terça-feira, 24 de novembro de 2009

Contraponto 790 - Serra X Dilma : diferença despenca


24/11/2009

As variáveis que definem o resultado


Coluna do Fábio Campos
O POVO 24 Nov 2009 - 02h25min

Salvo as surpresas que costumam ser oferecidas pela dinâmica política, a 11 meses das eleições, a pesquisa CNT/Sensus detectou o que provavelmente se transformará em uma tendência: a queda na diferença que separa José Serra (PSDB) de Dilma Rousseff (PT). Hoje, somente dez pontos percentuais separam os dois. Porém, a consulta também sugere que os papéis de Ciro Gomes (PSB-SP) e Marina Silva (PV) serão determinantes para que a disputa chegue ao segundo turno, com um ou a outra podendo eventualmente se colocar no lugar dos atuais primeiros colocados. Com 17,5%, Ciro se mantém em um patamar de intenções de voto muito bom para o início de uma campanha presidencial. Já conhecemos José Serra e Ciro Gomes em campanhas políticas. O primeiro se comporta de uma forma científica. Sua trajetória não é feita de movimentos surpreendentes e sua atuação nos bastidores já se tornou uma lenda. É o contrário de Ciro Gomes, que pode transformar uma simples entrevista em um estorvo para a sua própria campanha. E Dilma? Será a grande incógnita da disputa. O estilo dócil e cortês está sendo construído agora. Burocrata de carreira, com estilo de mandona, Dilma vai, pela primeira vez, enfrentar um processo eleitoral com debates e entrevistas. Então, as pesquisas continuam servindo para o de sempre: elas mostram uma intenção de hoje, mas, como sabemos as intenções dos eleitores são volúveis. Intenções que se relacionam intimamente com a dinâmica de um processo repleto de variáveis.

A TENDÊNCIA JÁ VEM SE CONSOLIDANDO

Acerca da questão levantada no tópico anterior, o comentarista Josias de Souza (josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br) fez um comentário elucidativo. Vejam um trecho: "A candidatura presidencial do tucano José Serra passa por um processo de lipoaspiração. Em movimento inverso, o projeto Dilma Rousseff-2010 vem ganhando massa muscular. Em dezembro de 2008, o instituto Sensus atribuía a Serra 46,5% das intenções de voto. Dilma era, nessa época, uma candidata raquítica. Amealhava irrisórios 10,5% da preferência dos eleitores. Pois bem. Os pesquisadores do Sensus voltaram ao meio-fio entre os dias 16 e 20 de novembro. Constatou o seguinte: Serra dispõe agora de 31,8%. Dilma arrasta a preferência de 21,7% dos eleitores. Na ponta do lápis: Serra perdeu 14,7 pontos percentuais de gordura. Dilma adensou em 11,2 pontos a sua musculatura. Dito de outro modo: a diferença que separa Dilma de Serra era, há um ano, de 36 pontos percentuais. Agora, é de 10,1 pontos (*). A explicação para o ocorrido é óbvia: Dilma está em campanha aberta. Em cada três viagens do presidente Lula pelo País ela está presente em duas. Do outro lado, Serra se nega a falar de política e não assume publicamente suas intenções. Limitado ao Governo de São Paulo, o tucano se mantém no topo da disputa muito mais pelo recall da última campanha presidencial.

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(*) grifo do ContrapontoPIG
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