois do golpe de 28 de junho passado, os EUA congelaram ajuda econômica a Honduras e passaram a não reconhecer diplomatas do país. Llorens afirmou ontem que o caminho está aberto para a retomada da cooperação a Honduras em áreas como combate ao narcotráfico e ao crime organizado.
Segundo país mais pobre da América Central, Honduras tem quase metade de sua economia -baseada na exportação de itens como banana e café- vinculada aos EUA -exportações ao país representam 30% do PIB, e remessas de hondurenhos que vivem nos EUA (cerca de 1,3 milhão), outros 22%.
De acordo com a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a economia de Honduras se retraiu 3% durante o ano de 2009, e deve ter o menor crescimento da região em 2010 -1,5%. Os sete meses de crise política agravaram a situação. Lobo recebeu o governo com US$ 500 milhões em caixa, mas com dívidas externa e interna em US$ 4,5 bilhões.
Segundo o novo ministro hondurenho das Finanças, William Wong, a recuperação econômica dependerá da reinserção internacional. "Temos que chegar ao reconhecimento de organismos internacionais para que nos façam desembolsos e sigamos adiante."
Fonte: Folha de S.Paulo
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Ligações perigosas I e II
sábado, 30 de janeiro de 2010
Contraponto 1287 - Por que o silêncio?
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30/01/2010
Do Nassif
30/01/2010 - 09:52
Serra, o candidato evita
(A piada do “não chores por mim” eu deixo a alguém mais inspirado…)
Pronto, Nassif. Já tenho argumentos para o meu comentário: pesquisa no Google mostrou que, digitando “Serra evitou” (http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&source=hp&q=%22serra+evitou%22&meta=&aq=f&oq=), os primeiros resultados de jornais como Folha e Estadão são os seguintes:
Serra evitou falar sobre eleição presidencial no Brasil
Serra evitou confirmar seu destino político ()
Serra evitou comentar os motivos da antecipação no debate sobre o pré-sal ()
Serra evitou falar da disputa em São Paulo ()
Serra evitou opinar sobre a atuação das prefeituras ()
Serra evitou entrar em atrito direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ()
Serra evitou comentar comentar o resultado pesquisa Datafolha divulgada ontem ()
Serra evitou falar em eleições ()
Serra evitou usar politicamente o apagão ()
Serra evitou fazer análises ()
Serra evitou comentar a pesquisa CNT/Sensus ()
Serra evitou polemizar sobre as críticas do presidente Lula ()
Serra, evitou comentar as críticas pelo deputado federal ()
__________________________
Do Nassif
30/01/2010 - 09:52
É uma bobagem monumental dos jornalões. Todos seus leitores bem informados sabem da pesquisa. E sabem mais do que os jornais, que não deram. Era uma pesquisa Vox Populi bancada pela Rede Bandeirantes.
Sonegar a informação significa apenas desrespeito ao seu próprio leitor. Antes o mote era “se a mídia não deu, ninguém sabe o que aconteceu”.
Agora, o mote é “todo mundo sabe que a mídia não deu”.
Se os jornalões conferem tal poder de influência às pesquisas e se são parte interessada nesse jogo – como demonstra a própria sonegação da pesquisa contrária aos seus interesses – como acreditar na isenção de suas próprias pesquisas?
_________________________
PITACO DO ContrapontoPIG
Nas duas noticias acima, do blog do Nassif, um silêncio intrigante:
Por que Serra não fala?
Ninguém sabe o que ele pensa:
Sobre o pré-sal?
Sobre privatizações?
Sobre neoliberalismo?
Sobre ecologia?
Sobre eleições?
Sobre Lula?
Sobre os alagões?
Sobre nada? Por que o silêncio?
Será que o que ele pensa é impublicável? É segredo?
E o PIG, por que será que inventa, distorce, deturpa e descaradamente silencia e esconde fatos?
Será que já sentiram o tsunami Dilma que vem por aí?
____________________________
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30/01/2010
Do Nassif
30/01/2010 - 09:52
As opiniões de Serra
Por HSerra, o candidato evita
(A piada do “não chores por mim” eu deixo a alguém mais inspirado…)
Pronto, Nassif. Já tenho argumentos para o meu comentário: pesquisa no Google mostrou que, digitando “Serra evitou” (http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&source=hp&q=%22serra+evitou%22&meta=&aq=f&oq=), os primeiros resultados de jornais como Folha e Estadão são os seguintes:
Serra evitou falar sobre eleição presidencial no Brasil
Serra evitou confirmar seu destino político ()
Serra evitou comentar os motivos da antecipação no debate sobre o pré-sal ()
Serra evitou falar da disputa em São Paulo ()
Serra evitou opinar sobre a atuação das prefeituras ()
Serra evitou entrar em atrito direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ()
Serra evitou comentar comentar o resultado pesquisa Datafolha divulgada ontem ()
Serra evitou falar em eleições ()
Serra evitou usar politicamente o apagão ()
Serra evitou fazer análises ()
Serra evitou comentar a pesquisa CNT/Sensus ()
Serra evitou polemizar sobre as críticas do presidente Lula ()
Serra, evitou comentar as críticas pelo deputado federal ()
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Do Nassif
30/01/2010 - 09:52
Estadão e Folha não deram Vox Populi
É uma bobagem monumental dos jornalões. Todos seus leitores bem informados sabem da pesquisa. E sabem mais do que os jornais, que não deram. Era uma pesquisa Vox Populi bancada pela Rede Bandeirantes.
Sonegar a informação significa apenas desrespeito ao seu próprio leitor. Antes o mote era “se a mídia não deu, ninguém sabe o que aconteceu”.
Agora, o mote é “todo mundo sabe que a mídia não deu”.
Se os jornalões conferem tal poder de influência às pesquisas e se são parte interessada nesse jogo – como demonstra a própria sonegação da pesquisa contrária aos seus interesses – como acreditar na isenção de suas próprias pesquisas?
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PITACO DO ContrapontoPIG
Nas duas noticias acima, do blog do Nassif, um silêncio intrigante:
Por que Serra não fala?
Ninguém sabe o que ele pensa:
Sobre o pré-sal?
Sobre privatizações?
Sobre neoliberalismo?
Sobre ecologia?
Sobre eleições?
Sobre Lula?
Sobre os alagões?
Sobre nada? Por que o silêncio?
Será que o que ele pensa é impublicável? É segredo?
E o PIG, por que será que inventa, distorce, deturpa e descaradamente silencia e esconde fatos?
Será que já sentiram o tsunami Dilma que vem por aí?
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Contraponto 1285 - Os governos de esquerda e a “vacância da história”
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30/01/2010
Não estamos diante apenas de golpes de estado tradicionais. Estamos diante de uma versão mais sofisticada deles, que vêm através de justificativas parlamentares e jurídicas que antecedem ou se sucedem aos acontecimentos propriamente ditos.
Flávio Aguiar*
No Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, um dos temas debatidos foi a continuidade/sobrevivência dos governos progressistas na América Latina.
Estamos diante de uma ofensiva generalizada no continente por parte das várias direitas, que compõem uma verdadeira orquestra sinfônica com temas, práticas e argumentações que funcionam como um verdadeiro “maestro” de suas ações, ainda que elas possam diferir no estilo e na intensidade.
Do ponto de vista da linguagem que coroa/impulsiona essas ações, uma relativa novidade foi o uso, cada vez mais presente, da expressão “de facto” para caracterizar o governo golpista de Micheletti, em Honduras.
“De facto” é uma expressão jurídica que se opõe a “de jure”. Essa última quer dizer “de direito”. A primeira quer se refere a “algo implementado na prática, mas não necessariamente com amparo legal”.
A versão mais sofisticada, e ao mesmo tempo a mais grosseira, dessa nova “teoria do de facto”, foi apresentada por Alexandre Garcia em artigo comentado magistralmente por Argemiro Ferreira. Segundo essa teoria, em 1964 as Forças Armadas Brasileiras expulsaram o Presidente João Goulart, um perigoso comuno-cripto-sindicalista (o termo é meu) que ameaçava a ordem legal do país. O Congresso Nacional, diante dessa situação “de facto” criada, escolheram o Marechal Castello Branco como novo presidente.
Essa versão da teoria do “de facto” elide a história: nada conta para ela, senão a tela em frente. Esquece a campanha férrea e suja contra o governo, os desmandos, os arbítrios, as conspirações, as tramas, a violência, tudo. Cria, ao lado da nova situação “de facto”, uma “vacância da história”, que cria, por sua vez, uma “vacância jurídica”. Diante da tabula rasa feita a partir da destruição da ordem jurídica, é necessário criar outra do nada, como se nada houvesse antes.
Mais ou menos como se um disco voador marciano chegasse em Hiroshima no dia 7 de agosto de 1945 e diante dos patéticos escombros seus tripulantes dissessem: “nossa, que lixaria deixaram aqui, vamos varrer tudo isso e construir a nossa nova civilização, a nossa nova história”.
A “teoria do de facto” teve diferentes aplicações nas Américas, e não só na Latina. Uma delas foi a eleição por um voto de diferença (4 x 3) de George Bush, o filho, da Suprema Corte norte-americana, que julgava a fraude eleitoral perpetrada na Florida, que dava os votos necessários ao candidato republicano. A boa razão recomendava a anulação do pleito, da contagem, e a realização de novas eleições no Estado. Prevaleceu a teoria de que “o que está feito, feito está”. Amargo remédio.
Outra aplicação constante se deu no Haiti, em que os Estados Unidos tiraram, repuseram e tiraram de novo o presidente Jean Baptiste Aristide do poder, com diferentes alegações, criando sucessivas situações “de facto”.
Houve também a explicação do golpe contra o presidente Hugo Chavez, em 2002, na Venezuela. Unidades do Exército, diante do perigo de ruptura institucional, prenderam e exigiram a renúncia do presidente, que foi levado dali. Usou-se essa “renúncia” como argumento legal para justificar a “vacância” do cargo. Diante desse “vazio institucional”, chefes militares “convidaram” Pedro Carmona para ocupar o palácio Miraflores. A tudo a mídia comprometida deu cobertura, criando imagens manipuladas para justificar a violência, inclusive recusando-se a noticiar que a multidão ao redor do palácio exigia a volta do presidente deposto, e até que este já retornava para ele.
A quarta e mais recente foi a de Honduras.
Não estamos diante apenas de golpes de estado tradicionais. Estamos diante de uma versão mais sofisticada deles, que vêm através de justificativas parlamentares, legais e jurídicas que antecedem ou se sucedem aos acontecimentos propriamente ditos, elidindo a história e a legalidade anterior. Essa estratégia faz parte e é central entre as novas táticas da direita para assaltar o poder, seguindo a velha teoria de que uma democracia não se faz “apenas com eleições”. Esta se assenta na idéia de que entre os eleitores existem “aqueles que contam” e “aqueles que não deveriam contar”. Como se dizia no Brasil dos anos cinqüenta, depois que a “plebe” reconduziu Vargas ao poder, como pode o voto de um simples operário valer tanto quando o de um empresário, de um jurista, de um médico, etc.?
A “teoria do de facto”, da “vacância histórica” e da “vacância jurídica” se apóiam na teoria subjacente da “vacância do povo”. Essa noção “pós-moderna” (porque destituída de profundidade histórica) de democracia nos dá uma versão anacronicamente “ateniense” dela, em que a democracia vale apenas para os “mais cidadãos” do que os outros: metecos (estrangeiros), bárbaros e escravos, fora!
É provável que a “teoria do de facto” venha de novo a ser arquitetada pelo menos contra o presidente Lugo, do Paraguai, ameaçado de ser acusado de qualquer coisa no Parlamento para se votar o seu afastamento. Em outras circunstâncias é difícil se discernir o seu uso. Mas não esqueçamos que as direitas são unidas, eficazes e criativas. “Um outro de facto é possível”, sempre.
*Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.
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30/01/2010
Os governos de esquerda e a “vacância da história”
Carta Maior - sábado, 30 de Janeiro de 2010Não estamos diante apenas de golpes de estado tradicionais. Estamos diante de uma versão mais sofisticada deles, que vêm através de justificativas parlamentares e jurídicas que antecedem ou se sucedem aos acontecimentos propriamente ditos.
Flávio Aguiar*
No Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, um dos temas debatidos foi a continuidade/sobrevivência dos governos progressistas na América Latina.
Estamos diante de uma ofensiva generalizada no continente por parte das várias direitas, que compõem uma verdadeira orquestra sinfônica com temas, práticas e argumentações que funcionam como um verdadeiro “maestro” de suas ações, ainda que elas possam diferir no estilo e na intensidade.
Do ponto de vista da linguagem que coroa/impulsiona essas ações, uma relativa novidade foi o uso, cada vez mais presente, da expressão “de facto” para caracterizar o governo golpista de Micheletti, em Honduras.
“De facto” é uma expressão jurídica que se opõe a “de jure”. Essa última quer dizer “de direito”. A primeira quer se refere a “algo implementado na prática, mas não necessariamente com amparo legal”.
A versão mais sofisticada, e ao mesmo tempo a mais grosseira, dessa nova “teoria do de facto”, foi apresentada por Alexandre Garcia em artigo comentado magistralmente por Argemiro Ferreira. Segundo essa teoria, em 1964 as Forças Armadas Brasileiras expulsaram o Presidente João Goulart, um perigoso comuno-cripto-sindicalista (o termo é meu) que ameaçava a ordem legal do país. O Congresso Nacional, diante dessa situação “de facto” criada, escolheram o Marechal Castello Branco como novo presidente.
Essa versão da teoria do “de facto” elide a história: nada conta para ela, senão a tela em frente. Esquece a campanha férrea e suja contra o governo, os desmandos, os arbítrios, as conspirações, as tramas, a violência, tudo. Cria, ao lado da nova situação “de facto”, uma “vacância da história”, que cria, por sua vez, uma “vacância jurídica”. Diante da tabula rasa feita a partir da destruição da ordem jurídica, é necessário criar outra do nada, como se nada houvesse antes.
Mais ou menos como se um disco voador marciano chegasse em Hiroshima no dia 7 de agosto de 1945 e diante dos patéticos escombros seus tripulantes dissessem: “nossa, que lixaria deixaram aqui, vamos varrer tudo isso e construir a nossa nova civilização, a nossa nova história”.
A “teoria do de facto” teve diferentes aplicações nas Américas, e não só na Latina. Uma delas foi a eleição por um voto de diferença (4 x 3) de George Bush, o filho, da Suprema Corte norte-americana, que julgava a fraude eleitoral perpetrada na Florida, que dava os votos necessários ao candidato republicano. A boa razão recomendava a anulação do pleito, da contagem, e a realização de novas eleições no Estado. Prevaleceu a teoria de que “o que está feito, feito está”. Amargo remédio.
Outra aplicação constante se deu no Haiti, em que os Estados Unidos tiraram, repuseram e tiraram de novo o presidente Jean Baptiste Aristide do poder, com diferentes alegações, criando sucessivas situações “de facto”.
Houve também a explicação do golpe contra o presidente Hugo Chavez, em 2002, na Venezuela. Unidades do Exército, diante do perigo de ruptura institucional, prenderam e exigiram a renúncia do presidente, que foi levado dali. Usou-se essa “renúncia” como argumento legal para justificar a “vacância” do cargo. Diante desse “vazio institucional”, chefes militares “convidaram” Pedro Carmona para ocupar o palácio Miraflores. A tudo a mídia comprometida deu cobertura, criando imagens manipuladas para justificar a violência, inclusive recusando-se a noticiar que a multidão ao redor do palácio exigia a volta do presidente deposto, e até que este já retornava para ele.
A quarta e mais recente foi a de Honduras.
Não estamos diante apenas de golpes de estado tradicionais. Estamos diante de uma versão mais sofisticada deles, que vêm através de justificativas parlamentares, legais e jurídicas que antecedem ou se sucedem aos acontecimentos propriamente ditos, elidindo a história e a legalidade anterior. Essa estratégia faz parte e é central entre as novas táticas da direita para assaltar o poder, seguindo a velha teoria de que uma democracia não se faz “apenas com eleições”. Esta se assenta na idéia de que entre os eleitores existem “aqueles que contam” e “aqueles que não deveriam contar”. Como se dizia no Brasil dos anos cinqüenta, depois que a “plebe” reconduziu Vargas ao poder, como pode o voto de um simples operário valer tanto quando o de um empresário, de um jurista, de um médico, etc.?
A “teoria do de facto”, da “vacância histórica” e da “vacância jurídica” se apóiam na teoria subjacente da “vacância do povo”. Essa noção “pós-moderna” (porque destituída de profundidade histórica) de democracia nos dá uma versão anacronicamente “ateniense” dela, em que a democracia vale apenas para os “mais cidadãos” do que os outros: metecos (estrangeiros), bárbaros e escravos, fora!
É provável que a “teoria do de facto” venha de novo a ser arquitetada pelo menos contra o presidente Lugo, do Paraguai, ameaçado de ser acusado de qualquer coisa no Parlamento para se votar o seu afastamento. Em outras circunstâncias é difícil se discernir o seu uso. Mas não esqueçamos que as direitas são unidas, eficazes e criativas. “Um outro de facto é possível”, sempre.
*Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.
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Contraponto 1284 - Lula vai para Brasília após check-up
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30/01/2010
Agência Brasil - 30 de Janeiro de 2010 - 09h47 -
Última modificação em 30 de Janeiro de 2010 - 09h56
Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no Instituto do Coração (InCor) em São Paulo, onde está sendo submetido a uma série de exames médicos para avaliar a sua saúde. A previsão é que ele faça exames de sangue e urina, ecocardiograma, tomografia das artérias cardíacas, ultrassonografia do abdômen e teste de função pulmonar.
Lula chegou ao InCor às 8h05 e deve deixar o instituto por volta das 11h. De helicóptero, ele seguirá para o Aeroporto de Congonhas, onde embarca para Brasília ao meio-dia. A chegada está prevista para as 13h30. Ele passa o sábado e o domingo descansando, sem compromissos oficiais.
O presidente está em repouso desde a madrugada da última quinta-feira (28), quando teve uma crise de pressão alta, após uma série de compromissos em Recife.
Na segunda-feira, ele retoma a agenda. Após despachos internos, ele participa, às 9h, de solenidade no Supremo Tribunal Federal (STF) que marca a abertura do ano judiciário.
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30/01/2010
Última modificação em 30 de Janeiro de 2010 - 09h56
Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no Instituto do Coração (InCor) em São Paulo, onde está sendo submetido a uma série de exames médicos para avaliar a sua saúde. A previsão é que ele faça exames de sangue e urina, ecocardiograma, tomografia das artérias cardíacas, ultrassonografia do abdômen e teste de função pulmonar.
Lula chegou ao InCor às 8h05 e deve deixar o instituto por volta das 11h. De helicóptero, ele seguirá para o Aeroporto de Congonhas, onde embarca para Brasília ao meio-dia. A chegada está prevista para as 13h30. Ele passa o sábado e o domingo descansando, sem compromissos oficiais.
O presidente está em repouso desde a madrugada da última quinta-feira (28), quando teve uma crise de pressão alta, após uma série de compromissos em Recife.
Na segunda-feira, ele retoma a agenda. Após despachos internos, ele participa, às 9h, de solenidade no Supremo Tribunal Federal (STF) que marca a abertura do ano judiciário.
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Delfim: Lula afasta crise
Contraponto 1283 - "Dilma reforça o tom do discurso social durante evento em MG"
30/01/2010
"Dilma reforça o tom do discurso social durante evento em MG"Vermelho - 29 de Janeiro de 2010 - 19h36
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, afirmou nesta sexta-feira (29) que está cada vez mais próxima de assumir, publicamente, a disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionada se já se considera a sucessora, Dilma respondeu: "Eu acho que o presidente tem de ter um sucessor à altura do governo dele. Eu gostaria muito que me escolhessem como essa sucessora. Não sou hoje."
A afirmação foi feita logo após ter inaugurado o Gasoduto Paulínia-Jacutinga, em Jacutinga, no extremo sul de Minas Gerais, em cerimônia da Petrobras. Apesar de a pauta do evento ser energia, quase todo discurso de Dilma se voltou à promoção de temas que serão parte da campanha presidencial.
Dilma conseguiu encaixar até mesmo o assunto das creches e das enchentes na fala, reservando espaço à nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apelidado de PAC 2. "Nós vamos dar um salto com o PAC 2", disse, adiantando o tom que deverá dar aos comícios a partir da segunda metade do ano.
A ministra-chefe da Casa Civil não perdeu a chance de afagar prefeitos mineiros presentes, prometendo a liberação de recursos do PAC 2 para obras de drenagem, minimizando, assim, o risco de alagamentos. "Que existe chuva, existe. Mas a gente não tem de se conformar."
Dilma também reforçou o tom do discurso social. Ao comentar que o Brasil tem chances de se transformar na quinta maior economia do mundo, a ministra emendou: "O que nos interessa é transformar o povo em quinta potência."
Sem a companhia de Lula, que está em repouso após uma crise de hipertensão, Dilma tranquilizou os presentes. "O presidente não é uma pessoa doente", afirmou. A ministra da Casa Civil brincou dizendo que, diferentemente do presidente, não pode se dar ao luxo de não fazer caminhadas diárias para prevenir eventuais picos de pressão.
"O presidente pode ficar sem caminhar, fazendo essa agenda, e a pressão dele é 11 por 7." Dilma disse ter aconselhado Lula a diminuir um pouco o ritmo e evitar emendar uma semana na outra, com a agenda muito intensa.
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Dilma em MG
Contraponto 1282 - "O fator MST"
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Brasília, eu vi 29/01/2010
por Leandro Fortes
A prisão de nove lideranças do MST, no interior de São Paulo, algumas das quais filiadas ao PT, foi o ponto de partida de uma estratégia eleitoral virtualmente criminosa e extremamente profissional, embora carente de originalidade. Trata-se de perseguição organizada, de inspiração claramente fascista, de líderes de um movimento que diz respeito à vida e ao futuro de milhões de brasileiros, que revela mais do que o uso rasteiro da política. Revela um tipo de crueldade social que se imaginava restrita a políticos do Brasil arcaico, perdidos nos poucos grotões onde ainda vivem, isolados em seus feudos de miséria, uns poucos coronéis distantes dos bons modos da civilização e da modernidade.
No entanto, o rico interior paulista, repleto de terras devolutas da União griladas por diversas gerações de amigos do rei, tem sido um front permanente dessa guerra patrocinada pela extrema direita brasileira perfilada hoje, mais do que nunca, por trás da bela fachada do agronegócio e sua propalada importância para a balança comercial brasileira. Falar-lhes mal passou a ser de mau alvitre, um insulto a uma espécie de cruzada dourada cujo efeito colateral tem sido a produção de miséria e cadáveres no campo e, por extensão, nas cidades. É nosso mais grave problema social e o mais claramente diagnosticável, mas nem Lula chegou a tanto.
Assim, na virada de seu último ano de mandato, o presidente parece ter afrouxado o controle sobre a aliança política que lhe permitiu colocar, às custas de não poucos danos, algumas raposas dentro do galinheiro do Planalto. Bastou a revelação do pacote de intenções do Plano Nacional de Direitos Humanos, contudo, para as raposas arreganharem os dentes sem medo, fortalecidos pela hesitação de Lula em enquadrá-los sob o pretexto de evitar crises inevitáveis. A reação do ministro Nelson Jobim, da Defesa, ao PNDH-3, nesse sentido, foi emblemática e, ao mesmo tempo, reveladora da artificialidade dessa convivência entre forças conservadoras e progressistas dentro do governo do PT, um nó político-ideológico a ser desatado durante a campanha eleitoral, não sem traumas para a candidata de Lula, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil.
Com a ajuda de Jobim, a velha sanfona anticomunista voltou a soltar os foles e se engajou nesse desarranjo histórico que tem gerado crises artificiais e um consequente show de péssimo jornalismo. Tocou-se, então, o triste baião anti-Dilma das vivandeiras, a arrastar os pés nas portas dos quartéis e a atiçar as sentinelas com assombros de revanchismo e caça às bruxas, saudosos do obscurantismo de tempos idos – mas, teimosamente, nunca esquecidos –, quando bastava soltar bestas-feras fardadas sobre a sociedade para calá-la. Ao sucumbir à chantagem de Jobim e, por extensão, à dos comandantes militares que lhe devem subordinação e obediência, Lula piscou.
No lastro da falsa crise militar criada por Jobim, com o auxílio luxuoso de jornalistas amigos, foi a vez de soltar a voz o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, cujo arrivismo político iniciou-se na ditadura militar, à qual serviu como deputado da Arena (célula-tronco do DEM) e presidente do INPS no governo do general Ernesto Geisel, até fazer carreira de ministro nos governos Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Lula. Essa volatilidade, no entanto, sempre foi justificada por conta de um festejado “perfil técnico” de Stephanes. Trata-se de um mistério ainda a ser desvendado, não a capacidade técnica, mas as intenções de um representante político do agronegócio dentro governo Lula, uma posição institucional baseada em alinhamento incondicional à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), comandada pelo senadora Kátia Abreu, do DEM de Tocantins.
Com Kátia, Stephanes ensaiou um animado jogral e conseguiu, até agora, boicotar a mudança dos índices de produtividade agrícola para fins de reforma agrária – um tiro certeiro no peito do latifúndio, infelizmente, ainda hoje não desferido por Lula. Depois, a dupla partiu para cima do PNDH-3, ambos procupadíssimos com a possibilidade de criação de comitês sociais a serem montados para mediar conflitos agrários deflagrados por ocupações de terra. Os ruralistas liderados por Kátia Abreu e Ronaldo Caiado se arrepiam só de imaginar o fim da tradicional política de reintegração de posse, tocada pelos judiciários e polícias estaduais, como no caso relatado nesta matéria de CartaCapital. A dupla viu na proposta um incentivo à violência no campo, quando veria justamente o contrário qualquer menino bem educado nas escolas geridas pelo MST. São meninos crescidos o suficiente para saber muito bem a diferença entre mediadores de verdade e os cassetetes da Polícia Militar.
O governo Lula já havia conseguido, em 2008, neutralizar um movimento interno, tocado pelo Gabinete de Segurança Institucional, interessado em criminalizar o MST taxando o ato de invasão de terra de ação terrorista. Infelizmente, coisas assimainda vêm da área militar. O texto do projeto foi engavetado pela Casa Civil por obra e graça da ministra Dilma Rousseff. Lula, contudo, não quer gastar o último ano de uma era pessoal memorável comprando briga com uma turma que, entre outros trunfos, tem uma bancada de mais de uma centena de congressistas e a simpatia declarada do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Assim, distraído, o presidente deixou que Jobim e Stephanes envenenassem o processo político às vésperas das eleições, com óbvios prejuízos para a candidatura Dilma, bem no começo da briga com José Serra, do PSDB, o governador que por ora se ocupa em prender militantes do MST e do PT enquanto toca terror em assentamentos cheios de mulheres e crianças, no interior de São Paulo, com seu aparato de segurança pública.
O MST existe há 25 anos e é o mais importante movimento social de base da história do Brasil. A crítica à sua concepção socialista e a eventuais desvios de conduta de alguns de seus participantes é, deliberadamente, ultradimensionada no noticiário para passar à sociedade, sobretudo à dos centros urbanos, a impressão de que seus militantes são vândalos nutridos pelo comunismo e outras reflexões sociológicas geniais do gênero.
A luta do MST é, basicamente, a luta contra o latifúndio e a concentração fundiária nas mãos de uma elite predatória, violenta e vingativa. Essa é a origem de todos os problemas da sociedade brasileira desde a sua fundação, baseada em capitanias hereditárias, em 1532. Nenhum governo teve a coragem necessária, até hoje, para tomar medidas efetivas para acabar com o latifúndio e, assim, encerrar com esse ciclo cruel de concentração de terras no campo brasileiro, responsável pelo inchaço das periferias e pela violência contra trabalhadores rurais, inclusive torturas e assassinatos, com o periódico beneplácito da Justiça e das autoridades constituídas, muitas das quais com campanhas eleitorais financiadas pelos grupos interessados em manter este estado de coisas.
A luta contra o latifúndio não é a luta contra a propriedade privada, essa relação também foi contruída de forma deliberada e tem como objetivo tirar o verdadeiro foco da questão. A construção desse discurso revelou-se um sofisma baseado na a inversão dos valores em jogo, como em uma charada de um mundo bizarro: a ameaça social seria a invasão (na verdade, a distribuição) de terras, e não a concentração no campo, o latifúndio. E isso é vendido, assim, cru, no horário nobre.
É uma briga dura, difícil. Veremos se Dilma Rousseff, em cima do palanque, será capaz de comprá-la de novo.
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30/01/2010
O fator MSTBrasília, eu vi 29/01/2010
por Leandro Fortes
A prisão de nove lideranças do MST, no interior de São Paulo, algumas das quais filiadas ao PT, foi o ponto de partida de uma estratégia eleitoral virtualmente criminosa e extremamente profissional, embora carente de originalidade. Trata-se de perseguição organizada, de inspiração claramente fascista, de líderes de um movimento que diz respeito à vida e ao futuro de milhões de brasileiros, que revela mais do que o uso rasteiro da política. Revela um tipo de crueldade social que se imaginava restrita a políticos do Brasil arcaico, perdidos nos poucos grotões onde ainda vivem, isolados em seus feudos de miséria, uns poucos coronéis distantes dos bons modos da civilização e da modernidade.
No entanto, o rico interior paulista, repleto de terras devolutas da União griladas por diversas gerações de amigos do rei, tem sido um front permanente dessa guerra patrocinada pela extrema direita brasileira perfilada hoje, mais do que nunca, por trás da bela fachada do agronegócio e sua propalada importância para a balança comercial brasileira. Falar-lhes mal passou a ser de mau alvitre, um insulto a uma espécie de cruzada dourada cujo efeito colateral tem sido a produção de miséria e cadáveres no campo e, por extensão, nas cidades. É nosso mais grave problema social e o mais claramente diagnosticável, mas nem Lula chegou a tanto.
Assim, na virada de seu último ano de mandato, o presidente parece ter afrouxado o controle sobre a aliança política que lhe permitiu colocar, às custas de não poucos danos, algumas raposas dentro do galinheiro do Planalto. Bastou a revelação do pacote de intenções do Plano Nacional de Direitos Humanos, contudo, para as raposas arreganharem os dentes sem medo, fortalecidos pela hesitação de Lula em enquadrá-los sob o pretexto de evitar crises inevitáveis. A reação do ministro Nelson Jobim, da Defesa, ao PNDH-3, nesse sentido, foi emblemática e, ao mesmo tempo, reveladora da artificialidade dessa convivência entre forças conservadoras e progressistas dentro do governo do PT, um nó político-ideológico a ser desatado durante a campanha eleitoral, não sem traumas para a candidata de Lula, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil.
Com a ajuda de Jobim, a velha sanfona anticomunista voltou a soltar os foles e se engajou nesse desarranjo histórico que tem gerado crises artificiais e um consequente show de péssimo jornalismo. Tocou-se, então, o triste baião anti-Dilma das vivandeiras, a arrastar os pés nas portas dos quartéis e a atiçar as sentinelas com assombros de revanchismo e caça às bruxas, saudosos do obscurantismo de tempos idos – mas, teimosamente, nunca esquecidos –, quando bastava soltar bestas-feras fardadas sobre a sociedade para calá-la. Ao sucumbir à chantagem de Jobim e, por extensão, à dos comandantes militares que lhe devem subordinação e obediência, Lula piscou.
No lastro da falsa crise militar criada por Jobim, com o auxílio luxuoso de jornalistas amigos, foi a vez de soltar a voz o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, cujo arrivismo político iniciou-se na ditadura militar, à qual serviu como deputado da Arena (célula-tronco do DEM) e presidente do INPS no governo do general Ernesto Geisel, até fazer carreira de ministro nos governos Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Lula. Essa volatilidade, no entanto, sempre foi justificada por conta de um festejado “perfil técnico” de Stephanes. Trata-se de um mistério ainda a ser desvendado, não a capacidade técnica, mas as intenções de um representante político do agronegócio dentro governo Lula, uma posição institucional baseada em alinhamento incondicional à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), comandada pelo senadora Kátia Abreu, do DEM de Tocantins.
Com Kátia, Stephanes ensaiou um animado jogral e conseguiu, até agora, boicotar a mudança dos índices de produtividade agrícola para fins de reforma agrária – um tiro certeiro no peito do latifúndio, infelizmente, ainda hoje não desferido por Lula. Depois, a dupla partiu para cima do PNDH-3, ambos procupadíssimos com a possibilidade de criação de comitês sociais a serem montados para mediar conflitos agrários deflagrados por ocupações de terra. Os ruralistas liderados por Kátia Abreu e Ronaldo Caiado se arrepiam só de imaginar o fim da tradicional política de reintegração de posse, tocada pelos judiciários e polícias estaduais, como no caso relatado nesta matéria de CartaCapital. A dupla viu na proposta um incentivo à violência no campo, quando veria justamente o contrário qualquer menino bem educado nas escolas geridas pelo MST. São meninos crescidos o suficiente para saber muito bem a diferença entre mediadores de verdade e os cassetetes da Polícia Militar.
O governo Lula já havia conseguido, em 2008, neutralizar um movimento interno, tocado pelo Gabinete de Segurança Institucional, interessado em criminalizar o MST taxando o ato de invasão de terra de ação terrorista. Infelizmente, coisas assimainda vêm da área militar. O texto do projeto foi engavetado pela Casa Civil por obra e graça da ministra Dilma Rousseff. Lula, contudo, não quer gastar o último ano de uma era pessoal memorável comprando briga com uma turma que, entre outros trunfos, tem uma bancada de mais de uma centena de congressistas e a simpatia declarada do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Assim, distraído, o presidente deixou que Jobim e Stephanes envenenassem o processo político às vésperas das eleições, com óbvios prejuízos para a candidatura Dilma, bem no começo da briga com José Serra, do PSDB, o governador que por ora se ocupa em prender militantes do MST e do PT enquanto toca terror em assentamentos cheios de mulheres e crianças, no interior de São Paulo, com seu aparato de segurança pública.
O MST existe há 25 anos e é o mais importante movimento social de base da história do Brasil. A crítica à sua concepção socialista e a eventuais desvios de conduta de alguns de seus participantes é, deliberadamente, ultradimensionada no noticiário para passar à sociedade, sobretudo à dos centros urbanos, a impressão de que seus militantes são vândalos nutridos pelo comunismo e outras reflexões sociológicas geniais do gênero.
A luta do MST é, basicamente, a luta contra o latifúndio e a concentração fundiária nas mãos de uma elite predatória, violenta e vingativa. Essa é a origem de todos os problemas da sociedade brasileira desde a sua fundação, baseada em capitanias hereditárias, em 1532. Nenhum governo teve a coragem necessária, até hoje, para tomar medidas efetivas para acabar com o latifúndio e, assim, encerrar com esse ciclo cruel de concentração de terras no campo brasileiro, responsável pelo inchaço das periferias e pela violência contra trabalhadores rurais, inclusive torturas e assassinatos, com o periódico beneplácito da Justiça e das autoridades constituídas, muitas das quais com campanhas eleitorais financiadas pelos grupos interessados em manter este estado de coisas.
A luta contra o latifúndio não é a luta contra a propriedade privada, essa relação também foi contruída de forma deliberada e tem como objetivo tirar o verdadeiro foco da questão. A construção desse discurso revelou-se um sofisma baseado na a inversão dos valores em jogo, como em uma charada de um mundo bizarro: a ameaça social seria a invasão (na verdade, a distribuição) de terras, e não a concentração no campo, o latifúndio. E isso é vendido, assim, cru, no horário nobre.
É uma briga dura, difícil. Veremos se Dilma Rousseff, em cima do palanque, será capaz de comprá-la de novo.
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Contraponto 1281 - Charge do Bessinha (1)
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30/01/2010
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PITACO DO ContrapontoPIG
Daqui em diante o ContrapontoPIG estará frequentemente publicando os trabalhos do grande chargista Bessinha.
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30/01/2010
Charge do Bessinha (1)
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PITACO DO ContrapontoPIG
Daqui em diante o ContrapontoPIG estará frequentemente publicando os trabalhos do grande chargista Bessinha.
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Contraponto 1280 - "Democracia e ditadura em Honduras"
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30/01/2010
Carta Maior - sexta-Feira, 29 de Janeiro de 2010
Em um debate radiofônico com um intelectual tucano radicado em São Paulo, eu comparei a atitude do atual governo brasileiro de repúdio ao golpe militar e ao governo de fato que daí decorreu e o apoio ao presidente legalmente eleito e vítima do golpe, com a posição do governo FHC diante do golpe de Fujimori, no Peru, que fechou o Congresso e dissolveu a Justiça. FHC foi absolutamente condescendente com o golpe peruano. Ao que parece, na visão dos tucanos e do seu candidato Serra, o Brasil não fez uma “trapalhada”, fez o que eles consideram correto.
Foi, aliás, a atitude do politólogo tucano, que considera que Michelletti era o presidente legítimo de Honduras, diz que não houve golpe (em contradição com a unanimidade da comunidade internacional, que condenou o golpe e considerou Michelletti um presidente de fato, atitude até mesmo da imprensa brasileira). O golpista seria Zelaya (ele não se deu ao trabalho de ler a proposta dele ao Congresso, que não incluía a consulta para a reeleição, ao contrário do que a imprensa propagou).
O Brasil condenou e condena o golpe, apoiou o presidente legitimamente eleito em Honduras, emprestando as dependências da embaixada brasileira para que se abrigasse na tentativa de fazer valer o mando que o povo hondurenho democraticamente lhe havia conferido. Os tucanos, ao que parece, preferem outros métodos, como os do seu diário oficial, a FSP (Força Serra Presidente), que emprestou carros da empresa para acobertar operações de sequestro de opositores, para levá-los à tortura e à morte. A democracia e a ditadura levam a direções absolutamente contraditórias.
Trocando os pés pelas mãos e julgando que o mundo visto dos jardins de São Paulo lhe revela a atitude correta, repetiu as teses do governo de FHC-Serra-Lampreia-Lafer, cujas orientações, não tivessem sido rompidas pelo governo atual, teriam levado ao Brasil e a todo o continente à situação do México, com um Tratado de Livre Comércio com os EUA, epicentro da crise mundial, que nos afetaria profunda e prolongadamente.
Quanto à situação peruana, o politólogo tucano repetiu o que disseram os próceres desse partido no momento do programa do PT, que comparava os dois governos: não querem voltar ao passado. Também em política internacional não lhes convêm fazer comparações.
A política internacional do Brasil teria conduzido o país a um isolamento internacional – essa a ótica jardinesca do mundo. A consagração do ministro Celso Amorim e de Lula pelo mundo afora, lhes provoca profundas dores de cotovelo e tentam fechar os olhos para não se dar conta do fracasso que foi também a política exterior da subserviência aos EUA dos tucanos.
Caso chegasse à presidência do Brasil, estaríamos então de novo seguindo os ditados de Washington. Caso ocorresse de novo uma situação como a de Honduras – a do Paraguai aponta perigosamente para uma situação similar, que também poderia animar a golpistas na Nicarágua -, a política exterior do presidente tucano seria a da aceitação de golpes como os de Fujimori e de Michelletti. Não defenderia as eventuais vítimas dos golpes e apoiaria os governos de fato, considerando-os os legítimos governantes.
A política exterior costuma ser coerente com a política interna. Quem defende posturas golpistas aqui dentro, não teria como disfarçar suas atitudes no campo internacional. Os tucanos se preparam assim para, caso cheguem a governar de novo o Brasil, fazer não apenas mudanças substanciais na política econômica, nas políticas sociais, no papel do Estado na economia, mas também na política externa, tirando o Brasil do arco democrático e jogando-o de novo na vala comum dos governos subservientes às políticas dos EUA.
*Emir Sader. Sociólogo e cientista político
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30/01/2010
"Democracia e ditadura em Honduras"
Carta Maior - sexta-Feira, 29 de Janeiro de 2010
Em um debate radiofônico com um intelectual tucano radicado em São Paulo, eu comparei a atitude do atual governo brasileiro de repúdio ao golpe militar e ao governo de fato que daí decorreu e o apoio ao presidente legalmente eleito e vítima do golpe, com a posição do governo FHC diante do golpe de Fujimori, no Peru, que fechou o Congresso e dissolveu a Justiça. FHC foi absolutamente condescendente com o golpe peruano. Ao que parece, na visão dos tucanos e do seu candidato Serra, o Brasil não fez uma “trapalhada”, fez o que eles consideram correto.
Foi, aliás, a atitude do politólogo tucano, que considera que Michelletti era o presidente legítimo de Honduras, diz que não houve golpe (em contradição com a unanimidade da comunidade internacional, que condenou o golpe e considerou Michelletti um presidente de fato, atitude até mesmo da imprensa brasileira). O golpista seria Zelaya (ele não se deu ao trabalho de ler a proposta dele ao Congresso, que não incluía a consulta para a reeleição, ao contrário do que a imprensa propagou).
O Brasil condenou e condena o golpe, apoiou o presidente legitimamente eleito em Honduras, emprestando as dependências da embaixada brasileira para que se abrigasse na tentativa de fazer valer o mando que o povo hondurenho democraticamente lhe havia conferido. Os tucanos, ao que parece, preferem outros métodos, como os do seu diário oficial, a FSP (Força Serra Presidente), que emprestou carros da empresa para acobertar operações de sequestro de opositores, para levá-los à tortura e à morte. A democracia e a ditadura levam a direções absolutamente contraditórias.
Trocando os pés pelas mãos e julgando que o mundo visto dos jardins de São Paulo lhe revela a atitude correta, repetiu as teses do governo de FHC-Serra-Lampreia-Lafer, cujas orientações, não tivessem sido rompidas pelo governo atual, teriam levado ao Brasil e a todo o continente à situação do México, com um Tratado de Livre Comércio com os EUA, epicentro da crise mundial, que nos afetaria profunda e prolongadamente.
Quanto à situação peruana, o politólogo tucano repetiu o que disseram os próceres desse partido no momento do programa do PT, que comparava os dois governos: não querem voltar ao passado. Também em política internacional não lhes convêm fazer comparações.
A política internacional do Brasil teria conduzido o país a um isolamento internacional – essa a ótica jardinesca do mundo. A consagração do ministro Celso Amorim e de Lula pelo mundo afora, lhes provoca profundas dores de cotovelo e tentam fechar os olhos para não se dar conta do fracasso que foi também a política exterior da subserviência aos EUA dos tucanos.
Caso chegasse à presidência do Brasil, estaríamos então de novo seguindo os ditados de Washington. Caso ocorresse de novo uma situação como a de Honduras – a do Paraguai aponta perigosamente para uma situação similar, que também poderia animar a golpistas na Nicarágua -, a política exterior do presidente tucano seria a da aceitação de golpes como os de Fujimori e de Michelletti. Não defenderia as eventuais vítimas dos golpes e apoiaria os governos de fato, considerando-os os legítimos governantes.
A política exterior costuma ser coerente com a política interna. Quem defende posturas golpistas aqui dentro, não teria como disfarçar suas atitudes no campo internacional. Os tucanos se preparam assim para, caso cheguem a governar de novo o Brasil, fazer não apenas mudanças substanciais na política econômica, nas políticas sociais, no papel do Estado na economia, mas também na política externa, tirando o Brasil do arco democrático e jogando-o de novo na vala comum dos governos subservientes às políticas dos EUA.
*Emir Sader. Sociólogo e cientista político
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Contraponto 1279 - Serrra cai; Dilma sobe.
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29/01/2010
"Vox Populi: Desde dezembro, Dilma subiu 10 pontos, Serra caiu 5"
Desabafo 29/01/2010
Outro cenário:
Sem Ciro, Serra tem 38%, Dilma 29% e Marina 8%
Segundo turno, Serra manteve 46%, Dilma passou de 32 para 35%
Foi perguntado sobre a intenção de voto se Lula indicar candidato: 30% disseram que com certeza votariam em um candidato indicado por Lula.
Como estava em 10 de dezembro de 2009:
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29/01/2010
"Vox Populi: Desde dezembro, Dilma subiu 10 pontos, Serra caiu 5"
Desabafo 29/01/2010
Outro cenário:
Sem Ciro, Serra tem 38%, Dilma 29% e Marina 8%
Segundo turno, Serra manteve 46%, Dilma passou de 32 para 35%
Foi perguntado sobre a intenção de voto se Lula indicar candidato: 30% disseram que com certeza votariam em um candidato indicado por Lula.
Como estava em 10 de dezembro de 2009:
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Contraponto 1278 - "Inundações em São Paulo: o “Titanic” José Serra"
Vermelho Editorial - 28 de Janeiro de 2010 - 18h50
Em 1907, alguns magnatas britânicos decidiram construir os três maiores navios do mundo. Um deles foi o Titanic. Era então o mais moderno, seguro e luxuoso transatlântico do mundo. Cinco anos depois, em 9 de abril de 1912, o Titanic zarpou para sua viagem inaugural. Durou só cindo dias: o navio colidiu com um iceberg, naufragou e mais da metade dos seus 3.000 passageiros morreram.
A história está repleta de exemplos que lembram a saga do Titanic: algo esplêndido e tido como imbatível, mas que acaba derrotado por motivo aparentemente banal.
Coisa semelhante ocorre, hoje, na política brasileira. A iminente candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à presidência da República, era tida até poucos meses atrás como fortíssima. Ele é apresentado pela oposição de direita e por parte da mídia burguesa como administrador competente, sério, ilustrado, bom de voto... e os números das pesquisas davam alguma sustentação para este discurso.
Davam. Agora o quadro começa a mudar. Há uma pesquisa recente do Vox Populi que pode indicar o oposto: a erosão da vantagem do tucano paulista. Até agora, só foram divulgados os dados parciais do Rio de Janeiro e de Pernambuco. No Rio, Serra (27%) está empatado com a candidata do PT, Dilma Rousseff (26%). Em Pernambuco, ele tem 23%, contra os 45% de Dilma. Segundo o jornal O Globo da quarta-feira (27), o presidente do DEM, Rodrigo Maia, passou recibo: ao ser informado sobre estes números, teria dito: “Isso é um pesadelo. Deus me livre”. (Grifo do ContrapontoPIG)
Dizem que nossos sonhos e pesadelos estão sempre relacionados a algo que nos aconteceu recentemente. Se for isso mesmo, o pesadelo que atormenta a oposição tem motivo. É só listar os últimos acontecimentos da cena política brasileira. Não há quase nenhuma notícia ruim para o governo: Lula continua muito popular, a economia vai bem, os empregos aumentaram, o salário mínimo aumentou, os programas sociais foram consolidados, nossa imagem no exterior é muito positiva e até mesmo a polêmica sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos serviu para mostrar que dentro do governo há muita gente disposta a comprar esta briga com a direita raivosa...
Enquanto isso, sobram constrangimentos para a oposição. Entre eles o mensalão do DEM no Distrito Federal, a entrevista do senador tucano Sérgio Guerra (PE) pregando o fim do PAC, a iminente derrota da ala serrista do PMDB na disputa interna para decidir pelo apoio a Dilma; a desistência de Aécio Neves da disputa presidencial, que saiu da briga querendo distância de Serra. E, por fim, as chuvas em São Paulo, que causaram grandes problemas e provocaram, até agora, 65 mortes no estado.
Entre estes episódios, as enchentes paulistas têm potencial para causar grandes estragos para a candidatura Serra. A forma tímida, praticamente omissa, com a qual ele e seu pupilo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), lidam com o problema das enchentes revelou a inaptidão com que o tucanato paulista conduz uma administração tacanha, despreparada para lidar com situações de crise e insensível aos problemas que atingem os mais pobres.
As tormentas paulistas nos remetem mais uma vez ao exemplo do Titanic que desapareceu nas profundezas do Atlântico Norte. A pesquisa Vox Populi ainda não foi divulgada na íntegra. Quando isso acontecer, poderá dar uma dimensão mais precisa sobre os reais estragos que ela causou no casco da candidatura tucana.
Seja como for, muita água ainda rolar por baixo da disputa eleitoral até outubro. Portanto, é cedo para cantar a vitória ou a derrota de quem quer que seja. Mas com os dados disponíveis já é possível dizer que há uma grande pedra no caminho de Serra, um "iceberg" que poderá levar a candidatura da direita ao naufrágio. Um afundamento que deve muito à própria soberba, arrogância e desprezo do tucanato pelos dramas reais da parcela mais pobre da população.
_________________________
PITACO DO ContrapontoPIG
Está estranha esta história de resultados à prestação. A Vox Populi está ficando muda...! S.O.S.
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Em 1907, alguns magnatas britânicos decidiram construir os três maiores navios do mundo. Um deles foi o Titanic. Era então o mais moderno, seguro e luxuoso transatlântico do mundo. Cinco anos depois, em 9 de abril de 1912, o Titanic zarpou para sua viagem inaugural. Durou só cindo dias: o navio colidiu com um iceberg, naufragou e mais da metade dos seus 3.000 passageiros morreram.
A história está repleta de exemplos que lembram a saga do Titanic: algo esplêndido e tido como imbatível, mas que acaba derrotado por motivo aparentemente banal.
Coisa semelhante ocorre, hoje, na política brasileira. A iminente candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à presidência da República, era tida até poucos meses atrás como fortíssima. Ele é apresentado pela oposição de direita e por parte da mídia burguesa como administrador competente, sério, ilustrado, bom de voto... e os números das pesquisas davam alguma sustentação para este discurso.
Davam. Agora o quadro começa a mudar. Há uma pesquisa recente do Vox Populi que pode indicar o oposto: a erosão da vantagem do tucano paulista. Até agora, só foram divulgados os dados parciais do Rio de Janeiro e de Pernambuco. No Rio, Serra (27%) está empatado com a candidata do PT, Dilma Rousseff (26%). Em Pernambuco, ele tem 23%, contra os 45% de Dilma. Segundo o jornal O Globo da quarta-feira (27), o presidente do DEM, Rodrigo Maia, passou recibo: ao ser informado sobre estes números, teria dito: “Isso é um pesadelo. Deus me livre”. (Grifo do ContrapontoPIG)
Dizem que nossos sonhos e pesadelos estão sempre relacionados a algo que nos aconteceu recentemente. Se for isso mesmo, o pesadelo que atormenta a oposição tem motivo. É só listar os últimos acontecimentos da cena política brasileira. Não há quase nenhuma notícia ruim para o governo: Lula continua muito popular, a economia vai bem, os empregos aumentaram, o salário mínimo aumentou, os programas sociais foram consolidados, nossa imagem no exterior é muito positiva e até mesmo a polêmica sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos serviu para mostrar que dentro do governo há muita gente disposta a comprar esta briga com a direita raivosa...
Enquanto isso, sobram constrangimentos para a oposição. Entre eles o mensalão do DEM no Distrito Federal, a entrevista do senador tucano Sérgio Guerra (PE) pregando o fim do PAC, a iminente derrota da ala serrista do PMDB na disputa interna para decidir pelo apoio a Dilma; a desistência de Aécio Neves da disputa presidencial, que saiu da briga querendo distância de Serra. E, por fim, as chuvas em São Paulo, que causaram grandes problemas e provocaram, até agora, 65 mortes no estado.
Entre estes episódios, as enchentes paulistas têm potencial para causar grandes estragos para a candidatura Serra. A forma tímida, praticamente omissa, com a qual ele e seu pupilo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), lidam com o problema das enchentes revelou a inaptidão com que o tucanato paulista conduz uma administração tacanha, despreparada para lidar com situações de crise e insensível aos problemas que atingem os mais pobres.
As tormentas paulistas nos remetem mais uma vez ao exemplo do Titanic que desapareceu nas profundezas do Atlântico Norte. A pesquisa Vox Populi ainda não foi divulgada na íntegra. Quando isso acontecer, poderá dar uma dimensão mais precisa sobre os reais estragos que ela causou no casco da candidatura tucana.
Seja como for, muita água ainda rolar por baixo da disputa eleitoral até outubro. Portanto, é cedo para cantar a vitória ou a derrota de quem quer que seja. Mas com os dados disponíveis já é possível dizer que há uma grande pedra no caminho de Serra, um "iceberg" que poderá levar a candidatura da direita ao naufrágio. Um afundamento que deve muito à própria soberba, arrogância e desprezo do tucanato pelos dramas reais da parcela mais pobre da população.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Está estranha esta história de resultados à prestação. A Vox Populi está ficando muda...! S.O.S.
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Contraponto 1277 - "Petrobras fecha 2009 com maior superávit de sua história"
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29/01/2010
29 de Janeiro de 2010 - 17h58 - Última modificação em 29 de Janeiro de 2010 - 17h58
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O saldo da balança comercial da Petrobras em 2009, calculado com base nas exportações e importações de petróleo e derivados, apresentou um superávit financeiro de US$ 2,874 bilhões.
Foi o maior superávit da história da companhia e mais de três vezes superior ao do ano passado, que fechou em US$ 927 milhões. Em volume, o saldo líquido da balança foi positivo em 156 mil barris diários.
No cálculo do saldo da balança comercial, a Petrobras contabiliza apenas os produtos e derivados líquidos, ficando de fora dados sobre as exportações e importações de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e nitrogenados.
“Este desempenho reflete, principalmente, o aumento de 4,8% nos volumes exportados de petróleo e derivados, cuja média foi de 705 mil barris por dia no ano”, informou a empresa, em nota. Contribuíram para esse resultado “o aumento da produção total de petróleo no país e a redução de 23% no total de derivados importados, com destaque para o óleo diesel.”
O país importou menos 43,03% óleo diesel na média de 2009, em relação a 2008. “Esse resultado é decorrente do aumento da produção deste combustível nas refinarias da Petrobras no Brasil, reflexo dos resultados do Programa de Maximização da Produção de Diesel e da menor demanda do mercado interno”, justificou a companhia.
Os dados indicam, por outro lado, que a maior parte do superávit decorreu do resultado do último trimestre do ano passado, quando o saldo da balança comercial da companhia foi de US$ 1,80 bilhão, indicando um aumento de US$ 194 milhões, quando comparado com o registrado no quarto trimestre de 2008.
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29/01/2010
29 de Janeiro de 2010 - 17h58 - Última modificação em 29 de Janeiro de 2010 - 17h58
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O saldo da balança comercial da Petrobras em 2009, calculado com base nas exportações e importações de petróleo e derivados, apresentou um superávit financeiro de US$ 2,874 bilhões.
Foi o maior superávit da história da companhia e mais de três vezes superior ao do ano passado, que fechou em US$ 927 milhões. Em volume, o saldo líquido da balança foi positivo em 156 mil barris diários.
No cálculo do saldo da balança comercial, a Petrobras contabiliza apenas os produtos e derivados líquidos, ficando de fora dados sobre as exportações e importações de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e nitrogenados.
“Este desempenho reflete, principalmente, o aumento de 4,8% nos volumes exportados de petróleo e derivados, cuja média foi de 705 mil barris por dia no ano”, informou a empresa, em nota. Contribuíram para esse resultado “o aumento da produção total de petróleo no país e a redução de 23% no total de derivados importados, com destaque para o óleo diesel.”
O país importou menos 43,03% óleo diesel na média de 2009, em relação a 2008. “Esse resultado é decorrente do aumento da produção deste combustível nas refinarias da Petrobras no Brasil, reflexo dos resultados do Programa de Maximização da Produção de Diesel e da menor demanda do mercado interno”, justificou a companhia.
Os dados indicam, por outro lado, que a maior parte do superávit decorreu do resultado do último trimestre do ano passado, quando o saldo da balança comercial da companhia foi de US$ 1,80 bilhão, indicando um aumento de US$ 194 milhões, quando comparado com o registrado no quarto trimestre de 2008.
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Contraponto 1276 - "O outro lado da Notícia"
29/01/2010
"O outro lado da Notícia"O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que o socialismo do século XXI vai bem, obrigado. Durante um discurso de transmissão em rede nacional, Chávez leu matérias publicadas na mídia fascista que dizem que a revolução fracassou.
“Mas está é nascendo, contra tudo e contra todos, com erros, incoerências”, declarou Chávez.
Ele reiterou que o socialismo é o único caminho que garante a paz, a justiça e a sobrevivência da raça humana.
O presidente voltou a falar em “radicalizar” o processo de mudanças que lidera há uma década caso a direita insista em seguir o caminho do golpismo para tirá-lo do poder.
“Um golpe de direita na Venezuela é impossível hoje”, afirmou Chávez.
“Se seguirem por esse caminho vão me obrigar a tomar decisões radicais. Eu sei que a maioria deste povo me apoia”, disse o presidente venezuelano.
Chávez propôs novamente à direita golpista para que recolha as assinaturas necessárias para realizar um referendo revogatório de seu mandato.
“Se por essa via me tirassem (do poder), eu iria embora, mas por nenhuma outra aceitarei, nem o povo, nem as forças armadas”, afirmou.
Chávez também disse que os gatos pingados que protestam nas ruas “são marionetes” de uma “direita fascista que procura mortos”.
“Não nos deixemos arrastar de novo por estes grupos fascistas que não são só os que estão nas ruas”, porque por trás deles está “a direita, o fascismo que os maneja como marionetes”, afirmou.
Ele revelou que nesta madrugada, também em Mérida, dois soldados foram “metralhados” — um deles estaria em estado grave — e que na cidade de Barquisimeto as manifestações direitistas chegaram ontem à noite perto de um regimento militar.
“Estão procurando mortos, porque não vão conseguir derrubar o Governo. Estão buscando violência, mortos, buscando que um soldado perca o controle”, disse, após convidar “o país sério e decente” a condenar este tipo de acontecimento.
“Vamos seguindo com o curso da nave, e eu peço, em vez de temores, apoio do setor produtivo nacional, rumo a hegemonia da propriedade social dos meios de produção, o que não exclui a propriedade privada”, disse ele, trajando uniforme militar.
Com agências
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o autro lado da notícia
Contraponto 1274 - "Íntegra discurso de Lula lido por Celso Amorim em Davos"
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29/01/2010
Íntegra discurso de Lula lido por Celso Amorim em Davos
Vermelho - 29 de Janeiro de 2010 - 13h07
Em repouso após passar por uma crise de hipertensão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, leu o discurso de Lula na cerimônia de entrega do prêmio "Estadista Global". O discurso descreve os avanços obtidos pelo Brasil nos últimos anos em várias áreas.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebe das mãos do ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan o prêmio de "Estadista Global" conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebe das mãos do ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan o prêmio de "Estadista Global" conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
Leia abaixo a íntegra do discurso.
"Minhas senhoras e meus senhores,
Em primeiro lugar, agradeço o prêmio "Estadista Global" que vocês estão me concedendo.
Nos últimos meses, tenho recebido alguns dos prêmios e títulos mais importantes da minha vida.
Com toda sinceridade, sei que não é exatamente a mim que estão premiando - mas ao Brasil e ao esforço do povo brasileiro. Isso me deixa ainda mais feliz e honrado.
Recebo este prêmio, portanto, em nome do Brasil e do povo do meu país. Este prêmio nos alegra, mas, especialmente, nos alerta para a grande responsabilidade que temos.
Ele aumenta minha responsabilidade como governante, e a responsabilidade do meu país como ator cada vez mais ativo e presente no cenário mundial.
Tenho visto, em várias publicações internacionais, que o Brasil está na moda. Permitam-me dizer que se trata de um termo simpático, porém inapropriado.
O modismo é coisa fugaz, passageira. E o Brasil quer e será ator permanente no cenário do novo mundo.
O Brasil, porém, não quer ser um destaque novo em um mundo velho. A voz brasileira quer proclamar, em alto e bom som, que é possível construir um mundo novo.
O Brasil quer ajudar a construir este novo mundo, que todos nós sabemos, não apenas é possível, mas dramaticamente necessário, como ficou claro, na recente crise financeira internacional – mesmo para os que não gostam de mudanças.
Meus senhores e minhas senhoras,
O olhar do mundo hoje, para o Brasil, é muito diferente daquele, de sete anos atrás, quando estive pela primeira vez em Davos.
Naquela época, sentíamos que o mundo nos olhava mais com dúvida do que esperança. O mundo temia pelo futuro do Brasil, porque não sabia o rumo exato que nosso país tomaria sob a liderança de um operário, sem diploma universitário, nascido politicamente no seio da esquerda sindical.
Meu olhar para o mundo, na época, era o contrário do que o mundo tinha para o Brasil. Eu acreditava, que assim como o Brasil estava mudando, o mundo também pudesse mudar.
No meu discurso de 2003, eu disse, aqui em Davos, que o Brasil iria trabalhar para reduzir as disparidades econômicas e sociais, aprofundar a democracia política, garantir as liberdades públicas e promover, ativamente, os direitos humanos.
Iria, ao mesmo tempo, lutar para acabar sua dependência das instituições internacionais de crédito e buscar uma inserção mais ativa e soberana na comunidade das nações.
Frisei, entre outras coisas, a necessidade de construção de uma nova ordem econômica internacional, mais justa e democrática.
E comentei que a construção desta nova ordem não seria apenas um ato de generosidade, mas, principalmente, uma atitude de inteligência política.
Ponderei ainda que a paz não era só um objetivo moral, mas um imperativo de racionalidade. E que não bastava apenas proclamar os valores do humanismo. Era necessário fazer com que eles prevalecessem, verdadeiramente, nas relações entre os países e os povos.
Sete anos depois, eu posso olhar nos olhos de cada um de vocês – e, mais que isso, nos olhos do meu povo – e dizer que o Brasil, mesmo com todas as dificuldades, fez a sua parte. Fez o que prometeu.
Neste período, 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 20 milhões saíram do estágio de pobreza absoluta. Pagamos toda nossa dívida externa e hoje, em lugar de sermos devedores, somos credores do FMI.
Nossas reservas internacionais pularam de 38 bilhões para cerca de 240 bilhões de dólares. Temos fronteiras com 10 países e não nos envolvemos em um só conflito com nossos vizinhos. Diminuímos, consideravelmente, as agressões ao meio ambiente. Temos e estamos consolidando uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, e estamos caminhando para nos tornar a quinta economia mundial.
Posso dizer, com humildade e realismo, que ainda precisamos avançar muito. Mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou.
O fato é que Brasil não apenas venceu o desafio de crescer economicamente e incluir socialmente, como provou, aos céticos, que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza.
Historicamente, quase todos governantes brasileiros governaram apenas para um terço da população. Para eles, o resto era peso, estorvo, carga.
Falavam em arrumar a casa. Mas como é possível arrumar um país deixando dois terços de sua população fora dos benefícios do progresso e da civilização?
Alguma casa fica de pé, se o pai e a mãe relegam ao abandono os filhos mais fracos, e concentram toda atenção nos filhos mais fortes e mais bem aquinhoados pela sorte?
É claro que não. Uma casa assim será uma casa frágil, dividida pelo ressentimento e pela insegurança, onde os irmãos se vêem como inimigos e não como membros da mesma família.
Nós concluímos o contrário: que só havia sentido em governar, se fosse governar para todos. E mostramos que aquilo que, tradicionalmente, era considerado estorvo, era, na verdade, força, reserva, energia para crescer.
Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era, também, politicamente indispensável e economicamente acertado. Porque só arrumam a casa, o pai e a mãe que olham para todos, não deixam que os mais fortes esbulhem os mais fracos, nem aceitam que os mais fracos conformem-se com a submissão e com a injustiça. Uma casa só é forte quando é de todos – e nela todos encontram abrigo, oportunidades e esperanças.
Por isso, apostamos na ampliação do mercado interno e no aproveitamento de todas as nossas potencialidades. Hoje, há mais Brasil para mais brasileiros. Com isso, fortalecemos a economia, ampliamos a qualidade de vida do nosso povo, reforçamos a democracia, aumentamos nossa auto-estima e amplificamos nossa voz no mundo.
Minhas senhoras e meus senhores,
O que aconteceu com o mundo nos últimos sete anos? Podemos dizer que o mundo, igual ao Brasil, também melhorou?
Não faço esta pergunta com soberba. Nem para provocar comparações vantajosas em favor do Brasil.
Faço esta pergunta com humildade, como cidadão do mundo, que tem sua parcela de responsabilidade no que sucedeu – e no que possa vir a suceder com a humanidade e com o nosso planeta.
Pergunto: podemos dizer que, nos últimos sete anos, o mundo caminhou no rumo da diminuição das desigualdades, das guerras, dos conflitos, das tragédias e da pobreza?
Podemos dizer que caminhou, mais vigorosamente, em direção a um modelo de respeito ao ser humano e ao meio ambiente?
Podemos dizer que interrompeu a marcha da insensatez, que tantas vezes parece nos encaminhar para o abismo social, para o abismo ambiental, para o abismo político e para o abismo moral?
Posso imaginar a resposta sincera que sai do coração de cada um de vocês, porque sinto a mesma perplexidade e a mesma frustração com o mundo em que vivemos.
E nós todos, sem exceção, temos uma parcela de responsabilidade nisso tudo.
Nos últimos anos, continuamos sacudidos por guerras absurdas. Continuamos destruindo o meio-ambiente. Continuamos assistindo, com compaixão hipócrita, a miséria e a morte assumirem proporções dantescas na África. Continuamos vendo, passivamente, aumentar os campos de refugiados pelo mundo afora.
E vimos, com susto e medo, mas sem que a lição tenha sido corretamente aprendida, para onde a especulação financeira pode nos levar.
Sim, porque continuam muitos dos terríveis efeitos da crise financeira internacional, e não vemos nenhum sinal, mais concreto, de que esta crise tenha servido para que repensássemos a ordem econômica mundial, seus métodos, sua pobre ética e seus processos anacrônicos.
Pergunto: quantas crises serão necessárias para mudarmos de atitude? Quantas hecatombes financeiras teremos condições de suportar até que decidamos fazer o óbvio e o mais correto?
Quantos graus de aquecimento global, quanto degelo, quanto desmatamento e desequilíbrios ecológicos serão necessários para que tomemos a firme decisão de salvar o planeta?
Meus senhores e minhas senhoras,
Vendo os efeitos pavorosos da tragédia do Haiti, também pergunto: quantos Haitis serão necessários para que deixemos de buscar remédios tardios e soluções improvisadas, ao calor do remorso?
Todos nós sabemos que a tragédia do Haiti foi causada por dois tipos de terremotos: o que sacudiu Porto Príncipe, no início deste mês, com a força de 30 bombas atômicas, e o outro, lento e silencioso, que vem corroendo suas entranhas há alguns séculos.
Para este outro terremoto, o mundo fechou os olhos e os ouvidos. Como continua de olhos e ouvidos fechados para o terremoto silencioso que destrói comunidades inteiras na África, na Ásia, na Europa Oriental e nos países mais pobres das Américas.
Será necessário que o terremoto social traga seu epicentro para as grandes metrópoles européias e norte-americanas para que possamos tomar soluções mais definitivas?
Um antigo presidente brasileiro dizia, do alto de sua aristocrática arrogância, que a questão social era uma questão de polícia.
Será que não é isso que, de forma sutil e sofisticada, muitos países ricos dizem até hoje, quando perseguem, reprimem e discriminam os imigrantes, quando insistem num jogo em que tantos perdem e só poucos ganham?
Por que não fazermos um jogo em que todos possam ganhar, mesmo que em quantidades diversas, mas que ninguém perca no essencial?
O que existe de impossível nisso? Por que não caminharmos nessa direção, de forma consciente e deliberada e não empurrados por crises, por guerras e por tragédias? Será que a humanidade só pode aprender pelo caminho do sofrimento e do rugir de forças descontroladas?
Outro mundo e outro caminho são possíveis. Basta que queiramos. E precisamos fazer isso enquanto é tempo.
Meus senhores e minhas senhoras,
Gostaria de repetir que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. Esta também é uma das melhores receitas para a paz. E aprendemos, no ano passado, que é também um poderoso escudo contra crise.
Esta lição que o Brasil aprendeu, vale para qualquer parte do mundo, rica ou pobre.
Isso significa ampliar oportunidades, aumentar a produtividade, ampliar mercado e fortalecer a economia. Isso significa mudar as mentalidades e as relações. Isso significa criar fábricas de emprego e de cidadania.
Só fomos bem sucedidos nessas tarefas porque recuperamos o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e não nos deixamos aprisionar em armadilhas teóricas – ou políticas – equivocadas sobre o verdadeiro papel do estado.
Nos últimos sete anos, o Brasil criou quase 12 milhões de empregos formais. Em 2009, quando a maioria dos países viu diminuir os postos de trabalhos, tivemos um saldo positivo de cerca de um milhão de novos empregos.
O Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair. Por que? Porque tínhamos reorganizado a economia com fundamentos sólidos, com base no crescimento, na estabilidade, na produtividade, num sistema financeiro saudável, no acesso ao crédito e na inclusão social.
E quando os efeitos da crise começaram a nos alcançar, reforçamos, sem titubear, os fundamentos do nosso modelo e demos ênfase à ampliação do crédito, à redução de impostos e ao estímulo do consumo.
Na crise ficou provado, mais uma vez, que são os pequenos que estão construindo a economia de gigante do Brasil.
Este talvez seja o principal motivo do sucesso do Brasil: acreditar e apoiar o povo, os mais fracos e os pequenos. Na verdade, não estamos inventando a roda. Foi com esta força motriz que Roosevelt recuperou a economia americana depois da grande crise de 1929. E foi com ela que o Brasil venceu preventivamente a última crise internacional.
Mas, nos últimos sete anos, nunca agimos de forma improvisada. A gente sabia para onde queria caminhar. Organizamos a economia sem bravatas e sem sustos, mas com um foco muito claro: crescer com estabilidade e com inclusão.
Implantamos o maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família, que hoje beneficia mais de 12 milhões de famílias. E lançamos, ao mesmo tempo, o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, maior conjunto de obras simultâneas nas áreas de infra-estrutura e logística da história do país, no qual já foram investidos 213 bilhões de dólares e que alcançará, no final do ano de 2010, um montante de 343 bilhões.
Volto ao ponto central: estivemos sempre atentos às politicas macro-econômicas, mas jamais nos limitamos às grandes linhas. Tivemos a obsessão de destravar a máquina da economia, sempre olhando para os mais necessitados, aumentando o poder de compra e o acesso ao crédito da maioria dos brasileiros.
Criamos, por exemplo, grandes programas de infra-estrutura social voltados exclusivamente para as camadas mais pobres. É o caso do programa Luz para Todos, que levou energia elétrica, no campo, para 12 milhões de pessoas e se mostrou um grande propulsor de bem estar e um forte ativador da economia.
Por exemplo: para levar energia elétrica a 2 milhões e 200 mil residências rurais, utilizamos 906 mil quilômetros de cabo, o suficiente para dar 21 voltas em torno do planeta Terra. Em contrapartida, estas famílias que passaram a ter energia elétrica em suas casas, compraram 1,5 milhão de televisores, 1,4 milhão de geladeiras e quantidades enormes de outros equipamentos.
As diversas linhas de microcrédito que criamos, seja para a produção, seja para o consumo, tiveram igualmente grande efeito multiplicador. E ensinaram aos capitalistas brasileiros que não existe capitalismo sem crédito.
Para que vocês tenham uma idéia, apenas com a modalidade de "crédito consignado", que tem como garantia o contracheque dos trabalhadores e aposentados, chegamos a fazer girar na economia mais 100 bilhões de reais por mês. As pessoas tomam empréstimos de 50 dólares, 80 dólares para comprar roupas, material escolar, etc, e isto ajuda ativar profundamente a economia.
Minhas senhoras e meus senhores,
Os desafios enfrentados, agora, pelo mundo são muito maiores do que os enfrentados pelo Brasil.
Com mudanças de prioridades e rearranjos de modelos, o governo brasileiro está conseguindo impor um novo ritmo de desenvolvimento ao nosso país.
O mundo, porém, necessita de mudanças mais profundas e mais complexas. E elas ficarão ainda mais difíceis quanto mais tempo deixarmos passar e quanto mais oportunidades jogarmos fora.
O encontro do clima, em Copenhague, é um exemplo disso. Ali a humanidade perdeu uma grande oportunidade de avançar, com rapidez, em defesa do meio-ambiente.
Por isso cobramos que cheguemos com o espírito desarmado, no próximo encontro, no México, e que encontremos saídas concretas para o grave problema do aquecimento global.
A crise financeira também mostrou que é preciso uma mudança profunda na ordem econômica, que privilegie a produção e não a especulação.
Um modelo, como todos sabem, onde o sistema financeiro esteja a serviço do setor produtivo e onde haja regulações claras para evitar riscos absurdos e excessivos.
Mas tudo isso são sintomas de uma crise mais profunda, e da necessidade de o mundo encontrar um novo caminho, livre dos velhos modelos e das velhas ideologias.
É hora de re-inventarmos o mundo e suas instituições. Por que ficarmos atrelados a modelos gestados em tempos e realidades tão diversas das que vivemos? O mundo tem que recuperar sua capacidade de criar e de sonhar.
Não podemos retardar soluções que apontam para uma melhor governança mundial, onde governos e nações trabalhem em favor de toda a humanidade.
Precisamos de um novo papel para os governos. E digo que, paradoxalmente, este novo papel é o mais antigo deles: é a recuperação do papel de governar.
Nós fomos eleitos para governar e temos que governar. Mas temos que governar com criatividade e justiça. E fazer isso já, antes que seja tarde.
Não sou apocalíptico, nem estou anunciando o fim do mundo. Estou lançando um brado de otimismo. E dizendo que, mais que nunca, temos nossos destinos em nossas mãos.
E toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor, coragem e justiça elas conseguem realizar a tarefa divina de construir um novo mundo e uma nova humanidade.
Muito obrigado."
.
29/01/2010
Íntegra discurso de Lula lido por Celso Amorim em Davos
Vermelho - 29 de Janeiro de 2010 - 13h07
Em repouso após passar por uma crise de hipertensão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, leu o discurso de Lula na cerimônia de entrega do prêmio "Estadista Global". O discurso descreve os avanços obtidos pelo Brasil nos últimos anos em várias áreas.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebe das mãos do ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan o prêmio de "Estadista Global" conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebe das mãos do ex-secretário geral das Nações Unidas Kofi Annan o prêmio de "Estadista Global" conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
"Minhas senhoras e meus senhores,
Em primeiro lugar, agradeço o prêmio "Estadista Global" que vocês estão me concedendo.
Nos últimos meses, tenho recebido alguns dos prêmios e títulos mais importantes da minha vida.
Com toda sinceridade, sei que não é exatamente a mim que estão premiando - mas ao Brasil e ao esforço do povo brasileiro. Isso me deixa ainda mais feliz e honrado.
Recebo este prêmio, portanto, em nome do Brasil e do povo do meu país. Este prêmio nos alegra, mas, especialmente, nos alerta para a grande responsabilidade que temos.
Ele aumenta minha responsabilidade como governante, e a responsabilidade do meu país como ator cada vez mais ativo e presente no cenário mundial.
Tenho visto, em várias publicações internacionais, que o Brasil está na moda. Permitam-me dizer que se trata de um termo simpático, porém inapropriado.
O modismo é coisa fugaz, passageira. E o Brasil quer e será ator permanente no cenário do novo mundo.
O Brasil, porém, não quer ser um destaque novo em um mundo velho. A voz brasileira quer proclamar, em alto e bom som, que é possível construir um mundo novo.
O Brasil quer ajudar a construir este novo mundo, que todos nós sabemos, não apenas é possível, mas dramaticamente necessário, como ficou claro, na recente crise financeira internacional – mesmo para os que não gostam de mudanças.
Meus senhores e minhas senhoras,
O olhar do mundo hoje, para o Brasil, é muito diferente daquele, de sete anos atrás, quando estive pela primeira vez em Davos.
Naquela época, sentíamos que o mundo nos olhava mais com dúvida do que esperança. O mundo temia pelo futuro do Brasil, porque não sabia o rumo exato que nosso país tomaria sob a liderança de um operário, sem diploma universitário, nascido politicamente no seio da esquerda sindical.
Meu olhar para o mundo, na época, era o contrário do que o mundo tinha para o Brasil. Eu acreditava, que assim como o Brasil estava mudando, o mundo também pudesse mudar.
No meu discurso de 2003, eu disse, aqui em Davos, que o Brasil iria trabalhar para reduzir as disparidades econômicas e sociais, aprofundar a democracia política, garantir as liberdades públicas e promover, ativamente, os direitos humanos.
Iria, ao mesmo tempo, lutar para acabar sua dependência das instituições internacionais de crédito e buscar uma inserção mais ativa e soberana na comunidade das nações.
Frisei, entre outras coisas, a necessidade de construção de uma nova ordem econômica internacional, mais justa e democrática.
E comentei que a construção desta nova ordem não seria apenas um ato de generosidade, mas, principalmente, uma atitude de inteligência política.
Ponderei ainda que a paz não era só um objetivo moral, mas um imperativo de racionalidade. E que não bastava apenas proclamar os valores do humanismo. Era necessário fazer com que eles prevalecessem, verdadeiramente, nas relações entre os países e os povos.
Sete anos depois, eu posso olhar nos olhos de cada um de vocês – e, mais que isso, nos olhos do meu povo – e dizer que o Brasil, mesmo com todas as dificuldades, fez a sua parte. Fez o que prometeu.
Neste período, 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 20 milhões saíram do estágio de pobreza absoluta. Pagamos toda nossa dívida externa e hoje, em lugar de sermos devedores, somos credores do FMI.
Nossas reservas internacionais pularam de 38 bilhões para cerca de 240 bilhões de dólares. Temos fronteiras com 10 países e não nos envolvemos em um só conflito com nossos vizinhos. Diminuímos, consideravelmente, as agressões ao meio ambiente. Temos e estamos consolidando uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, e estamos caminhando para nos tornar a quinta economia mundial.
Posso dizer, com humildade e realismo, que ainda precisamos avançar muito. Mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou.
O fato é que Brasil não apenas venceu o desafio de crescer economicamente e incluir socialmente, como provou, aos céticos, que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza.
Historicamente, quase todos governantes brasileiros governaram apenas para um terço da população. Para eles, o resto era peso, estorvo, carga.
Falavam em arrumar a casa. Mas como é possível arrumar um país deixando dois terços de sua população fora dos benefícios do progresso e da civilização?
Alguma casa fica de pé, se o pai e a mãe relegam ao abandono os filhos mais fracos, e concentram toda atenção nos filhos mais fortes e mais bem aquinhoados pela sorte?
É claro que não. Uma casa assim será uma casa frágil, dividida pelo ressentimento e pela insegurança, onde os irmãos se vêem como inimigos e não como membros da mesma família.
Nós concluímos o contrário: que só havia sentido em governar, se fosse governar para todos. E mostramos que aquilo que, tradicionalmente, era considerado estorvo, era, na verdade, força, reserva, energia para crescer.
Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era, também, politicamente indispensável e economicamente acertado. Porque só arrumam a casa, o pai e a mãe que olham para todos, não deixam que os mais fortes esbulhem os mais fracos, nem aceitam que os mais fracos conformem-se com a submissão e com a injustiça. Uma casa só é forte quando é de todos – e nela todos encontram abrigo, oportunidades e esperanças.
Por isso, apostamos na ampliação do mercado interno e no aproveitamento de todas as nossas potencialidades. Hoje, há mais Brasil para mais brasileiros. Com isso, fortalecemos a economia, ampliamos a qualidade de vida do nosso povo, reforçamos a democracia, aumentamos nossa auto-estima e amplificamos nossa voz no mundo.
Minhas senhoras e meus senhores,
O que aconteceu com o mundo nos últimos sete anos? Podemos dizer que o mundo, igual ao Brasil, também melhorou?
Não faço esta pergunta com soberba. Nem para provocar comparações vantajosas em favor do Brasil.
Faço esta pergunta com humildade, como cidadão do mundo, que tem sua parcela de responsabilidade no que sucedeu – e no que possa vir a suceder com a humanidade e com o nosso planeta.
Pergunto: podemos dizer que, nos últimos sete anos, o mundo caminhou no rumo da diminuição das desigualdades, das guerras, dos conflitos, das tragédias e da pobreza?
Podemos dizer que caminhou, mais vigorosamente, em direção a um modelo de respeito ao ser humano e ao meio ambiente?
Podemos dizer que interrompeu a marcha da insensatez, que tantas vezes parece nos encaminhar para o abismo social, para o abismo ambiental, para o abismo político e para o abismo moral?
Posso imaginar a resposta sincera que sai do coração de cada um de vocês, porque sinto a mesma perplexidade e a mesma frustração com o mundo em que vivemos.
E nós todos, sem exceção, temos uma parcela de responsabilidade nisso tudo.
Nos últimos anos, continuamos sacudidos por guerras absurdas. Continuamos destruindo o meio-ambiente. Continuamos assistindo, com compaixão hipócrita, a miséria e a morte assumirem proporções dantescas na África. Continuamos vendo, passivamente, aumentar os campos de refugiados pelo mundo afora.
E vimos, com susto e medo, mas sem que a lição tenha sido corretamente aprendida, para onde a especulação financeira pode nos levar.
Sim, porque continuam muitos dos terríveis efeitos da crise financeira internacional, e não vemos nenhum sinal, mais concreto, de que esta crise tenha servido para que repensássemos a ordem econômica mundial, seus métodos, sua pobre ética e seus processos anacrônicos.
Pergunto: quantas crises serão necessárias para mudarmos de atitude? Quantas hecatombes financeiras teremos condições de suportar até que decidamos fazer o óbvio e o mais correto?
Quantos graus de aquecimento global, quanto degelo, quanto desmatamento e desequilíbrios ecológicos serão necessários para que tomemos a firme decisão de salvar o planeta?
Meus senhores e minhas senhoras,
Vendo os efeitos pavorosos da tragédia do Haiti, também pergunto: quantos Haitis serão necessários para que deixemos de buscar remédios tardios e soluções improvisadas, ao calor do remorso?
Todos nós sabemos que a tragédia do Haiti foi causada por dois tipos de terremotos: o que sacudiu Porto Príncipe, no início deste mês, com a força de 30 bombas atômicas, e o outro, lento e silencioso, que vem corroendo suas entranhas há alguns séculos.
Para este outro terremoto, o mundo fechou os olhos e os ouvidos. Como continua de olhos e ouvidos fechados para o terremoto silencioso que destrói comunidades inteiras na África, na Ásia, na Europa Oriental e nos países mais pobres das Américas.
Será necessário que o terremoto social traga seu epicentro para as grandes metrópoles européias e norte-americanas para que possamos tomar soluções mais definitivas?
Um antigo presidente brasileiro dizia, do alto de sua aristocrática arrogância, que a questão social era uma questão de polícia.
Será que não é isso que, de forma sutil e sofisticada, muitos países ricos dizem até hoje, quando perseguem, reprimem e discriminam os imigrantes, quando insistem num jogo em que tantos perdem e só poucos ganham?
Por que não fazermos um jogo em que todos possam ganhar, mesmo que em quantidades diversas, mas que ninguém perca no essencial?
O que existe de impossível nisso? Por que não caminharmos nessa direção, de forma consciente e deliberada e não empurrados por crises, por guerras e por tragédias? Será que a humanidade só pode aprender pelo caminho do sofrimento e do rugir de forças descontroladas?
Outro mundo e outro caminho são possíveis. Basta que queiramos. E precisamos fazer isso enquanto é tempo.
Meus senhores e minhas senhoras,
Gostaria de repetir que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. Esta também é uma das melhores receitas para a paz. E aprendemos, no ano passado, que é também um poderoso escudo contra crise.
Esta lição que o Brasil aprendeu, vale para qualquer parte do mundo, rica ou pobre.
Isso significa ampliar oportunidades, aumentar a produtividade, ampliar mercado e fortalecer a economia. Isso significa mudar as mentalidades e as relações. Isso significa criar fábricas de emprego e de cidadania.
Só fomos bem sucedidos nessas tarefas porque recuperamos o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e não nos deixamos aprisionar em armadilhas teóricas – ou políticas – equivocadas sobre o verdadeiro papel do estado.
Nos últimos sete anos, o Brasil criou quase 12 milhões de empregos formais. Em 2009, quando a maioria dos países viu diminuir os postos de trabalhos, tivemos um saldo positivo de cerca de um milhão de novos empregos.
O Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair. Por que? Porque tínhamos reorganizado a economia com fundamentos sólidos, com base no crescimento, na estabilidade, na produtividade, num sistema financeiro saudável, no acesso ao crédito e na inclusão social.
E quando os efeitos da crise começaram a nos alcançar, reforçamos, sem titubear, os fundamentos do nosso modelo e demos ênfase à ampliação do crédito, à redução de impostos e ao estímulo do consumo.
Na crise ficou provado, mais uma vez, que são os pequenos que estão construindo a economia de gigante do Brasil.
Este talvez seja o principal motivo do sucesso do Brasil: acreditar e apoiar o povo, os mais fracos e os pequenos. Na verdade, não estamos inventando a roda. Foi com esta força motriz que Roosevelt recuperou a economia americana depois da grande crise de 1929. E foi com ela que o Brasil venceu preventivamente a última crise internacional.
Mas, nos últimos sete anos, nunca agimos de forma improvisada. A gente sabia para onde queria caminhar. Organizamos a economia sem bravatas e sem sustos, mas com um foco muito claro: crescer com estabilidade e com inclusão.
Implantamos o maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família, que hoje beneficia mais de 12 milhões de famílias. E lançamos, ao mesmo tempo, o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, maior conjunto de obras simultâneas nas áreas de infra-estrutura e logística da história do país, no qual já foram investidos 213 bilhões de dólares e que alcançará, no final do ano de 2010, um montante de 343 bilhões.
Volto ao ponto central: estivemos sempre atentos às politicas macro-econômicas, mas jamais nos limitamos às grandes linhas. Tivemos a obsessão de destravar a máquina da economia, sempre olhando para os mais necessitados, aumentando o poder de compra e o acesso ao crédito da maioria dos brasileiros.
Criamos, por exemplo, grandes programas de infra-estrutura social voltados exclusivamente para as camadas mais pobres. É o caso do programa Luz para Todos, que levou energia elétrica, no campo, para 12 milhões de pessoas e se mostrou um grande propulsor de bem estar e um forte ativador da economia.
Por exemplo: para levar energia elétrica a 2 milhões e 200 mil residências rurais, utilizamos 906 mil quilômetros de cabo, o suficiente para dar 21 voltas em torno do planeta Terra. Em contrapartida, estas famílias que passaram a ter energia elétrica em suas casas, compraram 1,5 milhão de televisores, 1,4 milhão de geladeiras e quantidades enormes de outros equipamentos.
As diversas linhas de microcrédito que criamos, seja para a produção, seja para o consumo, tiveram igualmente grande efeito multiplicador. E ensinaram aos capitalistas brasileiros que não existe capitalismo sem crédito.
Para que vocês tenham uma idéia, apenas com a modalidade de "crédito consignado", que tem como garantia o contracheque dos trabalhadores e aposentados, chegamos a fazer girar na economia mais 100 bilhões de reais por mês. As pessoas tomam empréstimos de 50 dólares, 80 dólares para comprar roupas, material escolar, etc, e isto ajuda ativar profundamente a economia.
Minhas senhoras e meus senhores,
Os desafios enfrentados, agora, pelo mundo são muito maiores do que os enfrentados pelo Brasil.
Com mudanças de prioridades e rearranjos de modelos, o governo brasileiro está conseguindo impor um novo ritmo de desenvolvimento ao nosso país.
O mundo, porém, necessita de mudanças mais profundas e mais complexas. E elas ficarão ainda mais difíceis quanto mais tempo deixarmos passar e quanto mais oportunidades jogarmos fora.
O encontro do clima, em Copenhague, é um exemplo disso. Ali a humanidade perdeu uma grande oportunidade de avançar, com rapidez, em defesa do meio-ambiente.
Por isso cobramos que cheguemos com o espírito desarmado, no próximo encontro, no México, e que encontremos saídas concretas para o grave problema do aquecimento global.
A crise financeira também mostrou que é preciso uma mudança profunda na ordem econômica, que privilegie a produção e não a especulação.
Um modelo, como todos sabem, onde o sistema financeiro esteja a serviço do setor produtivo e onde haja regulações claras para evitar riscos absurdos e excessivos.
Mas tudo isso são sintomas de uma crise mais profunda, e da necessidade de o mundo encontrar um novo caminho, livre dos velhos modelos e das velhas ideologias.
É hora de re-inventarmos o mundo e suas instituições. Por que ficarmos atrelados a modelos gestados em tempos e realidades tão diversas das que vivemos? O mundo tem que recuperar sua capacidade de criar e de sonhar.
Não podemos retardar soluções que apontam para uma melhor governança mundial, onde governos e nações trabalhem em favor de toda a humanidade.
Precisamos de um novo papel para os governos. E digo que, paradoxalmente, este novo papel é o mais antigo deles: é a recuperação do papel de governar.
Nós fomos eleitos para governar e temos que governar. Mas temos que governar com criatividade e justiça. E fazer isso já, antes que seja tarde.
Não sou apocalíptico, nem estou anunciando o fim do mundo. Estou lançando um brado de otimismo. E dizendo que, mais que nunca, temos nossos destinos em nossas mãos.
E toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor, coragem e justiça elas conseguem realizar a tarefa divina de construir um novo mundo e uma nova humanidade.
Muito obrigado."
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Discurso Amorim
Contraponto 1273 - "Governo Lula vai agilizar diagnóstico de enfarte no SAMU"
...
29/01/2010
Governo Lula vai agilizar diagnóstico de enfarte no SAMUBlog da Dilma - Jussara Seixas às Quinta-feira, Janeiro 28
VANNILDO MENDES - Agencia Estado
BRASÍLIA - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou hoje o Sistema de Tele-Eletrocardiografia Digital, a mais nova ferramenta para ajudar a salvar pacientes de enfarte e doenças cardiovasculares. O sistema, que será adaptado nas ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), permite reduzir para cinco minutos o diagnóstico de doenças cardíacas graves, como enfarte,
que atualmente leva horas preciosas.
"O diagnóstico preciso e ágil é a diferença entre a vida e a morte nesses casos", disse o médico Adib Jatene, diretor-geral do Hospital do Coração de São Paulo, presente ao evento.
Estatísticas oficiais indicam que 50% das mortes por enfarte ocorrem no percurso entre a residência e o hospital, por falta de diagnóstico preciso e pela demora na identificação precisa do problema. O Ministério acredita que o novo sistema pode reduzir em 20% as mortes nas emergências cardíacas.
O programa começa com 80 kits de tele-eletrocardiografia e até o final do ano estará presente em 450 ambulâncias do SAMU, entre as quais as 350 de suporte avançado. Mas Temporão disse que, no futuro, o programa será estendido a todo o sistema, integrado por 3.800 ambulâncias, distribuídas em 1.300 municípios e cobrindo um público de 106 milhões de habitantes. "O novo serviço representa um ganho de tempo valioso no diagnóstico e permite ao hospital ficar preparado para recebimento do paciente, sabendo da real gravidade do seu estado de saúde", disse Temporão. "Vamos racionalizar o tempo, reduzir custos e salvar vidas", afirmou.
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Contraponto 1272 - "Os empregos que o governo Lula criou"
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29/01/2010
Os empregos que o governo Lula criou29/01/2010
Blog da Dilma - sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A geração de novos empregos talvez seja um dos indicadores mais importantes, se não for o mais importante, do desempenho de um governo.
O emprego é o motor da economia, pois, de um lado, revela muito sobre como estão os setores de comércio, indústria e serviços de um país e, de outro lado, mostra que o dinheiro está chegando às mãos dos cidadãos, estimulando o consumo e fechando o ciclo virtuoso.
Em resumo, é indicador de que a economia está girando e crescendo. Emprego em alta significa investimentos públicos e privados maiores. No Brasil, representa também a reorganização do serviço público como um todo, envolvendo Saúde, Educação, Segurança e Justiça.
Não por outra razão a questão do desemprego tem sido preocupação constante no mundo, especialmente após o estouro da bolha imobiliária dos EUA, que sacramentou a maior crise econômica internacional desde 1929.
Nesta semana, em seu relatório “Tendências Mundiais do Emprego”, a OIT (Organização Internacional do Trabalho), braço das Nações Unidas, informou que o índice de desemprego na população economicamente ativa foi de 6,6% em 2009.
São 212 milhões de desempregados, um recorde desde que o estudo foi iniciado. Segundo a OIT, desde o despontar da crise, em 2007, até o ano passado, foram 34 milhões de desempregados a mais ao redor do globo.
Para 2010, a perspectiva não é animadora: estima-se em 7% a taxa de desemprego mundial, ou mais 16 milhões de pessoas.
Os dados confirmam também que o cenário brasileiro é, de fato, diferenciado. Exemplo de enfrentamento da crise econômica, o Brasil conseguiu criar novos postos de trabalho com carteira assinada em 2009, destoando do restante do planeta.
As medidas adotadas pelo governo Lula foram responsáveis por evitar o desaquecimento da economia e levar à criação de quase 1 milhão de empregos (995.110, dados do Caged).
O cenário positivo vale também para 2010. A previsão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é de geração de 100 mil novos empregos em janeiro e de 2 milhões até o final do ano.
A expectativa positiva se sustenta por conta dos impactos na economia local dos programas sociais, do aumento real do salário mínimo e dos benefícios da Previdência, além da reorganização dos serviços públicos.
Certamente os resultados de geração de emprego ao longo de seus dois mandatos pesaram na escolha de vários veículos de comunicação europeus e norte-americanos do presidente Lula como a personalidade de 2009.
Pesaram também na escolha de Lula para o prêmio “Personalidade Global” —o equivalente a estadista do ano— no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça).
Em texto publicado na Folha de S.Paulo, sob o título “Os empregos que Lula deve”, o colunista Clóvis Rossi cobrou do governo Lula a geração dos 10 milhões de empregos prometidos durante a campanha de 2002.
Na conta de Rossi, que considera o período 2003-2007, foram gerados 8,725 milhões de novos empregos.
Na realidade, os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que foram contratados pela CLT e como estatutários 11.752.763 novos trabalhadores em todo o país.
Desde o início do governo Lula, o número de trabalhadores em todo o Brasil cresceu 33,86%.
Esse dado revela a preocupação que o governo teve de equilibrar a economia ao mesmo tempo em que cuidava da distribuição de renda, via geração de emprego.
Porque o país precisa crescer economicamente, mas ampliando ano a ano o número de pessoas que irão fazer parte desse crescimento. Essa foi uma preocupação do governo desde seu primeiro dia de trabalho.
Mas é preciso reconhecer também a competência do governo Lula para dar esse salto. Sob o governo Lula, foram criados empregos até em ano de profunda crise internacional e sem pôr em risco o controle da inflação, a meta de superávit fiscal, o aquecimento da economia e as significativas reservas externas (US$ 250 bilhões).
O número de vagas criadas só em 2009 é 20% maior do que os 800 mil postos de trabalho criados em todo o segundo mandato do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Há quem queira fugir dessa comparação. Mas o melhor para o Brasil é que neste ano de grandes definições façamos a comparação do governo Lula com o governo FHC, dos tucanos e de José Serra. Porque é isso que o país quer saber.
José Dirceu, 63, é advogado e ex-ministro da Casa Civil
Postado por Jussara Seixas às Sexta-feira, Janeiro 29
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Contraponto 1271 - Manipulação do PIG (4)
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Amigos do Presidente - Por: Helena™ . 28/01/2010 6:46:00 PM
Em todos os jornais de hoje, a notícia é essa:
Sem ouvir o outro lado, numa clara manipulação da notícia, os jornais se uniram para, publicar a mesma notícia requentada.Isso é nada mais que monópolio. Mas, é a verdade, qual é?
Razões dos vetos
"A inclusão dessas obras no Anexo VI do Projeto de Lei Orçamentária de 2010 (obras apontadas pelo TCU como tendo indícios graves de irregularidades) implica a paralisação delas, com prejuízo imediato de aproximadamente vinte e cinco mil empregos e custos mensais da ordem de R$ 268 milhões, além de outros decorrentes da desmobilização e da degradação de trabalhos já realizados. Tais fatos foram salientados, inclusive, por Governadores de Estados nos quais se encontram alguns dos empreendimentos afetados.
Convém destacar também que parte dos contratos incluídos no referido Anexo já apresentam 90% de execução física e sua interrupção gera atraso no início da operação das unidades em construção, com perda de receita mensal estimada em R$ 577 milhões, e dificuldade no atendimento dos compromissos de abastecimento do País com óleo diesel de baixo teor de enxofre.
Deve-se ressaltar ainda que, em reunião realizada com membros do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, com a participação de representantes do Tribunal de Contas da União, do Ministério de Minas e Energia, da Casa Civil da Presidência da República e da Petrobras, houve consenso sobre a viabilidade da regularização das pendências identificadas pelo TCU e, bem assim, foi acordada a criação de Grupo de Trabalho para avaliar e sanar as referidas questões, garantindo-se que as medidas que se fizerem necessárias para assegurar a regularidade das obras serão devidamente adotadas.
Portanto, considerando-se o anteriormente exposto em relação ao estágio de execução dessas obras, o prejuízo financeiro e social causado pela eventual desmobilização e o potencial atraso no fornecimento de óleo diesel de baixo teor de enxofre, associado aos princípios da razoabilidade, economicidade e eficiência, impõe-se o veto aos mencionados dispositivos."Confira aqui no site da Presidência da República
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Amigos do Presidente - Por: Helena™ . 28/01/2010 6:46:00 PM
Em todos os jornais de hoje, a notícia é essa:
LULA ATROPELA O TCU E LIBERA VERBA DE OBRAS SUSPENSAS
(O Globo)
(O Globo)
LULA DESAFIA TCU E GARANTE VERBA PARA OBRAS SUSPEITAS
(O Estado de S. Paulo)
(O Estado de S. Paulo)
LULA IGNORA TCU E DÁ VERBA PARA OBRAS SOB SUSPEITA
(Folha de S. Paulo)
Lula peita TCU e libera verbas
(Correio Braziliense)
(Folha de S. Paulo)
Lula peita TCU e libera verbas
(Correio Braziliense)
Sem ouvir o outro lado, numa clara manipulação da notícia, os jornais se uniram para, publicar a mesma notícia requentada.Isso é nada mais que monópolio. Mas, é a verdade, qual é?
Razões dos vetos
"A inclusão dessas obras no Anexo VI do Projeto de Lei Orçamentária de 2010 (obras apontadas pelo TCU como tendo indícios graves de irregularidades) implica a paralisação delas, com prejuízo imediato de aproximadamente vinte e cinco mil empregos e custos mensais da ordem de R$ 268 milhões, além de outros decorrentes da desmobilização e da degradação de trabalhos já realizados. Tais fatos foram salientados, inclusive, por Governadores de Estados nos quais se encontram alguns dos empreendimentos afetados.
Convém destacar também que parte dos contratos incluídos no referido Anexo já apresentam 90% de execução física e sua interrupção gera atraso no início da operação das unidades em construção, com perda de receita mensal estimada em R$ 577 milhões, e dificuldade no atendimento dos compromissos de abastecimento do País com óleo diesel de baixo teor de enxofre.
Deve-se ressaltar ainda que, em reunião realizada com membros do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, com a participação de representantes do Tribunal de Contas da União, do Ministério de Minas e Energia, da Casa Civil da Presidência da República e da Petrobras, houve consenso sobre a viabilidade da regularização das pendências identificadas pelo TCU e, bem assim, foi acordada a criação de Grupo de Trabalho para avaliar e sanar as referidas questões, garantindo-se que as medidas que se fizerem necessárias para assegurar a regularidade das obras serão devidamente adotadas.
Portanto, considerando-se o anteriormente exposto em relação ao estágio de execução dessas obras, o prejuízo financeiro e social causado pela eventual desmobilização e o potencial atraso no fornecimento de óleo diesel de baixo teor de enxofre, associado aos princípios da razoabilidade, economicidade e eficiência, impõe-se o veto aos mencionados dispositivos."Confira aqui no site da Presidência da República
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