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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Contraponto 1889 - "Ninguém tomará uma atitude?"

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12/04/2010

"Ninguém tomará uma atitude?"

Cidadania 12/04/2010


Eduardo Guimarães

Simplesmente não cabe na minha cabeça que não se tome uma atitude contra essa ilegalidade que é o uso de concessões públicas em prol da candidatura de José Serra à Presidência da República.

Várias tevês e rádios estão fazendo campanha aberta para ele, atacando seus adversários, vendendo suas teses. Em ano eleitoral. E ninguém faz nada.

A diretora de um grande jornal, ao lado de representantes das tevês, das rádios e, pasmem, até do governo federal, diz, claramente, que a mídia tem que encampar o papel da oposição porque ela está muito debilitada devido à esmagadora popularidade de Lula.

Essa mulher disse abertamente, na cara do governo, que uma facção política se apropriou do espectro radioelétrico. E ninguém faz nada.

O Jornal Nacional faz duas coberturas de lançamentos de candidaturas a presidente – a de Dilma, primeiro, e a de Serra em seguida –, ataca uma, exalta a outra, de forma aberta e mensurável.

De novo, em uma concessão pública. A despeito da lei eleitoral. Enquanto acusa os adversários de seu candidato de infringirem essa mesma lei... E ninguém faz nada.

O PSDB, porém, não hesitou em representar contra a Apeoesp na Justiça Eleitoral por entender que esta faria oposição a Serra, enquanto governador. Diz que a Associação recebe dinheiro público.

Que eu saiba, porém, se um sindicato não pode fazer campanha contra ou a favor por receber dinheiro público, uma tevê, que também pertence à sociedade, pode muito menos. Alguém discorda?

Por que, então, ninguém representa ao Ministério Público Eleitoral contra essa escancarada campanha indevida dessas concessões públicas de rádio e tevê?

Estou dando até a dica – como se fosse preciso: por que o PT não representa contra uma Globo, por exemplo? E se o PT não faz, por que algum sindicato não faz? Por que algum cidadão que queira ver a democracia prevalecer, não faz?

Por medo? Todos estão com medo da mídia? Acham que é comprar uma briga muito grande, é isso?

É inaceitável. Alguém tem que colocar o guizo nesse gato. Quem se habilita?
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domingo, 16 de agosto de 2009

Contraponto 104 - Destamparam o esgoto: começa a campanha Serra

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Começa a campanha de Serra

Serra, o desespero
em campanha

Opinião
por Luiz Carlos Azenha Publicado em 15 de agosto de 2009 às 12:19
Atualizado e
m 15 de agosto de 2009 às 14:00

Existe um princípio do marketing eleitoral nos Estados Unidos segundo o qual você precisa definir o seu adversário antes que ele consiga se definir diante da opinião pública.

Como os EUA são a fonte onde bebem os marqueteiros do Brasil, deve ter nascido aí a estratégia de José Serra para chegar ao Planalto, aliada às ferramentas das quais ele já se utilizou em 2002 para matar a candidatura de Roseana Sarney no berço: o trabalho de agentes públicos que dão um ar oficial aos dossiês, devidamente divulgados pela mídia. O padrão dos "assassinatos de reputação" está de volta.

Dilma, a terrorista, foi obra da Folha de S. Paulo. É uma espécie de pedágio que o jornal pagou, no rodízio que os órgãos da propaganda eleitoral de Serra fazem. Uma hora é a Folha que denuncia, repercutida pela Globo. Outra hora é a Veja que denuncia, repercutida pelo Estadão. De outra feita a Globo denuncia e os jornais correm atrás. É um ciclo de retroalimentação, sempre com objetivos políticos. Informações são misturadas a boatos e ilações. Em um fato real são penduradas dezenas de suposições. A estratégia pressupõe que o eleitor é estúpido, que o leitor, o telespectador e o ouvinte jamais saberão discernir o real do imaginado.

Finalmente, nessa estratégia, as pesquisas eleitorais medem os resultados. Peças da narrativa que não deram certo são descartadas. E é assim que a campanha é calibrada. Dilma a terrorista deu para trás.

Agora passamos a uma nova fase: Dilma, a mentirosa aliada de gente financiada por narcotraficantes.

Para estudar esse fenômeno eleitoral, a edição da revista Veja que chegou às bancas é um primor. Revela uma sofisticação inédita. Na capa, anuncia o confronto Dilma x Lina [a ex-secretária da Receita Federal que acusou Dilma de ter pedido a ela agilidade nas investigações sobre a família Sarney em encontro que a ministra nega].

"Cabe à acusadora mostrar as provas contra a ministra", diz o título. No índice, a chamada é outra: "Dilma: uma rebelião surda contra sua candidatura". Finalmente, na reportagem, o título: "Quem está dizendo a verdade?" O texto é um maravilhoso exemplo de como encher espaço com absolutamente nada.

Começa com uma pensata pretensiosa sobre o uso da mentira na política. Sugere descontentamento entre petistas com a candidatura de Dilma Rousseff. Alinhava "fatos e versões", com os títulos de "o fato", "o que disse a ministra" e "o que foi comprovado". Sugere, sem dizer isso escancaradamente, que Dilma é mentirosa. Ou, pelo menos, que não dá para confiar nela. "Se o rótulo de mentirosa colar na ministra, será muito difícil superar isso em uma campanha", diz o texto. Bastante sugestivo isso, especialmente quando impresso na Veja.

Mas a Veja não seria a Veja sem Diogo Mainardi. Depois de, sob o título de "O Dízimo do Tráfico", especular que dinheiro de narcotraficantes colombianos teria sido investido na Igreja Universal, ele escreve:

"A Igreja Universal, nos últimos dias, atrelou sua imagem à de Lula. É a mesma estratégia empregada por José Sarney. Um apoia o outro. Um defende o outro. Edir Macedo está com Lula e com Dilma Rousseff. Agora e em 2010. Se a Igreja Universal tem um Diploma de Dizimista, assinado pelo Senhor Jesus Cristo, Dilma Rousseff tem um Diploma de Mestrado da Unicamp, supostamente assinado pelo senhor Espírito Santo. O senhor Edir Macedo e o senhor Lula se entendem. Eles sabem capitalizar a fé".

O bom do Diogo Mainardi é que ele facilita sobremaneira o nosso trabalho. Em apenas um parágrafo conseguiu ilustrar a campanha de José Serra ao Planalto melhor que qualquer um faria. Juntou em apenas um parágrafo Lula mentiroso, Lula explorador da fé pública e José Sarney. Por associação, coloca no mesmo saco Dilma, Lula e gente que teria recebido financiamento de narcotraficantes colombianos. Só faltou juntar as FARC e o Fidel Castro.

Mas não se encerra por aí o primor desta edição imperdível. Tem mais. Tem seis páginas dedicadas ao novo e magistral livro de Ali Kamel sobre... Lula. Ou sobre as declarações de Lula. É curiosa essa obsessão do diretor de Jornalismo da TV Globo com aquele que ele, Kamel, tentou desesperadamente derrotar em 2006.

Depois de provar que não somos racistas, Kamel gasta 672 páginas para provar que... Lula não é Lula.

"Um brasileiro médio, mais ou menos crente em Deus e que se vê como proponente de uma sociedade capitalista onde haja mais harmonia entre pobres e ricos". É assim que Kamel define Lula. Sobre isso, leia aqui.

Para terminar, a verdadeira piada de Veja: precedendo as seis páginas dedicadas a Kamel, duas páginas de propaganda da Globo sobre o Criança Esperança. Poderia ser um pouco menos explícito?

PS: Não percam, neste sábado, o Jornal Nacional repercutindo a capa da Veja. Estamos de volta a 2006.

PS2: A simbiose entre Veja, Globo, Kamel e Mainardi se estende aos políticos que alimentam e prestam serviço a ambos. O compadrio entre a elite brasileira é coisa antiga.


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PITACO DO Contraponto PIG


Pig aposta nos leitores e telespectadores manada e inicia campanha de Serra com virulência e sujeira assustadoras. Globo, Veja e blogueiros penas-pagas estão a mil. Destamparam o esgoto.

leitor manada

telespectador manada

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