20/06/2016
Vender o Brasil sem metáforas. É vender “o terreno”, mesmo, aos gringos
Por Fernando Brito

Não há, tanto que um cidadão ou uma empresa estrangeira, numa definição simplificada, pode comprar até 10% do território de cada município. Nas áreas remotas do interior, onde os municípios são imensos, 10% da área significa que podem ter propriedade de milhões – é isso mesmo, milhões – de quilômetros quadrados.
Aumentar isso – ou pior, eliminar qualquer limite, como sugere Maggi, significa permitir a criação verdadeiros enclaves estrangeiros em território nacional.
E ninguém pense que será para plantar inocentes pés de soja ou cana de açúcar que vão avançar sobre a terra – terra física, mesmo – do país. Qualquer criança sabe que o sensoriamento remoto, por satélite, há muito permite a identificação, sem cavar uma pá de terra, de jazidas minerais de grande porte.
Temos dezenas de municípios muito maiores que países inteiros da Europa, como a Bélgica.
E é bom também não achar que os gringos vão chegar para ajudar as
áreas miseráveis do Nordeste a desenvolver a produção agropecuária.O que querem – e em boa parte já têm, como você vê no gráfico ao lado, que não inclui, claro, os imigrantes que vieram para cá para trabalhar, mas só os “investidores” – são as áreas mais produtivas do Sudeste, Sul e Centro Oeste, aquelas onde o nosso “agronegócio” não tem um pingo de dificuldade em competir no mercado mundial.
Mas que, no fundo, como acontece com a elite empresarial brasileira, pensa sempre em “transformar em dinheiro”, por aos juros obscenos do país e ficar deitando falação de que o povo brasileiro, sem terra e apoio para plantar ou fixar seus filhos à terra, não gosta de trabalhar.
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