domingo, 24 de janeiro de 2010

Contraponto 1236 - Serra não mostra a cara


24/01/2010

Aliados de Serra pressionam para que governador "mostre a cara"


Vermelho - 24 de Janeiro de 2010 - 17h09

As pressões internas para que o pré-candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB), saia da toca e mostre a cara para eleitores de todo o país estão cada vez mais fortes. Parte do tucanato reclama da postura reclusa do governador de São Paulo e acha que ele deveria voar além dos limites do estado para se fazer presente em outras capitais.
Serra resiste, alegando que a melhor forma de dar visibilidade à sua pré-campanha é governar “bem” o estado até abril, quando será obrigado pela Justiça Eleitoral a sair do cargo.

Na semana passada, o presidente do PSDB baiano, Antonio Imbassahy, ex-prefeito de Salvador, intimou Serra a comparecer em pelo menos um dia no carnaval da cidade, que reúne 2 milhões de foliões e é apontado como a maior festa popular do planeta. “Fiz o convite porque acho importante ele conhecer essa manifestação cultural”, justifica.

Na verdade, o PSDB da Bahia está de olho é na exposição que Serra terá, caso aceite o convite tentador. Segundo a Empresa de Turismo de Salvador (Emtursa), o carnaval baiano gera 161 horas de transmissão em redes de televisão local, 66 horas em rede nacional e mais 100, de internacional. A cobertura chega a todas as cidades por meio de jornais de circulação local e nacional, além das seis maiores emissoras de televisão que operam no Brasil. “A exposição na mídia seria uma consequência da visita”, assegura Imbassahy.

Segundo avaliação do diretório baiano do PSDB, a pré-campanha de Serra está deixando a desejar quando se fala em exposição nacional. Imbassahy sugere que o governador de São Paulo aproveite a visita a Salvador e siga até o Recife, onde o carnaval também “bomba”, quando se fala em concentração de populares nas ruas. “Se Serra deixar para mostrar a cara só depois de abril, já será tarde. Até porque estamos em ano de Copa do Mundo”, avisa Imbassahy.

O prefeito de Caxias do Sul (RJ), José Camilo dos Santos, presidente do diretório estadual do PSDB, também defende que Serra dê “uma passadinha” pelo carnaval do Rio. O governador de São Paulo não respondeu ao convite ainda. É possível que sua concorrente número um, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, passe por Salvador e pelo Rio nos dias de folia. “A Dilma é uma desconhecida da população. Ela precisa muito mais de mídia do que o Serra, que já é conhecido nos quatro cantos do país”, sustenta o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB).

O deputado assegura que há pesquisas internas mostrando que Serra está conduzindo bem a pré-campanha e que não há necessidade de fazer exposição fora de São Paulo. “Nesse momento, Serra tem mais é que ficar recluso e preparar um bom programa de governo. Essa exposição que a Dilma está fazendo não passa de um ‘oba-oba’. A campanha vai esquentar mesmo é depois da Copa do Mundo. Além disso, o Brasil conhece bem o Serra, que já foi candidato a presidente da República, e ministro da Saúde”, destaca Munhoz. Ele ressalta ainda que a campanha do tucano terá dois apelos: os genéricos (1)e o programa de tratamento da Aids, que é considerado um dos melhores do mundo. São bandeiras já usadas pelo candidato em campanhas anteriores e parecem um pouco ultrapassadas após mais de 10 anos de vigência.

O presidente do diretório do PSDB paraense, senador Fernando Flexa Ribeiro, compartilha a opinião de Munhoz: Serra não deveria aceitar o convite para ir a Salvador, Recife e Rio. “A combinação carnaval e política nunca deu muito certo”, defende. No entanto, Flexa acha que Serra deveria “botar a cara em outros estados” logo após a quarta-feira de cinzas. O tucano paraense também aproveita para alfinetar a candidata do PT. “A pré-campanha dela não serve de parâmetro porque a Dilma ,sup>(2)é nada sem o presidente Lula. Ela depende do poder de transferência de voto dele. Sem o Lula, a Dilma é um poste”, critica.

Assim que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), desistiu de concorrer à Presidência da República, o secretário-geral do partido, deputado Rodrigo de Castro (MG), programou uma série de viagens para Serra fazer pelo Norte e pelo Nordeste a partir de fevereiro. O objetivo é dar visibilidade à pré-campanha e resolver problemas internos para reorganizar a legenda. No Ceará, por exemplo, o senador Tasso Jereissati (PSDB) ainda resiste em ser o candidato ao governo. O PSDB também terá problemas no Rio de Janeiro, já que Fernando Gabeira (PV) disse que vai apoiar a candidatura de Marina Silva à sucessão de Lula.

Procurado pelo Correio, Serra mandou dizer pela Assessoria de Imprensa que ainda não decidiu onde passará o carnaval e que não comenta assuntos de pré-campanha.
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Com informações do Correio Braziliense
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