O jornal americano The New York Times registrou com clara satisfação a prisão do almirante Othon Pinheiro da Silva, presidente afastado da Eletronuclear, apontando-o como chefe de um programa nuclear clandestino durante a ditadura e um “militar nacionalista” resgatado do ostracismo em 2003 pelo governo do presidente Lula.
O programa nuclear brasileiro nunca foi clandestino, vinculando-se inicialmente a um acordo internacional com a Alemanha, que muito irritou os Estados Unidos. Foi o acordo que possibilitou a construção das usinas Angra I e Angra II. Mas Angra III já vem sendo construída com tecnologia nacional pela Eletronuclear, tecnologia desenvolvida a partir das pesquisas estratégicas realizadas pela Marinha. Estas sim, tratadas como segredo de Estado, tanto quanto as empreendidas pelos países ricos nesta e em outras áreas. Othon teve papel relevante neste processo, do qual é considerado como principal líder intelectual.
Como escreveu o economista e jornalista José Carlos de Assis em artigo republicado pelo 247, “o almirante Othon é um arquivo vivo de tecnologia”. Foi sob sua coordenação que o projeto Aramar desenvolveu as super-centrífugas brasileiras que processam o urânio a custos 70% menores que outros países, inclusive os Estados Unidos, que sempre quiseram se apropriar da tecnologia brasileira.
O programa nuclear brasileiro foi metaforicamente detonado por Collor, quando fechou o “buraco da serra do Cachimbo”, depósito de dejetos nucleares do programa, em sinal de sua paralização. E por Fernando Henrique, quando deixou o projeto Aramar definhar por falta de verbas. Lula, depois de empossado, visitou o projeto e de fato resgatou o almirante Othon ao resgatar o programa e retomar os investimentos na construção da terceira usina nuclear.
O Brasil foi privilegiado pela natureza com um potencial invejável para a geração de energia hidrelétrica, limpa e relativamente barata. Mas esta fonte está se acabando, quase todos os rios já foram devidamente explorados, forçando a construção de novas usinas na região Norte. Em algum momento, a energia nuclear, bem como a de outras fontes, como a eólica, será fundamental para o desenvolvimento nacional.
A prisão do almirante Othon, um homem de 76 anos, tem uma relação direta com as questões acima.
A Lava Jato não apresentou até agora provas de que os recursos na conta de sua empresa sejam oriundos de corrupção. Ela presta serviços aos construtores das dezenas de pequenas hidrelétricas espalhadas pelo Brasil. Será preciso demonstrar a origem dos recursos. Mas culpado ou inocente, por tudo o que ele sabe e representa, não pode ser submetido à sanha dos procuradores e delegados por delações premiadas. O Estado brasileiro tem grande responsabilidade por seu destino, ao qual estão vinculados segredos da política nacional de defesa.
Mas até agora, não se ouviu uma palavra do Governo. .
"Conto com vocês. Quero dizer, do fundo do
coração, que vocês podem contar comigo", disse a presidente aos 27
governadores, ao abrir encontro no Palácio da Alvorada nesta tarde; "Há
muito que nós sabemos que o Brasil se passa nos estados e nos
municípios. Se nós não tivermos um projeto de cooperação federativa, em
que nos articulemos e façamos com que ela dê frutos e resultados, não
estaremos trilhando o bom caminho. O bom caminho é aquele da
cooperação", discursou Dilma; ela defendeu seu mandato, ressaltando que o
cumprirá até o fim, em 2018, afirmou que a economia do Brasil tem
condições de se recuperar e que a reunião desta quinta-feira tem papel
importante na condução dos destinos do País
247 – Em um
discurso de cerca de meia hora na abertura da reunião com os 27
governadores e ministros do governo, no Palácio da Alvorada, a
presidente Dilma Rousseff disse na tarde desta quinta-feira 30 que "o
bom caminho é aquele da cooperação" e defendeu um "projeto de cooperação
federativa".
"Conto com vocês. Quero dizer, do fundo do coração, que vocês podem
contar comigo. Há muito que nós sabemos que o Brasil se passa nos
estados e nos municípios. Se nós não tivermos um projeto de cooperação
federativa, em que nos articulemos e façamos com que ela dê frutos e
resultados, não estaremos trilhando o bom caminho. O bom caminho é
aquele da cooperação", afirmou Dilma.
A presidente defendeu seu mandato e, citando o processo democrático
em que foram eleitos, ela e os governadores, ressaltou que o cumprirá
até o fim, em 2018, em um recado para as tentativas de tirá-la do poder
antes disso.
"Temos um patrimônio em comum, expresso no fato de todos nós termos
sidos eleitos num processo democrático bastante amplo no nosso país e
todos nós temos esse dever em relação à democracia e ao voto democrático
e popular. Nas últimas eleições, assumimos compromissos perante os
eleitores, expressos nos nossos planos de governo de quatro anos,
portanto, até 2018", declarou.
Dilma conclamou todos a participarem de uma série de iniciativas,
como a reforma do ICMS, e destacou que a economia do Brasil tem
condições de se recuperar.
"A economia brasileira é bem mais forte, sólida e bem mais resiliente
do que era alguns anos atrás, quando enfrentou crises similares",
lembrou. "Não nego as dificuldades, mas imagino que temos todas as
condições de superar as dificuldades e enfrentar desafios. Queremos
construir bases estruturais para um novo ciclo de desenvolvimento",
acrescentou.
A presidente admitiu que alguns Estados estão passando por
dificuldades semelhantes às do governo federal e sugeriu que enfrentem
os problemas "juntos". "Nós sabemos que o povo está sofrendo, e que
nenhum governante pode se acomodar", disse. Segundo ela, a reunião desta
quinta-feira tem papel importante na condução dos destinos do País.
Abaixo, reportagens da Agência Brasil sobre o encontro:
Dilma apela aos governadores por cooperação federativa para frear homicídios
Marcelo Brandão – A presidenta Dilma Rousseff fez um apelo sobre a
questão da segurança pública, na abertura da reunião com os governadores
na tarde de hoje (30), no Palácio da Alvorada, em Brasília. Para ela, é
necessária uma cooperação federativa, tendo como alvo as populações
mais pobres, para frear o crescimento de homicídios.
"Proponho uma cooperação federativa. Concentrada no esforço comum de
todos nós, que integram os demais poderes do estado, em especial o
Judiciário, para interrompermos os números de homicídios que façam uma
pessoa ser assassinada a cada 10 minutos", disse a presidenta.
"[Precisamos] desenvolver políticas sociais e de segurança em populações
vulneráveis. Podemos interromper o número de homicídios, em um
horizonte [que vai] de agora até 2018", completou.
Durante o encontro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fará
uma exposição sobre questões de segurança pública, para embasar as
discussões da cooperação federativa proposta pela presidenta aos
governadores. Eles começaram a chegar ao Palácio da Alvorada por volta
das 16h. Em seguida, a presidenta, junto com uma equipe de ministros,
sentou-se à mesa da reunião e fez o discurso de abertura. Estão
presentes, entre outros, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Casa
Civil, Aloizio Mercadante, e do Planejamento, Nelson Barbosa, além de
Cardozo.
Pela primeira vez em seu segundo mandato, Dilma se reúne com os
governadores de todas as regiões do país. Com exceção do governador de
Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, representado pela
vice-governadora Rose Modesto, os demais chefes dos Executivos estaduais
e do Distrito Federal estão presentes no encontro.
Entre os temas em pauta, destaca-se a reforma do Imposto sobre
Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS), pois uma proposta
sobre o tema está em vias de ser votada pelos senadores, assim que
retornarem do recesso na próxima semana. Além das medidas que pretende
apresentar, Dilma quer ouvir as demandas dos governadores.
Dilma propõe a governadores parceria para enfrentar problemas e superar crise
Paulo Victor Chagas – A presidenta Dilma Rousseff enumerou hoje (30),
durante reunião com governadores de todos os estados, as causas que
levaram à queda da arrecadação e à redução das receitas nos estados e na
União. Ela citou fatos recentes, como a queda no preço das commodities e
o aumento do dólar, que tiveram impacto sobre os "preços e a inflação".
Dilma ressaltou que ela e os governadores foram eleitos e fizeram
campanha em uma conjuntura "bem mais favorável" do que a atual.
"Tudo isso não é desculpa para ninguém: é o fato de nós, como
governantes, não podemos nos dar o luxo de não ver a realidade com olhos
muito claros. Não podemos nos dar o luxo de ignorar a realidade", disse
a presidenta. "Fomos obrigados, diante dos fatos, a promover o
reequilíbrio no Orçamento. Estamos fazendo esforço grande", afirmou
Dilma, citando os contingenciamentos feitos pelo governo neste ano.
Segundo ela, o objetivo é colocar o Brasil na rota do crescimento e da
geração de emprego.
"Não nego as dificuldades, mas afirmo que o governo federal tem todas
as condições de enfrentar as dificuldades, os desafios e, em um prazo
bem mais curto que alguns pensam, assistir à retomada da economia
brasileira", afirmou Dilma.
Após enumerar as causas da atual crise e as medidas que tem adotado,
Dilma complementou que é importante sempre estabelecer parcerias,
cooperações e enfrentar problemas juntos. "Queremos construir parcerias
em novo ciclo desenvolvimento", acrescentou a presidenta. Segundo ela,
uma das parcerias será no âmbito da segurança pública, para reduzir a
criminalidade.
A presidenta ressaltou também que ela e os governadores foram eleitos
em um processo democrático em 2014, para mandatos de quatro anos, até
2018. Ela defendeu as medidas que vem adotando para combater a crise
econômica, que ocorre em um período de transição para um "novo ciclo de
expansão" e crescimento.
No início da reunião com os 26 governadores e uma vice-governadora
dos estados de todas as regiões do país, a presidenta destacou o
importante papel do encontro no destino e na condução do país. Dilma
disse que ela e os governadores têm um "grande patrimônio em comum": o
fato de terem sido eleitos em processo democrático bastante amplo no
país.
Segundo ela, o plano de governo de cada um dos mandatários tem um
prazo de execução. "Todos nós temos deveres em relação à democracia, ao
voto democrático popular. Fomos eleitos na última e maior mobilização
democrática e, nessas eleições, assumimos compromissos perante o país e
nossos eleitores. Esses compromissos expressos no plano de governo dão
um quadro que temos de desenvolver com todas as ações, iniciativas e
projetos, realizando esses compromissos no horizonte, no marco e ao
longo do nosso período de governo de quatro anos – portanto até 2018."
Durante a reunião entre a presidenta e os governadores, no Palácio da
Alvorada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fará uma
exposição sobre o tema da segurança. Dilma convidou também o ministro da
Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, que auxilia a articulação
política do governo, para explicar as medidas de impacto econômico em
análise no Congresso Nacional.
De acordo com o governador de Rondônia, Confúcio Moura, alguns
mandatários foram escalados para falar sobre temas preestabelecidos. O
acordo foi feito durante reunião prévia entre os governadores da base
aliada, em um hotel de Brasília. O governador do Maranhão, Flávio Dino,
falará sobre estabilidade política, e o da Paraíba, Ricardo Coutinho,
sobre desenvolvimento econômico.
"Estamos fazendo uma travessia para levar o Brasil a um lugar melhor,
estamos atualizando as bases da economia e vamos voltar a crescer com
todo nosso potencial", prometeu Dilma aos governadores, ao final de sua
fala.
Dilma diz a governadores que o povo está sofrendo e muita coisa precisa melhorar
Marcelo Brandão e Paulo Victor Chagas - A presidenta Dilma Rousseff
disse hoje (30) que o Brasil passou a exigir muito dos governos e dos
serviços públicos. "Nosso povo está sofrendo e muita coisa tem de
melhorar", disse ela, durante reunião com governadores no Palácio da
Alvorada. Dilma acrescentou que "nenhum governante pode se acomodar".
"Esse Brasil passou a exigir muito dos governos, das empresas, dos
hospitais, das escolas, da política, da justiça e de si mesmo. Nesse
novo Brasil nenhum governante pode se acomodar. Muita coisa sabemos que
precisa melhorar, principalmente porque sabemos que nosso povo está
sofrendo, e quando sabemos isso, muita coisa tem que melhorar", afirmou a
presidenta.
Dilma ainda enfatizou que diferenças políticas não podem se sobrepor
aos interesses do país, e que a cooperação entre os governos é uma
obrigação constitucional.
"Nós devemos cooperar cada vez mais, independentemente de nossas
afinidades políticas. A cooperação federativa é uma exigência
constitucional, é uma exigência da forma como nós organizamos o Estado e
a sociedade brasileira. Nós também devemos respeitar a democracia, e
devemos somar forças e trabalhar para melhor atender a população",
acrescentou a presidenta.
O encontro foi organizado também para que Dilma pudesse ouvir as
demandas dos governadores. Ao terminar o seu discurso inicial, ela
anunciou que alguns ministros fariam exposições sobre assuntos como a
segurança pública e matérias de impacto financeiro no Congresso
Nacional, mas disse que a palavra seria passada em seguida aos chefes
dos Executivos estaduais.
"Nós temos a humildade para receber críticas e sugestões e temos todo
interesse na cooperação. Eu queria dizer aos senhores que eu,
pessoalmente, sei suportar pressão e até injustiça. Isso é algo que
qualquer governante tem que se capacitar e saber que faz parte de sua
atuação", afirmou, antes de declarar que conta com os governadores e que
eles podem contar com ela.
Dilma disse que tem o "ouvido aberto e também o coração" para saber
que o Brasil se desenvolveu e "não se acomoda". "É aquele Brasil que não
se satisfaz com pouco, que sempre quer mais. É esse o Brasil que nós
queremos cada vez mais, desenvolvido, crescendo cada vez mais", afirmou.
Participam do encontro em Brasília os governadores e uma
vice-governadora de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal.
Além de Dilma e do vice-presidente Michel Temer, pelo menos dez
ministros do governo estão presentes.
Os governadores começaram a chegar no Palácio da Alvorada por volta
de 16h. Em seguida, a presidenta, junto com uma equipe de ministros,
sentou-se à mesa da reunião e fez o discurso de abertura. Estão
presentes, dentre outros ministros, o da Fazenda, Joaquim Levy, da Casa
Civil, Aloizio Mercadante, do Planejamento, Nelson Barbosa, além de
Cardozo.
Pela primeira vez em seu segundo mandato, Dilma se reúne com os
governadores de todas as regiões do país. Com exceção do governador de
Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que será representado pela
vice, Rose Modesto, os demais chefes dos Executivos estaduais e do
Distrito Federal estão presentes no encontro.
Entre os temas que estão em pauta no Palácio da Alvorada, em
Brasília, a reforma do Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e
Serviços (ICMS) terá importância especial, pois uma proposta sobre o
tema está para ser votada pelos senadores, assim que retornarem do
recesso na próxima semana.
O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, disse que investigar casos de corrupção na Eletronuclear, estatal sediada no Rio de Janeiro, é de sua responsabilidade, apesar de ser titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Segundo despacho divulgado pelo blog de Fausto Macedo, do Estadão, Moro diz que é competente em “decorrência da conexão e continência dos demais casos da Operação Lava Jato”. A conexão é o vínculo de condutas criminosas por um mesmo autor. Já a continência é relação de conteúdo e contingente das infrações penais.
A conduta do juiz causa estranheza porque, como bem apontou Webster Franklin no Jornal GGN, o juiz não avaliou que existia a mesma “conexão e continência” no caso de Furnas, que envolvia o senador tucano e candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves, que foi citado num esquema de propinas na estatal pelo doleiro Alberto Youssef.
Na interpretação da Justiça os desvios de dinheiro em Furnas não tinham relação com o esquema de corrupção da Petrobras e, por isso, não deveriam ser objeto de investigação.
Agora, a interpretação para fato semelhante é completamente diferente. “Esclareça-se, por oportuno, que a competência, em princípio, é deste Juízo, em decorrência da conexão e continência com os demais casos da Operação Lava Jato e da prevenção, já que a primeira operação de lavagem tendo por origem os crimes praticados pelo cartel consumou-se em Londrina/PR e foi descoberta em processo inicialmente distribuído a este Juízo, tornando-o prevento para as subsequentes”, disse Moro.
Segundo ele, as duas frentes de investigação “têm que ser tratadas em conjunto, por um único Juízo, sob pena de prejudicar a unidade da prova e com risco de decisões contraditórias”. Disse ainda que dispersar os casos e provas em todo o país "prejudicará as investigações e a compreensão do todo".
Quando o doleiro Youssef delatou na operação Lava Jato desvios de dinheiro em Furnas envolvendo diversos políticos do PSDB, foi interpelado pelo juiz dizendo que a ação se referia a desvios na Petrobras, portanto, Furnas estava fora da questão.
Surge agora a questão da Eletronuclear com a prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, mais uma grande obra de desenvolvimento tecnológico brasileiro a cargo da Odebrecht sendo paralisada.
Comenta-se que as próximas etapas da Lava Jato serão as hidroelétricas onde Belo Monte será a bola da vez. Pergunta-se: Por que o juiz não adotou o mesmo critério para a Eletronuclear que adotou em Furnas?
_________________________________ PITACO DO ContrapontoPIG Tão corajoso! Mas quando se trate de Furnas, ele - para usar uma expressão bem cearense - "peida na rabichola" . Por que? Estranho, né? ________________________________ . -.
Ontem o Globo deu mais uma de suas manchetes contra Dilma.
Era mais ou menos isso: “Agora Dilma culpa a Lava Jato pela crise econômica”.
É que Dilma dissera que a Lava Jato estava cobrando um preço sobre a
economia do país, com o cerco prolongado – e para muitos exagerado – a
grandes empresas nacionais.
Tudo isso posto, seria interessante saber como o Globo daria na
manchete o rebaixamento de sua nota pela agência de avaliação S&P,
uma das maiores referências para grandes investidores de todo o mundo.
Bancos também consultam a S&P quando examinam o pedido de empréstimo
de uma corporação para minimizar o risco de calote.
Tenho a convicção de que o Globo terceirizaria a culpa, no mesmo estilo que o jornal criticou tão brutalmente em Dilma.
“Instabilidade na economia brasileira faz nota da Globo baixar”: seria mais ou menos esta a manchete.
E seria a linha seguida pelos comentaristas econômicos da casa, de Míriam Leitão a Sardenberg.
A Globo foi vítima, portanto.
Tudo bem, não fosse isso um sensacional autoengano.
Não que a turbulência do momento na economia não possa ter tido algum
peso. Mas o grande fator do rebaixamento está na própria Globo.
A Globo opera num setor – a mídia – que passa por um processo que vai
além de transformação.
Estamos diante de uma disrupção. Ou, para usar
um célebre conceito de Schumpeter, presenciamos na mídia uma “destruição
criativa”.
Morre um mundo, aquele em que a Globo parecia inexpugnável, e ergue-se outro em que a empresa é mais um na multidão.
A internet está fazendo com as companhias tradicionais de jornalismo o
que os automóveis fizeram com as carruagens há pouco mais de cem anos.
Sabia-se, faz tempo, que a mídia impressa estava frita. Mas se
imaginava que a televisão poderia escapar da internet. Não. Os sinais
são claros de que o destino da tevê como a conhecemos – aberta ou paga –
é o mesmo de jornais e revistas.
A internet está engolindo a televisão. Em seus tablets ou celulares,
as pessoas vêm vídeos como querem, na hora em que querem – e sem
precisar de emissoras de tevê.
A Reuters acaba de lançar um serviço de vídeo cujo slogan diz tudo: “O canal de notícias para quem não vê mais televisão”.
Bem-vindo ao Novo Mundo.
Nele, os protagonistas serão empresas como Netflix, e não Globo ou qualquer outra emissora.
Como esquecer um depoimento recente de Silvio Santos, ao vivo, no
qual ele disse não ver televisão?
SS afirmou que gasta seu tempo com a
Netflix, e recomendou aos espectadores que fizessem o mesmo.
Quanto tempo até os anunciantes fazerem, no Brasil, o mesmo percurso dos consumidores e irem para a internet?
No Reino Unido, a internet em 2015 responderá por metade do bolo
publicitário. No Brasil, o pedaço digital está ainda na casa dos 15%.
Todas as audiências da Globo, do jornalismo às novelas, despencam sob o impacto da internet.
O Jornal Nacional se esforça para não cair abaixo dos 20 pontos, e
novelas em horário nobre, como Babilônia, descem a abismos jamais vistos
na história da emissora.
O público se retirou, e quando os anunciantes fizerem o mesmo, o que
afinal é inevitável, a Globo estará em apuros sérios, como é o caso,
hoje, da Abril.
Na internet, a Globo jamais conseguirá reproduzir a dominância que
tem na tevê – e muito menos os padrões multimilionários de receitas
publicitárias.
Tudo isso pesou na avaliação da S&P.
A Globo tenderá a justificar seu rebaixamento colocando a culpa em Dilma, mas o problema está nela mesma.
Tijolaço - 30 de julho de 2015 | 11:55 Autor: Fernando Brito
Fernando Brito
A imagem aí de cima é a reprodução da capa do Estadão, por volta de
10 horas da manhã e reflete bem o que quis dizer Pablo Villaça com seu
texto “Apesar da Crise”, reproduzido dez dias atrás neste Tijolaço.
Foi uma “escapadela” do clima de pessimismo geral com a economia que
vemos, diariamente, nos jornais, com áreas fúnebres quanto ao destino
do país.
Que é, afinal, a “pressão do mercado”, sempre voraz, por ganhos e mais ganhos.
Ontem o Banco Central deu mais uma turbinada nos juros, ratificando
nossa triste sina de voltarmos a ser os campões mundiais de remuneração
ao capital – o que, claro, nos joga sempre para o final da tabela em
termos de remuneração do trabalho.
Dizem os comentaristas “de mercado”,fazendo “beicinho”, que o BC também sinalizou que será “a última” do ciclo de arrocho.
A ver.
O problema da economia brasileira é político, estúpido, para aproveitar, ao contrário, a frase famosa de James Carville.
É a falta de um Governo disposto a ser forte em lugar de ficar bordando o cabo da colher de pau republicana.
É a falta de uma esquerda que tenha menos preocupação em ficar se
provando todo dia o “existe alguém mais democrático do que eu?”,
enquanto um bando facinoroso se organiza para pedir ditadura,
intervenção militar, degredos, linchamentos…
O povo brasileiro e o Brasil como um todo precisam de referências firmes.
Não pode haver vacilações, ou pelo menos que elas não sejam como
hoje, diárias e encasteladas na arrogância de um núcleo palaciano que
não tem cintura nem para enfrentar uma armação evidente como aquela
história do “chamar o FHC para pedir uns conselhos”.
Ou estabelecerem-se dúvidas sobre a manutenção da reserva (parcial) do pré-sal para a Petrobras.
Porque essa gente quer é que se vendam ate os móveis da casa para
atirar tudo na fogueira do serviço da dívida, como faz hoje, no Valor, a
Firjan, ao sugerir tucanamente a “venda de ativos” para “arrecadar R$ 4
bilhões”.
A recuperação da economia brasileira depende da recuperação daquilo
que o Brasil tinha conquistado e que o conservadorismo nos tenta tirar:
nossa auto-estima, aquela que faz com que sejamos capaz de nos
proteger, de acreditar no trabalho, em nós mesmos e em nosso país.
É claro que isso não basta para fazermos uma economia forte.
Viralizou nas redes sociais um post
no facebook em que o crítico de cinema Pablo Villaça ironiza a forma
como a mídia noticia a crise econômica. Você pode ler abaixo. APESAR DA CRISE
———————
Eu fico realmente impressionado ao perceber como os colunistas políticos
da grande mídia sentem prazer em pintar o país em cores sombrias: tudo
está sempre “terrível”, “desesperador”, “desalentador”. Nunca estivemos
“tão mal” ou numa crise “tão grande”.
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram
os anos 90?! Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que
“crise” é o que o Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz
necessária: não lêem as informações que seus próprios jornais publicam,
mesmo que escondidas em pequenas notas no meio dos cadernos?
Vejamos: a safra agrícola é recordista, o setor automobilístico tem
imensas filas de espera por produtos, os supermercados seguem aumentando
lucros, a estimativa de ganhos da Ambev para 2015 é 14,5% maior do que o
de 2014, os aeroportos estão lotados e as cidades turísticas têm
atraído número colossal de visitantes. Passem diante dos melhores bares e
restaurantes de sua cidade no fim de semana e perceberá que seguem
lotados.
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Aliás,
isto é sintomático: quando um país se encontra realmente em crise
econômica, as primeiras indústrias que sofrem são as de entretenimento.
Sempre. Famílias com o bolso vazio não gastam com supérfluos – e o
entretenimento não consegue competir com a necessidade de economizar
para gastos em supermercado, escola, saúde, água, luz, etc.
Portanto, é revelador notar, por exemplo, como os cinemas brasileiros
estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde. “Apesar da
crise”. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. “Apesar da
crise”.
Uma “crise” que, no entanto, não dissuadiu a China de anunciar
investimentos de mais de 60 bilhões no mercado brasileiro – porque,
claro, os chineses são conhecidos por investir em maus negócios, certo?
Foi isto que os tornou uma potência econômica, afinal de contas. Não?
Se banissem a expressão “apesar da crise” do jornalismo brasileiro, a
mídia não teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Google
pela expressão “apesar da crise”: quase 400 mil resultados.
“Apesar da crise, cenário de investimentos no Brasil é promissor para 2015.” “Cinemas do país têm maior crescimento em 4 anos apesar da crise” “Apesar da crise, organização da Flip soube driblar os contratempos: mesas estiveram sempre lotadas” “Apesar da crise, produção de batatas atrai investimentos em Minas” “Apesar da crise, vendas da Toyota crescem 3% no primeiro semestre” “Apesar da crise, Riachuelo vai inaugurar mais 40 lojas em 2015″ “Apesar da crise, fabricantes de máquinas agrícolas estão otimistas para 2015″ “Apesar da crise, Rock in Rio conseguiu licenciar 643 produtos – o recorde histórico do festival.” “Honda tem fila de espera por carros e paga hora extra para produzir mais apesar da crise,” “16º Exposerra: Apesar da crise, hotéis estão lotados;” “Apesar da crise, brasileiros pretendem fazer mais viagens internacionais” “Apesar da crise, Piauí registra crescimento na abertura de empresas” Apesar da crise. Apesar da crise. Apesar da crise.
A crise que nós vivemos no país é a de falta de caráter do jornalismo brasileiro.
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não
está; outra é inventar um caos que não corresponde à realidade. A
verdade, como de hábito, reside no meio do caminho: o país enfrenta
problemas sérios, mas está longe de viver “em crise”. E certamente teria
mais facilidade para evitá-la caso a mídia em peso não insistisse em
semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim, tem potencial de
provocar uma crise real.
Que é, afinal, o que eles querem. Porque nos momentos de verdadeira
crise econômica, os mais abastados permanecem confortáveis – no máximo
cortam uma viagem extra à Europa. Já da classe média para baixo, as
consequências são devastadoras, criando um quadro no qual, em desespero,
a população poderá tender a acreditar que a solução será devolver ao
poder aqueles mesmos que encabeçaram a verdadeira crise dos anos 90. Uma
“crise” neoliberal que sufocou os miseráveis, mas enriqueceu ainda mais
os poderosos.
E quando nos damos conta disso, percebemos por que os colunistas
políticos insistem tanto em pintar um retrato tão sombrio do país.
Porque estão escrevendo as palavras desejadas pelas corporações que os
empregam.
Como eu disse, a crise é de caráter. E, infelizmente, este não é vendido nas prateleiras dos supermercados.
O rebaixamento da nota da S&P à Globo é nada perto do miséria moral da nossa mídia
Tijolaço - 29 de julho de 2015 | 19:29 Autor: Fernando Brito
Fernando Brito
Diante da notícia de que a a agência de classificação de risco Standart & Poor’s rebaixou a nota de da Globo (Globopar) e da leitura do artigo de Mauro Santayanna, em seu blog (leia abaixo) fiquei pensando no triste e inevitável destino da mídia brasileira.
Seu capachismo será a sua ruína, porque se ajoelha diante da
arrogância e reverencia a desqualificação do Brasil e de seu povo como
um país inferior, cujas imensas conquistas devem ser menosprezadas,
omitidas, quando não destruídas.
O Brasil, para eles, deve seguir os mesmos caminhos de mediocridade e
submissão que nos levou a meio século de infelicidade contínua, embora
com rasgos de esperança.
Não trabalham para que a população se interesse pelo país, senão por
suas desgraças cotidianas – jamais aquelas estruturais – e não desejam
que o povo assuma melhores padrões de consumo – em qualidade e
quantidade – em seu próprio negócio, a indústria da comunicação.
São, sem dúvida, do primeiro dos dois tipos de servos: o que deifica
seu amos e se crê superior apenas porque há outros em posições mais
inferiores. Nunca do servo que, mesmo escravizado, luta contra a
servidão.
A imprensa brasileira destacou amplamente na semana passada o
“duro” editorial da última quinta-feira do jornal inglês Financial Times
sobre a crise política e econômica no Brasil, . Com o título “Recessão e
politicagem: a crescente podridão no Brasil”, o texto conclui que a
“incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia” do nosso país. Assim como há quem se pergunte, nos moldes da sabedoria popular,
de que se riem as hienas, seria o caso de se perguntar de que estava
falando o Financial Times, quando chamou o Brasil de “um filme de terror
sem fim”, em seu editorial, prontamente reproduzido e incensado, com
estardalhaço, por uma multidão de “Yes, Bwana!” nativos, prostrados –
como os antigos criados negros na frente de seus mestres estrangeiros
nos filmes de Tarzan – diante do trovejar do Grande Totem Branco do
Reino Unido de Sua Majestade Elizabeth, quando ele se digna a contemplar
com sua atenção este “pobre” e “subdesenvolvido” país.Diante de tão
poderoso édito e tão diligentes arautos, não há, no entanto, como
deixar, também, de se perguntar:Afinal, na economia, de que estava
falando – ou rindo, como hiena – o Financial Times? Se a Inglaterra, com uma economia do mesmo tamanho da nossa, tem
uma dívida externa 20 vezes maior que a do Brasil, de 430% contra menos
de 25% do PIB ? Se as reservas internacionais britânicas são, também segundo o
Banco Mundial, quase quatro vezes menores (107 bilhões contra 370
bilhões de dólares) que as do Brasil ?Se o déficit inglês no ano
passado, foi de 5,5%, o maior desde que os registros começaram em 1948, e
a renda per capita ainda está 1.2% abaixo da que era no início de 2008,
antes da eclosão da Crise da Subprime ? Quanto à corrupção, também seria o caso de se perguntar: de que
estava falando – ou rindo, como uma hiena – o Financial Times?Se a
Inglaterra é tão corrupta, que deputados falsificam notas para receber
ressarcimento e aplicam a verba de gabinete até para a assinatura de
canais pornográficos? Se a Inglaterra é tão corrupta, que o político
conservador e ex-presidente do Comitê de Inteligência do Parlamento
Malcolm Rifkind, que trabalhou por mais de uma década nos gabinetes da
famigerada Margaret Tthatcher e do ex-primeiro-ministro John Major, e o
político trabalhista Jack Straw, ex-secretário de Justiça, Ministro do
Interior, Ministro de Relações Exteriores e ex-líder da Câmara dos
Comuns, caíram em uma arapuca criada por um jornal e um canal de
televisão, no início deste ano, e foram filmados sendo contratados para
vender serviços de “consultoria” para pressionar embaixadores britânicos
e líderes de pequenos países europeus para favorecer os negócios de uma
empresa chinesa (fictícia), por quantias que variavam de 5.000 a 8.000
libras por dia? Se em 2010, o mesmo tipo de reportagem, feita também pelo Channel
4, revelou que deputados e Lordes britânicos, como os ex-ministros
trabalhistas Stephen Byers, a ex-secretária (ministra) de Transportes,
Governo Local e das Regiões, Patricia Hewitt o ex-secretário (m inistro)
de Saúde, Geoff Hoon, e o ex-secretário (ministro) dos Transportes e
ex-secretário (ministro) da Defesa Richard Caborn estavam dispostos a
fazer lobby em favor de empresas privadas em troca de grandes somas de
dinheiro, em um esquema que foi totalmente convenientemente blindado
pelo governo do Primeiro-Ministro Gordon Brown?Se, dois anos mais tarde,
em maio de 2012, foram revelados que teriam sido oferecidos pelo
tesoureiro do Partido Conservador, Peter Cruddas, jantares “íntimos” com
o Primeiro-Ministro David Cameron – que está atualmente no poder – pela
módica quantia de 250.000 libras, quase um milhão de reais, em “doação”
para seu partido, e o gabinete do Primeiro-Ministro se recusou a
revelar qualquer detalhe sobre esses jantares, nome dos “convidados”,
etc, alegando que eles eram “privados”? Já imaginaram se fosse o Lula no lugar do Cameron? O que não iria dizer do Brasil o Financial Times em seus editoriais? Finalmente, quanto à questão política, de que fala, como uma
hiena – o Financial Times, com relação à popularidade da Presidente
Dilma Roussef, se a desaprovação do Primeiro-Ministro James Cameron,
segundo a empresa de monitoramento de redes sociais Talkwalker, subiu de
25% para 65%, e o número de cidadãos que o aprova caiu de 9 para 7 %
nos últimos meses?Não seria o caso – se nos preocupássemos com eles da
mesma maneira que eles insistem em se meter em nossos assuntos – de
escrever um editorial sobre a “permanente podridão da Grã Bretanha” ? É por isso, por sua mania de dar lições aos outros, que os
ingleses acabam tomando as suas. Quando a empáfia é muita, ela incomoda
os deuses, e o castigo vem a cavalo.Na mesma quinta-feira passada, do
seu arrogante editorial sobre a situação brasileira, em suave vingança
poética, depois de 153 anos servindo de escudo e biombo para a
hipocrisia de um império decadente, erguido por corsários, bandidos e
traficantes de drogas – vide a Guerra do Ópio – o Grupo Financial Times –
por incompetência e risco de quebra – incluído o próprio jornal e todas
as suas outras publicações – foi vendido para o grupo japonês
Nikkei.Inc, por 1.3 bilhões de dólares. A partir de agora, os jornalistas, editores e “analistas” do FT,
famosos pela visão colonialista que tem do resto do mundo, vão ter que
se acostumar – os que sobrarem, depois das demissões – a trabalhar,
debaixo de chibata – em sentido figurado, mas não menos doloroso – para o
Império do Sol Nascente, como os figurantes do clássico filme de guerra
a Ponte do Rio Kwai, e a pronunciar “Hai, Bwana-San!”, para seus novos
donos nipônicos, expressão que deveria ser aprendida, por osmose – para
que possam reconhecer quem são, a partir de agora, seus novos mestres –
pelos “Yes, Bwana!” – nacionais. . .
Bancada da pizza da CPI do HSBC: Depois de livrar cunhada do tucano Tasso Jereissati, terá moral para investigar outras contas suspeitas na Suíça?
Do Viomundo - publicado em 29 de julho de 2015 às 05:04
A bancada da pizza do HSBC: Ricardo Ferraço (PMDB/ES), Otto Alencar (PSD/BA), Paulo Bauer (PSDB/SC), Blairo Maggi (PR/MT), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM /AP) e Sérgio Petecão (PSD/AC)
por Conceição Lemes
No Brasil, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra os poderosos de direita, invariavelmente apoiados pela grande mídia, não emplaca. Quando se torna realidade, morre por conluio entre parlamentares e os setores envolvidos, manobras ilícitas e lícitas, inclusive covardia.
Cercada de muita expectativa, a CPI do HSBC teria a oportunidade de investigar e mostrar que muitos dos que hoje esbravejam “abaixo a corrupção” esconderam fraudulentamente bilhões no HSBC Private Bank, em Genebra, Suíça. Segundo dados divulgados no início de fevereiro deste ano, 8.867 correntistas do Brasil, titulares de 6.606 contas secretas no HSBC suíço, tinham aí depositados cerca de US$ 7 bilhões, de 9 de novembro de 2006 a 31 de março de 2007.
Porém, reunião fatídica da CPI do HSBC, realizada reunião de 16 de julho, demonstrou que ela provavelmente seguirá a regra, morrendo de inanição ou de indigestão por farta distribuição pizza.
A evidência: o abafa bem organizado pelos senadores nessa reunião, que, queiram ou não, macularam indelevelmente os trabalhos do grupo.
A CPI do HSBC, como devem se lembrar, havia aprovado em sessão anterior, no final de junho, a quebra do sigilo de, entre outros:
* Jacob Barata, conhecido como o “Rei do Ônibus” no Rio de Janeiro, e os filhos Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata e Rosane Ferreira Barata. Segundo registros do HSBC de Genebra, entre 2006 e 2007, Jacob mantinha US$ 17,6 milhõesem conta conjunta com sua mulher, Glória, e os três filhos do casal.
Na véspera dessa reunião, os trabalhos da CPI do HSBC haviam ganho força devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 15 de julho, o ministro Celso de Mello negou o mandado de segurança impetrado por Jacks Rabinovich que reivindicava a não quebra do seu sigilo bancário.
Só que, em vez de aproveitarem-se dessa sentença altamente positiva para quem deseja investigar a lavagem de dinheiro e evasão de divisas, via contas secretas no HSBC suíço, os senadores a ignoraram e levantaram adiante o abafa, conforme o combinado.
Acompanhe-o:
1) Dos onze titulares, apenas dois não estavam presentes à reunião de 16 de julho, devido a agendas externas, portanto não participaram da manobra: Fátima Bezerra (PT/RN) e Acir Gurgacz (PDT-RO).
2) Consequentemente, nove compareceram. Nunca a CPI do HSBC teve quórum tão alto.
3) De 24 de março de 2015, quando foi instalada no Senado, a 16 de julho, a CPI do HSBC realizou onze reuniões. No entanto, entre 5 de maio e o final de junho, nenhuma. Foram 49 dias sem uma única sessão.
4) Três senadores protocolaram então requerimento extra-pauta, para que fossem reconsideradas as aprovações de quebra de sigilo dos seis correntistas citados acima. Objetivo óbvio: livrar a cara dos seis.
Ciro Nogueira (PP-PI) agiu em socorro do empresário Jacks Rabinovich.
Davi Alcolumbre (DEM /AP) intercedeu por quatro: Jacob Barata e os filhos David, Jacob e Rosane.
Paulo Bauer (PSDB/SC) tirou da fogueira Paula Queiroz Frota, simplesmente a cunhada de outro senador também tucano. Paula é irmã de Renata Queiroz Jereissati, esposa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ambas são filhas de Yolanda Vidal Queiroz, que também tinha conta no HSBC de Genebra.
O resultado, todos já conhecem: 7 a 1, a favor da manutenção do sigilo bancário desses seis correntistas.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi o único que votou pela quebra do sigilo de cinco dos seis correntistas mencionados. Ele se absteve na votação referente a Paula Queiroz Frota, cunhada do colega Tasso Jereissatti.
Além de Ciro Nogueira, Davi Alcolumbre e Paulo Bauer, votaram a favor da manutenção do sigilo, contrariando a decisão do STF, mais quatro senadores:
* Ricardo Ferraço (PMDB/ES), por sinal relator da CPI do HSBC
* Otto Alencar (PSD/BA)
* Blairo Maggi (PR/MT)
* Sérgio Petecão (PSD/AC)
Para que os eleitores não se esqueçam, repetimos os nomes dos sete integrantes da bancada da pizza da CPI do HSBC: Ciro Nogueira, Davi Alcolumbre, Paulo Bauer, Ricardo Ferraço, Otto Alencar, Blairo Maggi e Sérgio Petecão.
– E o senador Paulo Rocha (PT-PA)?
Devido à condição de presidente de CPI, ele não votou.
Ao Viomundo, Paulo Rocha, via sua assessoria de imprensa, nega.
Em texto que nos foi encaminhado, a assessoria do senador do Pará ainda explica:
O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), foi questionado sobre qual seria sua interpretação quanto à revogação das quebras de sigilos já aprovadas há uma semana. O senador observou que, desde o início dos trabalhos, garantiu que iria dirigir os trabalhos sem transformar a CPI num palco, sem espetáculo, assegurando amplo direito de defesa e evitando que direitos individuais fossem colocados em xeque.
“Assim me comportei na reunião de hoje. No entanto, acho que dada às dificuldades das informações que a CPI têm, e que mexem com direitos individuais e coletivos, é claro que a CPI tem momentos de firmeza e momentos de dúvida, justamente por causa das fragilidades dos documentos que são enviados para cá”, afirmou.
Em tempo, quatro questões:
Com essa bancada da pizza tão “generosa” com os suspeitos de contas fraudulentas no HSBC, você ainda acredita que essa CPI vá investigar e revelar outros brasileiros que usaram o banco suíço para lavagem de dinheiro e evasão de divisas? Sinceramente, esta repórter acredita que não.
Depois desse abafa organizado, a CPI do HSBC ainda teria condições morais de levar o seu trabalho adiante?
Mas será que ela vai se dispor de agora em diante a fazer um trabalho realmente sério, sem aliviar para financiadores de campanha, amigos e parentes de senadores e donos da mídia, por exemplo?
Como ficará a situação dos seis correntistas já beneficiados pela bancada da pizza? Suas contas no HSBC de Genebra ficarão realmente livres de qualquer investigação?
Izaías Almada: 14 destinos para o pessoal do “Brasil é uma merda”; será um alívio, se não regressar
Viomundo - publicado em 29 de julho de 2015 às 23:22
O DIREITO DE IR E… VIR
por Izaías Almada, especial para o Viomundo
Há poucas semanas uma dessas celebridades que fazem novelas na Rede
Globo, de quem não me lembro o nome, deitou falação contra o fato de ter
que pagar um imposto na alfândega sobre um computador trazido dos
Estados Unidos (pronunciado, talvez, com a boca cheia de empáfia). Foi
defendida por um colega, outra celebridade, essa já com alguma idade
(por isso me lembro do nome), o ator Miguel Falabella, que teria dito
qualquer coisa sobre o fato de que nós brasileiros devemos apoiar o
contrabando sim, pois todo mundo anda roubando no governo, logo… São
falas e atitudes de um Brasil incivilizado que, aqui entre nós, já
encheu o saco.
Por qual razão muitos desses “reclamões” não vão embora do país? O
que é que estão esperando? Tenho várias dicas de países que os
receberiam de braços abertos.
Mas antes gostaria de fazer referência e comentar um pouco sobre
outros dois fatos que têm a ver com essa mesma questão. O primeiro deles
diz respeito à Sra. Marcelo Odebrecht e sua ironia por ter que receber
em casa há algum tempo atrás uma sindicalista e pensou em oferecer a ela
uma marmitex. Fiquei pensando: caramba, essa gente ganha rios de
dinheiro com as mais variadas maracutaias dentro e fora do Brasil,
poderiam aprender a tratar melhor seus semelhantes, mas a viseira
cultural e ideológica é tão grande, sem falar do preconceito de classe,
que não conseguem. O dinheiro por vezes é muito, mas a sensibilidade é
mínima. Não adianta.
O segundo caso tomou algumas poucas páginas da mídia, mas ainda assim
foi lembrado: até hoje os policiais ingleses que mataram o cidadão
brasileiro Jean Charles em Londres “por engano” ainda não foram
julgados. A Inglaterra, com certeza, entra no imaginário de muitos
brasileiros, alguns até advogados, como sendo um daqueles países do
“primeiro mundo” que praticam a justiça com seriedade. Sim, desde que o
réu não seja latino, afrodescendente e pobre. Aliás, está aí um bom país
para os brasileiros que acham o Brasil uma merda, procurarem. Em São
Paulo, por exemplo, o táxi até o aeroporto de Guarulhos é baratinho em
relação a muitos outros problemas do Brasil.
Mas vamos à lista para esse pessoal do “Brasil é uma merda”,
lembrando que os outros membros dos BRICS não devem ser lá muito boas
opções para visitarem, por suposto, Rússia, Índia, China e África do
Sul. Ainda assim, sobram muitos, muitos…
1 – Alemanha: país que imortalizou os campos de concentração e acaba
de deixar a Grécia de joelhos, por sinal o berço da democracia há 2500
anos, o que não deixa de ser até certo ponto uma atitude emblemática nos
dias que correm. A maioria da população é branca de olhos azuis e fala
alemão, que é difícil para turistas, mas também o inglês.
2 – Bielorrússia: recomendo tirar informações no Google.
3 – Canadá: belíssimo país que tem por costume aceitar estrangeiros
para estudar e trabalhar. No inverno, a barra é pesada e são seis ou
sete meses de frio intenso, com ursos a caminhar pelas ruas de algumas
pequenas cidades. Normalmente exigem – o governo, não os ursos –
formação superior dos imigrantes, entendendo-se por isso conhecimento
razoável do que se propõem a fazer e não apenas o diploma que nunca se
sabe se foi comprado, comportamento de muitos dos que acham o Brasil um
horror…
4 – Dinamarca: país escandinavo em cujo inverno o sol costuma
aparecer durante quatro horas por dia ou pouco mais. E isso dura vários
meses. Não dá para pegar uma corzinha no final de semana. A língua e a
escrita são complicadas para quem pratica a lei do menor esforço.
5 – Espanha: país caliente de “lindas mujeres”, mas vivendo já há
alguns anos forte crise econômica, com grande desemprego de jovens.
Crise pior que a do Brasil, “esse país de merda”… Lá existem alguns
partidos novos de esquerda, como o Podemos e para muitos de nossos
emigrantes “talvez não seja o caso”. Na Catalunha e nos Países Bascos a
língua falada é mais complicada.
6 – França: povo organizado embora um tanto chauvinista. Ainda usam
muito perfume no lugar do banho e gostam de andar ao lado dos alemães
nas questões européias. Discriminam um pouco os africanos, os árabes e
os sulamericanos, mas isso é o de menos para os brasileiros de elite,
educados e civilizados que sentem saudades da ditadura. E da feijoada,
quando estão fora do país.
7 – Guatemala: país de grande tradição golpista no passado, hoje mais calmo. Mas sempre se pode aprender um pouco.
8 – Holanda: país belíssimo, com seus diques e cidades limpíssimas,
seus habitantes costumam falar vários idiomas. Estiveram lado a lado com
os ingleses na colonização da África do Sul, deixando naquele país
grandes saudades. Esse fato histórico criou o líder Nelson Mandela que
chegou a presidente depois de 27 anos na prisão. Há, contudo, liberdade
controlada no uso de drogas para os golpistas mais exaltados.
9 – Indonésia: Recomenda-se muito cuidado com o que levam nas malas
(geralmente são muitas para a tentativa de contrabando no retorno). Lá
existe a pena de morte por fuzilamento.
10 – México: Normalmente uma bela opção, sempre e quando se tenha em mente que o país está sitiado por cartéis do narcotráfico.
11 – Portugal: Ao lado da Grécia e da Espanha, vive grande crise
econômica e social, tornando difícil a absorção de mão de obra
estrangeira. E será sempre bom conseguir informações com brasileiros que
lá vivem há mais tempo, em particular dentistas, publicitários e o
pessoal da construção civil, para sentir como os portugueses andam
tratando os “brasucas”.
12 – Suíça: Se for cliente do HSBC ou tiver conta em outro banco e
não declarada ao fisco no Brasil é sempre bom tomar algum cuidado, pois
há sempre o risco de extradição para os EUA. É possível conseguir boas
informações com os advogados de Marin.
13 – USA: no Brasil conhecido apenas como Estados Unidos, esse país
lidera a lista dos sonhadores, dos revoltados on-line e dos revoltados
fora de linha, na expectativa de que acabem com Lula, Dilma e o PT. Mas
Miami é uma bela cidade. Trata-se de um lugar propício e de clima ameno,
onde se encontram grandes fortunas levadas de Cuba, Argentina,
Venezuela, Bolívia e outros países sulamericanos com tendências ao
bolivarianismo.
14 – Venezuela: país do bolivarianismo. Sei que muitos torcerão o
nariz, mas penso que vale a pena ver uma ditadura de perto. Ver o “ódio”
que os venezuelanos têm a Chávez e Maduro. Podem contratar viagens
(excursões) no Congresso em Brasília e pedir os senadores Aécio, Caiado e
Aloysio Nunes como guias pela cidade de Caracas. E não se esquecerem de
levar exemplares da Veja, do Estadão, da Folha e do Globo, pois há uma crise de papel higiênico no país.
Enfim, todo cidadão tem o direito de ir e vir. Alguns, entretanto, se não quiserem regressar será um alívio para o Brasil.
A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que
constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José
Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista
já atribui ao comportamento da oposição.
Contudo, há uma participação, nesse vídeo, que é inaceitável. Quem
fala é Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 –
2002) pelo PSDB. Eis a locução:
“Não sabem governar. Nós estamos assistindo, com os nossos olhos, a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”.
Assista, abaixo, à prova de que o que vai relatado acima não é invenção.
Ao fim dessa exibição insuperável de caradurismo e falta de respeito
para com o povo brasileiro, o PSDB ainda tem a coragem de cravar uma
frase que vai de encontro a tudo que o partido tem feito no âmbito de
uma crise que não é só econômica, mas política.
Será mesmo que a oposição que o PSDB faz é “a favor do Brasil”? Quem
diz o contrário não é este Blog, mas um veículo da grande mídia que ao
longo dos governos do PT notabilizou-se por lhes fazer oposição cerrada.
Leia, abaixo, o que diz a Folha de São Paulo sobre a forma do PSDB e
de outros partidos de oposição de exercerem seus papéis constitucionais.
FOLHA DE SÃO PAULO
29 de julho de 2015
EDITORIAIS
editoriais@uol.com.br
Quanto pior, pior
Mudança de perspectiva da nota de crédito do país aumenta importância de consenso político capaz de reerguer economia nacional
Marcado para esta quinta-feira (30), o encontro
da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores de todos os
Estados adquiriu importância ainda maior com a decisão tomada
terça-feira (28) pela agência de classificação de risco Standard &
Poor’s.
A companhia norte-americana
alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil para negativa,
aumentando as chances de o país perder o grau de investimento. Apenas um andar abaixo está a categoria especulativa, em que, aos olhos dos credores, é alta a possibilidade de calotes.
Nem mesmo os oposicionistas mais aguerridos deveriam desejar essa cereja podre no bolo
estragado que se tornou a economia no governo Dilma. Agências como a
S&P ficaram desacreditadas depois de 2008, pois não anteviram a
crise que se desenhava nos EUA, mas suas avaliações não deixaram de
interessar a quem procura porto seguro para o próprio dinheiro.
A expectativa crescente de que o
Brasil venha a perder o atestado de bom pagador já produz efeitos:
investidores exigem juros cada vez maiores para compensar os riscos e o
dólar bate recordes de alta.
Tanto pior, já se considera que
outras duas companhias, a Moody’s e a Fitch, podem fazer análise
semelhante à da S&P, rebaixando a nota brasileira até o fim do ano.
Combater esse cenário sombrio
deveria ser um objetivo de todos os que se importam com o futuro
nacional, mesmo que não deem a mínima para o destino de Dilma.
Ao expor suas razões, a
S&P reconhece mudanças neste segundo mandato da petista, mas afirma
que aumentaram as incertezas na política e na economia. Diminuí-las, portanto, é um imperativo.
Tudo se resume, no fundo, à
instabilidade da relação entre o Executivo e o Legislativo, agravada
pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e traduzida no comportamento
pernicioso do Congresso.
Notoriamente incapaz de mobilizar
deputados e senadores em torno de uma agenda positiva, a presidente
Dilma Rousseff resolveu pedir ajuda aos governadores. Espera que eles
convençam suas bancadas a rejeitar projetos que tornem ainda mais penoso
o necessário ajuste das contas públicas.
Se mantido estritamente nesses
termos, o encontro pode resultar em algo proveitoso. Muitas das medidas
que ampliam os gastos têm impacto direto nos cofres estaduais.
Que fique claro: cobrar
responsabilidade dos congressistas não significa aceitar conchavos ou
dividir a culpa pelo descalabro atual. Esta cabe só ao governo Dilma, e a
oposição decerto teria muito a perder se fosse vista como sócia da
crise.
O país, contudo, terá ainda mais a perder se não houver renovados esforços na busca por soluções. Já se sabe quão venenosa pode ser uma oposição que aposta no lema “quanto pior, melhor”. Como atestam as agências de classificação de risco, quanto pior, pior.
Este Blog vem dizendo há meses que a crise econômica já poderia ter
sido superada caso a oposição, a mídia e até a Operação Lava Jato não se
comportassem como sabotadores da economia.
Nesse aspecto, a matéria da Folha simplesmente expõe a posição do
mercado, do capital, que já começa a ficar preocupado com a
irresponsabilidade de gente como esses três que protagonizam o vídeo que
postei aí em cima.
FHC dizer que o PT não sabe governar é uma afronta ao povo brasileiro
porque fazê-lo revela que o ex-presidente acha que o Brasil é um país
de amnésicos idiotizados, incapazes de lembrar do que foi sua gestão
desastrosa, com apagão, crise da dívida externa, monitoramento do FMI,
desemprego e inflação recordes, abafamentos sucessivos de escândalos e
investigações…
Para refrescar a memória do ex-presidente tucano e dos que lhe dão
crédito, informo, abaixo, dados oficiais comparando o governo dele com
os dos sucessores.
Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões 2013 – R$ 4,84 trilhões
PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil
Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB 2013 – 34% do PIB
Lucro do BNDES:
2002 – R$ 550 milhões 2013 – R$ 8,15 bilhões
Lucro do Banco do Brasil:
2002 – R$ 2 bilhões 2013 – R$ 15,8 bilhões
Lucro da Caixa Econômica Federal:
2002 – R$ 1,1 bilhões 2013 – R$ 6,7 bilhões
Produção de veículos:
2002 – 1,8 milhões 2013 – 3,7 milhões
Safra Agrícola:
2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas
Investimento Estrangeiro Direto:
2002 – 16,6 bilhões de dólares 2013 – 64 bilhões de dólares
Reservas Internacionais:
2002 – 37 bilhões de dólares 2013 – 375,8 bilhões de dólares
Índice Bovespa:
2002 – 11.268 pontos 2013 – 51.507 pontos
Empregos Gerados:
Governo FHC – 627 mil/ano Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano
Taxa de Desemprego:
2002 – 12,2% 2013 – 5,4%
Valor de Mercado da Petrobras:
2002 – R$ 15,5 bilhões 2014 – R$ 104,9 bilhões
Lucro médio da Petrobras:
Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano
Falências Requeridas em Média/ano:
Governo FHC – 25.587 Governos Lula e Dilma – 5.795
2002 – 60,3 bilhões de dólares 2013 – 242 bilhões de dólares
Inflação Anual Média:
Governo FHC – 9,1% Governos Lula e Dilma – 5,8%
PRONATEC – 6 Milhões de pessoas
Taxa Selic:
2002 – 18,9% 2012 – 8,5%
FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário
Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas
Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas
Capacidade Energética:
2001 – 74.800 MW 2013 – 122.900 MW
Criação de 6.427 creches
Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados
Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados
Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza
Criação de Universidades Federais:
Governo FHC – zero Governos Lula e Dilma – 18
Criação de Escolas Técnicas:
Governos Lula e Dilma – 214
Governo FHC – 11
De 1500 até 1994 – 140
Desigualdade Social:
Governo FHC – Queda de 2,2% Governo PT – Queda de 11,4%
Produtividade:
Governo FHC – Aumento de 0,3% Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%
Taxa de Pobreza:
2002 – 34%
2012 – 15%
Taxa de Extrema Pobreza:
2003 – 15%
2012 – 5,2%
Índice de Desenvolvimento Humano:
2000 – 0,669
2005 – 0,699 2012 – 0,730
Mortalidade Infantil:
2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos 2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos
Gastos Públicos em Saúde:
2002 – R$ 28 bilhões 2013 – R$ 106 bilhões
Gastos Públicos em Educação:
2002 – R$ 17 bilhões 2013 – R$ 94 bilhões
Estudantes no Ensino Superior:
2003 – 583.800 2012 – 1.087.400
Risco Brasil (IPEA):
2002 – 1.446 2013 – 224
Operações da Polícia Federal:
Governo FHC – 48 Governo PT – 1.273 (15 mil presos)
Varas da Justiça Federal:
2003 – 100 2010 – 513
38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)
42 milhões de pessoas saíram da miséria
FONTES: 47/48 – http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas 39/40 – http://www.washingtonpost.com 42 – OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU 37 – índice de GINI: www.ipeadata.gov.br 45 – Ministério da Educação 13 – IBGE 26 – Banco Mundial
Claro que, neste momento, a situação parou de melhorar e até piorou
um pouco, mas se pegarmos 12 anos de PT (2003 – 2014) e compararmos com 8
anos de PSDB, veremos que os problemas está acontecendo após mais de
uma década de bonança, de crescimento do emprego, da renda e de melhoria
dos indicadores sociais.
Um presidente que largou o país com 12% de inflação, 12% de
desemprego, sem reservas internacionais e vigiado pelo FMI, entre outras
desgraças, não pode fazer de conta que não teve problemas até piores
que os de Dilma quando governou. E deveria ter, portanto, a compostura
de não dizer que “eles não sabem governar”. Até em respeito à
inteligência das pessoas.
Os três patetas do vídeo acima, porém, esquecem que mais da metade
dos brasileiros votou contra eles no ano passado. Apesar dos problemas
na economia, a maioria mostrou que não esqueceu do que foi o governo
desses três no final dos anos 1990, começo dos anos 2000.
A Folha foi injusta com Dilma, apesar de ter criticado acertadamente a
oposição. A crise era absolutamente contornável. O ajuste fiscal de
1,1% do PIB poderia ter ocorrido rapidamente e a esta altura estaríamos
retomando o crescimento.
Durante reunião com ministros e o vice-presidente Michel Temer, na
tarde de segunda-feira, porém, Dilma traduziu ainda melhor essa
“oposição a favor do Brasil”; responsabilizou a Operação Lava-Jato por
parte da queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Ao discorrer sobre as dificuldades econômicas que o país enfrenta, a
presidente citou a operação da Polícia Federal dizendo que provocou
queda de um ponto percentual no PIB: “Para vocês terem uma ideia, a Lava-Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro”
Diante de tudo isso, este Blog acredita que o oportunismo e a
irresponsabilidade do PSDB não só já começam a revoltar quem tem um
mínimo de apreço por seu país, mas, também, que apoio tucano à
manifestação golpista que se avizinha poderá até esvaziá-la.
Muita gente que odeia o PT não quer ver o PSDB nem pintado de ouro.
O que o PSDB não percebe, portanto, é que a maioria esmagadora dos
brasileiros pode até estar insatisfeita com o início do segundo governo
Dilma, mas não é idiota a ponto de esquecer do quanto sofreu quando FHC e
companhia governavam.
___________________________________ PITACO DO ContrapontoPIG Leia este texto e entenda da diferença entre os governo FHC e os do PT Entenda ... ou relinche ______________________________________________ .
Cearense, engenheiro agrônomo, servidor público federal aposentado,casado, quatro filhos e onze netos. Um brasileiro comum, profundamente indignado com a manipulação vergonhosa e canalha feita pela mídia golpista e pela direita brasileira, representantes que são de uma elite egoísta, escravista, entreguista, preconceituosa e perversa.
Um brasileiro que sonha um Brasil para todos e não apenas para alguns, como tem sido desde o seu descobrimento até os nossos dias.
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O QUE É PIG ?
"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista." (Paulo Henrique Amorim.) Dentre os componentes do PIG, os principais e mais perigosos veículos de comunicação são: a Rede Globo, O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e a revista Veja.
O PIG - um instrumento de dominação usado pela plutocracia - atua visando formar uma legião de milhões de alienados políticos manipuláveis, conforme os seus interesses.
Estes parvos políticos - na maioria das vezes, pobres de direta - são denominados na blogosfera progressista como 'midiotas'.
O estudo Os Donos da Mídia, do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), mostra que de 1990 a 2002 o número de grupos que controlam a mídia no Brasil reduziu-se de nove para seis.A eles estão ligados 668 veículos em todo o país: 309 canais de televisão, 308 canais de rádio e 50 jornais diários. http://www.cartacapital.com.br/sociedade/em-encontro-da-une-profissionais-defendem-democratizacao-da-midia/
MENSALÕES
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OS "MENSALÕES" NÃO JULGADOS
PGR e o STF – terão que se debruçar sobre outros casos e julgá-los de acordo com os mesmos critérios, para comprovar isonomia e para explicitar para os operadores de direito que a jurisprudência, de fato, mudou e não é seletiva.
É bonito ouvir um Ministro do STF afirmar que a condenação do “mensalão” (do PT) mostra que não apenas pés-de-chinelo que são condenados. Mas e os demais?
Alguns desses episódios:
1 - O mensalão tucano, de Minas Gerais, berço da tecnologia apropriada, mais tarde, pelo PT.
2 - A compra de votos para a reeleição de FHC. Na época houve pagamento através da aprovação, pelo Executivo, de emendas parlamentares em favor dos governadores, para que acertassem as contas com seus parlamentares.
3 - Troca de favores entre beneficiários da privatização e membros do governo diretamente envolvidos com elas. O caso mais explícito é o do ex-Ministro do Planejamento José Serra com o banqueiro Daniel Dantas. Dantas foi beneficiado por Ricardo Sérgio – notoriamente ligado a Serra.
4 - O próprio episódio Satiagraha, que Dantas conseguiu trancar no STJ (Superior Tribunal de Justiça), por meio de sentenças que conflitam com a nova compreensão do STF sobre matéria penal.
5 - O envolvimento do Opportunity com o esquema de financiamento do “mensalão”. Ao desmembrar do processo principal e remetê-lo para a primeira instância, a PGR praticamente livrou o banqueiro das mesmas penas aplicadas aos demais réus.
6 - Os dados levantados pela CPI do Banestado, de autorização indevida para bancos da fronteira operarem com contas de não-residentes. Os levantamento atingem muitos políticos proeminentes.
........................................................... Luis Nassif