Contraponto 6958 - "Centro de Lançamento de Alcântara volta ao centro de debate"

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Centro de Lançamento de Alcântara volta ao centro de debate

Do Vermelho - 7 de Dezembro de 2011 - 15h49

A situação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi debatida em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara nesta quarta-feira (7). O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, defendeu o uso estratégico da base de lançamento e o acordo com a Ucrânia. O debate traz à tona acordo feito no governo de Fernando Henrique Cardoso para que os Estados Unidos lançassem seus satélites da base maranhense.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, defendeu o uso estratégico do Centro de Lançamento de Alcântara como alicerce para que o Brasil possa aprimorar os sistemas de telecomunicações, de monitoramento terrestre e de meteorologia, assim como o sistema de alerta contra desastres naturais.

Mercadante reforçou ainda a posição do governo de conferir prioridade nº 1 para a transferência de tecnologia, seja em projetos de satélites, submarinos, helicópteros, foguetes. “No caso dos satélites, há um mercado de 200 bilhões de dólares e não podemos ficar fora disso”, disse.

Para o ministro, como parte do processo de aproximação com a Ucrânia, com quem o Brasil tem um acordo de utilização da base de lançamento de foguetes, o País poderia incentivar primeiramente a redução do obstáculo do idioma. “Podemos incentivar o aprendizado do idioma em Curitiba, onde existe uma colônia ucraniana bastante presente”, completou o ministro.

Vantagens

Segundo o ministro, por estar localizada a apenas dois graus da linha do equador, a base de Alcântara representa eficiência técnica não só em termos de lançamento de foguetes de órbita equatorial, mas também de segurança.

“O governo tem bastante interesse em consolidar essa base. Alcântara é a base mais bem posicionada e é muito segura, por estar próxima ao mar, o que reduz o risco de acidentes para praticamente zero”, disse o ministro.

Mercadante defendeu os dois grandes projetos atualmente dentro do Programa Espacial Brasileiro. “Temos hoje o VLS1 (Veículo Lançador de Satélites – movido a combustível sólido) e o Cyclone 4, que é um foguete de grande alcance desenvolvido em parceria com a Ucrânia”, disse.

Para garantir o calendário que prevê o lançamento do Cyclone 4 em novembro de 2013, ele destacou a importância de acelerar as obras no Centro de Lançamento de Alcântara. “Cerca de 70% do foguete está pronto e esperamos que as obras possam continuar em ritmo acelerado para cumprirmos o cronograma de lançamento”, disse Mercadante.

As negociações com os Estados Unidos, iniciadas durante o governo Fernando Henrique, não vingou no Congresso. As exigências dos militares americanos produziram uma reação quase unânime na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados contra o acordo, na época. E nunca chegou ao plenário da Câmara.

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é subordinado ao Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial do Comando da Aeronáutica e atua nas missões de lançamento e de rastreio de engenhos aeroespaciais, coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, incluindo testes e experimentos científicos de interesse da Aeronáutica, relacionados com a política nacional de desenvolvimento aeroespacial.

De Brasília
Com Agência Câmara
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