.04/12/2011
Crise mundial e o “pacote de bondades”
Do Blog do Miro - 4/12/2011
Por Altamiro Borges
Temendo os efeitos destrutivos da crise capitalista mundial, o governo Dilma baixou nesta semana novas medidas para estimular o mercado interno. A oposição demotucana e a mídia rentista não gostaram e já desqualificam o rotulado “pacote das bondades”. Preferem juros altos, menos impostos para os ricaços, corte dos gastos sociais e retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.
No editorial intitulado “um pacote medíocre”, o Estadão voltou a fazer terrorismo com o fantasma da inflação. Para o jornalão, as medidas de estimulo ao consumo podem elevar os preços. O certo, diz o porta-voz das corporações empresariais, seria estimular a “competitividade” das empresas – em outras palavras, reduzir tributos, arrochar salários e retirar direitos dos assalariados.
Sentido progressista das medidas
As críticas da mídia rentista não se referem ao impacto das medidas, mas ao seu conteúdo heterodoxo – de estímulo ao mercado interno. O pacote apresentado pelo ministro Guido Mantega, um dia após o Banco Central cortar pela terceira vez a taxa de juros, tem um sentido progressista. Visa garantir o crescimento da economia, indispensável para a geração de emprego e renda no país.
Ele contém três decretos e uma medida provisória, que reduzem os impostos para produtos industrializados (geladeiras, fogões e outros itens da chamada linha branca), dão maior fôlego para as exportações e visam atrair capital externo. A redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é a medida mais negativa do novo pacote, podendo agravar o processo especulativo no país.
Pessimismo diante da crise mundial
Segundo o noticiário, o anúncio do novo pacote foi antecipado devido a piora do quadro econômico brasileiro. A crise capitalista mundial já produz efeitos no Brasil. Em outubro, a produção da indústria voltou a cair – 0,6%. Foi a maior retração desde outubro de 2009. Desde agosto, ela vem perdendo fôlego por causa da crise na Europa e EUA, que prejudicam as exportações brasileiras.
O crescimento do Produto Interno Bruto foi praticamente zero no terceiro trimestre e deve subir uns 0,5% no último trimestre. Com isso, o PIB deve ficar próximo dos 3% em 2011 – bem inferior aos 7,5% de 2010 e das projeções iniciais de 5% neste ano. Com as novas medidas, o governo tenta reaquecer a economia no final do ano e propiciar um crescimento mais robusto em 2012.
Brasil não é uma ilha
Mais o Brasil não é uma ilha e a crise capitalista mundial tem se agravado de forma acelerada nos últimos meses. A Europa está falida, o que coloca em risco a própria sobrevivência da sua moeda única, o euro. Nos EUA, os indicadores também são trágicos. O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) já reconheceu que a crise será prolongada, com repiques ainda mais dramáticos.
“O pessimismo diante da deterioração do cenário externo levou a presidente Dilma Rousseff a antecipar o pacote com medidas de estímulo ao consumo que estavam em estudo no governo. Ela decidiu anunciar as medidas após ser informada por sua equipe de que o país pode crescer 3,2% no seu primeiro ano de mandato, bem abaixo do previsto no início do governo”, especula a Folha.
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Por Altamiro Borges
Temendo os efeitos destrutivos da crise capitalista mundial, o governo Dilma baixou nesta semana novas medidas para estimular o mercado interno. A oposição demotucana e a mídia rentista não gostaram e já desqualificam o rotulado “pacote das bondades”. Preferem juros altos, menos impostos para os ricaços, corte dos gastos sociais e retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.
No editorial intitulado “um pacote medíocre”, o Estadão voltou a fazer terrorismo com o fantasma da inflação. Para o jornalão, as medidas de estimulo ao consumo podem elevar os preços. O certo, diz o porta-voz das corporações empresariais, seria estimular a “competitividade” das empresas – em outras palavras, reduzir tributos, arrochar salários e retirar direitos dos assalariados.
Sentido progressista das medidas
As críticas da mídia rentista não se referem ao impacto das medidas, mas ao seu conteúdo heterodoxo – de estímulo ao mercado interno. O pacote apresentado pelo ministro Guido Mantega, um dia após o Banco Central cortar pela terceira vez a taxa de juros, tem um sentido progressista. Visa garantir o crescimento da economia, indispensável para a geração de emprego e renda no país.
Ele contém três decretos e uma medida provisória, que reduzem os impostos para produtos industrializados (geladeiras, fogões e outros itens da chamada linha branca), dão maior fôlego para as exportações e visam atrair capital externo. A redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é a medida mais negativa do novo pacote, podendo agravar o processo especulativo no país.
Pessimismo diante da crise mundial
Segundo o noticiário, o anúncio do novo pacote foi antecipado devido a piora do quadro econômico brasileiro. A crise capitalista mundial já produz efeitos no Brasil. Em outubro, a produção da indústria voltou a cair – 0,6%. Foi a maior retração desde outubro de 2009. Desde agosto, ela vem perdendo fôlego por causa da crise na Europa e EUA, que prejudicam as exportações brasileiras.
O crescimento do Produto Interno Bruto foi praticamente zero no terceiro trimestre e deve subir uns 0,5% no último trimestre. Com isso, o PIB deve ficar próximo dos 3% em 2011 – bem inferior aos 7,5% de 2010 e das projeções iniciais de 5% neste ano. Com as novas medidas, o governo tenta reaquecer a economia no final do ano e propiciar um crescimento mais robusto em 2012.
Brasil não é uma ilha
Mais o Brasil não é uma ilha e a crise capitalista mundial tem se agravado de forma acelerada nos últimos meses. A Europa está falida, o que coloca em risco a própria sobrevivência da sua moeda única, o euro. Nos EUA, os indicadores também são trágicos. O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) já reconheceu que a crise será prolongada, com repiques ainda mais dramáticos.
“O pessimismo diante da deterioração do cenário externo levou a presidente Dilma Rousseff a antecipar o pacote com medidas de estímulo ao consumo que estavam em estudo no governo. Ela decidiu anunciar as medidas após ser informada por sua equipe de que o país pode crescer 3,2% no seu primeiro ano de mandato, bem abaixo do previsto no início do governo”, especula a Folha.
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